domingo, 27 de abril de 2014

LIÇÃO 05 – DONS DE ELOCUÇÃO

SUBSÍDIO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.

2º TRIMESTRE DE 2014/CPAD

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 12.7,10-12; 14.26-32

TEXTO ÁUREO:Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.” (1 Pe 4.11).

INTRODUÇÃO:
Deus sempre quis comunicar-se com o homem. O relato bíblico sobre a criação do ser humano demonstra, de modo bem evidente, que Deus comunicava-se com o ser criado. Estudaremos a respeito dos três Dons de Elocução, a saber, Dom de Profecia, Dom de Variedade de Línguas e o Dom de Interpretação das Línguas. Os principais propósitos destes Dons são: edificação, exortação e consolação da Igreja (1 Co 14.3). A igreja precisa ter muito cuidado com a manifestação destes Dons, pois atualmente, há muita confusão e falta de sabedoria no uso dos mesmos, principalmente  o de profecia. Por isso é bastante oportuno o estudo sobre este tema, a fim de que não sejamos enganados pelos falsos profetas que têm ardilosamente se infiltrados no meio do povo de Deus.

I – O DOM DE PROFECIA (1 Co 12.10)

1.   O que é o dom de profecia?
Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo (Ver. 1 Co 14.24,25,29-31). O dom de profecia, no Novo Testamento, possui algumas diferenças em relação ao ministério profético do Antigo Testamento. Na Antiga Aliança, os profetas, ou mensageiros de Deus, tinham mensagens dirigidas a todo o povo, à nação de Israel e, em determinadas ocasiões, a pessoas individualmente, a reis, a profetas e a quem Deus quisesse enviar sua palavra. Em o Novo Testamento, a mensagem profética é proclamar, no seio de uma igreja local. Dificilmente, há uma mensagem para toda a nação. Embora essa hipótese não seja descartada, afinal, Deus fala e age como quer.

2.   A relevância do dom de profecia.
Se o dom de profecia não fosse importante para a Igreja, certamente Paulo não diria: "Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar." (1 Co 14.1). Para que não haja desordem no culto, ou seja, quando houver num mesmo culto vários irmãos que profetizam e todos eles desejam trazer uma mensagem da parte de DEUS à igreja, Paulo orienta então que haja no máximo, durante um mesmo culto, dois ou três irmãos que profetizem, sendo que um deve esperar pelo outro, assim um profetiza, depois outro e depois outro (1 Co 14.29-31). Essas profecias deveriam ser julgadas de acordo com a Palavra de DEUS, de acordo com a santidade e honestidade daqueles que as transmitiam e pela sua veracidade comprovada pelos que as receberam (1 Co 14.29).

3.   Propósitos da profecia.
O dom de profecia tem três propósitos básicos, em proveito da igreja: “Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.” (1 Coríntios 14.3). Edificação: Deus usa um profeta para transmitir uma mensagem da parte de Deus, visando corrigir ou colocar “no prumo”, ou “no nível”, alguma área da edificação espiritual. Exortação: Uma mensagem profética ajuda a entender como aplicar a profecia Maior, que é a Bíblia Sagrada, para os dias presentes, quando surgem problemas, situações e circunstâncias, que não existiam, quando a mensagem bíblica foi escrita. Sem o ensino da Palavra de Deus e da mensagem profética o povo se corrompe: “Não havendo profecia, o povo corrompe...” (Pv 29.18a). Consolação: Paulo diz que todos os crentes podem profetizar (se Deus conceder tal dom), visando a consolação da igreja: “Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados.” (1 Coríntios 14.31 – grifo nosso). O Espírito Santo é chamado de “O outro Consolador” (cf. Jo 14.16). Ele é o parakleto prometido por Cristo. Por isso, também usa o dom de profecia, para transmitir mensagem de consolação aos servos de Deus.

II – VARIEDADE DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)

1.   O que é o dom de variedade de línguas?
É uma comunicação direta com Deus, mediante o Espírito Santo, sem quaisquer impedimentos (1 Co 14.2). “Línguas” (gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito. Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, por exemplo, “línguas... dos anjos” (1 Co 13.1). A língua falada através desse dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por quem fala (1 Co 14.14), como pelos ouvintes (1 Co 14.16).

2.   Qual é a finalidade do dom de variedade de línguas?
Edificação da igreja: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1 Co 14.26). Desse modo, uma finalidade fundamental do dom de variedades de línguas é transmitir à igreja uma mensagem em línguas, e, por isso, precisa de interpretação para que essa seja edificada. Edificação pessoal: “O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.” (1 Co 14.4). No caso do crente falar em línguas, para edificação pessoal, não há necessidade de interpretação. “Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.” (1 Co 14.28). É um dom valioso para edificação pessoal. Glorificação a Deus: “[...] todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.” (At 2.11). Na descida do Espírito Santo, no Dia de Pentecostes, as pessoas de diversas nações, ali presentes, ouviram os apóstolos, após o batismo com o Espírito Santo, “falar das grandezas de Deus” (At 2.11). Jesus disse certa vez que enviaria o Espírito Santo com a missão de anunciar a Cristo, e glorificar ao Senhor: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.” (Jo 16.14).
  
3.   Atualidade do dom.
Jesus disse que os discípulos seriam batizados com o Espírito Santo: “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” (At 1.4,5). E acrescentou, respondendo a uma pergunta dos discípulos sobre a restauração de Israel: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” (At 1.8).

III. INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)

1.   Definição do dom.
Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem interpretada para a Igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser uma profecia. É evidente que esse dom opera juntamente com o dom de línguas (1 Co 14. 5,13,27,28).

2.   Há diferença entre dom de interpretação e o de profecia?
Sim. A diferença maior é que no dom de profecia a mensagem sobrenatural do Espírito Santo é dada na língua do ouvinte, enquanto que no dom de interpretação de línguas é dada a mensagem do Espírito Santo em línguas desconhecidas para o que fala e para o que houve, havendo necessidade de um interprete para que a mensagem seja válida para a pessoa a quem foi direcionada a ouça e entenda. Estevam Ângelo de Souza definiu bem essa questão quando disse que “não haverá interpretação se não houver quem fale em línguas estranhas para serem interpretadas, ao passo que a profecia não depende de outro dom”.


CONCLUSÃO:
Os dons de elocução são os mais destacados na Igreja. Vemos que a adoração a Deus, em glórias, aleluias e em línguas estranhas, é muito mais eloquente para a adoração individual e coletiva. E, quando o dom de variedade de línguas é praticado, com interpretação, é de grande valor para a igreja. Os dons de expressão verbal têm grande efeito na transmissão da mensagem da parte de Deus para os crentes nas igrejas locais. Oremos para que o avivamento não se apague, no meio das igrejas cristãs, até a volta de Jesus.



REFERÊNCIAS:

BARSA, Dicionário da Língua Portuguesa / Barsa Planeta Internacional; [lexicógrafa responsável Thereza Christina Pazzoli]. Barsa Planeta, São Paulo, 2008.

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Versão Almeida Corrigida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. São Paulo, 1997.

BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. São Paulo: Editora Vida, 1998.

GILBERTO, Antonio. 1 Coríntios: Os problemas da Igreja e suas soluções. In Lições Bíblicas para a Escola Dominical. 2º Trimestre de 2009. Rio de Janeiro: CPAD. 

KALISHER, Meno. O livro dos dons: dons do Espírito Santo, curas, sinais e milagres. Tradução de Jamil Abdalla Filho. Porto Alegre: Actual Edições, 2009.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios: Como resolver conflitos na Igreja. São Paulo: Hagnos, 2008.

RENOVATO, Elinaldo. DONS ESPÍRITUAIS & MINISTERIAIS: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

sábado, 19 de abril de 2014

LIÇÃO 04 – DONS DE PODER

SUBSÍDIO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.

2º TRIMESTRE DE 2014/CPAD

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 12.4,9-11

TEXTO ÁUREO:A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder, Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” (1 Co 2.4,5).

INTRODUÇÃO:
Jesus, em seu ministério terreno, demostrou que não viera trazer mais uma corrente filosófica para o mundo. Jesus começou, transformando “água em vinho” (Jo 2.10). “Curou cegos” (Mc 10.51,52; Jo 9.6,7), “paralíticos” (Mt 8.6,13; 9.6,7), “[...] e traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava.” (Mt 4.24). Jesus fez o que nenhum líder de religião fizera ou haveria de fazer: ressuscitou mortos, inclusive Lazaro, cujo corpo já entrara em estado de decomposição avançada (Jo 11.43). Além de demostrar o poder sobre as forças da natureza. Acalmou a tempestade, repreendendo o vento e o mar (Mt 14.22-34). E, para provar que tinha suprema autoridade sobre todos os poderes, expulsou demônios, libertando os oprimidos do Diabo (Mt 8.28-34). A história da igreja é uma história de pregação e de poder de Deus. Meditaremos sobre os dons de poder, tão necessário nestes tempos trabalhosos a que se referiu Paulo, “SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.” (2 Tm 3.1).

I – O DOM DA FÉ (1 Co 12.9)

1.   O que significa fé?
A palavra fé (gr. pisteuõ; lat. Fides) “ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.” (Hb 11.1). Para o autor de Hebreus a é uma esperança absolutamente segura de que o que se crê é verdade e o que se espera tem que sobrevir. Não é a esperança que olha para frente com um anelo ansioso; é a esperança que enfrenta o futuro com absoluta certeza. Não é a esperança que se refugia num possivelmente, mas sim que se funda numa convicção. Logo, é a confiança que depositamos em todas as providências de Deus. É a crença de que Ele está no comando de tudo, e que é capaz de manter as leis que estabeleceu. É a convicção que a sua palavra é a verdade.

2.   A fé como um dom.
É a operação sobrenatural da fé para realização de coisas tidas como impossíveis na expansão do Reino de Deus. Esse dom é concedido, num momento especial, quando só um milagre resolve algo que não tem solução, no meio da igreja, ou na vida de um servo de Deus, que atende a seus propósitos. E só é dado a quem já tem fé em Deus e em suas promessas. “[...] se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.” (Mt 17.20).

3.   Exemplo bíblico do dom da fé.
O profeta Elias tinha o dom da fé segundo o relato de 2 Rs 1.10-12, onde lemos que o rei enviou um capitão de cinquenta com seus cinquenta, pedido que o profeta descesse do monte e fosse até o rei, mas o texto é claro que por duas vezes o profeta Elias disse: “Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinquenta. Então o fogo de Deus desceu do céu, e o consumiu a ele e aos seus cinquenta.” (2 Rs 1.10,12). Certamente vemos esse dom operando na vida de Daniel. Quando soube do decreto do rei, proibindo que alguém fizesse qualquer pedido ou suplica a qualquer pessoa ou a qualquer Deus, e não unicamente ao rei, seria lançado na cova dos leões famintos, Daniel continuou orando ao Senhor, como o fazia três vezes ao dia (Dn 6.10). Daniel foi salvo da morte (Dn 6.23). O próprio rei viu que Daniel tinha fé em seu Deus. O apóstolo Paulo, em sua viagem a Roma, foi vítima de um grande naufrágio. Escapando na Ilha de Malta, ele e os demais náufragos foram acolhidos com hospitalidade. Ali, experimentou um milagre extraordinário. Ao colocar alguns pedaços de madeiras numa fogueira, foi picado por uma cobra venenosa, conhecida na região. Os nativos logo imaginaram que Paulo iria morrer dentro de poucas horas, pois sabiam que o efeito do veneno era mortal. Mas, o servo do Deus, simplesmente, sacudiu a mão e a víbora cai no fogo, e nada lhe aconteceu (At 28.1-6). Os bárbaros acharam que o apostolo Paulo era um deus, mas, na verdade, ele era um homem de Deus.

II – DONS DE CURAR (1 Co 12.9)

1.   O que são os dons de curar?
São um dom plural na sua constituição e operação. A palavra “curar” está no plural no texto grego, indicando diferentes “curas” para vários tipos de moléstias ou enfermidades. A pluralidade dos dons de curar parece indicar que há pessoas que têm o dom de orar por determinadas enfermidades; e outras, para orar por outros tipos de doenças. Esses dons são concedidos à igreja para a restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30).

2.   A redenção e as curas.
“E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” (Rm 8.23). A adoção pela qual o crente espera refere-se à redenção do nosso corpo, sua libertação do pecado e da limitação, cuja pressão estamos constantemente sentindo, enquanto temos nossos corpos mortais. Neste mundo o homem é corpo e espírito; e no mundo de glória será salvado o homem total. Só que seu corpo já não será mais vítima da corrupção e instrumento do pecado: será um corpo espiritual apto para a vida de um homem espiritual. Enquanto não recebemos o corpo glorioso estaremos sujeitos a toda sorte de doenças.
  
3.   A necessidade desses dons. 
Devido à multiplicação assustadora das doenças, sem dúvida, os dons de curar são muito necessários. É desejável que os crentes em Jesus Cristo procurem “com zelo os melhores dons” (1 Co 12.31). Deus não muda, “Porque eu, o SENHOR, não mudo [...]” (Ml 3.6); Jesus Cristo continua o mesmo, “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente.” (Hb 13.8); e o Espírito Santo continua a distribuir os dons espirituais aos que os buscam com zelo, “Porque a um pelo Espírito é dada [...]” (1 Co 12.8).

III. O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS (1 Co 12.10)

1.   O dom de operação de maravilhas.
Estes dois vocábulos que designam este dom, no original, estão no plural. São operações de milagres extraordinários, surpreendentes e espantosos para levar os incrédulos à conversão: convencer os céticos e fortalecer os crentes fracos e duvidosos quanto à suficiência infinita de Deus. O dom de milagres provoca o desprendimento de energia divina, a fim de operar grandes mudanças na ordem natural das coisas. Um milagre é uma manifestação de poder sobrenatural no reino natural.

2.   Exemplos bíblicos.
Moisés, na travessia do Mar Vermelho. O povo de Israel, com cerca de 3 milhões de pessoas, jamais teria condições de adentrar as águas à sua frente, acossado pelo exército de Faraó. Mas Deus fez o impossível, alterando o curso dos elementos da natureza (Êx 14.21,22). Josué, o fenômeno em que o sol se deteve por quase um dia inteiro, para que Josué pudesse vencer os amorreus, é um exemplo típico de um milagre ou de maravilhas operada por Deus envolvendo seus servos. Pelas leis da mecânica celeste, o sol se põe, no final da tarde. Mas, se a noite caísse, Israel não teria condições de vencer os poderosos exércitos inimigos. Tal situação exigia uma ação de emergência. E Josué, o líder da tomada da terra prometida, pôs sua fé em ação, e confiou em Deus, ao determinar que o Sol se detivesse em Gibeão, e a lua se detivesse, no vale de Aijalom (Js 10.13,14). Eliseu, em meio a uma grave crise climática, em Israel, uma viúva clamou ao profeta Eliseu para que seus dois filhos não fossem levados cativos para pagar dívidas deixadas pelo seu esposo. Eliseu perguntou o que ela tinha em casa, e, em resposta, a mulher disse que só tinha “uma botija de azeite” (2 Rs 4.2). O profeta Eliseu, disse à mulher que conseguisse muitos vasos com seus vizinhos, e os enchesse com aquela pequena quantidade de azeite. A mulher obedeceu ao profeta, e presenciou, com seus filhos um milagre extraordinário. Imediatamente a viúva foi contar ao homem de Deus o que havia ocorrido, o profeta de Deus disse: “[...] Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto.” (2 Rs 4.7).

3.   Distorções no uso dos dons de curar e de operações de maravilhas.
Os dons de curar e de operações de maravilhas devem ser usados de forma consciente, se você possui esses dons ou deseja possuí-los, lembre-se que eles foram recebidos de graça: “[...] de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10.8). Logo, os dons de curar e de operações de maravilhas assim como os demais dons, devem ser usados para edificação da igreja da mesma forma que foram recebidos: de graça. Se é da vontade de Deus, e motivo para glorificação ao seu nome, ele pode conceder autoridade a qualquer um de seus servos para operar milagres extraordinários.

CONCLUSÃO:
Nestes tempos trabalhosos a que se refere o apóstolo Paulo (2 Tm 3.1), a igreja cristã está sendo submetida aos piores ataques de sua história. Todavia, mediante os dons de poder, a autoridade e o poder divinos manifestam-se no crente de maneira sobrenatural sobre o mundo físico. Esses dons são: , Curas, e Operação de Maravilhas. Os dons de poder fazem parte do arsenal espiritual que garante a vitória da igreja contra as hostes do mal.


REFERÊNCIAS:

BARSA, Dicionário da Língua Portuguesa / Barsa Planeta Internacional; [lexicógrafa responsável Thereza Christina Pazzoli]. Barsa Planeta, São Paulo, 2008.

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Versão Almeida Corrigida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. São Paulo, 1997.

BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. São Paulo: Editora Vida, 1998.

GILBERTO, Antonio. 1 Coríntios: Os problemas da Igreja e suas soluções. In Lições Bíblicas para a Escola Dominical. 2º Trimestre de 2009. Rio de Janeiro: CPAD. 

KALISHER, Meno. O livro dos dons: dons do Espírito Santo, curas, sinais e milagres. Tradução de Jamil Abdalla Filho. Porto Alegre: Actual Edições, 2009.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios: Como resolver conflitos na Igreja. São Paulo: Hagnos, 2008.

RENOVATO, Elinaldo. DONS ESPÍRITUAIS & MINISTERIAIS: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

domingo, 13 de abril de 2014

LIÇÃO 03 – DONS DE REVELAÇÃO

SUBSÍDIO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.

2º TRIMESTRE DE 2014/CPAD

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 12.8-10; Atos 6.8-10; Daniel 2.19-22

TEXTO ÁUREO:Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1 Co 14.26).

INTRODUÇÃO:
Por intermédio dos dons de revelação, a Igreja de Cristo manifesta sabedoria, ciência e discernimento sobrenaturais. Esses dons são concedido ao homem salvo, para que, por eles, a “multiforme sabedoria” divina seja manifestada no meio da Igreja, e os crentes em Jesus sejam protegidos das sutilezas do Adversário e das maquinações humanas contra a fé cristã.

I – A PALAVRA DA SABEDORIA

1.   Conceito.
A palavra grega que traduzimos por sabedoria é sofhia. Clemente de Alexandria a definiu como “o conhecimento das coisas humanas e divinas e de suas causas”. Aristóteles a descreveu como “a luta por alcançar os melhores fins e utilizando os melhores meios”. Esta sabedoria é mais elevada; é nada menos que o conhecimento do próprio Deus.  Provém nem tanto do pensamento e da mente como da comunhão com Deus. É a sabedoria que conhece a Deus. Conhecimento – em grego, gnosis – significa algo muito mais prático. É o conhecimento que sabe agir diante de qualquer situação.

2.   A Bíblia e a palavra de sabedoria.
No Antigo Testamento, temos alguns exemplos marcantes dessa revelação da sabedoria de Deus. Vemos tal sabedoria na construção do Tabernáculo (Êx 36.1,2). O profeta Daniel tinha deste dom, segundo relata o escritor sagrado (Dn 1.17; 5.11,12; 10.1). Em o Novo Testamento, há diversas referências quanto à aplicabilidade dessa sabedoria divina. Paulo exorta aos colossenses a que saibam transmitir a palavra aos ouvintes, dizendo: “Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl 4.5,6). A falta dessa sabedoria de Deus pode causar graves prejuízos à pregação do evangelho. Na vida de Jesus, como o “Filho do Homem”, por diversas vezes, ele demostrou essa sabedoria vinda do alto. Ao chegar à sua pátria, causou profunda admiração em seus conterrâneos, por causa da sabedoria como que ministrava a mensagem. “E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas? Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto?” (Mt 13.54-56).

3.   Uma liderança sábia.
Há Pastores, que usam o púlpito, de maneira arrogante e prepotente. Criticam a igreja ‘A’, igreja ‘B’, Chamando-as de ‘igrejinhas fundos de quintal’ etc. Certa vez ouvir um pastor dizer: “nas outras igrejas estão servindo bolotas de porcos, mas na nossa igreja servimos a Palavra de Deus”.  A sabedoria desses tipos de Pastores não é do Espírito Santo. “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” (Tg 3.15). A sabedoria que vem do alto aconselha, orienta, consola, caso isso não aconteça, essa sabedoria é terrena, animal e diabólica.

II – PALAVRA DA CIÊNCIA

1.   O que é?
É a manifestação da ciência ou do conhecimento de Deus, concedido ao homem salvo. Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Este dom prevê um conhecimento extraordinário e sobrenatural. A palavra da ciência não é adivinhação nem expressão de tentativa de erro e acerto. É dada pelo Espírito Santo.

2.   Sua função.
O dom da palavra da ciência visa à edificação da igreja. Deus nos dá dons para servirmos uns aos outros e não para tocarmos trombeta exaltando nossas virtudes ou habilidades. Um indivíduo jamais deveria acender as luzes da ribalta sobre si mesmo no exercício do dom espiritual. A finalidade do dom espiritual não é a autopromoção, mas a edificação do próximo.
   
3.   Exemplos bíblicos da palavra da ciência. 
Este dom certamente operava nos profetas Eliseu (2 Rs 5.25,26); Aías (1 Rs 14.1-8). Quando o profeta Samuel disse a Saul que as jumentas do pai já haviam sido encontradas, foi pela ciência ou conhecimento de Deus (1 Sm 9.15-20).

III. DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS

1.   O dom de discernir os espíritos.
É a identificação sobrenatural de operações de espíritos quanto à sua origem e intenções: espíritos enganadores, demoníacos e humanos. É um dom defensivo que evita que sejamos enganados pelo adversário. Em determinadas ocasiões, uma manifestação espiritual pode apresentar-se, no meio da congregação, ou diante de um servo de Deus. Aparência de genuína, e ser uma manifestação diabólica, ou artimanha de origem humana. Pelo entendimento e pela lógica humana, nem sempre é possível avaliar a origem das manifestações espirituais. Mas, com o dom de discernir os espíritos o servo de Deus ou a igreja não será enganada.
 
2.   As fontes das manifestações espirituais.
As manifestações espirituais podem ter basicamente, três fontes (origens): de Deus, do maligno e do homem (da carne). Através desse dom, em suas diversas manifestações, a igreja pode detectar a presença de demônios, no meio da comunidade ou congregação, a fim de expulsá-los em nome de Jesus.

3.   Discernindo as manifestações espirituais.
A manifestação espiritual precisa passar por duas provas de sua legitimidade: 1ª A prova doutrinária e 2ª a prova prática.
A prova doutrinária pode basear-se no ensino do apóstolo João, em (1 Jo 4.1-6). Provai.  Significa fazer passar por um teste com propósito de se aprovar. Vem de Deus no sentido que se origina nEle, e provém dEle. Por isso, João, pede aos crentes que provem se realmente os espíritos têm sua origem e procedência em Deus.
A prova prática tem base no ensino de Jesus, quando advertiu acerca dos falsos profetas, que podem ser conhecidos pelos “seus frutos”, ou seja, pelo seu caráter, demonstrado em seu testemunho, na vida prática (Mt 7.15-20). Aqueles que entram pelo caminho apertado precisam se precaver contra os falsos profetas, que dizem guiar os crentes, mas que na realidade praticam a mentira. Disfarçados como ovelhas não deve ser entendido como a vestimenta de profeta, mas é um contraste evidente aos lobos perversos. O povo de Deus de todas as épocas precisou estar alerta contra os líderes mentirosos (cf., Dt 13.1; At 20.29; 1 Jo 4.1; Ap 13.11-14). Pelos seus frutos. As doutrinas proferidas por esses falsos profetas, mais do que as obras que praticam, uma vez que a aparência exterior pode não despertar suspeitas. O teste do profeta é a sua conformidade com as Escrituras (1 Co 14.37; Dt 13.1-5). Árvore má. Uma árvore arruinada, sem valor, inútil. A falta de utilidade de uma árvore como essa exige a sua imediata retirada do pomar para que não prejudique as outras.

CONCLUSÃO:
Considere-se a proliferação, inclusive dentro das igrejas, de falsas doutrinas, de imitação dos dons, de modernismo teológicos, de inovações antibíblicas, de falsos avivalistas, de “milagreiros” ambulantes etc. Os dons de saber ou dons de revelações são de grande necessidade aos santos, habilitando-os a entenderem muito mais e a combaterem os espíritos do erro e suas artimanhas por toda parte. Que o Senhor conceda à sua igreja dons de revelação a muitos crentes, inclusive líderes, para presidirem a igreja local com segurança espiritual e doutrinária.


REFERÊNCIAS:

BARSA, Dicionário da Língua Portuguesa / Barsa Planeta Internacional; [lexicógrafa responsável Thereza Christina Pazzoli]. Barsa Planeta, São Paulo, 2008.

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Versão Almeida Corrigida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. São Paulo, 1997.

BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. São Paulo: Editora Vida, 1998.

GILBERTO, Antonio. 1 Coríntios: Os problemas da Igreja e suas soluções. In Lições Bíblicas para a Escola Dominical. 2º Trimestre de 2009. Rio de Janeiro: CPAD.
 
KALISHER, Meno. O livro dos dons: dons do Espírito Santo, curas, sinais e milagres. Tradução de Jamil Abdalla Filho. Porto Alegre: Actual Edições, 2009.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios: Como resolver conflitos na Igreja. São Paulo: Hagnos, 2008.

RENOVATO, Elinaldo. DONS ESPÍRITUAIS & MINISTERIAIS: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.


STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

LIÇÃO 02 – O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS

SUBSÍDIO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
2º TRIMESTRE DE 2014/CPAD

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 12. 8-11; 13. 1,2

TEXTO ÁUREO:Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para edificação da igreja.” (1 Co 14.12).

INTRODUÇÃO:

Observaremos nesta lição quais os propósitos dos dons espirituais para a Igreja. Segundo o dicionário BARSA da língua portuguesa, propósito significa “intenção, intento, resolução, deliberação, decisão, bom senso, juízo, prudência”.  Os dons espirituais visam à edificação, consolação e exortação do povo de Deus e também o enriquecimento da vida espiritual do crente.

I – OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE

1.   A igreja coríntia.
As quatro cidades mais importantes do império Romano foram: Roma, Corinto, Éfeso e Antioquia. A cidade de Corinto foi a maior, a mais opulenta e a mais importante cidade da Grécia. Situada no istmo desde país, orgulhava-se dos seus dois portos, pelos quais passava o comércio do mundo. Foi terra de grande luxo e licenciosidade, o lugar do culto à deusa Vênus, acompanhado de ritos vergonhosos. Paulo passou dezoito meses evangelizando em Corinto, no fim da sua segunda viagem missionária, At 18.1-18. Provavelmente o costume da cidade influenciou os irmãos da igreja coríntia, a ponto de Paulo ser informado em Éfeso dos problemas vividos pela igreja. Então, Paulo, escreveu está carta, como que trazendo respostas e soluções de Deus para os problemas que a igreja estava vivenciando.

2.   Uma igreja de muitos dons, mas carnal.
Os crentes de Corinto não eram espirituais, mas carnais. Eles não eram maduros, mas infantis. Eles tinham carisma, mas não caráter. Eles tinham dons, mas não caridade. Era uma igreja que vivia em êxtase, mas não tinha um testemunho consistente. Tinha uma liturgia extremamente viva, mas a igreja não tinha a prática do evangelho. Faltava amor entre os crentes e santidade aos olhos de Deus. Era uma igreja de excessos, onde faltavam ordem e decência.

3.   Dom não é sinal de superioridade espiritual.
A igreja de Corinto tinha todos os dons, quanto a isso não há duvidas (“De maneira que nenhum dom vos falta” [1 Coríntios 1.7]). Porém, a igreja de Corinto tinha, também, problemas em relação ao uso dos dons espirituais. Muitos crentes usavam os dons como um instrumento de autopromoção. Essa altivez espiritual é um sintoma de imaturidade. É importante ressaltar que os dons espirituais não são aferidores de espiritualidade. Você não mede a espiritualidade de uma igreja pela presença dos dons espirituais nela. O culto tem três aspectos: Deus é adorado, o povo de Deus é edificado e os incrédulos são convencidos de seus pecados. Se formos à igreja para adorar com o propósito de demonstrarmos a nossa espiritualidade, estaremos laborando em erro. O culto é para a edificação e não para exibição. Lembremo-nos do que disse Jesus: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt 7.21-23).

II – EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS

1.   Edificando a si mesmo.
Paulo salienta claramente a diferença entre “falar em línguas” e “falar profético”. “O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo...” (1 Co 14.4). O termo “edificação” não se trata de sentimentos, sobre os quais um falar ininteligível em línguas até pudesse causar uma forte impressão. Trata-se de fomentar, fortalecer e purificar a vida real da igreja. Seu propósito não é a edificação da igreja, mas a auto edificação.

2.   Edificando os outros.
Paulo não quer impedir nem amenizar, na igreja de Corinto, a “busca zelosa de poderes espirituais”. É bom que os coríntios sejam “zelosos por espíritos”. Paulo deseja de coração que eles “tenham em plenitude”. Paulo não é um defensor da precariedade na vida da igreja. Contudo a partir do amor é preciso que nessa riqueza de bens um só ponto de vista domine tudo “para a edificação da igreja” (1 co 14.12). O dom que me foi concedido não deve servir à minha satisfação, à minha grandeza, à minha fama, mas aos outros, aos irmãos, à igreja e à sua construção.

3.   Edificando até o não crente. 
Os crentes não poderiam falar em outras línguas ao mesmo tempo, pois isso daria uma confusão no culto e essa prática poderia levar o indouto, incrédulo, ou não crente que entrasse no templo a pensar que os crentes estavam loucos. Essa prática não contribuiria para o entendimento dos incrédulos nem para a edificação dos crentes. Paulo preferia que os corintos profetizassem, pois, ao fazê-lo, edificariam uns aos outros, enquanto que se falassem em línguas sem interpretação seus ouvintes não entenderiam e, portanto, não seriam beneficiados. Ele prefere a edificação à exibição. Se alguém fala em outra língua, deve orar para que a possa interpretar, ou para que alguém a possa interpretar (cf 1Co 14.13).

III. EDIFICANDO TODO O CORPO DE CRISTO

1.   Os dons na igreja.
Não é de se admirar que na primeira Carta aos Coríntios, Paulo dedica dois capítulos (12 e 14) para falar a respeito do uso dos dons na igreja. Porém, ao posicionar o capítulo 13 no centro de todas as ponderações, Paulo fez do amor o critério último, cunhado a partir daí a regra básica “tudo para edificação da igreja”. O amor é superior a todos os dons extraordinários. Assim o amor é “o caminho muito além disso,”, até mesmo além da mais admirável dadiva do Espírito. Que grande condenação representa essa palavra!

2.   Os sábios arquitetos do Corpo de Cristo.
Não temos o poder de “fazer crescer” nada. Não obstante, ele também não crescerá sem nós. Deus é grande “trabalhador” (1 Co 3.9). A igreja é um templo de Deus e seu alvo a qualidade. Paulo usa a metáfora do edifício para descrever a igreja. A igreja é o tempo de Deus porque é a sociedade na qual o Espírito Santo habita. Cada pessoa salva é um templo da habitação de Deus (1 Co 6.19,20). A igreja local, de igual forma é templo de Deus (1 Co 6.16,17). A igreja universal também é comparada ao templo de Deus (Ef 2.19-22). Dessa maneira podemos afirmar que Deus habita em cada crente de uma igreja local e Deus habita na igreja como o somatório de todos os convertidos de todos os lugares do mundo.

3.   Despenseiros dos dons.
“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (1 Pedro 4.10). O contexto do texto citado demostra que ser hospedeiro, falar a palavra de Deus e exercer diaconia são serviços dos dons da graça. O NT, portanto, não restringe o termo “dom da graça” aos dons particularmente notórios, por ex., curar de enfermos (1Co 12.9) ou línguas (1Co 12.10; 14.13). Quem pratica de modo alegre e consciente a hospitalidade provavelmente obteve um carisma para isso. Dessa forma, os despenseiros de Deus - ministros ou membros da igreja -, precisam ter muito cuidado no uso dos dons concedidos pelo Senhor para provisão, alimentação espiritual e edificação.

CONCLUSÃO:

A Igreja de Jesus Cristo é a representante dos céus na terra. Ela tem uma missão que transcende a esfera humana, pois recebeu a incumbência de fazer com que a “ ... multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). Sua Missão, na Terra, é a proclamação do Evangelho, num mundo hostil às verdades de Cristo; um mundo que rejeita a Palavra de Deus. Diante dessa realidade, a Igreja precisa de poder sobrenatural. Os Dons Espirituais são um arsenal à disposição da Igreja para o cumprimento eficaz de sua Missão na Terra.


REFERÊNCIAS:

BARSA, Dicionário da Língua Portuguesa / Barsa Planeta Internacional; [lexicógrafa responsável Thereza Christina Pazzoli]. Barsa Planeta, São Paulo, 2008.

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Versão Almeida Corrigida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. São Paulo, 1997.

BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. São Paulo: Editora Vida, 1998.

KALISHER, Meno. O livro dos dons: dons do Espírito Santo, curas, sinais e milagres. Tradução de Jamil Abdalla Filho. Porto Alegre: Actual Edições, 2009.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios: Como resolver conflitos na Igreja. São Paulo: Hagnos, 2008.

LOURENÇO, Luciano de Paula. O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS. Disponível em: <http://luloure.blogspot.com.br>. Acesso em: 07 de abril de 2014.

RENOVATO, Elinaldo. DONS ESPÍRITUAIS & MINISTERIAIS: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.