SUBSÍDIO
PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
4º
Trimestre/2015
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE: Salmos 104.1-14
TEXTO
ÁUREO: "Pela fé entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram
criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente."
(Hb 11.3)
INTRODUÇÃO
Estudaremos sobre a
criação dos Céus e da Terra, um fato histórico que aconteceu exatamente como
está escrito no Livro de Gênesis. Por que Deus criou tudo isto? Simplesmente
porque Ele é livre para criar, e seu propósito baseia-se no fato da eterna
bondade que Ele manifesta para sua criação. Ao criar o universo, não significa
que Deus precisasse de alguma coisa para si, já que Ele possui tudo (Salmos 24.1).
Ele criou todas as coisas para manifestação da sua glória (Salmos 19.1-5; Is 6.3;
43.7). A criação da Terra foi aplaudida pelos anjos, os quais foram criados
antes da criação do mundo material, conforme Deus revelou a Jó: “Onde estavas
tu, quando eu fundava a terra?... Quando as estrelas da alva juntas
alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38. 4,7).
I.
O CRIACIONISMO BÍBLICO
1.
Definição. O criacionismo Bíblico é a doutrina de
que a humanidade,
a vida,
a Terra e
o universo são
a criação de Deus.
2.
Fundamentos. O Criacionismo fundamenta-se na Bíblia
Sagrada. Em Gênesis 1 a 11, Moisés descreve, com
objetividade, a atuação do Criador do universo e do homem: o Deus
Todo-Poderoso. Segundo o conceito criacionista, a origem do mundo conecta-se à
verdade bíblica de que, no princípio, Deus criou os céus e a Terra (Gn 1.1; Ex
20.11; Sl 90). Logo, a Palavra de Deus refuta a ideia de um surgimento
acidental e apresenta o Senhor como autor da criação de todas as coisas (Ec
3:11). O Deus trino e eterno criou o universo e o sustenta por intermédio do
Seu poder soberano (João 1.1-3; Cl 1.16,17; Hb 11.3).
Três verbos hebraicos são
usados para traduzir a ação criativa de Deus no Antigo Testamento:barah, asah e yatzar.
·Barah –
indica a ação criadora de Deus. Em relação às coisas, transmite a ideia de
criar do nada. Em relação ao homem, criar a partir de material preexistente (Gn
1.1,27; 5.1a).
·Asah –
relaciona-se à criação a partir de material preexistente (Gn 1.11,12,31; 5.1b).
·Yatzar –
significa modelar, dar forma, finalizar (Gn 2.7,22).
O Altíssimo tudo criou a
partir da sua Palavra. Ele, simplesmente, disse: “Haja”, e os elementos vieram
à existência (Gn 1.3; Sl 33.6). Por sua ordem, o sistema solar e os reinos,
vegetal e animal, ganharam vida. Veja, em resumo, o quadro demonstrativo da criação:
1º dia
|
Luz (dia e noite).
|
Gn 1.3-5
|
O AMBIENTE PROPÍCIO PARA
A VIDA
|
2º dia
|
Céu, atmosfera e mares.
|
Gn 1.6-8
|
|
3º dia
|
Terra e vida vegetal.
|
Gn 1.9-13
|
VIDA VEGETAL
|
4º dia
|
Os corpos celestes que
iluminam a Terra.
|
Gn 1.14-19
|
|
5º dia
|
Os animais do mar e as
aves
|
Gn 1.20-23
|
VIDA ANIMAL
|
6º dia
|
Os mamíferos, os répteis
e o homem.
|
Gn 1.24,25
|
3.
Objetivos. Deus criou os Céus e a Terra:
a) para manifestação
da sua glória, majestade e poder. Davi diz: “Os céus manifestam a glória de
Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). Ao olharmos a
totalidade do cosmos criado – desde a imensa expansão do universo, à beleza e à
ordem da natureza – ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do
Senhor Deus, nosso Criador.
b) para receber a
glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza – por
exemplo, o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os
córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves – rendem louvores ao
Deus que os criou (Sl 98.7-9; 148.1-10).
c) para prover um
lugar onde o seu propósito e alvo para a humanidade fossem cumpridos:
- Deus criou Adão e
Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por
toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo,
alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se
espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e
gratidão.
- Deus desejou de tal
maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu
tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer aos seus
mandamentos, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das
consequências do pecado (cf. Gn 3.15). Daí Deus teria um povo para sua própria
possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em
retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3; Ef 1.11,12; 1Pe 2.9).
- A culminação do
propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o
fim da história com estas palavras: “... com eles habitará, e eles serão o seu
povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3).
II.
A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ
1.
O tempo. Gênesis 1.1 convida todos nós à história. A
criação foi um ato temporal de Deus. Não consta de forma verbal na Bíblia, mas
pode-se afirmar que a primeira coisa que Deus criou foi o tempo. Isto porque a
obra divina somente poderia ser concretizada no âmbito temporal.
A declaração de que a
criação foi um ato temporal não significa restringir ou confinar Deus ao tempo,
porque Ele está fora de qualquer confinamento, restrição física ou mesmo
espiritual. Na verdade, a lição que aprendemos na Bíblia é que o mundo teve
começo (cf. Mt 19.4,5; Mc 10.6; João 1.1,2; Hb 1.10).
A pergunta que
costumeiramente é feita, quando se estuda sobre o tempo da criação, é: “em
quanto tempo Deus criou o mundo?”. Há cinco teorias principais sobre
a interpretação dos seis dias da criação:
- A teoria do dia
pictórico. Esta teoria afirma que os seus dias mencionados no livro de Gênesis
sãos os seis dias durante os quais Deus revelou a Moisés os eventos da criação.
Mas a Bíblia relata a criação de maneira clara, simples e histórica como relata
quaisquer outros eventos. Interpretar o texto desta forma exige o abandono de
todos os princípios exegéticos.
- A teoria do hiato. Esta
teoria afirma que Gênesis 1.1 descreve uma criação original que foi seguida
pela queda de Satanás e pelo grande juízo. Supõe-se que Gênesis 1.2, então,
seja uma descrição da recriação ou restauração que ocorreu. Êxodo 20.11 ensina
que todo o universo, incluindo os céus e a terra (Gn 1.1), foi criado no
período de seis dias, mencionado no primeiro capítulo de Gênesis.
- A teoria do dia
intermitente. Esta teoria afirma que os dias mencionados são dias literais, mas
que são separados por longos períodos (até mesmo milhões de anos). Contudo, a
menos que toda a atividade criativa seja limitada aos dias literais, esta
interpretação é uma contradição direta ao texto de Êxodo 20.11.
- A teoria do dia-era. Esta
teoria afirma que a palavra yôm, que é o termo hebraico para “dia”, é
usada para se referir a períodos de extensão indefinida, e não dias literais.
Embora seja um significado viável para o vocábulo (Lv 14.2,9,10), não é o mais
comum. Logo, o sentido vernacular não é fundamento suficiente para sustentar
essa teoria.
- A teoria do dia literal.
Esta teoria afirma que este é o significado claro do texto: o universo foi
criado em seis dias literais. Os vários esforços para unir o relato bíblico da
criação e a evolução não são respaldados nem mesmo pelas várias teorias de
hiato, porque a ordem da criação está em oposição direta às interpretações da ciência
moderna (por exemplo, a criação das árvores antes da luz). A expressão “dia e
noite” indica dias literais (cf. Dn 8.14, onde a mesma expressão em hebraico é
traduzida como “tardes e manhãs”).
Conquanto a teoria dos dias
literais seja a mais aceita pelos cristãos e judeus, a Bíblia, porém, não
especifica a duração desses períodos de tempo. A questão real não é quanto
tempo levou, mas como Deus criou. Ele criou a Terra de forma sistemática (não
criou as plantas antes da luz), e criou homem e mulher como seres únicos,
capazes de comunicar-se com Ele. Nenhuma outra parte da criação possui este
privilégio. Portanto, não importa em quanto tempo Deus fez o mundo, se em
alguns dias ou alguns milhões de anos; o importante é que Ele o criou exatamente
como desejava.
Muitas Bíblias destacam
notas sobre a cronologia da Terra, mas isto não faz parte originalmente da
Bíblia. Muitos dizem que a criação ocorreu em 4004 a.C. Um arcebispo chamado
Usher chegou a esta conclusão a partir do cálculo dos anos que atravessam as
genealogias patriarcais (Gn 5; Gn 11). Uma comparação destas genealogias com as
contidas nos Evangelhos revelará que as genealogias não são completas por
desígnio, nem nos foram fornecidas para que calculássemos o intervalo de tempo
entre vários eventos na história antiga do homem. Elas apresentam alguns nomes
significativos, e omitem outros. Portanto, não podem ser usadas para
estabelecer a data da criação. A época mais antiga a partir da qual podemos
calcular anos civis com uma precisão aproximada é a época de Abraão.
2.
O espaço. Deus criou o espaço a fim de conter a sua obra, que,
embora vastíssima, é finita. Logo, o espaço também é finito. O Criador não se
acha limitado quer pelo tempo, quer pelo espaço; a criação, sim. Até mesmo os
anjos, criaturas de Deus, acham-se condicionados ao aspecto temporal e
espacial, pois não podem estar em dois lugares ao mesmo tempo.
3. Os Céus e os anjos. Os Céus, a
morada de Deus, também foram criados num contexto espaço-temporal, por uma
razão bastante simples: embora não pertençam à nossa dimensão, são um lugar bem
real. É para lá que as almas dos justos são encaminhadas.
Após a criação dos Céus,
Deus chamou à existência os seus anjos através do sopro de sua boca (Sl 33.6).
E assim, o Senhor neles infundiu, também, a sua imagem e semelhança.
4.
A Terra ainda informe. “E a terra era sem forma e vazia...”(Gn
1:2). No original hebraico, esta expressão dá a ideia de um lugar ermo. Esta
frase significa algo desordenado, como estava desordenada a terra de Israel por
causa do pecado (Jr 4.23-27). Segundo estudiosos, isto se refere à Terra
como um lugar vazio, isto é, um lugar improdutivo e inacabado. O estado da
Terra reflete uma situação na qual não estava produzindo vida. A preocupação da
narrativa é com a vida: aves, animais e vegetação.
Alguns teólogos entendem
este texto como uma referência ao ato da recriação, mas sem base suficiente na
Bíblia para garantir esta ideia. Os que defendem estra teoria, ensinam que
entre Gênesis 1.1 e 1.2, houve um cataclismo geológico, provocado pela queda e
Satanás perante o Criador. Mas, parece-nos que a narrativa da criação nada tem
a ver com isso, pois trata-se de um relato dos atos criativos de Deus, que
eliminou o caos que envolvia a Terra, ‘sem forma e vazia.
Em Gn 1.2, é o resultado
de juízo, razão pela qual interpreta o verbo hãyãh como “tornou-se”. Contudo,
a estrutura hebraica de Gn 1.2 é disjuntiva, descrevendo o resultado da criação
descrita em Gn 1.1. A expressão “sem forma e vazia” é frequentemente mal
interpretada em função das possibilidades de sua tradução. Estas palavras não
descrevem o caos, mas o vazio. Uma tradução melhor seria “sem forma e
desocupada”.
III.
A ORDENAÇÃO DA TERRA
1.
O Espírito Santo na criação. “... o Espírito de
Deus se movia sobre a face das águas” (Gn 1.2); “E disse Deus: Façamos o homem
à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1.26). A imagem do Espírito
Santo de Deus movendo-se sobre a face da terra é semelhante a um pássaro-mãe
cuidando dos seus filhotes e protegendo-os (ver Dt 32.11,12; Is 31.5). O
Espírito de Deus, portanto, estava envolvido ativamente na criação do mundo
(ver Jó 33.4; Sl 104.30). O cuidado e a proteção de Deus ainda são uma
realidade.
2.
Tarefas ordenadas. A afirmação de que a “a terra era sem
forma e vazia” provê o cenário para a narrativa da criação que se segue.
Durante o segundo e o terceiro dia, Deus deu forma ao universo; nos três dias
seguintes, Ele encheu a Terra com seres viventes. As trevas foram dispersas no
primeiro dia, quando Deus criou a luz.
IV.
A CRIAÇÃO DA LUZ
1.
E houve luz. A Bíblia declara ousadamente que “No
princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Todavia, a Terra não estava
pronta para o homem (coroa da criação), ainda estava sem forma e vazia, a
despeito da atividade Onipotente do Espírito Santo, que se movia continuamente
sobre a face das águas (Gn 1.2). E o primeiro ato de Deus, no primeiro dia, foi
a criação da luz.
“E disse Deus: Haja luz. E
houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as
trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a
manhã: o dia primeiro”.
2.
A luz inicial. Deus fez aparecer a luz cósmica, pelo
poder da sua Palavra, quando disse: “haja luz, e houve luz”. O mundo estava
debaixo da escuridão total, mas o Criador fez surgir a luz, mesmo antes de
aparecer o Sol. Em Gênesis 1.4, lemos: “e fez Deus separação entre a luz e as
trevas”. Havia, de fato, uma densa acumulação de neblina e vapor, os quais
envolvia a Terra, e, por isso, existia uma total escuridão. Quando surgiu a
luz, as trevas foram vencidas pelo poder da claridade que se espalhou sobre a
expansão das águas. No versículo 5, a luz foi chamada “dia” e as trevas,
“noite”.
V.
A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS
1.
Separando as águas. “E disse Deus: Haja uma expansão no meio
das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez
separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam
sobre a expansão. E assim foi. E chamou Deus à expansão Céus; e foi a tarde e a
manhã: o dia segundo”. (Gn 1.6-8)
2.
A criação da atmosfera. Parece que, antes do segundo dia, a
terra estava completamente imersa numa camada espessa de água, talvez em forma
de vapor carregado. Esta vasta cortina líquida e nebulosa cobria a Terra e
impedia que a luz solar a vencesse. Ela impedia o planeta a um juízo de trevas
impenetráveis. No segundo dia, Deus dividiu essa camada em duas partes: uma
parte cobriu a terra, e a outra formou as nuvens, e entre elas surgiu o
firmamento ou “expansão”. “E chamou Deus à expansão [firmamento] céus”, isto é,
o espaço imediatamente acima da superfície do planeta (não o espaço estelar,
nem o terceiro Céu, onde Deus habita). Gênesis 1:20 deixa claro que o céu se
refere ao espaço onde voam as aves – “...e voem as aves sobre a face da
expansão dos céus”.
VI.
A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL
1.
O reino vegetal. “E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo
dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi. E chamou Deus à
porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus que era
bom. E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore
frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a
terra. E assim foi. E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua
espécie e árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie. E
viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã: o dia terceiro”. (Gn 1.9-13).
O terceiro ato de Deus diz
respeito à formação de um futuro ambiente ou habitat para o homem, que seria
formado no sexto dia. Primeiramente, Deus ajuntou as águas que cobriam o
planeta e fez aparecer a porção seca, criando assim a Terra e os Mares. Alguns
arqueólogos acreditam que, originalmente, “a porção seca” fosse um só
continente; isto realmente combina com o texto sagrado: “... e apareça a
porção seca...” (Gn 1.9). Não diz: as porções secas.
2.
As possibilidades do reino vegetal. Após isso, Deus fez
surgir todos os tipos de plantas e árvores na Terra. A parte seca, hoje,
disposta no planeta em cinco continentes, foi capacitada para produzir toda a
vegetação em forma de ervas variadas que dão sementes e árvores frutíferas.
Estes elementos vitais da vegetação seriam os produtores de alimentos para a
sobrevivência dos seres vivos.
- “... conforme a sua
espécie...”. Não há espécie de vida à parte do desígnio e ato criativo de Deus.
Ele queria que a vegetação servisse como alimento para formas de vidas mais
elevadas (cf Gn 1.29,30).
- A fotossíntese. Cabe
aqui uma indagação: “como a vegetação poderia vingar sem o processo de
fotossíntese, já que o sol só viria a ser criado no quarto dia?”. O sol não é a
única fonte de luz no universo. Além disso, é possível que ele já existisse
desde o primeiro dia, tendo somente aparecido ou se feito visível (com a
dissipação da neblina) no quarto dia. Vemos luz num dia nublado, mesmo quando
não nos é possível ver o sol. Portanto, não há contradição alguma entre a
Bíblia Sagrada e a verdadeira ciência. Afinal, aquele que criou as plantas
haveria de esquecer-se de algo tão básico como a fotossíntese?
VII.
A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR
“E disse Deus: Haja
luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e
sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam
para luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E assim foi. E fez Deus
os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar
menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos
céus para alumiar a terra, e para governar o dia e a noite, e para fazer
separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que era bom. E foi a tarde e a
manhã: o dia quarto”. (Gn 1.14-19)
1.
A criação do sol, da lua e das estrelas. Somente no quarto dia
Deus criou os luzeiros no firmamento dos céus (o sol, a lua e as estrelas) para
iluminarem a Terra e servirem no estabelecimento do calendário.
Não há contradição entre o
relato do primeiro e o quarto dia, quando ambos os textos relativos falam do
aparecimento da luz. A diferença é que, no primeiro dia (Gn 1.3-5), Deus ordena
o surgimento da luz; e no quarto dia (Gn 1.14-19), organiza o sistema solar.
Neste dia, surgem o Sol e a Lua, e os astros celestes. Enquanto nos mitos do
antigo Oriente Próximo o sol e a lua são as principais divindades, aqui são
objetos sem nome designados por um Deus Criador para servirem à humanidade.
2.
A perfeição do sistema solar. Tudo está pronto para a
sobrevivência animal. Há água portável, comida e o ciclo das estações. No
versículo 14, começa, de fato, a contagem do tempo, pois os luminares surgidos
no firmamento celeste, Sol e Lua, fazem a diferença entre o dia e a noite.
Deus criou o sistema solar
para funcionar perfeitamente, conforme Deus declarou através do profeta
Jeremias: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à
luz e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas
ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 31.35).
VIII.
A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL
1.
Quinto dia (Gn 1.20-23). No quinto dia, Deus povoou as águas
com peixes; e a Terra, com aves e insetos. A palavra traduzida por “aves”
significa “seres que voam”, incluindo morcegos e provavelmente insetos alados.
A ordem divina no versículo 20 é: “Produzam as águas abundantemente...”. A
água não tem o poder de geração espontânea. Ela produz vida somente por meio da
palavra eficaz de Deus.
2.
Sexto dia (Gn 1.24-26). Nos versículos 24 a 25, Deus criou
os animais e répteis. A lei biológica da reprodução aparece repetidamente com
as palavras “conforme a sua espécie”. Tanto no mundo animal como vegetal, foram
feitos de acordo com o seu gênero e espécie e com a capacidade de reproduzir-se
por gerações sem fim. Deste modo, podemos testemunhar que as diferentes
famílias de animais e plantas conservam-se, desde sua criação até o dia de
hoje.
O versículo 26 diz
que Deus criou o homem. Ele é a obra-prima da criação; a coroa da criação.
Quando Deus disse: “Façamos o homem”, Ele desejava criar um ser distinto de
todas as demais criaturas terrestres; alguém que tivesse personalidade,
vontade, sentimento, e fosse capaz de representá-lo sobre a Terra. Por esta
razão, Ele criou o homem “à sua imagem e semelhança”. De certa forma, o homem
partilha características semelhantes com o Senhor: Deus é uma Trindade (Pai, Filho
e Espírito Santo), e o homem é um ser tripartite (corpo, alma e espírito). Como
Deus, o homem possui intelecto, juízo moral, poder de se comunicar com os
outros e uma natureza emocional que transcende seus instintos. Não há indicação
de semelhança física no texto. Ao contrário dos animais, o homem é um ser
criador e adorador, e se comunica com clareza.
Deus ordenou aos animais e
aos seres humanos: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra...” (1.22,28).
A Bíblia apresenta a origem dos sexos como um ato criativo de Deus (a teoria da
evolução até agora não conseguiu explicar como surgiu os sexos).
Quanto à criação, Deus
disse ao homem: sujeitai-a; dominai; porém não mandou que fosse destruída. A
crise atual que afeta o meio ambiente se deve à ganância, ao egoísmo e à
negligência do ser humano.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS:
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
Bíblia de Estudo Palavra Chave. Rio de Janeiro: CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA.
Estados Unidos da América: Editora
Vida, 1998.
Hamilton, Victor
P. Manuel do Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD.
http://luloure.blogspot.com.br/
Merrill, Eugene
H. História de Israel no Antigo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.
RICHARDS, Lawrence
O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise
de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
Waltke, Bruce
K. Gênesis. Editora Cultura Cristã.
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