”Burnout” é um termo inglês que,
traduzido literalmente, significa esgotamento ocasionado pelo consumo excessivo
de energia
Ganhou
espaço na literatura médica a partir de 1974, em estudos feitos nos EUA com
profissionais de saúde, e designa uma resposta emocional e física ao estresse
ocupacional crônico.
O
estado de "burnout" é causado por uma conjugação de fatores
internos e externos, explica a psicóloga Ana Maria Benevides-Pereira, 54,
autora do livro "Burnout: Quando o Trabalho Ameaça o Bem-Estar do
Trabalhador" e de uma série de artigos sobre o tema.
Além
dos problemas característicos do estresse em si (dores de cabeça, insônia,
gastrite, diarreia alterações menstruais), o "burnout"
se caracteriza sobretudo pelas ausências no trabalho e pela adoção de uma
postura cínica e rude em relação ao outro, sejam colegas, clientes ou
pacientes, o que os estudiosos chamam de despersonalização, diz
Benevides-Pereira, que integra o Gepeb (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre
Estresse e Burnout), da Universidade Estadual de Maringá (PR).
Profissionais
mais idealistas, exigentes consigo mesmos, assim como aqueles que estão
sujeitos a desorganização, baixos salários, poucas perspectivas de promoção,
assédio moral e competição excessiva no ambiente de trabalho estão mais
propensos à contrair a doença, exatamente o que ocorre na categoria do Correio.
A
legislação brasileira permite o afastamento do trabalho em razão de "burnout",
com direito à retirada do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e
estabilidade no emprego, no entanto, o diagnóstico não é simples, em função dos
obstáculos colocados pelos médicos contratados nas perícias e a resistência das
empresas em reconhecer as doenças causadas por eles mesmos.
Segundo
a Associação Brasileira de Qualidade de Vida ", as empresas estão
começando a tomar consciência de que têm de fazer mais que oferecer plano de
saúde e ginástica laboral porque, se os funcionários faltam ou não realizam
suas tarefas de forma adequada por causa de "burnout", o
prejuízo é grande.
É
evidente que o sistema totalmente arbitrário e de super-exploração dos
trabalhadores nos locais de trabalho é responsável pelo aumento sistemático de
doenças. No Correio o excesso de trabalho é imenso, com número crescente de
trabalhadores com problemas crônicos na coluna, varizes, problemas nos ombros
etc.
O
serviço extremamente repetitivo e pesado compromete a saúde física de forma
permanente, uma vez que os trabalhadores doentes, dificilmente recuperam
integralmente sua capacidade física. Combina-se ao excesso de peso e de horas
de trabalho, o sadismo psicológico através do arbitrário sistema de escolha de
gerentes e supervisores, os quais, na esmagadora maioria dos casos, não são
concursados, ganhando o cargo através de indicações políticas ou como pagamento
pela traição explícita dos colegas de trabalho.
No
Correio, os coordenadores e gerentes dão ordens apesar de não terem o respeito
dos funcionários, pelo contrário, na esmagadora maioria dos casos, lideram pela
ameaça implícita de que podem punir e humilhar os trabalhadores.
O
sistema de trabalho montado em cima da exploração dos trabalhadores e da
arbitrariedade mais extrema das chefias para impor a exploração através da
humilhação e da brutalidade dos funcionários é a causa da perda de saúde dos
ecetistas e do aparecimento sistemático de novas doenças entre os assalariados.
FONTE: http://www.pco.org.br/movimento-operario/excesso-de-trabalho-provoca-sindrome-de-burnout/zej,y.html
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