sexta-feira, 1 de julho de 2016

Lição 1 – O que É Evangelização

SUBSÍDIO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL. 

3º Trimestre/2016 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Marcos 16.9-20. 

TEXTO ÁUREO: "Portanto, ide, ensinai iodas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo; ensinando-as a guardar todas as coi­sas que eu vos tenho mandado [...]" (Mt 28:19,20). 


INTRODUÇÃO

Jesus não ordenou apenas evangelizar ou proclamar as Boas-Novas de Salvação. Mas, fazer discípulos. O ensino doutrinário cristão inclui o rito do batismo em águas. Jesus deixou com a Sua Igreja a missão de evangelizar o mundo inteiro, ensinando todas as nações, batizando os que crerem ensinando-os a guardar todas as coisas que Ele mandou. A evangelização não espera época específica para ser praticada, ela é ultracircunstancial. Diz o apóstolo Paulo: “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo...” (2Tm 4.1,2). A evangelização é a tarefa mais urgente da Igreja de Cristo. Se crermos, de fato, que Cristo morreu e ressuscitou para redimir-nos do inferno, não nos calaremos acerca de tão grande salvação (Hb 2.3). A evangelização compreende, também, o ensino, o batismo e a integração do novo convertido.


I. EVANGELISMO E EVANGELIZAÇÃO

1. Evangelismo. ‘Evangelho’ é a tradução do latim ‘evangeliu’, que, por sua vez, vem do grego ‘euangélion’, que significa “boa nova”. Os sufixos da língua portuguesa ‘-ismo’ (de origem grega) e ‘-ação’ (de origem latina) traduzem igualmente o termo grego ‘euangelízo’ e, significam o ato de evangelizar. O sufixo ‘ismo’ indica uma ideologia, um sistema a ser seguido, algo consolidado como regra ou, que se acredita ser uma regra. Possui um caráter técnico, pois se propõe a ensinar o cristão a cumprir, de modo eficaz, a tarefa da evangelização. O evangelismo na igreja local implica uma ação organizada e ativada pelos membros, para desenvolver três ações necessárias à pessoa do evangelista: informação, persuasão e integração do novo convertido.

2. Evangelização. O sufixo ‘ação’ denota alguma atitude, movimento. Mateus 28.19,20 apresenta o imperativo evangelístico de Cristo à sua igreja, com quatro determinações verbais: ‘Ir’ - no sentido de mover-se ao encontro das pessoas, a fim de comunicar a mensagem salvífica do evangelho; ‘Fazer’ discípulos - Com o sentido de “estar com” as pessoas e torná-las seguidoras de Cristo; ‘Batizar’ - É o ato físico que confirma o novo discípulo pela sua confissão pública de que Jesus Cristo é o seu Salvador e Senhor; e ‘Ensinar’ as doutrinas da Bíblia, com o objetivo de aperfeiçoar e preparar o discípulo para a sua jornada na vida cristã. Com isso, percebe-se que a evangelização não pode ser reduzida à atividade de acrescentar membros à uma igreja local ou denominação. Ela possui resultados muito mais abrangentes e imensuráveis. Evangelho, evangelização e evangelismo distinguem-se quanto à prática, mas possuem as mesmas formações linguísticas. Evangelização é o anúncio da mensagem. Evangelismo é a técnica de comunicação da mensagem.

II. POR QUE TEMOS DE EVANGELIZAR

1. É um mandamento de Jesus. O Senhor Jesus é o motivo supremo e também e a Autoridade que nos manda pescar homens para Ele. Ele é o Mestre por excelência, e o exemplo na arte de fazê-lo. A ordem é: ‘Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’(Mt 28.19). Além disso, Ezequiel 3.11 diz: ‘Eia, pois, vai aos do cativeiro, aos filhos do teu povo, e lhes falarás e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus, quer ouçam quer deixem de ouvir’. Testificar aos homens, apresentando-lhes as verdades do Evangelho ou Boas Novas a cerca de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, é obrigação séria e responsabilidade de cada cristão. Paulo quando fala sobre a evangelização diz: ‘Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!’ (1Co 9.16). Todos nós somos devedores da mensagem do evangelho a todos os homens (Rm 1.14) e sobre nós repousa essa responsabilidade que não foi concedida aos anjos (1Pe 1.12). É por isso que Paulo nos diz: ‘Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus (…) prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não’ (2Tm 4.1-2).

2. É a maior expressão de amor da Igreja. Devemos evangelizar porque exercitamos o amor de Deus. A coisa mais amorosa que se pode fazer é apresentar o evangelho na esperança de trazer outros para a salvação. Paulo em Gálatas 5.22 lista o amor como um dos frutos do Espírito. É da natureza do amor dar-se. Tomemos por exemplo João 3.16: ‘Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito ...’ O amor se dá, se entrega, e mesmo se em nós houver apenas uma pequena porção do amor de Cristo, iremos querer entregá-lo aos outros. Não evangelizar é um ato de profundo egoísmo sendo, assim, um pecado. Devemos evangelizar porque amamos o nosso próximo e não queremos vê-lo perdido eternamente. Paulo, dominado por este amor, estava disposto a sacrificar a própria vida na pregação do evangelho (At 20.19-24) “…Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22.39); “Livra os que estão destinados à morte, e os que são levados para a matança, se os puderes retirar” (Pv 24.11).

3. O mundo jaz no maligno. João tem em vista aqui a sociedade à margem de Deus, dominada pelo diabo e pelo pecado.A expressão ‘Jaz’ significa estar sob o poder do mal, ser mantido em submissão pelo diabo. Indica ‘alguém’ que aceita o domínio do mal e o aprova. É uma constatação. Todo o nosso mundo, quando não tem Deus como guia, está entregue nas mãos do diabo e sob o domínio de seu mal. Uma das verdades exposta com clareza nas Escrituras é que o homem no estado em que está não pode agradar a Deus (Rm 8.8; Hb 11.6), não pode salvar-se (Mt 19.26) e está fadado à morte eterna. As Escrituras também atestam que não há nenhum justo nesse mundo, nem quem O busque como Ele deve ser buscado (Rm 3.9-11). Contudo, Jesus nos instrui que a olhar para o mundo e ver nele pessoas prontas para receber o evangelho do mesmo modo que aconteceu em Samaria em Seu ministério (Jo.4).

4. Porque Jesus em breve virá. Todo o ministério terreno de Jesus foi direcionado á evangelização (Mt 1.21). A mensagem dEle incluía a propagação do Reino de Deus, o arrependimento e a fé no evangelho (Mc 1.14-15). As escrituras nos dizem que o ministério de evangelização nos é concedido por Deus: ‘Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação’ (2Co 5.18-19). O ministério da reconciliação é anunciar a mensagem do que Deus, que estava em Cristo, fez para fornecer a expiação do pecado. Os já conciliados têm a missão de levar essa mensagem aos outros. Paulo afirma em 2Co 5.20 que somos ‘embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse’ e exercendo esse papel, somos cooperadores de Deus (2Co 6.1).

III. COMO EVANGELIZAR

1. Evangelização pessoal. “Se retrocedermos a historia e formos parar no período apostólico, verificaremos que a igreja primitiva usava a alavanca do evangelismo pessoal como método natural de crescimento. Naquela época, não havia aviões, televisão, radio, Internet ou quaisquer meios modernos e rápidos de comunicação, mas o escritor apostólico registrava que: “…a multidão dos que criam no Senhor,tanto homens como mulheres,crescia cada vez mais.”(Atos 5:14). Mas como se não havia todos estes recursos discriminados acima? Simplesmente porque eles usaram o evangelismo pessoal. Infelizmente esse método que se constitui no maior segredo de ganharmos almas, esta sendo usado pelas seitas, para espalharem seu falso evangelho nos lares de nossos vizinhos, parentes e amigos. Quantas vezes não acordamos no sábado ou no domingo de manhã com uma Testemunha de Jeová batendo à nossa porta, tentando nos empurrar suas literaturas cheias de doutrinas heréticas? Elas estão ali,cumprindo um programa de visitação para qual foram destinadas, até parece que não surte efeito de imediato, mas no final do ano, após sair o relatório de crescimento delas na revista “A Sentinela”, veremos que não é bem assim. Muitas vezes crescem mais do que muitas de nossas igrejas evangélicas, porque simplesmente estão colocando em ação um segredo deixado por Jesus, e que nós, seus verdadeiros discípulos, não estamos usando. Não é por acaso que Jesus disse: “…os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz”. (Lucas 16:8). Devemos então perguntar: Porque um método tão importante como esse foi esquecido pela igreja durante tanto tempo?” Jesus nos deixou um maravilhoso exemplo de como evangelizar através do seu encontro com a mulher samaritana (Jo 4.1-29). O método que muitos crentes utilizam é o de esperar que as pessoas venham até nós. Observe que Jesus não esperou que aquela samaritana fosse procurá-lo em Jerusalém, ou mesmo em Cafarnaum, na Galiléia. O texto bíblico conta que Ele foi até Sicar, junto a um poço aberto pelo patriarca Jacó, e que ficou ali descansando (acredito que Ele esperasse pela mulher) por volta do meio dia - o horário mais quente e menos provável de alguém buscar água no poço. Em Romanos 10.17, o apóstolo Paulo afirma: “A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo”. Nos versos 14 e 15 ele raciocina logicamente: “Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?”. É óbvio que o primeiro passo para levar um pecador a Jesus é ir até ele com a palavra! Leia os seguintes textos e observe este passo no ministério de Jesus: Mt 9.23-26; Lc 5.30-31; 7.37-39; 11.37-39; 19.5-6.

2. Evangelização coletiva. Reparemos como Jesus aproveitava sempre as ocasiões onde poderia encontrar mais pessoas; Ele aproveitava sempre os ajuntamentos, as festas, os jantares. Jesus não se excluía das multidões. Ele veio para as pessoas e ficar fechado em casa, no seu próprio mundo, não fazia parte dos seus planos. Fazer missões em termos gerais significa praticar a evangelização de forma pessoal ou coletiva. Comece em sua casa, em sua rua, bairro ou cidade. Deus tem um grande projeto em nossa vida para expandir seu reino na terra.

3. Evangelismo nacional. Jesus andava por todas as cidades – grandes e pequenas – nas vilas, aldeias, nas sinagogas, nas casas e em lugares públicos, anunciando as boas novas da salvação, ensinando as verdades divinas e curando Seus ouvintes de todas as enfermidades. “Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque para isso fui enviado. E pregava nas sinagogas da Galiléia”. (Lc 4.43-44). Ele não somente ensinava sobre a necessidade de evangelizar. Ele mesmo deu o exemplo que todos precisamos seguir, saindo por todos os lugares. Jesus não discriminou lugares ou pessoas. Onde havia almas preciosas, vidas feridas pelo pecado, acorrentadas pelo diabo e pelos demônios, aí chegava o Filho de Deus evangelizando, ensinando, curando, dando a todos um novo sentido para viver.

4. Evangelismo transcultural. Quando falamos em evangelismo transcultural, estamos falando do esforço da Igreja em cruzar qualquer fronteira que separe o missionário de seu público alvo. É salutar dizer que em evangelismo transcultural, não temos que fazer nada diferente do que faríamos em qualquer outro lugar. Sugerir que algumas pessoas são mais fáceis de se converter do que outras é avesso às Escrituras, pois Elas destacam que todos nós, por natureza, estamos longe do Senhor. Então, em nosso evangelismo devemos testemunhar, orar e aguardar o agir soberano do Espírito. Quando Cristo nos ordenou “ide ir por todo o mundo” o termo usado por Ele foi ‘ethnos’, que em grego significa ‘grupos de povos’, ‘grupos étnicos’ e não nações no sentido usual. Sendo assim há ainda muitos povos não alcançados que precisam conhecer a Cristo. Apocalipse 5.9 é uma referência ao trabalho missionário da igreja no alcance destes grupos. Neste texto lemos sobre tribo, língua, povo e nações os quais estarão diante do Cordeiro. Esses grupos conheceram a Cristo mediante à obediência daqueles que obedeceram ao ide de Cristo pelo mundo. O nosso desafio missionário ainda é imenso:
Quase dois terços da população mundial ainda não ouviu a mensagem do Evangelho!
Milhares de grupos étnicos nunca foram alcançados com as Boas Novas!
Muitas tribos espalhadas no mundo nunca receberam um só missionário!
A população do mundo dobrará em menos de 50 anos!
1.700 idiomas, aproximadamente, não possuem um único texto bíblico traduzido!
É claro que há alguns grupos de povos com algum tipo de testemunho do Evangelho, mas isto não significa que já foram alcançados. Conscientes desta urgente necessidade precisamos nos envolver de forma mais intensiva, orando, contribuindo financeiramente ou mesmo indo.


CONCLUSÃO

Se cremos no poder do evangelho, saiamos a falar de Jesus Cristo. Comecemos por nossa casa. Evangelizar é contar a outros as boas novas acerca do que Jesus Cristo fez para salvar pecadores. Para que você faça isso você deve dizer a outros que:
Deus é santo (1Jo 1.5). Ele é o criador de todas as coisas (Gn 1.1).
Todas as pessoas são pecadores que merecem a ira justa e eterna de Deus (Rm 3.10-19; Mc 9.48; Ap 14.11).
Jesus Cristo, o qual é plenamente Deus e plenamente homem, viveu uma vida sem pecado, morreu na cruz para carregar a ira de Deus no lugar de todos aqueles que haveriam de crer nele, e ressuscitou do sepulcro para dar vida eterna ao seu povo (Jo 1.1; 1Tm 2.5; Hb 7.26; Rm 3.21-26; 2Co 5.21; 1Co 15.20-22).
O único modo de alguém ser salvo da punição eterna e ser reconciliado com Deus é arrepender-se do pecado e confiar em Jesus Cristo para a salvação (Mc 1.15; At 20.21).
Este trabalho não está reservado aos obreiros, aos teólogos ou aos vocacionados. Lembremos da menina, serva de Naamã. Era uma criança apenas, de outra sociedade, de outra cultura, de outra civilização, escrava da mulher de um general. Se ela achasse ser necessário uma preparação especial para poder falar a alguém de outro povo, nível social, cultura, etc., jamais teria testemunhado à sua senhora que a cura estava com o profeta em Samaria. Mas na simplicidade de sua pessoa, de seu preparo e de seus meios, Deus acabou sendo glorificado ao máximo. Em 1 Coríntios 15.58 lemos assim: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.”


REFERÊNCIAS:

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