Por Sophia Camargo
Do UOL, em São Paulo
Livrar-se das dívidas e
começar 2014 no azul, com controle sobre suas finanças é projeto perfeitamente
realizável, desde que o consumidor siga alguns passos simples, com disciplina e
organização.
O economista Flávio
Calife, da Boa Vista Serviços, empresa que administra o Serviço Central de
Proteção ao Crédito (SCPC), dá algumas dicas de como fazer de 2014 um ano para
ter o controle das finanças.
1)
Descubra se está com o nome sujo – Por incrível que
pareça, muita gente só vai descobrir que está com o nome sujo quando precisa de
crédito. O esquecimento de uma parcela, um cheque sem fundo ou uma conta sem
pagar têm potencial para sujar o nome.
Para descobrir se isso
ocorreu, é preciso fazer uma pesquisa nos serviços de proteção ao crédito e
cartórios de protestos. Há diferentes listas, como SCPC e Serasa.
No site Consumidor Positivo do
SCPC (Boa Vista), é possível se cadastrar e descobrir a situação do CPF sem
sair de casa.
O SPC Brasil só atende em
postos físicos (confira os locais).
2)
Se estiver com o nome sujo, procure o credor – Na própria
pesquisa, irá descobrir para quem está devendo. Algumas lojas e bancos já
permitem negociação virtual e oferecem alternativas para pagar essa dívida
durante a própria consulta. Se não for o caso, o devedor deve procurar o credor
para negociar o pagamento e limpar o nome.
3)
Evite intermediários – Calife diz que utilizar-se de empresas
que renegociam dívidas aumenta o custo para o devedor. Para ele, é melhor que o
próprio devedor faça as suas contas e negocie diretamente.
4)
Nunca empreste o nome – O empréstimo do nome (fazer um crediário
em seu nome para um parente ou amigo) é, depois do desemprego e do descontrole
financeiro, a terceira causa de negativação do nome. Quem está com o nome sujo
é que vai ter de correr atrás para quitar a dívida, pois o credor vai cobrar do
titular da débito.
5)
Pague o que realmente puder pagar – Um dos maiores erros de
quem renegocia dívidas é fechar o acordo em bases irreais, diz Calife. Segundo
o economista, mais de 50% dos consumidores que renegociam suas dívidas voltam
para o cadastro de inadimplentes em até 12 meses. "Isso acontece porque as
pessoas não planejam dentro do seu orçamento, na medida das suas possibilidades
e fecham qualquer acordo só para tirar o nome do cadastro."
6)
Saiba quanto ganha e quanto gasta – Segundo Calife, a
maioria das pessoas não tem ideia de quanto gasta, e muitas vezes, nem de
quanto ganha. Os custos fixos como alimentação, impostos e despesas de casa,
costumam consumir cerca de 70% da renda, em média. Daí sobram apenas 30% para
consumir e fazer uma poupança. Depois de colocar tudo no papel, é possível
cortar as despesas supérfluas e fazer um planejamento para pagar as dívidas.
Feito o planejamento, é preciso executá-lo.
7)
Reorganize a vida – Se as despesas são muito maiores do que
a renda, é preciso reorganizar a vida. Obter outro emprego, uma renda extra,
cortar gastos inúteis, diminuir despesas. Toda a família deve ajudar. O fim do
ano é uma época propícia para obter uma renda extra com o aumento dos empregos
temporários.
8)
Fuja das dívidas caras – Um deslize, um esquecimento, uma
despesa extra, podem fazer você entrar no cheque especial ou não pagar a fatura
do cartão de crédito. Mas isso não pode ser regra. Os juros dessas modalidades
de crédito são muito altos e podem fazer a dívida se tornar impagável. Ao
perceber que está perdendo o controle, é melhor trocar a dívida por outra cujos
juros são menores, como crédito consignado ou crédito pessoal. Isso deve ser
feito antes de estar com o nome sujo, pois depois tudo fica mais difícil.
9)
Crie uma poupança para emergências – Calife diz que à medida
que a família vai evoluindo no planejamento financeiro, ela deve planejar uma
poupança que não deve ser usada no dia a dia, mas sim como uma reserva de
emergência para o futuro. O ideal é ter dinheiro para seis meses de despesas.
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