Saulo, mais tarde
conhecido como Paulo, encontrava-se orando quando foi chamado pelo Deus eterno
(At 9.11). O Senhor viu esse homem em oração, um homem piedoso e temente a
Deus, um descendente de Abraão que certamente já orara muitas vezes durante sua
vida (veja Fp 3.5-6). A oração era uma das características dos fariseus; alguns
deles, porém, oravam apenas para serem vistos pelos homens (Mt 6.5). Paulo
também era fariseu. Mas agora, pela primeira vez na vida, ele dirigia suas
orações a Jesus Cristo. Deus reagiu imediatamente aos pedidos feitos em Nome de
Jesus, ajudando Paulo na situação de aflição em que se encontrava e chamando-o
para o ministério. A característica infalível que identificava e continua
identificando alguém como cristão é orar em nome de Jesus (At 9.22). Essa
constatação torna supérfluas todas as discussões acerca da divindade de Jesus:
Seus primeiros seguidores eram reconhecidos por orarem a Jesus Cristo! O judeu
chamado Jesus Cristo é Deus. Orar a Jesus é orar a Deus. E no momento em que
Saulo voltou-se sinceramente para Jesus, clamando e chamando-o de Senhor, teve
início em sua vida um processo que poderíamos ilustrar com o que acontece com o
barro na roda do oleiro. O próprio Senhor chamou Paulo de “vaso escolhido”
(At 9.15). Com sua oração a Jesus, Paulo abriu seu coração para a ação
divina em sua vida pessoal, recebendo em troca um ministério a ser exercido
para seu Senhor. Tornou-se um “instrumento escolhido”, como dizem outras
traduções. E o Senhor começou a trabalhar em Paulo como trabalha em cada um de
nós quando nos abrimos para Ele. Como Saulo, nós também somos vasos escolhidos
por nosso Senhor Jesus Cristo (veja Tt 1.1; 2Co 4.7).
Sete
características do vaso
Um vaso de barro tem sete
elementos que o caracterizam:
o material de que é feito;
uma abertura para
enchê-lo;
o conteúdo para o qual foi
fabricado;
uma alça ou cabo para
segurá-lo;
seu fundo, sua superfície
de contato;
eventuais enfeites em seu
exterior;
a etiqueta ou selo do
oleiro.
1.
O material do vaso
O vaso é feito de barro,
que deve ser mole e maleável. “Temos, porém, este tesouro em vasos de
barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Co 4.7). Essa
é uma declaração importante: o tesouro está em vasos de barro. Os recipientes
são frágeis. Precisamos ter isso em mente. Vasos de barro, de argila, de terra,
somos nós, homens feitos do pó da terra. E vasos de barro significam conflitos,
lutas, fraquezas e limitações humanas. Percebemos muito nitidamente essa
realidade quando precisamos trabalhar em equipe ou quando nos reunimos em
igrejas locais. A convivência expõe toda a nossa fragilidade. Não existem
cristãos super-homens ou super-mulheres. Não existe uma experiência com o
Espírito Santo que nos transforme em super-cristãos de um momento para o outro
(basta ler o sóbrio conselho de Colossenses 3.13). As múltiplas exortações e as
repetidas admoestações nas cartas do Novo Testamento nos mostram que, enquanto
vivermos nesta terra, estaremos na roda do oleiro divino sendo moldados e
transformados por Ele (2Co 3.18). Um oleiro trabalha peça por peça. Faz cada
vaso individualmente. Um diferente do outro. Um vaso não é tijolo fabricado em
série. Tijolos são prensados na mesma forma, todos com a mesma aparência. É o
que todas as seitas almejam e o que os ditadores mais querem: fazer todos
iguais, sem individualidade e sem personalidade. Mas nós somos bem diferentes,
temos dons diferentes e capacidades distintas. Somos todos peças originais
criadas por nosso Oleiro divino. Nosso Deus é muito criativo!
2.
A abertura do vaso
Quando Saulo começou a
orar, estava sinalizando sua receptividade e sua fome espiritual, como um
filhote de passarinho abrindo o bico e pedindo comida.
Quando Saulo começou a
orar, estava sinalizando sua receptividade e sua fome espiritual, como um
filhote de passarinho abrindo o bico e pedindo comida. O Salmo 81.10 nos lembra
dessa imagem: “Abre bem a boca, e a encherei”. O homem é como um
recipiente a ser preenchido. Paulo enfatizou aos coríntios de coração estreito: “Para
vós outros, ó coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o
nosso coração. Não tendes limites em nós; mas estais limitados em vossos
próprios afetos” (2Co 6.11-12). Paulo tornou-se um homem que tinha um
imenso coração para com os outros, um cristão de coração alargado e dilatado em
seu afeto por seus irmãos e irmãs em Cristo. Na medida em que nos abrimos para
Deus, tornamo-nos bênção para outros. Jesus disse: “Quem crer em mim, como
diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.38). Como
vasos de Deus devemos estar abertos para receber e abertos para dar.
3.
O conteúdo
A responsabilidade é
nossa: permitir ou impedir que o Senhor nos encha. Deus não força ninguém. Em
relação ao vaso, o que importa é seu conteúdo. O que está em seu interior é sua
única razão de ser. E a exortação de Colossenses 3.16 mostra que o processo não
é automático, pois a Escritura ordena: “Habite, ricamente, em vós, a
palavra de Cristo”. Nós somos responsáveis por aquilo que habita em nós e
pelo que nos preenche (veja Ef 5.18).
4.
A alça
Tomar chá em uma delicada
xícara de porcelana chinesa é uma legítima acrobacia. A alcinha minúscula da
xícara torna quase impossível segurá-la, e apesar de nosso esforço, ela balança
entre nossos dedos. Por isso, as canecas grandes são as preferidas para o café
de cada dia. Xícaras generosas, com uma boa alça. A facilidade em usar um
recipiente torna-o mais usado ou menos usado por seu proprietário. Esse é um
pré-requisito importante para que a vasilha seja usada conforme o planejado.
Eis uma ilustração que podemos aplicar a nós.
Na vida de Paulo podemos
acompanhar sua transformação radical. De furioso e fanático perseguidor de
crentes tornou-se um homem bondoso e amável. Essa mudança foi tão profunda e
completa que ele nem se envergonhava de usar a imagem de uma mãe amamentando
seu filho para ilustrar todo o seu carinho e seu imenso amor pela igreja de
Tessalônica (1Ts 2.7-8). Em Gálatas 4.19 ele menciona as dores e os sofrimentos
de um parto para falar do sofrimento que acompanha o renascer espiritual de alguém
a quem pregamos o Evangelho. A sua despedida de Éfeso evidencia o que ele havia
semeado através de seu empenho altruísta e de seu trabalho intensivo entre os
membros dessa igreja: amor e carinho mútuos: “Então, houve grande pranto
entre todos, e, abraçando afetuosamente a Paulo, o beijavam, entristecidos
especialmente pela palavra que ele dissera: que não mais veriam o seu rosto. E
acompanharam-no até o navio” (At 20.37-38, veja também o versículo 31). Expressões
como grande pranto e o beijavam sublinham a grata afeição
que esses cristãos tinham por Paulo e o quanto valorizavam seu trabalho. Eles o
amavam de todo o seu coração. Os efésios haviam encontrado o caminho a Deus
através dos ensinos do mensageiro Paulo, que cuidou deles por alguns anos. Juntos
eles superaram crises, foram edificados espiritualmente e amadureceram na sua
fé em Cristo. Paulo frisou que trabalhou pessoalmente com cada um deles. Isso
não aconteceu na corrida ou de forma anônima na multidão de uma mega-igreja. E
Paulo não se empenhou pelos mais simpáticos ou mais fáceis de lidar. Todos
foram aceitos na igreja como preciosos filhos de Deus, cuidados e pastoreados
com carinho e dedicação. Tudo isso fazia de Paulo um homem vulnerável às
frustrações e à dor que os relacionamentos humanos costumam trazer consigo. Ele
permitia ser tocado pelos outros. Ele permitia ser usado pelo seu Oleiro.
Hoje em dia temos todos a
forte tendência de formar grupinhos. Sentimo-nos confortáveis com aqueles que
são como nós, que nos agradam e concordam conosco. Para alguns oferecemos a
“alça” onde podem nos tocar. Para outros somos legítimos espinheiros, como
vemos no exemplo de Diótrefes (3Jo 10). Fica a pergunta: somos fáceis de lidar
ou pessoas difíceis? Somos complicados ou abertos aos irmãos? Nossa influência
é positiva ou negativa? Somos vasos de bênçãos ou cactus espinhentos?
Lemos acerca de Moisés: “Era
o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”
(Nm 12.3). Como Moisés conseguia ser tão manso sem a ajuda da Psicologia ou
da Psicoterapia? Em Hebreus 11.24-26 descobrimos Moisés na galeria dos heróis
da fé: “Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho
da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a
usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de
Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o
galardão”. Moisés tinha de tomar decisões. Uma delas era escolher entre
confiar em si mesmo ou confiar exclusivamente em Deus. Ele optou por ser usado
por Deus. E foi transformado por Ele! Outra decisão sua foi escolher seguir a
Deus ao invés de se agarrar aos tesouros e à sabedoria do Egito. Foi uma
decisão de grandes conseqüências. E nós, como nos decidimos? Será que
preferimos ficar sonhando com um tesouro como aquele encontrado no sepulcro do
faraó Tutancâmon? Moisés teve essa opção de viver na riqueza, mas sua decisão
foi outra. Ele fez a melhor escolha: optou por servir ao povo de Deus.
5.
O fundo do vaso
Um oleiro trabalha peça
por peça. Faz cada vaso individualmente. Um diferente do outro. Um vaso não é
tijolo fabricado em série, prensado na mesma forma. Somos uma obra de arte do
Oleiro divino.
Quanto maior o vaso, mais
sua estabilidade dependerá de sua base. Um prato com fundo irregular fica
girando na mesa. Parece engraçado, mas a refeição fica complicada. Uma tradução
judaica diz em Jeremias 31.22: “Por quanto tempo ainda você ficará girando
em círculos, ó filha rebelde?” (Zuns). Girar em círculos define muito bem
o ritmo da vida natural, uma vida errante, com seus ciclos monótonos e
repetitivos e sua espiral de prazer que nunca tem fim. Paulo apontava para uma
direção bem diferente: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes,
inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o
vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58). No Salmo 17.5 vemos o crente
movendo-se não em círculos, mas com firmeza, com rumo e direção: “Os meus
passos se afizeram às tuas veredas, os meus pés não resvalaram”. Rumo e
direção tornam-se ainda mais importantes em nossa época, tão destituída de
valores e com sua cultura cada vez mais ímpia. Como diz a Escritura, “para
que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao
redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com
que induzem ao erro” (Ef 4.14). Com Jesus nossa vida está assentada sobre
um fundamento firme. Sem Jesus construímos castelos de areia que a maré
carrega.
6.
Os enfeites
A passagem de 2 Coríntios
11.3 tem muito significado para os que já são “vasos escolhidos”: “Mas
receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também
seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas
a Cristo”. Simplicidade e pureza, eis o lema de nossas vidas. Eis o que o
Oleiro divino espera de nós. As mulheres do Novo Testamento exemplificam essa
verdade quando são instadas a se adornarem com recato, sem exageros, buscando
antes de tudo o adorno interior: “Não seja o adorno da esposa o que é
exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário;
seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um
espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus” (1Pe 3.3-4;
veja 1Tm 2.9). O contrário de simplicidade e singeleza seria aparência
vistosa, enfeites em demasia e cuidados exagerados com a aparência exterior. A
ética cristã enaltece os valores verdadeiros e a beleza interior, bem oposta à “concupiscência
da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.16). Por
isso devemos cuidar para não sermos contagiados pelas falsas avaliações dos
meios de comunicação. “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que
não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem
muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do
mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para
envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as
desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de
que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1.26-29). Diante da
eternidade, muitos defeitos e fragilidades são completamente irrelevantes.
Orelhas de abano, nariz grande demais... todas as coisas exteriores tornam-se
simplesmente ridículas diante da grandiosidade da eternidade. Os “enfeites” de
um vaso são secundários!
7.
O selo de qualidade
Sem Jesus construímos
castelos de areia que a maré carrega.
Na porcelana nobre, o selo
de qualidade e a marca do fabricante ficam discretamente no fundo da peça. Sem
chamar a atenção. Bem ao contrário das imensas etiquetas que vemos em certas
peças de roupa. Para nós, o que importa é o selo divino, a marca de qualidade
que Deus nos concede: “...visto que fomos aprovados por Deus, a
ponto de nos confiar ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a
homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração” (1Ts 2.4). E “bem-aventurado
o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá
a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tg 1.12). “Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15). “Mas, por
esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal,
evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo
a quantos hão de crer nele para a vida eterna” (1Tm 1.16). Isso é aprovação
divina! Paulo, o vaso escolhido, o instrumento útil nas mãos de Deus, tornou-se
exemplo para todos os cristãos por seu andar, seu agir e seu falar aprovado por
Deus. Seus sofrimentos desempenharam um papel importante no processo,
justamente como o Senhor Jesus profetizara a ele no início de sua carreira de
cristão (At 9.15-16).
Moldados
pelo sofrimento
O tratamento dispensado ao
vaso durante sua confecção não é delicado nem suave. No início o barro é
amassado e socado até ficar homogêneo e sem impurezas. Depois vem o acabamento,
a retirada das sobras e saliências que tiram a beleza do todo. A analogia com
nossa vida, já que somos vasos que Deus escolheu, torna-se bem evidente: também
passamos por um tratamento doloroso até sermos úteis nas mãos do nosso Grande
Oleiro. Certamente teremos de enfrentar sofrimentos e dissabores, perseguições
e aflições, se quisermos ser aprovados como vasos úteis para nosso dono. Como
exemplo, se argumentamos que o homossexualismo é anti-natural e perverso (basta
observar a anatomia dos corpos), ou se negamos que o aborto seja um direito
humano fundamental (como muitos pretendem que seja), e se também não aceitamos
a tolerância religiosa absoluta, que chega a proibir a evangelização para que
ninguém seja “coagido” a crer em Cristo, então devemos estar prontos a sofrer.
Nessa era pós-moderna, a tendência é aceitar tudo e admitir todo e qualquer
comportamento. Mas se os cristãos abrem a boca são atacados, ridicularizados e
chamados de inimigos da democracia. “Pregadores do ódio” é um dos títulos que
os cristãos verdadeiros recebem ao pregar a verdade bíblica. A criminalização
do discipulado verdadeiro já está em curso especialmente em países da Europa.
Vemos a democracia sem o temor de Deus desaguando rapidamente em anarquia e anticristianismo.
Os países da Reforma
Protestante sentem fortemente o empuxo desse processo negativo. Muitos cristãos
sentem-se desconfortáveis com sua fé que colide com a opinião geral. Ficam
cansados, sem força e sem poder espiritual e desanimam de lutar contra um
sistema podre e degenerado. Na prática, isso significa tentar pular fora da
roda do oleiro e fugir do processo de confecção do vaso. A tentação é grande.
Ninguém gosta de sofrer. Mas Daniel 11.32 nos estimula, dizendo: “...o
povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo”. O braço do Senhor
não está encolhido para nos ajudar a enfrentar o que quer que nos sobrevenha
nem estará encolhido para ajudar Israel na Grande Tribulação e no confronto com
o Anticristo que virá e que já se delineia no horizonte.
De
lixeiro a recipiente útil
Essa é a mensagem do vaso.
Independente de nossa origem, do nosso nível intelectual, de nosso status
social, da nossa aparência, e menos ainda do nosso passado pecaminoso, o alvo é
o mesmo: “Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de
prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para
desonra. Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será
utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado
para toda boa obra” (2Tm 2.20-21). Esse é o supremo alvo de Deus para nós
que O seguimos. Ele deseja que sejamos “úteis ao dono da casa”. Nosso Oleiro
Divino cumpre o que promete. Diariamente somos confrontados com tragédias e
erros humanos. Não conseguimos entender como alguém pode atirar em inocentes
sem motivo algum, como idosos trocam suas esposas por mulheres mais jovens ou
porque a criminalidade cresce tanto. Mas não esqueçamos nunca que o homem sem
Deus é capaz de qualquer coisa! É por isso que Jesus adverte: “Quem
permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis
fazer” (Jo 15.5). Temos a escolha: amar a Jesus ou não amá-lO. Permanecer
em Cristo ou não permanecer. Ficar nas mãos do Oleiro ou rejeitar Seu
tratamento conosco. Podemos optar entre ser usados por Deus como vasos úteis ou
fugir do compromisso com nosso Senhor. Quando tomamos a decisão errada surgem
os escândalos no meio cristão, até entre seus líderes. Estagnação é retrocesso.
E o perigo de estagnar no discipulado é muito grande. O tempo passa, os anos se
vão, e se não tomarmos cuidado, um dia seremos fósseis vivos, endurecidos como
o barro na época da seca. Restaremos como utensílios imprestáveis e inúteis.
Precisamos do Oleiro sempre. Precisamos continuamente de Sua ação e do Seu
poder dinâmico que gera vida e nos faz úteis em Suas mãos. Precisamos nos
manter na roda do Oleiro. A idade não importa. Sempre é tempo de sermos
moldados pelo Senhor e transformados mais e mais na Sua imagem, para que
resplandeçamos “como luzeiros no mundo” (Fp 2.15), no meio de uma geração
pervertida e corrupta. Então seremos vasos úteis, para a glória de Deus!