SUBSÍDIO
PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
4º
Trimestre/2015
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE: Gênesis 9.1-13
TEXTO ÁUREO: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.” (Rm 13.1)
INTRODUÇÃO
Já fora da Arca, Noé e sua
família empreendem um novo mundo civilizatório e um novo governo. Alguns
milhares de anos atrás o mundo foi iniciado com duas pessoas, agora inicia-se
com oito; contudo, requer-se bastante ousadia para reconstruir tudo de novo.
Noé recebe instruções especificas do Criador, a fim de que ele e seus filhos
cumpram fielmente a Sua vontade: edificar uma sociedade fundamentada no amor a
Deus e ao próximo. Deus novamente delega ao homem a direção do planeta e a
administração da justiça.
I.
UM NOVO COMEÇO
Ao sair da Arca, Noé
entrou em um mundo purificado pelo juízo de Deus; figurativamente era uma nova
criação e a civilização humana começaria de novo. Deus estabeleceu a nova ordem
dando provisões básicas pelas quais a vida do homem se regeria na Terra depois
do dilúvio: (a) para dar segurança ao homem prometeu que as estações ficariam
restabelecidas para sempre (Gn 8.22); (b) reiterou o mandamento de que o homem
se multiplicasse (Gn 9.7); (c) confirmou o domínio sobre os animais dando-lhe
permissão para comer sua carne, porém não o seu sangue (Gn 9.4); (d)
estabeleceu a pena capital (Gn 9.6); (e) fez aliança com o homem prometendo-lhe
que jamais voltaria a destruir a Terra por meio de um dilúvio (Gn 9.13,14).
1. Um novo relacionamento com a natureza. “E será o vosso temor
e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus; tudo o
que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues” (Gn
9.2).
Deus renovou com Noé a
supremacia do homem sobre todos os demais seres que existem sobre a face da
Terra. Apesar de ter desobedecido a Deus e de ter causado a sua total
destruição, o homem foi mantido na posição de mordomo da Terra, de ser superior
e dominador frente aos demais.
- “E será o vosso temor e
o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus...”. Estes
termos parecem ser mais estranhos do que “domínio” em Gn 1.28 e implica
que a interação entre humanos e animais não seria pacífica, justamente como Gn
9.6 pressupõe o mesmo quanto aos seres humanos. A intenção divina era que os
seres humanos se submetessem voluntariamente a Ele, e que os animais fizessem o
mesmo a eles (isso só ocorrerá novamente no Milênio - Isaías 11.6-9). Mas
ambos, humanos e animais, transgrediram insolentemente suas funções designadas.
Aparentemente, antes do dilúvio, quando toda carne corrompeu seu comportamento
(ver Gn 6.12), os animais saíram de seu controle, não mais tendo medo dos seres
humanos. A despeito do pecado humano, Deus agora confirma e realça o domínio
humano sobre os animais.
2.
Uma nova dieta. “Tudo
quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado,
como a erva verde. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não
comereis” (Gn 9.3,4).
Na nova dieta, Deus passou
a permitir a alimentação de carne. Até então, pelo que se deduz de Gênesis
1:30, o propósito divino era de que somente a erva verde servisse como
mantimento, ainda que, desde Abel, houvesse atividade de criação de animais.
Agora, Deus permite explicitamente que a carne seja utilizada como alimento,
com exceção do sangue, cujo consumo foi proibido (Gn 9.4).
Por que foi proibido comer
o sangue? Alguns estudiosos creem que o sangue é o símbolo da vida, a qual
só Deus pode dar; portanto, o sangue pertence a Deus e o homem não deve tomá-lo
(ler Dt 12.23). Há, porém, uma explicação mais bíblica. A proibição preparou o
caminho para ensinar a importância do sangue como meio de expiação (cf. Lv 17.10-14).
O sangue representa uma vida entregue na morte. Eis um motivo pelo qual, já na
época da dispensação da graça, se manteve a proibição do consumo de sangue
entre os gentios que se convertessem ao Evangelho (At 15.29). Esta proibição
não decorreu da lei de Moisés, mas, sim, é resultado do pacto de Deus com Noé,
uma aliança que deve ser seguida por todos os homens, pois se tratou de um
compromisso firmado entre Deus e Noé, que ali representava toda a humanidade.
3.
A bênção divina. Deus abençoou a Noé e a sua família,
prometendo-lhe fecundidade, para que novamente enchessem a Terra. Todas as
nações que hoje existem sobre o planeta são resultado desta bênção de
multiplicação – “E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes:
frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 9.1). Noé e sua família
teriam de recomeçar um processo civilizatório que, por causa do Dilúvio,
perdera milhares de anos de invenções, descobertas e avanços tecnológicos para
o período antediluviano.
4.
Um gesto de gratidão. Ao sair da Arca, Noé não foi fazer
uma festa, nem comemorar com sua família a salvação. A primeira coisa que Noé
fez, mostrando que era diferente dos homens de sua geração, agora já
completamente destruída, foi oferecer um grande sacrifício a Deus como sinal de
sua gratidão pelo grande livramento passado e como consagração de sua vida a
Deus para o futuro - “E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo animal
limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar” (Gn 8.20).
Noé buscava, em primeiro
lugar, o relacionamento com Deus, pensava nas coisas que são de cima, no reino
de Deus e na sua justiça. Por isso, não havia se contaminado com o pecado, não
havia se misturado com a iniquidade nem com os iníquos. Noé andava com Deus (Gn
6.9) e, por isso, a sua prioridade era agradecer ao Senhor, adorá-lo pela Sua
benevolência.
Com esse gesto, Noé não
apenas salvara a si e a sua família, mas salvava toda a humanidade, de todos os
tempos posteriores a ele, de uma nova destruição por água. Por cheirar o suave
cheiro do sacrifício de Noé, o Senhor decidiu nunca mais destruir o mundo com
um dilúvio, estabelecendo, então, uma promessa: “E o SENHOR cheirou o
suave cheiro e disse o SENHOR em seu coração: Não tornarei mais a
amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do
homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como
fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e
inverno, e dia e noite não Cessarão” (Gn 8.20-22).
II.
O ARCO DE DEUS
Deus Se agradou tanto da
justiça e da retidão de Noé que com ele firmou um pacto, uma aliança, que os
estudiosos da Bíblia denominam de “pacto noaico”: “não haverá mais dilúvio para
destruir a Terra”. Deus tinha um novo plano de vida para o recomeço da
existência sobre a Terra. Tudo deveria ser renovado, visto que a geração que
pereceu no Dilúvio havia se rebelado contra o Criador e prestava culto a deuses
fictícios, e dava maior ênfase ao antropocentrismo. Agora, o Senhor espera que
Noé e seus filhos restaurem o culto verdadeiro ao único que é digno de toda
glória. Por isso, fez um novo pacto com o homem para começar uma nova
civilização e um novo governo humano.
1.
Um novo pacto com a humanidade. “E eu convosco estabeleço
o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e
que não haverá mais dilúvio para destruir a terra” (Gn 9.11).
Tendo esclarecido as
responsabilidades que o homem teria sobre a Terra, Deus passa a dar destaque à
sua relação especial com o homem estabelecendo um pacto, uma aliança com Noé e
seus descendentes. A ênfase deste concerto estava na misericórdia e não na
punição – misericórdia estendida a todas as criaturas (ver Gn 9.10,11).
A aliança com Noé é a
primeira que se encontra na Bíblia. A relação de Deus com seu povo mediante
alianças veio a ser assunto importantíssimo. Deus estabeleceu sua aliança
sucessivamente com Noé, com Abraão, com Israel (por meio de Moisés) e com Davi;
até que Cristo veio e inaugurou a nova aliança.
2.
O sinal do pacto noético. “E disse Deus: Este é o sinal do
concerto que ponho entre mim e vós e entre toda alma vivente, que está
convosco, por gerações eternas. O meu arco tenho posto na nuvem; este
será por sinal do concerto entre mim e a terra. E acontecerá que, quando eu
trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens. Então, me lembrarei
do meu concerto, que está entre mim e vós e ainda toda alma vivente de toda
carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio, para destruir toda carne. E
estará o arco nas nuvens, e eu o verei, para me lembrar do concerto eterno
entre Deus e toda alma vivente de toda carne, que está sobre a terra” (Gn 9.12-16).
Deus fez um pacto com Noé
e com toda a humanidade prometendo não mais destruir o mundo através de
dilúvio. Ao presenciar a terrível destruição pelo juízo de Deus, o homem
poderia perguntar-se: "Valerá a pena edificar e semear? Pode ser que haja
outro dilúvio e arrase tudo!". Mas, para dar-lhe segurança de que a raça
humana continuaria e o homem teria um futuro garantido, Deus fez aliança com
ele. Deixou o arco-íris como sinal de sua fidelidade. É provável que
o arco-íris já existisse, mas agora se reveste de novo significado. Ao ver o
arco-íris nas nuvens de tormenta, o homem se lembraria da promessa
misericordiosa de Deus.
III.
O PRINCÍPIO DO GOVERNO HUMANO
As oito pessoas que foram
salvas do Dilúvio dariam agora início a uma nova civilização. Era um novo
período de tempo, denominado de governo humano por causa das leis humanas e
governos que foram instituídos, para regular a vida dos homens após a longa era
de liberdade de consciência. Deus deu a Noé determinadas leis para que tanto
ele quanto sua família e todos os seus descendentes fossem governados por elas.
O homem passou a ser responsável pelo seu próprio governo.
1.
O governo humano. O governo humano, que foi
estabelecido por Deus, faz parte de um governo moral de Deus. Teologicamente, o
governo humano é a autoridade que Deus entregou a Noé e a seus filhos, tendo
como objetivo administrar a justiça, ordenar politicamente a sociedade e tornar
sustentável a Terra. Embora o governo seja humano, a soberania é divina. O
principal alvo do governo civil-moral é o bem acima de tudo, e os governos
civis e familiares são necessários para assegurar ou alcançar esse fim.
2.
O aperfeiçoamento do governo. No período do
governo humano várias leis foram dadas, com o homem agora sendo responsável por
reinar ou administrar para o bem de todos. As leis são necessárias para a
preservação da sociedade humana na Terra (Rm 13.1-7; 1 Pe 2.13-15). Sem a
existência, execução de leis e punição, nenhum governo pode durar muito tempo.
Veja as primeiras leis dadas a Noé, no início do Governo Humano:
a) Frutificai,
multiplicai e enchei a terra (Gn 9.1,7).
b) Reine sobre os
animais (Gn 9.2).
c) É permitido comer
animais, e não somente grãos e ervas vegetal (Gn 9.3).
d) Não coma sangue de
animais (Gn 9.4).
e) Não cometa
assassinato (Gn 9.6). O homem é de grande valor e a vida é sagrada, pois
"Deus fez o homem conforme a sua imagem".
f) Mantenha minha
aliança eternamente (Gn 9.9-17).
3.
Importância e objetivos das primeiras leis civis dadas por Deus.
Algumas dessas leis formaram a base das leis humanas, em todas as eras ao longo
dos anos: (a) Elas são necessárias para punir criminosos sejam indivíduos ou
nação Rm 13.3-4; (b) Testar o homem sob o novo padrão de conduta. O homem tinha
falhado em viver corretamente sem leis e sem ameaça de punição. Agora ele era
forçado a obedecer ao certo e rejeitar o errado.
4.
A intervenção extraordinária de Deus. Conquanto Deus haja
delegado ao homem o governo do mundo, Ele continua a comandar todas as coisas.
A todo instante Ele vem intervindo, quer na história das nações, quer na
biografia de cada pessoa.
Quando necessário,
intervém extraordinariamente. Interveio em Sodoma e Gomorra, destruindo ambas
as cidades. Interveio no Egito, arrancando de lá a Israel. Se lermos a história
universal com as lentes da soberania divina, constataremos que Deus interveio
em Roma, levando-a ao desaparecimento. Na Europa, criando nações e abatendo
impérios. São intervenções divinas na comunidade humana. De fato, o governo é
nosso, mas o controle é de Deus. Ainda que o ignoremos, continuará Ele a reinar
absoluto sobre todas as coisas (Sl 99.1) – “O SENHOR reina; tremam as nações.
Ele está entronizado entre os querubins; comova-se a terra”.
CONCLUSÃO
Pelo fato de o governo
civil existir para o bem de toda a sociedade, Deus lhe confere o “poder da
espada”, o uso legal da força para aplicar as leis justas (Rm 13.4). Os crentes
devem reconhecer isso como parte da ordem de Deus. Porém, se o governo civil
proíbe aquilo que Deus exige ou exige aquilo que Deus proíbe, os crentes não
devem submeter-se, e alguma forma de desobediência civil se torna inevitável
(At 4.18-31; 5.17-29). Temos, ainda, a responsabilidade de exigir que os governos
civis cumpram o seu devido papel. Devemos orar pelos governantes, obedecer-lhes
e estar atentos com relação a eles (1 Tm 2.1-4; 1 Pe 2.13-14), lembrando-os de
que Deus os estabeleceu para governar, proteger e manter a ordem.
REFERÊNCIAS:
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
Bíblia de Estudo Palavra Chave. Rio de Janeiro: CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA.
Estados Unidos da América: Editora
Vida, 1998.
Hamilton,
Victor P. Manuel do Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD.
http://luloure.blogspot.com.br/
Merrill,
Eugene H. História de Israel no Antigo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.
RICHARDS,
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia:
Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012.
Waltke, Bruce
K. Gênesis. Editora Cultura Cristã.
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