SUBSÍDIO
PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
1º
Trimestre/2016
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE: João 3.18,19; Apocalipse 20.11-15
TEXTO
ÁUREO: “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja
presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.” (Ap 20.11)
INTRODUÇÃO
Nesta Aula, estudaremos a
respeito do Juízo Final, ou seja, do julgamento do Grande Trono Branco. Ele
simboliza o poder ilimitado de Deus e a perfeição da execução de seus atos de
justiça. É grande por causa das questões envolvidas, e é branco devido a perfeição
e pureza dos veredictos que ali serão dados. Os ímpios, os incrédulos, aqueles
que morreram sem Cristo, de todas as épocas, os grandes e os pequenos, estarão
postos em pé diante do Juiz para serem julgados. “E aquele que não foi achado
escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.15). É o desejo de
Deus que toda a humanidade seja salva (João 3.16,17; 2 Pd 3.9), mas,
infelizmente, isso não ocorrerá por causa da incredulidade contumaz da maioria
dos seres humanos. Os que não creem no Unigênito Filho de Deus serão julgados e
condenados no Juízo Final, no julgamento do Grande Trono Branco, que
determinará a condenação eterna de todos os perdidos, de todos os tempos. Está
escrito: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3:18). Nenhum
crente em Jesus Cristo será julgado perante o Grande Trono Branco.
I
– EVENTOS QUE ANTECEDEM AO JUÍZO FINAL
1.
A última revolta de Satanás. Quando o Senhor Jesus
retornar fisicamente à Terra em sua Segunda Vinda, Ele destruirá os exércitos
do Anticristo e o Falso profeta, e lançará os dois lideres no lago de fogo.
Então Deus prenderá Satanás no abismo por mil anos (Ap 20.2). No final deste
período, Deus soltará Satanás por um curto período de tempo, durante o qual
este enganará as nações e liderará uma revolta contra Deus (Ap 20.7-9).
“E, acabando-se os mil
anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão
sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do
mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra e cercaram
o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou”.
Todavia, Deus destruirá
Satanás e os seus seguidores com fogo do céu, e Satanás finalmente encontrará o
seu destino eterno: o lago de fogo e enxofre, que é o Inferno no seu stricto
sensu (Ap 20:10).
2.
A prisão eterna de Satanás. “E o diabo, que os enganava, foi
lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de
dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap 20.10).
O Diabo, Satanás, aquele
que será libertado da prisão e enganará novamente todas as nações, receberá o
seu justo castigo: ele será lançado no lago de fogo e enxofre, onde estará a
Besta e o Falso profeta (Ap 20.10). O poder de Satanás não é eterno, ele
encontrará a sua perdição. Ele começou o seu trabalho do mal em meio à
humanidade, desde o início (Gn 3.1-6), e continua agindo da mesma forma ainda
hoje, mas ele será preso definitivamente no lago de fogo e enxofre, e nunca
mais será uma ameaça para ninguém. Ali, a trindade satânica enfrentará
tormentos de dia e dia noite, para todo o sempre (Ap 20.10).
Haja vista a eterna prisão
de Satanás, no lago de fogo e enxofre, cessará o tempo histórico e será
instalado o Grande Tribunal, também conhecido como o Grande Trono Branco, a ser
presidido por nosso Senhor Jesus Cristo - “E vi um grande trono branco e o que
estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se
achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante
do trono, e abriram-se os livros” (Ap 20.11,12).
II
– O JUÍZO FINAL
1.
O que é e quando se dará o Juízo Final? O “Juízo Final” será
o julgamento a que serão submetidos os incrédulos de todas as eras, que foram
ressuscitados, na consumação de todas as coisas (Ap 20.5). É chamado também de
“Juízo do Trono Branco”, porque a narrativa bíblica se inicia com a visão de um
“Grande Trono Branco”. Ocorrerá depois do término do Reino milenial de Cristo,
depois da condenação definitiva do Diabo e suas hostes. Na Bíblia, esse
julgamento é explicitamente mencionado pela primeira vez por Daniel (Dn 7.9,10).
Portanto, era e é algo de pleno conhecimento dos judeus, como mostra Marta,
irmã de Lázaro, ao se dirigir ao Senhor, quando este chegou a Betânia quatro
dias após a morte de seu amigo (João 11.24). Terá como objetivo retribuir a
cada um segundo as suas obras (Ap 20.11-15). A Igreja - a Universal Assembleia
dos Santos (Hb 12.23) - não será submetida ao Juízo Final, por haver crida na
eficácia da morte e da ressurreição do Filho de Deus.
2.
Quem será o Juiz? Certamente será o Senhor Jesus
Cristo, conforme Ele mesmo declarou: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu
ao Filho todo o juízo” (João 5.22); “E deu-lhe o poder de exercer o juízo,
porque é o Filho do homem” (João 5.27).
O Apóstolo Pedro confirmou
que o Senhor Jesus é o Juiz: “E nos mandou pregar ao povo e testificar que ele
é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos” (Atos 10.42).
O Apóstolo Paulo ratificou
o que Jesus e Pedro disseram. Escrevendo aos crentes, da cidade de Roma, disse:
“No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo,
segundo o meu evangelho” (Rm 2.16). Em Atenas, falando aos filósofos da
Grécia, no Areópago, Paulo declarou: “Porquanto tem determinado um dia em que
com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu
certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (Atos 17.31). Paulo não tinha
dúvidas de que aquele que hoje é o nosso Advogado (1 João 2.1), amanhã será o
Juiz que se assentará no Grande Trono Branco - “Conjuro-te, pois, diante de
Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua
vinda e no seu Reino” (2 Tm 4.1).
Portanto, podemos afirmar,
com segurança, que o Juiz que presidirá o Julgamento Final, também conhecido
como Julgamento do Trono Branco, será o Senhor Jesus Cristo, aquele “... que
Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para
que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e
debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus Pai” (Fp 2.9-11).
Todos aqueles que, nesta
vida, não dobrou seus joelhos diante de Deus, terá que dobar naquele Dia. Não
foi sem razão que o Senhor Jesus advertiu, dizendo: “E não temais os que matam
o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer
no inferno a alma e o corpo” (Mt 10.28).
3.
Quem terá de prestar contas ao justo Juiz? O Apóstolo
João responde, dizendo: “e vi os mortos, grandes e pequenos... E os mortos
foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas
obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os
mortos que neles havia...” (Ap 20.12,13). Não há nenhuma referência aos vivos.
Assim, podemos afirmar que no banco dos réus, no Julgamento Final diante do
Grande Trono Branco, estarão todos os mortos ímpios de todos os tempos. Não
importa quando, onde, ou como tenham morrido – os que foram queimados,
cremados, devorados pelos peixes ou qualquer animal marinho, terrestre, ou
pelos micro-organismos -, ninguém será esquecido na terra, no mar, no Hades, em
lugar nenhum. Conforme afirmou o Senhor Jesus: “E os que fizeram o bem sairão
para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da
condenação” (João 5.29).
- Serão todos aqueles
chamados de “outros mortos” - “Mas os outros mortos não reviveram, até que
os mil anos se acabaram...” (Ap 20.5). Estes, ao ressuscitarem, receberão um
corpo dotado de vida eterna, porém, não será um corpo de glória como os que
receberão os salvos. Será um corpo sem glória, conforme afirmou o profeta
Daniel - “... para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12.2).
- Serão os mortos, “grandes
e pequenos” - “E vi os mortos, grandes e pequenos...”. Certamente que
a expressão “grandes e pequenos” nada tem a ver com a idade, ou com a estatura
física. Não se trata, também, de adultos e crianças. Grandes e pequenos diz
respeito ao que esses mortos tinham sido, quando vivos, aqui na Terra. Diz
respeito à posição, ao prestigio, à importância que representaram em sua época.
Deus não faz acepção de pessoas, conforme afirmou Pedro: “E, se invocais por
Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um...” (1
Pd 1.17). Entre os grandes certamente que estarão milhares de milhões de reis,
imperadores, nobres, presidentes, ditadores, generais, cientistas, milionários,
etc.. Entre os pequenos estarão escravos, mendigos, analfabetos, operários,
etc. Não é verdade que ninguém vai para o inferno por ser rico, sábio, nobre;
como também não é verdade que ninguém vai para o céu por ser pobre mendigo,
analfabeto. Grandes e pequenos, de todas as camadas sociais que morreram sem
salvação, estarão, naquele Dia, diante do Trono Branco. Creia nisto!
III
– AS BASES DO JUIZO FINAL
1.
Livros serão abertos. “E vi os mortos, grandes e pequenos,
que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro,
que é o da vida...” (Ap 20.12).
Nessa ocasião, vários
livros serão abertos e tudo o que está gravado no coração dos seres humanos, na
parte mais profunda de seu ser, virá à tona. Deus, por meio de Cristo Jesus,
julgará os segredos de cada um (Rm 2.16). Os mortos serão julgados de acordo
com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas obras (Ap 20.12).
Isso significa que o Senhor tem o registro de tudo o que fazemos (Sl 139.16; Ml
3.16; Sl 56.8; Mc 4.22). E aquele cujo nome não constar no Livro da Vida será
lançado no Lago de Fogo e Enxofre (Ap 20.15).
O Livro da Vida é o
registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn 12.1; Ap 13.8; 21.27),
“desde a fundação do mundo” (Ap 17.8). Os outros livros contêm um registro
detalhado das obras dos incrédulos. Nenhum dos presentes no julgamento do
Grande Trono Branco encontra-se registrado no Livro da Vida.
De acordo com a Palavra de
Deus, existe a possibilidade de pessoas salvas, que não perseverarem até ao
fim, terem os seus nomes riscados do Livro da Vida do Cordeiro (Ap 3.5). Em
Êxodo 32.32,33 vemos essa verdade na intercessão de Moisés pelo povo:
"Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu
livro, que tens escrito. Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar
contra mim, a este riscarei eu do meu livro".
Alguns, ainda, afirmam que
“Deus relacionou toda a humanidade no Livro da Vida e só risca quem não recebe
a Cristo como Salvador”. Não obstante, a promessa "de maneira nenhuma
riscarei o seu nome do livro da vida" (Ap 3.5) é dirigida aos salvos que
vencerem, e não aos pecadores que se converterem. Estes, conquanto tenham os
seus nomes arrolados no Céu ao receberem a Cristo, precisam perseverar até ao
fim (Mt 24.13).
Em Filipenses 4.3, o
apóstolo Paulo mencionou cooperadores "cujos nomes estão no Livro da Vida",
porém antes ele asseverara: "estai sempre firmes no Senhor, amados"
(Fp 4.1). Não foi por acaso que os pastores das sete igrejas da Ásia ouviram do
Senhor a mensagem: "Quem vencer" (Ap 2-3). A manutenção no nome de
alguém no Livro da Vida está condicionada à sua vitória até ao fim (Ap 3.5).
Somos filhos de Deus hoje (João 1.11,12), mas devemos atentar para o que diz
Apocalipse 21.7: "Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu
Deus, e ele será meu filho".
2.
Qual será a sentença. A sentença desse Julgamento está bem
claro em Apocalipse 20.14,15: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de
fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da
vida foi lançado no lago de fogo”.
O “lago de fogo” é
uma prisão eterna, pois, segundo informou o Senhor Jesus, foi o lugar preparado
para Satanás viver, na eternidade - “... Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41); é o
Inferno propriamente dito. Será nesse lugar tenebroso onde serão lançados os
ímpios condenados no Julgamento Final, diante do Trono Branco, onde já estarão
o Anticristo, o Falso profeta e Satanás (Ap 20.15). “... de dia e de noite
serão atormentados para todo o sempre” (Ap 20.10).
Atualmente, não há ninguém
no “lago de fogo”. A localização de todos os ímpios mortos desde o inicio da
criação é, no Antigo Testamento, “Seol” e, no Novo Testamento, “Hades” ou
Inferno. Segundo Lucas 16, este lugar é bastante parecido com o lago de fogo,
mas não igual. Depois do julgamento do Grande Trono Branco, todos os anjos
caídos e a humanidade incrédula passarão a eternidade no lago de fogo. Os
crentes, porém, entrarão no Céu e viverão eternamente na presença de Deus.
Portanto, a eterna
separação de Deus é o destino eterno dos incrédulos. É o que a Bíblia considera
de segunda morte (Ap 20.14). Aqueles que forem lançados no ‘lago de
fogo’ passarão pela ‘segunda morte’ (Ap 2.11; 21.8), que não é igual à primeira
que é física e temporal. A primeira morte é apenas a interrupção da existência
na Terra, mas a segunda não traz nenhuma interrupção. Aqueles que rejeitam o
chamado de Deus, cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida, enfrentarão
um terrível julgamento e um futuro ainda mais funesto. “Se o Céu é, em muitos
graus, mais maravilhoso do que sua descrição em Apocalipse 21.1-22.5, também a
condenação eterna é, em muitos graus, mais terrível do que se retrato aqui” (Ap
20.13-15).
Observe que, nesse último
grande Juízo, não serão proferidas duas sentenças, como ocorreu no Julgamento
das Nações (Mt 25.46). Haverá uma única condenação para os ímpios (Ap 20.15).
Alguns dizem que os salvos
também hão de ser julgados, mas isso contraria o que Jesus afirmou, em João 5.24:
"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna, não entrará em juízo, mas passou da morte para
a vida" (ARA). Portanto, o salvo em Cristo tem a vida eterna hoje e não
será julgado mais quanto ao pecado (cf. Rm 8.1,33,34), a menos que se desvie do
caminho da justiça (2 Pe 2.20-22; Mt 24.13; Ap 3.5).
CONCLUSÃO
Como vimos nesta Aula, o
resultado do Juízo Final será o Inferno, a separação eterna de Deus - “o lago
de fogo e enxofre”. Esta advertência não pode passar despercebida. Está
bem claro que o visto de entrada para o Céu é ter o nosso nome escrito no Livro
da Vida. Para isso é preciso, hoje, que a pessoa aceite Jesus, enquanto ainda
Ele é o Salvador e Advogado (1 João 2.1). No Juízo Final não haverá nenhuma
chance para alguém se salvar ou ter seus pecados perdoados. Naquele grande
Tribunal Jesus será Juiz e não mais Salvador e nem Advogado (2 Tm 4.1).
Conta-se que um
fazendeiro, muito rico, cometeu um crime, um homicídio. Para defendê-lo
contratou um famoso advogado. Este, usando seu prestigio e capacidade, foi
adiando sempre o julgamento, enquanto seu cliente permanecia respondendo o
processo, em liberdade. O advogado, contudo, nesse ínterim, prestou concurso
para a magistratura e foi empossado como juiz. O fazendeiro, quando soube,
ficou muito feliz. Enviou uma carta felicitando o juiz e manifestando sua
confiança e certeza na sua absolvição. O juiz ao enviar seu agradecimento, fez,
contudo, constar o seguinte: "Eu era o seu advogado. Fiz tudo para
defendê-lo. Agora, porém, eu sou o seu juiz e vou julgá-lo com justiça”. O
Senhor Jesus é, hoje, nosso Advogado. Certamente que o seu desejo é o de
justificar o pecador, diante do Pai. Porém, a partir do momento em que o homem
partir para a eternidade, sem salvação, o mesmo Jesus passa a ser o seu Juiz,
Aquele que, no Grande Trono Branco, julgará, com justiça - “...Ele é o que por
Deus foi constituído Juiz dos vivos e dos mortos” (Atos 10.41). Pense
Nisso!
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