Uma geração inteira
levantou-se em oposição a todas as formas de organização instituídas, quer os
credos e práticas estabelecidas fossem certos, quer não. A precipitação
maléfica disso ainda é vista na oposição pública a qualquer autoridade: civil,
religiosa ou organizacional. Pode ser que haja ocasiões em que se deva fazer
oposição às instituições, mas o verdadeiro caráter não condena a autoridade só
porque é autoridade. Deve haver padrões de caráter: para indivíduos e para
organizações. Oposição arbitrária à autoridade, sem qualquer base ética ou moral,
só conduz à anarquia e ao caos. A sociedade moderna não parece estar muito
distante desse estado. De todas as pessoas, o ministro do Evangelho tem de ter
uma definição clara do que seja o caráter para que seja modelado com nitidez.
O Caráter e Ação
O caráter nunca é
comprovado por uma declaração escrita ou oral de convicções. É demonstrado pelo
modo como vivemos, pelo comportamento, pelas escolhas e decisões. Caráter é a
virtude vivida.
O caráter ruim ou o
comportamento pouco ético tem sido comparado ao odor do corpo: ficamos
ofendidos quando o detectamos nos outros, mas raramente o detectamos em nós
mesmos. Os líderes espirituais sempre devem ser sensíveis ao fato de que suas
ações falam muito mais alto do que as palavras ditas do púlpito. Visto que as
ações que praticamos raramente são percebidas como provas de caráter
defeituoso, fazem-se essenciais à introspecção e à auto-avaliação, não porque
desejamos agradar ou evitar ofender os outros, mas porque a reputação e o
caráter do ministro devem estar acima de toda repreensão (1Tm 3.2,7). Nossas
palavras e pensamentos devem ser agradáveis perante a face de Deus (Sl 19.14),
mas nossas ações revelam nosso caráter aos outros. As características do
caráter exigido por Deus daqueles que querem habitar em sua presença são ações,
e não um estado passivo de ser [...] (Sl 15)” (CARLSON, R.; TRASK, T. E. et
al. Manual Pastor Pentecostal: Teologia
e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005, pp.114-15).