Apocalipse 1.1-8
V. 1. ‚...Revelação de
Jesus Cristo‛. Esse versículo já trás o significado de Apocalipse. O vocábulo
português ‚’revelar‛, derivado do latim ‚’revelare‛, logo, ‘Apocalipse’
significa ‘revelação’, ‘desvendamento’.
V.2. “...A Palavra de Deus”.
A Palavra de Deus à qual João se refere no presente texto, é a palavra falada e
escrita como no Monte Sinai: primeiro Deus fala (Êx 20), depois escreve (Êx
31.18). Em uma linguagem mais acessível esta palavra ‚é o Evangelho de Cristo‛
(cf. Ap 1.9; 6.9; 20.4). Enquanto que o ‚testemunho de Cristo‛ é o testemunho
dado por Jesus Cristo em sua pureza e santidade. A revelação é a Palavra de
Deus transmitida e testemunhada pelo próprio Cristo (Ap 22.16,20).
V.3. “...Bem-aventurado”. Existe
uma tríplice promessa do Senhor: ‘Bem-aventurado aquele que lê (verbo no
singular), e os que ouvem (plural) as palavras desta profecia, e guardam
(plural novamente) as coisas que nela (singular) estão (plural) escritas;
porque o tempo (do seu cumprimento) está próximo‛. Porque guardar o que está escrito?
‘Porque o tempo está próximo‛. Guardar não é só memorizar o que se leu, é muito
mais: é obedecer, é praticar.
O AUTOR. Deus é o autor
desta obra. Basta observar o versículo primeiro deste livro. Do ponto de vista
humano, é atribuído a João, ‘o filho de Zebedeu‛ (Lc 5.10; Ap 1.1,4,9; 22.8).
DATA EM QUE FOI ESCRITO. Foi
escrito no tempo de Domiciano, no ano 96 d.C. Domiciano decretou o “culto ao
imperador”, fazendo disso uma prova de lealdade ao império. Os cristãos se
recusaram a adorar o imperador como se fosse um “deus”‛. E as consequências
foram desastrosas para os santos naqueles dias. Este imperador cruel deportara
também a João para a ilha de Patmos “por causa da Palavra de Deus, e pelo
testemunho de Jesus Cristo” (1.1).
LOCAL: João estava exilado
na ilha de Patmos (1.9), por causa da Palavra de Deus (1.1).
REMETENTE: Jesus Cristo. O
verso um, diz: “Apocalipse de Jesus Cristo”. O qual revelou a João e o mesmo,
escreveu.
DESTINATÁRIOS: As sete
igrejas da Ásia Menor (1.4).
“João, às sete igrejas que
estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e
que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; E da
parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos
e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou
dos nossos pecados, E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele
glória e poder para todo o sempre. Amém. Eis que vem com as nuvens, e todo o
olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se
lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1.4-8).
Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1.4-8).
V.4. “...João, as sete
igrejas”. Nos dias de João, essas sete igrejas estavam localizadas na Ásia
Menor (atual Turquia). São elas: Éfeso (2.1-7); Esmirna (2.8-11); Pérgamo
(2.12-17); Tiatira (2.18-29); Sardes (3.1-6); Filadélfia (3.7-13) e Laodiceia
(3.14-22).
V.4. “...Graça e paz seja
convosco”. Uma saudação muito comum entre o povo judeu. Significa Palavras de
ânimo para todos os filhos de Deus. Principalmente, aqueles que estavam
passando por perseguição por causa do Evangelho de Cristo.
V.4. “...da parte daquele
que é, e que era, e que há de vir”. Refere-se ao Deus Todo-Poderoso, Criador
dos céus e da terra.
V.4. “...e da dos sete espíritos
que estão diante do seu trono”. Falo do Espírito Santo em sua plenitude.
V. 5. “...E da parte de
Jesus Cristo”. Aquele veio ao mundo, com o objetivo de morrer por nossos
pecados.
V.5. “...a fiel testemunha”.
Todos os outros falharam: Abraão (Gn 12.10; 20.1-18); Moisés (Nm 20.7-12); Davi
(2 Sm 11.1-27); porém Jesus jamais errou (Jo 8.46; leia João 8.14,29;
Apocalipse 19.11). Cristo é a fiel testemunha em contraste a todos falharam.
V.5. “... o primogênito
dos mortos”. O primeiro que penetrou na ressurreição da vida (1 Co 15.20-23; Cl
1,18). O ressurgimento do filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17); da filha de
Jairo (Lc 8.40- 42,49-56); de Lázaro (Jo 11.1-45); e outros apontados nos
evangelhos, foram apenas uma demonstração da parte de Deus, como sinal, para
trazer muitos à fé (Lc 16.31; Jo 12.9,11,17,18); houve neles uma ressurreição
parcial, porque não foram poupados de morrerem outra vez (Jo 12.10), porque
somente Cristo é a ressurreição e a vida (Jo 11.15,26).
V.5. “... o príncipe dos
reis da terra”. Coube a Jesus a promessa feita por Deus a Davi: “Quando teus
dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar
depois de ti a tua semente, que sair das tuas entranhas e estabelecerei o teu
reino. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti;
teu trono será firme para sempre” (2 Sm 7.12,16). [Esta bênção está confirmada
nas seguintes referências: Is 55.4; Dn 2.44; 7.14,27; Ob 2.1; Mq 4.7; Lc
1.31,33; Ap 11.15].
V.5. "... Aquele que
nos ama”. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos
seus amigos” (Jo 15.13). O Pai nos demonstrou o seu grande amor, ao conceder
seu bendito Filho para morrer por nós (Jo 3.16). Jesus provou a consagração do
mesmo amor, pois voluntariamente deu a sua vida por nós (Jo 10.11,17,18; leia Is
53.7,8,12; Hb 2.9).
V.5. "... e em seu
sangue nos lavou dos pecados”. Sem derramamento de sangue não há remissão de
pecado (Hb 9.22). Cristo é o nosso “Cordeiro Pascoal”, o substituto legal dos
homens, figurativamente imolado “desde a fundação do mundo”. Leia Êx 12.3; Is
53.7; At 8.32.
V.6. “...E nos fez reis e
sacerdotes para Deus e seu Pai”. O objetivo de Deus era fazer, de cada filho de
Israel um ‚sacerdote‛ (cf. Êx 19.6), e evidentemente isso não pode ser
cumprido, devido à desobediência e carnalidade deles. Logo, O crente ao aceitar
Jesus como Salvador, torna participante de um “sacerdócio real”, isto é, “sacerdócio
e realeza” (1 Pd 2.5-9). OBS.: O crente, na qualidade de sacerdote, oferece um
sacrifício superior: Seu próprio corpo, como um santuário para Deus (Rm 12.1;
Fl 2.17; 2 Tm 4.6).
V.6. “...a ele glória e
poder para todo o sempre. Amém”. Deus é dono de toda glória e poder para todo o
sempre. Amém.
V.7. “...Eis que vem com
as nuvens e todo o olho o verá”. O presente versículo fala da segunda fase da
segunda vinda de Cristo, com poder e grande glória, e isso se dará sete anos
após o arrebatamento de sua Igreja da terra (primeira fase da segunda vinda) [1
Ts 4.13-17].
V.7. “...até os mesmos que
o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”. Isso indica que no retorno de Cristo a terra
com poder e grande glória, Jesus será visto fisicamente na Palestina, quando
forças confederadas do Anticristo tiverem conquistado a Terra Santa, ameaçando
aniquilar o povo judeu. A passagem de Zacarias 12.10 é a base da predição de
que todos verão a quem transpassaram: “...e olharão para mim, a quem
transpassaram; e o prantearão como quem prateia por um unigênito; e chorarão
amargamente por ele, como se chora pelo primogênito”. Na passagem de Mateus
26.64 fala desse acontecimento: “Disse-lhes Jesus: Tu o disseste; digo-vos,
porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado { direita do poder
(vírgula), e vindo sobre as nuvens do céu”. Ser| esse o momento da intervenção
divina, e aparecer| “no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da
terra se lamentarão...”. Durante sua vida terrena, o Senhor Jesus era o próprio
“sinal” para aquela geração (Lc 11.30). Na sua vinda em glória (o presente
texto), os judeus olharão para os céus, e esses se abrirão; eles verão a Jesus “assentado”
{ direita do poder de Deus (Mc 14.62). Jesus, nesse exato momento, levantará
suas mãos, e eles contemplarão “o sinal dos cravos em suas mãos” (cf. Zc 12.10;
Jo 20.25; Ap 1.7): Os judeus, pois, rejeitaram “a voz do primeiro sinal
(durante a vida terrena de Jesus), crerão { voz do derradeiro sinal (em seu
retorno)”.
V.8. “Eu sou o Alfa e o
Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor”. O Alfa é a primeira letra do
alfabeto grego, significa: “O primeiro” (Ap 22.13) ou “O princípio” (Ap 21.6).
O Ômega é a última letra do alfabeto grego, e significa: “O derradeiro” (Ap
21.13), ou “O último” (Ap 1.17; 2.8; 21.6). Estes títulos são aplicados {
pessoa de Cristo Jesus, e apresentam ao mesmo tempo a sua eternidade.
V.8. “que é, e que era, e
que há de vir, o Todo-poderoso”. Reforça a ideia do versículo 7.
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