SUBSÍDIO
PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
1º
Trimestre/2017
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE: Gálatas 5.16-26
TEXTO
ÁUREO: "Digo, porém: Andai em Espírito e não cumpríreis a concupiscência
da carne" (Gl 5.16).
INTRODUÇÃO
Iniciamos 2017 com um
excelente tema para estudarmos e aplicarmos em nossa vida: “As Obras da Carne e
o Fruto do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual
travada diariamente”. Santificação será o tema! É urgente, imperativo,
intransferível, impostergável. Começando por Gálatas 5, onde encontramos o mais
nítido contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele
controlado pela natureza humana pecaminosa (Gl 5.16-26). Paulo não somente
examina a diferença geral do modo de vida desses dois tipos de crentes, ao
enfatizar que o Espírito e a carne estão em conflito entre si, mas também
inclui uma lista específica tanto das obras da carne, como do fruto do Espírito.
Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que
a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no
crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de
tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as
obras da carne, e ande em comunhão com Deus (Rm 8.5-14; 8.14; 2Co 6.6; Ef
4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). O Espírito e a carne humana são duas forças
conflitantes, são dois reinos opostos. E o crente se vê dividido entre essas
duas tendências, visto que possui em si mesmo, as duas naturezas que
correspondem a essa luta, ou seja o "velho homem" e o "novo
homem". Os rabinos judeus pensavam que Deus teria dado a Adão dois desejos
em conflito, requerendo dele que se apegasse a um e rejeitasse o outro. O
trecho de Rm 7.15,25 descreve a agonia da luta entre esses dois elementos no
homem crente. São opostos entre si - A dualidade do bem e do mal, nas regiões
celestiais, no mundo, nas dimensões espirituais e até mesmo em cada ser humano
é uma grande realidade. Para obtermos a vitória devemos estar em contato com o
Espírito do Deus vivo, sendo esse o único meio de obter a santidade nessa luta.
E devemos ainda lançar mão de vários outros meios como o: "Estudo das
Escrituras, a oração e a meditação, mas tais coisas desacompanhadas do poder
pessoal do Espírito Santo, nunca conseguirão propiciar-nos a vitória sobre o
pecado”.
I.
ANDAR NA CARNE X ANDAR NO ESPÍRITO
1.
O que é a carne? Como bem explicado pelo comentarista,
a palavra grega para "carne" no Novo Testamento é sarx, um termo
que pode muitas vezes nas Escrituras referir-se ao corpo físico. No entanto, A
Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature
(léxico grego-inglês) descreve a palavra desta forma: "o corpo físico que
funciona como uma entidade; no pensamento de Paulo especialmente, todas as
partes do corpo constituem uma totalidade conhecida como carne, a qual é
dominada pelo pecado a tal ponto que onde quer que a carne esteja, todas as
formas de pecado estão igualmente presentes e nenhuma coisa boa pode
viver." Assim, sarx é a natureza pecaminosa com seus desejos
corruptos, e que continua no cristão mesmo após sua conversão, sendo o nosso
mais vigoroso inimigo (Rm 8.6-8, 13; Gl 5.17, 21). O alerta paulino é que
“aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus” (Gl
5.21). Por isso, essa natureza decaída precisa ser resistida e mortificada e
isso resulta num conflito interno que Paulo denomina “guerra espiritual”; esta
batalha só é vencida pelo poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14). O site ‘Got
Questions?org’ trás um artigo interessante sobre este assunto: “A visão bíblica
da natureza humana difere da filosofia grega em que a Escritura diz que a
natureza física e espiritual da humanidade era originalmente boa. Por outro
lado, filósofos como Platão viram um dualismo ou dicotomia na humanidade. Tal
pensamento eventualmente produziu uma teoria de que o corpo (o físico) era
ruim, mas o espírito de uma pessoa era bom. Este ensinamento influenciou grupos
como os gnósticos, os quais acreditavam que o mundo físico foi erroneamente
criado por um semi-deus chamado de "Demiurgo". Os gnósticos se
opuseram à doutrina da encarnação de Cristo porque acreditavam que Deus nunca
tomaria uma forma física, já que o corpo era mal. O apóstolo João encontrou uma
forma de este ensino em seus dias e advertiu contra ele: "Amados, não
creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos
falsos profetas têm saído pelo mundo. Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo
espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito
que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a
respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo"
(1 João 4:1-3). Além disso, os gnósticos ensinavam que não importava o que uma
pessoa fazia em seu corpo, uma vez que o espírito era tudo que importava. Este
dualismo platônico teve o mesmo efeito no século primeiro como tem hoje - leva
ao ascetismo ou à licenciosidade, ambos os quais a Bíblia condena (Colossenses
2:23; Judas 4). Assim, ao contrário do pensamento grego, a Bíblia diz que a
natureza da humanidade, tanto no plano físico quanto no espiritual, era boa,
mas ambos foram prejudicados pelo pecado. O resultado final do pecado é uma
natureza muitas vezes mencionada como a "carne" na Escritura - algo
que se opõe a Deus e busca a satisfação pecaminosa. O pastor Mark Bubek define
a carne desta forma: "A carne é uma lei embutida para o fracasso, o que
torna impossível que o homem natural agrade ou sirva a Deus. É uma força
interior compulsiva herdada da queda do homem, a qual se expressa em rebelião
geral e específica contra Deus e Sua justiça. A carne nunca pode ser reformada
ou melhorada. A única esperança para escapar da lei da carne é a sua execução
total e substituição por uma nova vida no Senhor Jesus Cristo.”
2.
O que é o espírito? As palavras espírito e sopro são
traduções da palavra hebraica neshamah e da palavra grega pneuma.
As palavras significam "forte rajada de vento ou inspiração".Neshamah é
a fonte da vida que vitaliza a humanidade (Jó 33.4). É o intangível, invisível
espírito humano que governa a existência mental e emocional do homem. O
apóstolo Paulo disse: "Pois, qual dos homens entende as coisas do homem,
senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus,
ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus" (1Co 2.11). Com a morte,
o "espírito volta a Deus que o deu" (Ec 12.7; ver também Jó 34.14-15
e Sl 104.29-30). Em Gl 5.17 o Espírito se refere a terceira pessoa da Trindade,
o agente responsável em conduzir o crente a fazer a vontade de Deus. Dessa
forma, é possível entender porque há uma guerra irreconciliável instalada na
mente do cristão. Seguir a orientação do Espírito é obter um duplo livramento:
por um lado, o livramento dos maus apetites e das paixões da carne; e por outro
lado, o livramento do domínio exercido pela lei. É fácil determinar qual dessas
duas coisas - a carne ou o espírito - está exercendo domínio em alguém.
3.
Andar na carne x andar no Espírito. Em Gl 5.17 ‘Milita
contra...’ é melhor traduzido como ‘deseja contra’. Trata-se da
mesma palavra, que em forma verbal, é empregada no versículo anterior, para
indicar as "concupiscências" da carne. O Espírito e a carne humana
são duas forças conflitantes, são dois reinos opostos. E o crente se vê
dividido entre essas duas tendências, visto que possui em si mesmo, as duas
naturezas que correspondem a essa luta, ou seja o "velho homem" e o
"novo homem". Esta agonia habita cada crente - a luta da carne contra
o Espírito. As obras da carne estão classificadas em pecados de ordem moral,
religiosa e social. Em contrapartida, quando o Espírito Santo habita na vida do
crente, este não se encontra mais sob o jugo dá carne, seus desejos e obras
pecaminosas, mas está livre para produzir o fruto do Espírito, o qual não é
resultante de uma imposição religiosa ou de qualquer sistema religioso
legalista. Viver no Espírito é subjugar a carne e isso gera o conflito interno,
a luta da carne contra o espírito. O estudo de hoje é uma análise dessa batalha
espiritual de cada cristão. O andar, por ser uma ação contínua, requer uma
atenção contínua, conflito espiritual e uma busca contínua (Mc 7.5; Jo 8.12; At
22.21; Rm 6.4; Rm 8.4; 1Co 3.3; Fp 3.18, Rm 13.13).
II.
OBRAS DA CARNE, UM CONVITE AO PECADO
1.
A cobiça. No texto de Gl 5.16 e 17, com o termo
"carne" Paulo quer dizer o que somos por natureza e hereditariedade,
nossa condição caída, o que a Bíblia na Linguagem de Hoje chama de "os
desejos da natureza humana". Com "Espírito" ele refere-se ao
próprio Espírito Santo, que nos renova e regenera, primeiro dando-nos uma nova
natureza e, então, permanecendo em nós. Mais simplesmente, poderíamos dizer que
"a carne" representa o que somos por nascimento natural, e "o
Espírito" o que nos tornamos pelo novo nascimento, o nascimento do
Espírito. E estes dois, a carne e o Espírito, vivem em ferrenha oposição. Paulo
não deixa dúvida em seu comentário final, no versículo 21: "...a respeito
das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o
reino de Deus os que tais cousas praticam". Há uma ligação inegável entre
nossa conduta e nossa salvação eterna. A pessoa que não permite ao Espírito
mudar totalmente sua vida e remover tal carnalidade não receberá o prêmio de um
lar eterno com Deus. Devemos ser transformados de dentro para fora (Rm 12.1-2).
2.
A oposição da carne. “Porque a carne milita contra o
Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que
não façais o que porventura seja do vosso querer” (Gl 5.17). É aí que se trava
a batalha. O velho homem arma-se contra o novo homem. A natureza pecaminosa da
carne luta por sufocar a influência do Espírito Santo. Embora essa guerra seja
interna e invisível, há claros sinais externos da carnificina provocada pela
batalha. Quando o Espírito é vitorioso, vemos o fruto do Espírito. E quando a
carne vence, também percebemos a evidência externa. A lista das obras da carne
é crucial por duas razões. Primeiramente, oferece o contraste com o fruto do
Espírito. E, em segundo lugar, identifica as práticas pecaminosas que, conforme
o apóstolo enfatizou (mediante repetição), caracterizam os não-regenerados e os
perdidos. Naturalmente, é possível que uma pessoa regenerada caia em qualquer
desses pecados por algum tempo. Cada um desses erros tem sido manifestado, em
um tempo ou outro, pelos maiores santos. Mas não são características do crente.
Todavia, se essa lista caracteriza a conduta de uma pessoa, isso é prova de que
ela não foi ainda remida. Concluímos que a afirmativa do comentarista “Para
o crente existem duas maneiras pelas quais ele pode viver: na carne ou no
Espírito. Ou você serve a Deus e permite que Ele domine sua natureza adâmica ou
vive na prática das obras da carne. O que você escolhe?” não possui apoio
escriturístico, pois a evidência da salvação é a santificação, sem a qual,
ninguém verá a Deus (Hb 12.14). Não há escolha para o salvo. Aqueles que
praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus (5.21). Por isso,
essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra
espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm
8.4-14). Se verdadeiramente Cristo está em nós através do Espírito Santo,
guiando-nos em toda a verdade (Jo 16.13), as obras da carne serão exterminadas
(Gl 5.16-17), e as boas obras que constituem o fruto do Espírito (Gl 5.21-23),
serão reveladas em nossa vida.
III.
FRUTO DO ESPÍRITO, UM CHAMADO PARA SANTIDADE
1.
O que é o fruto do Espírito? Em forte contraste
com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia
chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à
medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal
maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras
da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14; 8.14; 2Co 6.6; Ef 4.2,3;
5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). Um dos propósitos principais do Espírito Santo ao
entrar na vida de um Cristão é transformar aquela vida. É a tarefa do Espírito
Santo conformar-nos à imagem de Cristo, fazendo-nos mais e mais como Ele. A
vida Cristã é uma batalha entre as obras da natureza pecaminosa e os frutos do
Espírito Santo. Como pecadores, ainda estamos presos a um corpo que deseja
coisas pecaminosas (Romanos 7:14-25). Como Cristãos, temos o Espírito Santo
produzindo fruto em nós e o Seu poder disponível para nos ajudar a vencer as
ações da nossa natureza de pecado (2 Coríntios 5:17; Filipenses 4:13). Um
Cristão nunca vai ser completamente vitorioso em sempre demonstrar os frutos do
Espírito Santo. No entanto, um dos propósitos principais da vida Cristã é
progressivamente permitir que o Espírito Santo produza mais e mais de Seu fruto
em nossas vidas – e de permitir que o Espírito vença os desejos pecaminosos que
se opõem aos Seus frutos. O fruto do Espírito é o que Deus deseja que nossa
vida demonstre.... e com a ajuda do Espírito Santo, isso é possível!
2.
Os frutos provam a nossa verdadeira santidade. O
fruto do Espírito é a expressão da natureza e do caráter de Cristo através do
crente, ou seja, é a reprodução da vida de Cristo no crente. Já foi dito
anteriormente que por si só, o homem não tem condições de produzir o fruto do
Espírito. Sua inclinação natural será sempre de produzir os frutos da carne.
Contrastando com os frutos (ou obras) da carne, o fruto do Espírito possibilita
ao autêntico cristão viver de modo íntegro diante de Deus e dos homens. Para
isso, é necessário que o crente submeta-se incondicionalmente ao domínio do
Espírito Santo. O '...Fruto...' de Gálatas 5.22, conceituado como 'expressões
do caráter cristão', está no singular provavelmente por tratar-se de uma única
notável virtude implantada pelo Espírito Santo de uma só vez no crente. É
através do fruto do Espírito que o cristão participa da natureza divina. Estas
são virtudes ou qualidades da personalidade de Deus implantadas pelo Espírito
de Verdade no interior do crente com a finalidade de conduzi-lo à perfeição, ou
seja, à imagem de Cristo.
3.
A santidade que o Espírito Santo gera em nós. O Espírito Santo
produz o fruto do caráter cristão em nossa vida somente à medida que cooperamos
com Ele. As línguas, a profecia, e até mesmo o conhecimento são úteis, e são
dons maravilhosos do Espírito Santo, mas sua presença em nossa vida nem sempre
é uma indicação de nossa maturidade cristã. A medida de nossa maturidade em
Deus, depende de quão bem temos permitido que o Espírito Santo produza os
traços do caráter de Jesus em nossa vida. A maturidade espiritual envolve
melhor entendimento do Espírito de Deus e das necessidades das pessoas. 'O
fruto do Espírito é resultado na vida dos que participam da natureza divina, ou
seja, dos que estão ligados a Cristo a 'videira verdadeira' (João 15:1 a 5).
Maturidade em Cristo envolve união com Ele; a limpeza ou a poda pelo Pai e a
frutificação. Estas são as condições da frutificação e consequente vida cristã
vitoriosa. “Santificar” é “pôr à parte, separar, consagrar ou dedicar uma
coisa ou alguém para uso estritamente pessoal”. Santo é o crente que vive
separado do pecado e das práticas mundanas pecaminosas, para o domínio e uso
exclusivo de Deus. É exatamente o contrário do crente que se mistura com as
coisas tenebrosas do pecado. A santificação do crente tem dois lados: sua
separação para a posse e uso de Deus; e a separação do pecado, do erro, de todo
e qualquer mal conhecido, para obedecer e agradar a Deus.
a) A santificação
posicional seria obtida quando se torna cristão, i.e., entendendo-se pecadora a
pessoa aceita o sacrifício de Jesus como pagamento pelo pecado. Como ouvi certa
vez, acreditar em Deus não é o mesmo que entender o que Jesus fez e aceita-lo.
Aceitar o sacrifício de Jesus é, ao mesmo tempo, reconhecer-se pecador e
necessitador da graça. Ao se tornar cristão o indivíduo está entrando em uma
nova existência – as coisas velhas se foram, surgiram coisas novas. Temos
acesso ao Pai, a presença do Espírito.
b) Se a santificação
“posicional” é um marco dramático na vida de qualquer um, ela por si só não
garante uma transformação de vida. Somos sim nascidos de novo (Jo 1), contudo,
não passamos de bebês (1 Co) e, como tais, precisamos de crescer. A
santificação progressiva é atuada por Deus em nossa vida mas, diferentemente da
Posicional, em que nada podemos acrescentar (Gl), ela depende de nossa
cooperação. Cooperar com sua santificação progressiva demanda consciência de
nosso papel. Não será o tempo que nos tornará mais maduros, sábios e sem
pecado. Temos que batalhar por isso junto com Deus. Enfatizar o caráter
gratuito da santificação posicional é importante sempre (Ef 2:8-9) mas pode nos
dar a impressão de que assim também é a progressiva, em que temos um papel mais
pró-ativo. Aqui residem as práticas das disciplinas espirituais, o separar
tempo para leitura, o simplesmente estar com Deus por uma hora diária, ouvir o
que o coração traz, não as coisas belas somente, mas as podres: as
inseguranças, os temores, as invejas, as raivas. Perguntar-se: por que isso me
incomoda tanto? E dizer para Deus sobre tudo isso. Ler a Bíblia. Ler
devocionais. Crescer com Deus demanda esforço e demanda decisão. Essa é a parte
da santificação que depende um pouco de nós.
c) Aqui reside um
mistério. Não sei como será isso, mas essa parte da santificação será depois do
fim dos tempos, quando teremos um corpo glorioso. A santificação definitiva
será operada por Deus e nos permitirá viver com ele para sempre. Esta é nossa
esperança. “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso
espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). Trata-se da santificação
completa e final (1 Jo 3.2). Ver também: Ef 5.27; 1 Ts 3.13.
CONCLUSÃO
A Bíblia afirma que temos
dentro de nós a “lei do pecado” (Rm 7.23; 8.2). Daí, ela ordenar que sejamos
santos (1 Pe 1.16; Lv 11.44; Ap 22.11), pois o Senhor habita somente em lugar
santo (Is 57.15; 1 Co 3.17). Uma importante razão pela qual o crente deve
santificar-se é que a santidade de Deus, em parte, é revelada através do
procedimento justo e da vida santificada do crente (Lv 10.3; Nm 20.12). Então,
o crente não deve ficar observando, nem exigindo santidade na vida dos outros;
ele deve primeiro demonstrar a sua! Em muitas igrejas hoje, a santificação é
chamada de fanatismo. Nessas igrejas falam muito de união, amor, fraternidade,
louvor, mas não da separação do mundanismo e do pecado. Notemos que as
“virgens” da parábola de Mateus 25 pareciam todas iguais; a diferença só foi
notada com a chegada do noivo. Não há nada mais doce, mais sublime ou mais
santo neste mundo do que a santificação. O batismo com o Espírito Santo é o dom
de poder na alma santificada, capacitando-a para pregar o Evangelho de Cristo
ou para morrer na fogueira. O batismo reveste o crente até o dia da redenção,
de modo que ele esteja pronto para encontrar-se com o Senhor Jesus à meia-noite
ou a qualquer momento, porque tem óleo em sua vasilha, junto com a sua lâmpada.
Você é participante do Espírito Santo no batismo pentecostal da mesma maneira
que foi participante do Senhor Jesus Cristo na santificação.
REFERÊNCIAS:
ARRINGTON, French L. et STRONDSTAD,
Roger. Comentário Bíblico
Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
BENTHO, Esdras Costa. Hermenêutica Fácil e Descomplicada – Como interpretar a Bíblia de
maneira fácil e eficaz. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD,
2004.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Hebraico-Grego. Rio de
Janeiro: CPAD, 2011.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
BOYER, Orlando. PEQUENA
ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. Estados Unidos da América: Vida, 1998.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Novo Testamento. Rio
de Janeiro: CPAD, 2008.
GOMES, Osiel. As Obras da Carne
e o Fruto do Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 3ª Edição.
Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
_____. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008.
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