SUBSÍDIO
PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
1º
Trimestre/2016
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE: Apocalipse 20.1-6.
TEXTO
ÁUREO: “[..] que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal
na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap
20.4).
INTRODUÇÃO
A
volta pessoal e visível de Cristo à Terra está prevista em toda a Bíblia. Deus
estabeleceu o programa de um reino teocrático, iniciado com o povo de Israel,
prosseguindo no período milenial e culminando no reino eterno. A Bíblia Sagrada
mostra que, apesar de nossos temores, haverá uma era de tranquilidade e
refrigério. Isto acontecerá quando o Senhor Jesus, logo após o Arrebatamento da
Igreja e da Grande Tribulação, vier a este mundo instaurar o Milênio. Veremos
que o Milênio, ao contrário do que muitos alegam, têm sólidas bases bíblicas. O
Milênio refere-se ao período de mil anos em que Jesus Cristo reinará sobre toda
a Terra, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Será o cumprimento das
profecias preditas por intermédio dos profetas nas Escrituras do Antigo
Testamento (Is 11.4-9; 60.1-22; 65.8-25; Zc 14.6-9; 16-21). Será o melhor
período da história de toda a humanidade. Na Plenitude do Reino haverá uma
renovação de toda a criação, que atualmente geme esperando por este ditoso Dia
(Rm 8.19-21). Durante todo esse período, Satanás estará preso (Ap 20.2) e o
mundo gozará de uma genuína Paz que nunca houve até então; haverá a perfeita
justiça, “e o efeito da justiça será paz; e a operação
da justiça, repouso e segurança para sempre” (Is 32.17); “... a
justiça e a paz se beijaram” (Sl 85.10). Nossa esperança é a efetivação do
Reino de Jesus Cristo, que terá seu inicio na vinda de Cristo em glória, após a
Grande Tribulação. O Senhor Jesus, na Oração Dominical, ensinou aos seus
discípulos a orar assim: ”Venha o teu Reino” (Mt 6.10). A resposta desta oração
será plenamente respondida quando o Senhor Jesus vier estabelecer o seu Reino
Milenar, aqui na Terra, juntamente com os seus santos (a Igreja glorificada –
Ap 5.10).
I
– O REINO MILENIAL
1.
A restauração da Terra. O planeta Terra foi dado por
Deus "aos filhos dos homens" (Sl 115.16). No princípio, "tomou o
Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar"
(Gn 2.15). Além de cuidar do planeta, o homem teria o domínio da Terra, com
autoridade delegada pelo Criador sobre todos os reinos naturais (Gn 1.28). Era
o plano original de Deus que o homem, feito à sua imagem e semelhança, o
representasse, cuidando do planeta. Todavia, o homem fracassou em cuidar de si
mesmo e da Terra. Com a entrada do pecado no mundo e a Queda do homem, toda a
natureza foi perturbada e atingida pelos nefastos efeitos do rompimento da
comunhão do homem com o Criador (Gn 3.17,18). Diz Paulo: "Porque a criação
ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,
na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que
toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm 8.20-22).
A Terra ou a criação aguarda a gloriosa redenção do homem e da própria
natureza, quando Cristo assumir o Reino Milenial – “E não só ela, mas nós
mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos,
esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23).
2.
A Terra será governada por Jesus (Zc 14.9) - “E o SENHOR
será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o SENHOR, e um será o seu
nome”.
A Terra será regida, não
por monarquia, nem por democracia, nem por autocracia, mas sim por uma teocracia,
isto é, o próprio Deus regerá o mundo na pessoa do Seu Filho, o Senhor Jesus
Cristo (Lc 1.32,33; Dn 7.13,14). Todas as formas de governo que já existiram e
as que existem são falhas, umas mais, outras menos. Mostrando assim que elas
não são perfeitas. Mas Cristo quando reinar será diferente, pois este será um
período de completa glória divina no Seu domínio, governo, justiça e reino (Is
9.6; Is 11.4; Dt 18.18,19; Is 33.21,22; At 3.22). O Espírito Santo de Deus
revelou aos profetas Miquéias e Isaías os detalhes de como será este governo
milenar de Jesus Cristo:
"E julgará entre
muitos povos, e arbitrará entre nações poderosas e longínquas; e converterão as
suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em podadeiras; uma nação não
levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra" (Miquéias
4.3).
"E ele julgará entre
as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em
enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra
outra nação, nem aprenderão mais a guerrear" (Isaías 2.4).
É muito importante
ressaltar que esse será o único e verdadeiro governo de paz e justiça mundial,
cujo Rei será Jesus Cristo. O que estamos vendo hoje são governantes mundiais
prometendo falsas promessas de paz com o objetivo de se autopromoverem.
Os judeus serão a cabeça
federativa desse governo. A sede do governo milenial será em Israel e Jerusalém
será a capital do mundo. O domínio de Cristo será universal (Is 2.2-4; 4.2,3;
Jl 3.17-20; Mq 4.2).
3.
Jerusalém será a capital do mundo (Is 24.23) - “...quando
o Senhor dos Exércitos reinar no monte de Sião e em Jerusalém”. Estas palavras
se coadunam com as do anjo que anunciou a Maria o nascimento de Jesus: “... O
Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. E reinará eternamente na casa de
Jacó...” (Lc 1.32,33). Aqui, a casa de Jacó é a terra que Deus deu por herança
eterna aos seus descendentes, o povo de Israel. E o trono de Davi é em
Jerusalém, que foi a cidade onde Davi se fortaleceu e manteve o seu trono.
Jesus Cristo é descendente de Jacó e de Davi (Mt 1.1,2). O anjo afirmou que o
Filho de Deus reinará em Jerusalém, e seu reino não terá fim. De Jerusalém
sairão diretrizes religiosas, leis civis e principalmente a Lei do Senhor. Para
ela afluirão todas as nações: “E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o
monte da Casa do SENHOR no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros;
e concorrerão a ele todas as nações” (Is 2.2). “E irão muitas nações e dirão:
Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à Casa do Deus de Jacó, para que nos
ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá
a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém” (Mq 4.2).
II
– O GOVERNO DE JESUS CRISTO
1.
Jesus governará com os seus servos. Será uma Teocracia. Cristo
reinará diretamente através de seus representantes. A profecia inicial disto
está em Gn 49.10 - “O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre
seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos”. Outras
referências: Isaías 1.25,26; Daniel 7.27. Todos os reinos da Terra estarão sob
o senhorio de Cristo. Cumprir-se-á em sua plenitude Filipenses 2.10,11: ”Para
que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da
terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus
Pai”. Será realmente uma Nova Era na Terra e verdadeiramente aqueles que
amam a Jesus serão sacerdotes de Deus com Ele, confirmando ainda
mais sua herança em Deus e co-herança em Cristo - " E, se
nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e
co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com
ele sejamos glorificados" (Rm 8.17).
Os judeus serão a cabeça
federativa do governo. Daniel obteve esta mesma revelação, por parte do Espírito
Santo de Deus (Dn 7.22, 27): "Até que veio o ancião de dias, e fez
justiça aos santos do [Deus] Altíssimo; e chegou o tempo em que os
santos possuíram o reino. E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos
debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino
será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão”.
2.
A Igreja reinará com Cristo (1 Co 6.2; Ap 5.10) –
“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo?...”; “e para o nosso
Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra”.
Não sabemos os detalhes de
que forma a Igreja participará do Reino de Cristo no Milênio, sabemos apenas
aquilo que o Senhor nos revelou em sua Palavra, a saber: teremos um corpo
glorioso; espiritual; incorruptível; imortal (1 Co 15.42-44; 53,54), e
reinaremos com Cristo (Ap 5.10). Sabemos também que o Senhor Jesus, após a sua
ressurreição, passou quarenta dias na Terra e apareceu aos seus discípulos e a
vários irmãos (1 Co 15.1-8); andou com seus discípulos (Lc 24.15); apareceu
repentinamente dentre eles estando as portas fechadas (João 20.19,20); foi
tocado (Mt 28.9; Lc 24.36-40) e; comeu com eles (Lc 24.41-43). Teremos
igualmente um corpo glorioso (Rm 8.29,30; 1 Co 15.49; 1 João 3.2), sem
limitações e superior a matéria (Lc 24.15,30,31,36-43; João 20.19,26,27; João
21.4-14; Fp 3.21).
Não podemos querer
descobrir detalhes os quais Deus não nos revelou; para isso devemos saber
apenas que existem realidades que a nossa mente jamais poderá imaginar por
serem coisas sublimes e inexistentes nesta vida, as quais homem algum ou a
nossa própria experiência pôde vivenciar ou ao menos ver (Dt 29.29).
3.
A Nova Jerusalém. A Nova Jerusalém é a cidade celestial que
foi feita para ser o local onde Deus habitará juntamente com os homens que lhe
foram fiéis e aceitaram a sua oferta de submissão e obediência à sua Palavra. É
o local que substituirá o Éden como morada de Deus com os homens. Ela é
explicitamente mencionada e revelada no capítulo 21 do livro do Apocalipse,
mas, antes da visão do apóstolo João, já havia referências a ela nas
Escrituras. O próprio Jesus já havia mencionado existir um lugar que seria por
Ele preparado para que os seus servos nele habitassem para sempre com o Senhor
(João 14.1-3). O objetivo de Deus é fazer com que tenhamos, novamente, um lugar
onde possamos habitar com Deus, e a Nova Jerusalém é este local. Ela é “...
a cidade que tem fundamento, da qual a artífice e construtor é Deus” (Hb 11.10),
na qual Abraão, pela fé, esperava morar (Hb 11.10). Ela é a cidade desejada por
Paulo, quando disse: “Mas a nossa cidade está nos céus...” (Fp 3.20). Ela é “...
o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu
povo e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3).
A Nova Jerusalém foi vista
por João descendo do Céu – “E levou-me em espírito a um grande e alto monte e
mostrou-me a grande cidade, a Santa Jerusalém, que de Deus descia do céu” (Ap
21.10). Isto, por certo, deverá acontecer no inicio do Milênio. Ao descer
do Céu, ela não tocará a Terra, mas, como um Satélite, ficará entre o céu e a
terra, sobre a Jerusalém terrestre, de onde poderá ser vista, quando, durante o
Milênio, as nações e os reis da Terra subirem à Jerusalém para adorar a Deus,
conforme declara Zacarias 14.16: “E acontecerá que todos os que restarem
de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para
adorarem o Rei, o Senhor dos Exércitos...”.
Da Jerusalém terrestre,
acreditamos que levantarão seus olhos e verão, de longe, a Formosa
Jerusalém Celestial, pois, “... não entrará nela coisa alguma
que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no
livro da vida do Cordeiro” (Ap 21.27).
III
– ASPECTOS RELEVANTES DO MILÊNIO
1.
Quem vai participar desse Reino. No Reino milenial de
Cristo haverá dois grupos distintos de pessoas: a Igreja glorificada e os povos
naturais.
a)
Os crentes glorificados. São os constituídos dos santos
do Antigo e do Novo Testamento, e dos santos advindos da Grande Tribulação.
Estes estarão reinando com Cristo durante todo o Seu reinado aqui na terra. No
estado glorificado os salvos não estarão limitados à Terra. Terão o constante
privilégio de acesso ao trono do Pai, no Céu. Seus corpos ressurretos não
estarão limitados pelas coisas físicas como os mortais. Serão como os anjos,
que por terem corpos espirituais não são limitados pela matéria. Nossos corpos
serão apropriados para estarmos na Terra e no Céu. Veja o exemplo de Jesus:
quando apareceu aos discípulos; quando Ele foi reconhecido por Maria Madalena;
estando entre os homens Seu corpo era tão semelhante ao de um homem comum que
dois de seus discípulos, no caminho de Emaús, nada de mais notaram até o
momento em que Ele desapareceu da presença deles.
b)
Os povos naturais: judeus e gentios. Estes estarão em
estado físico normal, vivendo na Terra. Os Judeus e gentios vivos que entrarem
no Milênio, estarão no mesmo corpo que temos hoje, ou seja, não estarão em um
corpo glorioso, logo, poderão multiplicar e encher a Terra novamente.
- Os judeus. Entre a
família de nações milenares, a nação de Israel ocupará o lugar central (Dt 32.8-10).
O anjo revelou a Maria, mãe de Jesus, que Ele estava destinado, como o Messias
prometido, a reinar sobre o trono de Davi (Lc 1.32,33). É verdade que a Igreja recebeu
as bênçãos espirituais dadas primeiramente aos judeus (Ef 1.18; 3.6; 1 Pe 2.9,10),
mas esse fato não muda o propósito de Deus para aquele povo (Is 61.1-62.4; 66.7-24;
Jr 31.31-40; Rm 11.13-28). Assim, com respeito ao Milênio, as promessas divinas
aos judeus são irrevogáveis, e eles as estão aguardando. Israel acolherá a
Jesus como Senhor e Messias, Rei dos reis e Senhor dos senhores (Zc 12.10; 13.6;
14.8,9,16,20,21). Será a nação líder e Jerusalém será a capital do mundo,
conforme texto sagrado a seguir.
· “E
virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus
de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas
suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do SENHOR”
(Is 2.3).
· “Desperta,
desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas vestes formosas,
ó Jerusalém, cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem
imundo. Sacode o pó, levanta-te e assenta-te, ó Jerusalém; solta-te das ataduras
de teu pescoço, ó cativa filha de Sião” (Is 52.1,2).
· “Assim
virão muitos povos, e poderosas nações, buscar em Jerusalém o Senhor dos
Exércitos, e suplicar a benção do Senhor” (Zc 8.22).
A sede do culto ao Senhor
na Terra será Jerusalém. Os cultos não terão a finalidade de sacrifícios para
bênçãos ou como tipos visando profecias futuras, e sim, como memoriais. É como
se fosse a Santa Ceia para nós hoje.
É válido ressaltar que o
Antigo Testamento traz mais detalhes sobre o Milênio do que o Novo Testamento,
isto se deve ao fato do Milênio ser uma promessa referente a Israel e as
bênçãos do Milênio se estenderão sobre as nações da Terra partindo do governo
de Jesus em Israel.
- Os gentios. Na
volta triunfal de Cristo, haverá um juízo das nações gentias, citados por
Mateus como as nações “ovelhas” e as nações “bodes” (Mt 25.31-36). As nações “ovelhas” serão
julgadas aptas para a bênção do reino com base no tratamento dos “irmãos”
(Israel) do Senhor. Alguns textos bíblicos deixam claro que haverá gentios no
Milênio (Ap 20.7,8; Is 2.1-5; 11.5-10; 60.1-5; Zc 14.16-21). Na visão do
profeta Daniel foi revelado que o Cristo teria domínio sobre um reino que
abrangeria todas as nações (Dn 7.13,14).
Outrossim, os gentios que
participarão do Milênio serão pessoas que terão se negado a adorar a Besta
durante a Grande Tribulação, por força da pregação do evangelho nesse período
tenebroso. Assim, por sua fidelidade, muitos gentios não morrerão com as pragas
da consumação da ira divina nem na batalha do Armagedom (Ap 14.9,10). Por isso
muitos gentios entrarão no Milênio.
2.
Haverá um grande derramamento do Espírito Santo.
Sendo o Milênio o Reino do Messias, e sendo o Espírito Santo aquele que glorifica
a Cristo (João 16.14), é de se esperar um sublime e incomparável derramamento
do Espírito Santo. O profeta Zacarias enfatizou muito bem o dia em que o
Espírito Santo será derramado em toda a sua plenitude sobre o povo de Israel:
“Mas sobre a casa de Davi,
e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de
súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele,
como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como
se chora amargamente pelo primogênito”(Zc 12.10).
Esse derramamento do
Espírito será no momento mais cruciante da história de Israel, será quando os
israelitas se virem cercados pelas nações da Terra (o exército do Anticristo e
os advindos do Oriente) para destruí-los, e neste instante, sabendo que não
escaparão da destruição fatal, clamarão ao Senhor por socorro. Nessa ocasião
crucial, Jesus haverá de se manifestar com grande poder e majestade sobre
Jerusalém e, juntamente com a sua Igreja glorificada, livrará Israel da certeira
destruição. Israel pranteará, humilhado e arrependido, aceitando o Senhor
Jesus, a quem rejeitaram na sua primeira vinda(Ap 1.7, Is 66.15,16; Zc 12.9,10)...
O derreamento do Espírito
Santo se estenderá por todo o Milênio (Ez 36.27; 39.29). Deus disse, por meio
de Ezequiel:
- “E porei dentro de vós o
meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos,
e os observeis” (Ez 36.27).
- “Nem esconderei mais a
minha face deles, quando eu houver derramado o meu Espírito sobre a casa de
Israel, diz o Senhor JEOVÁ” (Ez 39.29).
3.
Haverá um conhecimento universal de Deus (Is 11.9; 54.13; Mt 24.14). Haverá
abundância de salvação (Is 33.6). Os judeus serão os mensageiros do Rei (Mq 4.1-3).
Eles realizarão um grande movimento missionário (Is 52.7). “... a terra se
encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11.9b). Com
a difusão do conhecimento do Senhor, muitas pessoas se converterão. A
evangelização será de fato uma das atividades primordiais dos seguidores de Cristo,
como vaticinou o profeta Isaias: “Quão suaves são sobre os montes os pés do que
anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a
salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is 52.7).
Haverá um avivamento
mundial – “Assim, virão muitos povos e poderosas nações buscar, em Jerusalém, o
SENHOR dos Exércitos e suplicar a bênção do SENHOR. Assim diz o SENHOR dos
Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas
das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu, dizendo: Iremos
convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zc 8.22,23).
4.
Haverá paz e justiça na Terra. No governo humano,
sob a orientação e influência de Satanás a Terra nunca conheceu a paz e nunca
foi governada com justiça. No Milênio haverá paz e justiça, na Terra - “...
a justiça e a paz se beijaram” (Sl 85.10).
- Haverá paz. Haverá
paz porque um dos nomes de Jesus é “Príncipe da Paz”(Is 9.6). “... e ele
anunciará a paz às nações...”(Zc 9.10). “... e converterão as suas espadas
em enxadas e as suas lanças em foices; uma nação não levantará a espada contra
outra nação, nem aprenderão mais guerra. Mas assentar-se-á cada um debaixo da
sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem o espante...”(Mq 4.3,4).
Não apenas entre as
nações, não apenas entre os homens, em particular, mas haverá paz, também,
entre os próprios animais - “E morará o lobo com o cordeiro, o leopardo com o
cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho do leão, e a nédia ovelha viverão
juntas, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e os
seus filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha como o boi. E brincará a
criança de peito sobre a toca da áspede, e o já desmamado meterá a mão na cova
do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade...”
(Is 11.6-9).
- Haverá justiça. “E
a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade, o cinto dos seus rins” (Is
11.5). O pecado gerou uma situação de injustiça, de desigualdade entre os
homens. Como explica a Bíblia, todo pecado é iniquidade (1 João 5.17) e, por
causa do pecado, foi gerada uma situação de domínio egoístico entre os homens.
Portanto, para que Jesus desfaça todas as obras do diabo, é necessário que se
instale, ainda nesta Terra, um governo de justiça, de equidade, um governo onde
não haja dominação egoística e exploradora de homens sobre homens. Por isso é
necessário que haja o Milênio, para instaurar, nesta Terra onde vivemos, a
justiça entre os homens.
5.
A natureza será transformada. Um dos objetivos do
Milênio é promover a redenção da natureza, que geme desde que o pecado entrou
no mundo por força da desobediência do primeiro casal. E a situação vai piorar
muito no decurso da Grande Tribulação. A situação ecológica do mundo estará,
após a batalha do Armagedom, em situação de calamidade total. O governo
desumano, belicista e ganancioso do Anticristo e as pragas divinas lançadas
durante a Grande Tribulação causarão um enorme transtorno em toda a natureza,
mas isto será a preparação para a redenção que se operará durante o reino
milenial de Cristo. Assim como a mulher sofre dores antes de dar à luz um
filho, assim, também, antes de promover a restauração da natureza, esta gemerá
como nunca por causa do pecado e da rebeldia do ser humano.
Um dos grandes problemas
na atualidade e que se intensificará como nunca na Grande Tribulação é o da
água. Se hoje já começa a faltar água para a humanidade, a Bíblia diz que, na
Grande Tribulação, a água dos mares e dos rios tornar-se-á imprestável para
uso, notadamente após o derramamento das taças da consumação da ira de Deus.
Mas, no Milênio, a Bíblia diz que haverá abundância de água (Is 30.25) e
simplesmente desaparecerão os desertos (Is 35.1,2,7). Tudo isto contribuirá
muitíssimo para a fertilidade do solo e o desaparecimento da fome.
Mas não será apenas a
natureza sem vida que será restaurada. Também os seres vivos irracionais serão
alcançados pela restauração da criação a ser promovida no Milênio. Além dos
vegetais, que, com as mudanças climáticas, terão melhores condições de vida e
não sofrerão mais o ataque depredador do homem, pois que a produção será
voltada para a alimentação e a satisfação das necessidades, sem ganância, o que
fará com que seja respeitado naturalmente o equilíbrio ecológico, os animais
todos serão, como eram no princípio, herbívoros e será retirada a ferocidade
atualmente existente, que nada mais é que a reação da natureza ao homem que a
violenta diariamente e a violentou permitindo o ingresso do pecado no mundo. A
Bíblia fala-nos que, durante o Milênio, o lobo e o cordeiro pastarão
juntamente, o leão comerá palha como o boi (Is 65.25), assim como o leopardo se
deitará com o cabrito e um menino pequeno guiará tanto o bezerro, quanto a
ovelha e o filhote de leão (Is 11.6) e os animais jamais farão qualquer dano ao
ser humano (Is 11.9; 65.25). Será, enfim, um ambiente de perfeita harmonia e
paz entre o homem e a natureza.
6.
Os judeus possuirão toda a Terra Prometida. Esse território
vai do Mediterrâneo ao rio Eufrates (Gn 15.18; 17.8; Êx 23.31). Atualmente a
maior parte da terra de Israel é um deserto seco e estéril. A fim de
restaurá-lo, Deus fará fluir de sob o templo milenar um volumoso rio (Ez 47.1-12)
– o mar morto será local de muitos peixes (Ez 47.10) -, o qual, juntamente com
as copiosas chuvas que cairão, fará esse deserto florescer (Is 35.1).
7.
A saúde será perfeita, por isso a vida humana será prolongada como no princípio
da história humana (ler Is 65.20,22 e Zc 8.4). Haverá
abundância de saúde para todos (Is 33.24). Isto em muito contribuirá para
prolongar a vida. Não haverá deformado, nem paralíticos, nem aleijados (Is 35.5,6).
Haverá muito mais luz (Is 30.26), e isto resultará em benefícios em muitos
sentidos: influenciará no clima e na vegetação. Haverá um elevado índice de
natalidade (Zc 8.5;10.8). Com o prolongamento da vida e muita saúde, será
elevado o índice de natalidade e a população da Terra durante o Milênio será
restaurada da redução que sofreu durante a Grande Tribulação (Zc 10.8).
8. Os
velhos terão prazer (Is 65.20-22) – “Não haverá mais
nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o
jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E
edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não
edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque
os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das
obras das suas mãos até à velhice”.
9.
Não haverá déficit habitacional – todos terão moradia (Is 65.21,22): ”E
edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não
edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque
os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das
obras das suas mãos até à velhice”. Haverá, portanto, um vasto programa de
reconstrução (Ez 36.33-36).
10.
A morte será apenas em caráter punitivo pela desobediência e rebeldia. Durante
o Milênio ainda haverá morte na Terra. Isto ocorrerá porque os seus
habitantes não estarão em corpo glorioso; entretanto, a morte será exceção e
não regra e terá um caráter punitivo pela desobediência e rebeldia - “E sairão
e verão os corpos mortos dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu
verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror para toda a
carne” (Is 66.24).
Diante de tudo isso que
ocorrerá no Milênio eclode em nosso coração um desejo superlativo pela volta do
Senhor. “Vem Senhor Jesus!”.
CONCLUSÃO
Ora, se o Milênio é tão
maravilhoso, o que não diremos da Nova Jerusalém? O primeiro, apesar de suas
realizações, será imperfeito e temporário; o segundo não, pelo contrário, há de
ser eterno e perfeitíssimo. Já pensou quando entrarmos naquela cidade, cujo
arquiteto e construtor é o próprio Deus? Como descrever a formosa cidade? Como
vimos, o Milênio será o período mais espetacular e glorioso da história humana.
Será um tempo de paz, justiça, prosperidade e harmonia jamais vistos. Nele, o
mundo experimentará um governo perfeito, conforme está escrito nas Escrituras
Sagradas - “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo
justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na
terra” (Jr 23.5). Este “Renovo justo” será o próprio Jesus. Então, é certo
que todos os problemas hoje existentes, e que nenhum governante pode e nem
poderá resolver, o Rei Jesus terá para todos e para cada um a necessária
solução - “Porque o Senhor consolará a Sião; consolará todos os seus lugares
assolados, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão como o jardim do
Senhor; gozo e alegria se achará nela, ação de graças, e voz de melodia” (Is
51.3). Acima de tudo, será um Reino de justiça, onde Cristo será o Rei e
governará com absoluta retidão (Is 11.3-5). Vale a pena ser crente! Vale a pena
ser um seguidor fiel de Cristo! Senhor Jesus, ajuda-nos a cumprir nossa
carreira neste mundo, para que possamos adentrar na Jerusalém Celeste. Queremos
a tua companhia; desejamos ver o teu rosto. Sê conosco, meigo Salvador.
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