SUBSÍDIO
PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
4º
Trimestre/2015
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE: Gênesis 6.1-8
TEXTO
ÁUREO: “E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e
que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.”
(Gn 6.5)
INTRODUÇÃO
Lameque, no Hebraico
significa vigoroso. Na
descendência de Caim, ele constitui a quinta geração que deu origem a uma
geração corrupta de homens preocupados com o "ter" (Jabal), com o
entretenimento (Jubal), com as armas de guerra (Tubal-Caim) e com o prazer
sensual (Naamá). Ele cometeu o segundo homicíido mencionado na Bíblia, que
seria duplo (um varão por tê-lo ferido e um mancebo por tê-lo pisado). Na
história da humanidade, segundo a Bíblia, ele foi o primeiro homem a praticar a
bigamia, manchando a instituição divina do casamento. Lameque teve
duas esposas: o nome da primeira era Ada, que teria sido mãe de Jabal e de
Jubal; o nome da segunda esposa chamava-se Zilá, que foi mãe de Tubal-Caim e de
Naamá.
Segundo a Bíblia, Jabal ficou
conhecido como o pai dos construtores de tendas e criadores de gado (Gn 4.20); Jubal, irmão
de Jabal, destacou-se como o inventor de instrumentos musicais. Por isso, ficou
conhecido como “o pai dos músicos” (Gn 4.21); Tubal-Caim teria sido o
primeiro homem a fazer uso do cobre e do ferro nas construções da humanidade
(Gn 4.22); Naamá, seu nome quer dizer “agradável",
"desejável". Ela é irmã de Tubal-Caim e é citada, de modo
especial, em Gn 4:22, pois não se mencionava nomes de mulheres nas genealogias
antigas. Segundo estudiosos, esta citação não vem como um elogio, mas como uma
denúncia do começo da prostituição no meio da humanidade.
Os pecados de Lameque e
seus descendentes se alastraram de tal maneira que viriam a depravar,
inclusive, a linhagem piedosa de Sete, provocando o juízo divino sobre aquela
impiedosa humanidade. Mas em todos os modos de Deus tratar com a humanidade Ele
nunca deixou de ter um povo remanescente. Dentre toda aquela humanidade
corrupta, havia uma família que não se rendeu ao pecado: a família de Noé. Este
era justo e temente a Deus, não tendo se corrompido como os demais (Hb 11:7).
Noé e sua família foram salvos, e isso nos mostra que Deus tem um compromisso
com aqueles que pela fé lhe obedecem. Estudaremos com mais detalhe sobre Noé na
Aula nº sete.
I.
UM MUNDO AINDA MARAVILHOSO
1.
Fartura de pão. Apesar do pecado, a Terra pré-diluviana
era um habitat perfeito. Havia fartura de pão, saúde perfeita, beleza perfeita,
tecnologia avançada. Por isso, a população antidiluviana dava-se ao luxo de
viver irresponsável e impiamente. Jesus Cristo fez uma descrição desse período,
quando ele falava aos seus discípulos acerca de sua segunda vinda: “Porquanto,
assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se
em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que
veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do
Homem.” (Mt 24.38,39).
2.
Saúde perfeita. A longevidade era um marco desse glorioso
período, contavam a vida em séculos, não em décadas. Além disso, a geração
antidiluviana era bastante próspera, não se angustiava com os problemas que,
hoje, nos afligem. Ninguém se preocupava com a escassez. Havia água e comida em
abundância.
Como pussuiam tudo em
abundância, e sem o temor de Deus, a natureza carnal os levava a orgias e
truculências. Sua lógica era o pecado. Com uma vida quase milenar, os
pré-diluvianos viviam pendularmente entre a eternidade e a impunidade. Como um
homem de quase mil anos haveria de temer a morte? E se Deus já os entregara aos
próprios erros, não lhes castigando de imediato a iniquidade, por que temer o Juízo Final se a história mal havia começado? Por essa razão, os contemporâneos
de Noé viviam para pecar e pecavam para viver. Não era incomum deparar-se com
um adúltero de seiscentos anos, com um assassino de oitocentos ou um corrupto
de quase mil anos.
Diante de um quadro de
impunidade, de degradação moral, o Senhor resolve dar um baste a tudo isso.
Primeiramente, Ele começa colocando um limite a vida biológica. Se observarmos
os capítulos cinco e onze de Gênesis veremos que as genealogias descritas
tiveram uma alteração drástica no cômputo das idades. Nas genealogias
analisadas no capítulo 5, a vida humana era calculada em séculos. Já no
capítulo 11, a vida da população é calculada em décadas. Matusalém chegou a 969
anos; já Terá, pai de Abrão, o último dos longevos, viveu até os 205 anos (Gn
11.32). Na conclusão de Gênesis, constata-se que a fronteira biológica do ser
humano já está fixada, pois José, filho de Jacó, faleceu aos 110 anos (Gn 50.26).
Mais tarde, queixa-se Moisés da efemeridade da existência humana (Sl 90.10).
3.
Beleza perfeita. Até o Dilúvio, havia perfeita
harmonia entre os reinos animal, vegetal e humano. Os animais selvagens não
representavam qualquer ameaça. A única ameaça era o próprio homem, que, por ser
agressivo e irreconciliável, amedrontava até mesmo a mais brutal das feras.
Após o Dilúvio, contudo, pavor e medo recairiam sobre o reino animal; sobre a
natureza, gemido e angústia (Gn 9.2; Rm 8.22). Apesar do reino animal e vegetal
em decadência, mesmo assim, o mundo ainda era perfeito, belo e sustentável. Mas
o povo que o habitava era o antônimo de tudo isso. Ao invés de agradecer ao
Criador por todas as benesses, pela sua graça comum (Gn 8.22), a população
aproveitava tais favores para depravar-se totalmente. E o ser humano continua
caminhando de mal a pior. Devemos estar conscientes de que um Dia toda natureza
gentílica será extirpada e o reino de Cristo estabelecido para sempre. Os
grandes reinos crescem, fortalecem-se, deterioram-se e caem, mas só o Reino de
Deus permanece para sempre, conforme Daniel capítulos 2 e 7.
4.
Tecnologia avançada. O mundo de Lameque podia ostentar um
surpreendente avanço tecnológico. Adão ainda vivia quando Tubalcaim começou a
dedicar-se à metalurgia. Este foi um homem, filho de Lameque e de Zilá, se
tornou conhecido pela sua habilidade em lidar com o cobre e o ferro (Gn 4.22).
Além da metalurgia, aquela
geração sabia como trabalhar a madeira e a cerâmica. O próprio Noé, aliás, não
teve dificuldades técnicas em construir a Arca, nem os seus descendentes, após
o Dilúvio, viram-se impedidos de erguer a Torre de Babel.
II.
UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO
O mundo de Lameque era
depravado e cruel. Voltando-se contra o Senhor, seus descendentes cometeram os
pecados mais hediondos e abomináveis.
1.
Devassidão sexual. A Bíblia relata que foi na
civilização cainita que se iniciou a poligamia e os pecados da prostituição.
Lameque, o primeiro polígamo, foi quem deu a cartada inicial da quebra do
princípio da monogamia (ler Gn 4.19), abandonando-se o modelo divino de
família. Os pecados sexuais, agora, eram cometidos como se nada fosse proibido;
não havia limites à prostituição; a irmã de Tubal-Caim, Naamá, é tida como a
primeira prostituta da história.
Conforme o texto sagrado,
até mesmo os descendentes de Sete corromperam-se em meio àquela imoralidade
abominável. Relata o autor sagrado: “viram os filhos de Deus que as filhas dos
homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (Gn
6.2). Esses “filhos de Deus”, sem dúvida, eram os descendentes da linhagem
piedosa de Sete (cf. Dt 14.1; Sl 73.15; Os 1.10); eles deram início aos
casamentos mistos com as “filhas dos homens”, isto é, mulheres da família ímpia
de Caim.
A teoria de que os “filhos
de Deus” eram anjos, não subsiste ante as palavras de Jesus, que os anjos não
se casam (Mt 22.30; Mc 12.25). O que vem a reforçar essa ideia é o fato de que,
após o relato inicial em Gênesis 6, o texto mostra a ira de Deus contra a
corrupção humana nos versículos 6 e 7 resultando na destruição da raça humana
com o dilúvio e a salvação apenas da família de Noé, porque este era justo e
temente a Deus, não tendo se corrompido como os demais (Hb 11.7). Se os “filhos
de Deus” fossem anjos a punição deveria vir apenas para eles e não para os
homens, posto que são de maior força, podendo dominar facilmente os humanos e fazerem
o que quiser, como o diabo, também, muitas vezes faz com as pessoas. Portanto,
indubitavelmente, os “filhos de Deus” são aqueles descendentes de Sete que
começaram a invocar o nome do Senhor, e os “filhos dos homens” são os
descendentes de Caim que se afastaram de Deus e começaram a pecar.
Hoje em dia, a
imoralidade, a incredulidade e a pornografia dominam a sociedade inteira (ver
Mt 24.37-39).
2.
Violência sem limites. “… a terra está cheia de
violência…” (Gn 6.13). A palavra "violência" na Bíblia é “hamas”,
que significa "injustiça, ser violento com, tratar violentamente". A
violência é uma das consequências da queda do homem. E é lógico que há um
interesse do inferno em intensificar cada vez mais a violência, pois ela é
contrária aos princípios bíblico e inútil na resolução de qualquer problema.
Em Gn 6.11 lemos: "A
terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de
violência". Neste texto, a associação feita entre "corrupção" e
"violência" é assustadora e demonstra que o estado do mundo determina
seus aspectos vivenciais e também atrai a ira de Deus.
A união conjugal indevida entre
os descendentes de Sete e de Caim (jugo desigual) levou a um estado
deplorável de iniquidade. A terra corrompeu-se e encheu-se de violência sem
limites (Gn 6.11-13). Em Gn 6.5 está escrito: “E viu o SENHOR que a maldade do
homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de
seu coração era só má continuamente”. Os homens valentes eram cultuados como
ídolos: “Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os
filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram
os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama” (Gn 6.4).
Lameque espontaneamente e
livremente assassinou dois homens. Um adulto, ele matou porque o feriu; e um
jovem por lhe ter pisado. Logo, o seu crime, além de covarde, foi brutal.
Nossos dias não diferem em nada do mundo de Lameque; a degeneração humana não
mudou; o mal continua irrompendo desenfreado através da depravação e da
violência. Por causa de um celular ou por uns míseros centavos, muita gente
jovem perde a vida.
- Na sociedade atual, o
desamor é uma constante e, em virtude disto, os dias são repletos de
violência, pois a vida humana é vilipendiada, já que não há amor a Deus e,
consequentemente, não há amor ao próximo. O homem é menosprezado e se
desenvolve, entre os homens, uma verdadeira “cultura da morte”. Tal qual no
mundo de Lameque, assassina-se banalmente. Leiam a história e verão que
déspotas, como Stalin, Hitler, Mao Tsé-Tung, Kin Jong-um (ditador sanguinário
da Coréia do Norte), dentre outros, não fizeram e nem fazem caso algum da vida
do seu próximo, praticam impiedosamente genocídios e crimes contra a humanidade.
A índole criminosa do ser humano vai de mal a pior!
- Na sociedade atual está
acontecendo um alto grau de ferocidade entre as pessoas. O apóstolo Paulo, ao
descrever os últimos dias, diz que seriam dias em que os homens seriam amantes
de si mesmos, sem amor para com os bons, desobedientes a pais e mães, ingratos,
sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, cruéis, obstinados e
orgulhosos (2 Tm 3.2-4). Assim, são pessoas que só pensam em si próprios e cria
condições múltiplas para se servirem do próximo, aproveitarem-se dele e o
explorarem o máximo possível. Em virtude desta “ferocidade humana”, vivemos
dias em que o individualismo, o egoísmo, a vileza com que o homem é tratado faz
com que as pessoas se tornem desconfiadas, desacreditadas umas das outras,
comportamento que prejudica todo e qualquer relacionamento. A consequência
disto é a expansão do ódio, da raiva, da violência. As pessoas agem em relação
às outras como se estas fossem, há muito, suas inimigas. Vivemos a época da
insegurança e do medo indiscriminados.
- Na sociedade atual, o
homem não tem a menor preocupação em prejudicar o outro, desde que isto lhe
seja conveniente e contribua para que atinja os seus objetivos; objetivos estes
que dizem respeito somente a si próprio. A ganância, o prazer, o bem-estar
próprio, a satisfação do seu ego, é só isto que é estimulado, incentivado e almejado
pelo homem dos últimos dias.
- Na sociedade atual, a
violência contempla todos os níveis sociais e culturais, desafiando quem quer
que seja, sem vislumbre de uma solução tangível. Somente o Evangelho de Cristo
é o remédio eficaz para debelar a violência sobre a Terra. Até que o Senhor
Jesus retorne, faz parte da missão da Igreja fazer deste um mundo menos
violento, pregando o Evangelho, praticando a justiça e amparando os menos
favorecidos.
3.
Resistência à graça divina. Não sabemos por quantos anos,
décadas, ou séculos, a geração de Lameque resistiu ao Espirito Santo. Da
resistência ao Espirito Santo de Deus, aquela humanidade antediluviana passou a
blasfemar contra o SENHOR, depravando-se totalmente. Mas, chegou o tempo em que
Deus deu um basta a tudo isso. Disse o Senhor: “O meu Espírito não agirá para
sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos”
(Gn 6.3).
A Graça salvadora de Deus
é inesgotável, é abundante. Por isto ela envolve todo o mundo, é suficiente
para predispor toda a humanidade a tornar-se merecedora da Redenção Divina,
oferecendo-lhe a oportunidade de escapar da justa e inevitável condenação; mas,
tal qual o mundo antediluviano, a maioria da população mundial de hoje resiste
à graça salvadora de Deus. Isso terá limite. A justiça de Deus é certa e muito
rigorosa sobre o mundo corrupto e destituído de Deus. Para aquela civilização
Deus disse: “O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra
está cheia de violência; eis que os desfarei com a terra” (Gn 6.13). A Palavra
de Deus adverte: “E, como foi nos dias de Noé,
assim será também a vinda do Filho do homem”(Mt 24.37).
III.
UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO
“E viu o Senhor que a
maldade do homem se multiplicara sobre a Terra e que toda imaginação dos
pensamentos de seu coração era só má continuamente. E disse o SENHOR:
Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao
animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver
feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR. A Terra, porém, estava
corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a Terra de violência. E viu Deus
a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu
caminho sobre a terra. Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo
perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os
desfarei com a terra.” (Gn 6.5,7,8,11-13).
1.
A pregação de Noé. Nos dias que antecederam o dilúvio, a
Terra encheu-se de violência e imoralidade, de forma que ficou insustentável a
vida na Terra. O temor a Deus tinha quase desaparecido dos corações dos filhos
dos homens. A libertinagem predominava, e quase todo o tipo de pecado era
praticado. A maldade humana era aberta e ousada, e o lamento dos oprimidos
alcançava os Céus. A justiça estava esmagada até o pó. Os fortes não somente
usurpavam os direitos dos fracos, mas forçavam-nos a cometer atos de violência
e crimes.
No versículo 13, o Deus
Criador ordena o fim de todas as coisas. O motivo: a multiplicação da
violência. O resultado: “... os destruirei com a terra...". Deus
havia decidido acabar com tudo isso (o mal sobre a terra) e dar ao homem a
retribuição por seus atos pecaminosos violentos: a morte física e morte eterna.
Isso fica claro porque somente oito pessoas (Noé e sua família) são salvas da
grande catástrofe que veio sobre a humanidade.
2.
Uma geração corrompida. O fato de a Terra estar cheia de
violência não podia continuar sem controle. Deus tomou a decisão e estava
pronto para agir. A punição tinha de ser drástica. O Gênero humano e todas as
demais vidas sobre a Terra seriam destruídos, no decorrer da duração do
dilúvio.
Antes do Juízo de Deus
sobre os ímpios, Deus proveu a Salvação para os justos. Deus mandou que Noé
fizesse uma Arca. Nela somente os justos poderiam adentrar e escapar do Juízo
divino. Ninguém acreditou que isso iria acontecer, até que Deus tomou a decisão
drástica de destruir os ímpios.
A degeneração humana não
mudou; o mal continua irrompendo desenfreado através da depravação e da
violência (ver Mt 24.37-39; ver Rm 1.32). Não resta dúvida que Deus trará forte
Juízo sobre todos aqueles que praticam a violência e a promove. A Palavra de
Deus adverte: “E,como foi nos dias de Noé, assim
será também a vinda do Filho do homem”(Mt 24.37).
A Igreja, a Universal
Assembleia dos Santos (Hb 12.23), é a Arca que Deus elegeu para colher a todos
aqueles que de forma decisiva e resoluta entrar nela; seu capitão é Jesus
Cristo, que nos assegura um porto seguro. Portanto, todos aqueles que
adentrarem nesta Arca estão predestinados à vida eterna com Deus (Ef 5.1).
IV.
CONTRASTE ENTRE OS LAMEQUES
1.
Os dois Lameques e suas diferenças. Nos capítulos 4 e 5
de Gênesis é mencionado dois “Lameques”: um em Gn 4.18,19 e outro em Gn 5.25,28,29.
- O Lameque do capítulo 4 é
o da linhagem de Caim. Trata-se, pois, de um homem violento e odioso,
conforme o autor sagrado descreveu: “... vós, mulheres de Lameque, escutai
o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar.
Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete" (Gn
4.23,24). Este Lameque cantava, entoava a impiedade e a violência. A intenção
de fazer o mal pulsava em seu coração.
- O Lameque do capítulo 5 é
o da geração de Sete. A geração que começou a buscar a face do Senhor
Deus. Esse Lameque é o pai de Noé. Diferentemente das palavras do Lameque
do capítulo 4, o pai de Noé se referiu ao seu amado filho, quando o nomeou,
assim: "E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de
nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR
amaldiçoou" (Gn 5.29). Este Lameque conhecia bem o Senhor e sabia que
a terra estava cheia de violência. Entretanto, ele depositou a sua esperança no
seu filho, pois sabia que Noé agradaria o Senhor seu Deus.
- O Lameque do capítulo 4 simboliza
a violência, o ódio, a desesperança, o mundo entregue ao mal, a devassidão
moral, a violência ilimitada e a terrível resistência à graça divina. Ele é o
primeiro compositor de poema musical - “E disse Lameque [...] escutai o
que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me
pisou” (Gn 4.23).Lameque tinha sido insultado ou injuriado por alguém, e
então ele lhe tirou a vida. Ao invés de sentir remorso, ele se orgulhou disto
perante suas esposas, compondo o que no texto em hebraico é conhecido como um
poema ou uma canção. Esta canção é conhecida como "insulto" ou
"canção da espada". As palavras desta canção revelam quão ímpio
Lameque era. Ele não se orgulha somente de sua vingança, mas diz que faria
mais para se vingar do que Deus poderia ter feito para vingar Caim se ele
tivesse sido morto – “Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta
vezes sete” (Gn 4.24). Isto é um escárnio ao juizo divino. Infelizmente,
há muitas pessoas hoje que usam de chocarrice e escárnio com as coisas de Deus,
com a Bíblia ou com aqueles que servem a Deus. Muitos são os que, por pecarem
tanto, já estão tão acostumados com eles que não acreditam num juízo divino ou,
mesmo que ele venha, não atentando que sofrerão eternamente pelas coisas que
andam fazendo.
- O Lameque do capítulo 5
representa a esperança, o consolo de Deus a uma geração. Este é o Lameque que
não prosperou em maldade, mas em bondade, misericórdia e consolação. Por
intermédio dele, chegou o livramento de Deus para a humanidade. No Dilúvio, o
plano de Deus apontava para o Seu plano superlativo para o mundo: a Cruz do
Calvário.
2.
Lameque, descendente de Caim, um exemplo a não ser seguido. Lameque
é um exemplo a não ser seguido pelas seguintes razões:
a) Ele se vangloria
de ser um homem violento. Lameque tem prazer em alardear sua violência.
Leia novamente suas palavras: “... escutai o que passo a dizer-vos:
matei...” (Gn 4.23).
b) Ele banaliza a
vida humana - “... Matei [...] um rapaz porque me pisou”. Para
Lameque as pessoas não valiam nada. A violência é a demonstração mais vil de
que a vida humana não tem valor. Matar um jovem por causa de uma pisada no pé é
não ter nenhum respeito com a vida humana.
c) Ele não gosta de
sentir dor, mas fere as pessoas. Lameque não gosta de ser pisado, mas pisa
as pessoas. Lameque tipifica aquelas pessoas que não gostam de ser machucadas,
mas têm prazer em machucar os outros.
d) Ele é avesso ao
perdão. Perdão é uma palavra desconhecida no vocabulário de Lameque.
Infelizmente, muitos à semelhança de Lameque preferem retribuir a ofensa na
mesma intensidade ou em grau superior do que liberar perdão. Alguém pode alegar
que não tem nada a ver com Lameque, afinal nunca matou ninguém. Mas a Bíblia
diz que se você odiar a seu irmão é considerado assassino - “Todo aquele que
odeia a seu irmão é assassino” (João 3.15). Portanto, tornamo-nos semelhantes à
Lameque quando não perdoamos, antes odiamos ao nosso irmão. Jesus foi mais
enfático e contundente quando disse: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos
inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai
pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do Pai que
está nos céus...” (Mt 5.44,45).
CONCLUSÃO
Jesus declarou
profeticamente que o mundo, na ocasião da sua volta, será semelhante aos dias
da geração antediluviana - “Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao
dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos,
assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.38,39).
O estado decadente de
pecado e corrupção daqueles dias desgostou a Deus, de tal maneira, que resolveu
intervir na história da humanidade, trazendo o justo castigo, através do
Dilúvio. O juízo de Deus destruiu todos, menos os que estavam na Arca. Estes,
porém, não foram salvos por causa da sua justiça nem retidão, e sim, por causa
da graça de Deus (Gn 6.8). Podemos ver que a salvação é puramente pela graça de
Deus.
A Igreja precisa estar
alerta para os acontecimentos destes últimos dias e cumprir sua principal
missão profética, tal qual Noé: proclamar os juízos de Deus que virão.
REFERÊNCIAS:
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
Bíblia de Estudo Palavra Chave. Rio de Janeiro: CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA.
Estados Unidos da América: Editora
Vida, 1998.
Hamilton,
Victor P. Manuel do Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD.
http://luloure.blogspot.com.br/
Merrill,
Eugene H. História de Israel no Antigo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.
RICHARDS,
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia:
Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012.
Waltke, Bruce
K. Gênesis. Editora Cultura Cristã.
*****************************************************************************
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grato.
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