SUBSÍDIO
PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
1º
Trimestre/2016
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE: Mateus 24.4,5,11-13; 1 Tessalonicenses 1.10.
TEXTO
ÁUREO: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos”
(2 Tm 3.1).
INTRODUÇÃO
Ao contrário do que muita
gente pensa, a Doutrina das Últimas Coisas não constitui um emaranhado de
enigmas, ou um quebra-cabeças. Ela é um conjunto de verdades cristalinas e bem
estabelecidas a respeito do que Deus está para fazer nestes últimos dias. Em muitas
igrejas locais, há uma verdadeira profanação das coisas sagradas. O púlpito se
transformou em palco, e a nave em circo, onde espetáculos carnais, travestidos
de espiritualidade, impressionam e atraem muitas pessoas que não têm a mínima
noção do que é ser salvo nem tão pouco do que a Palavra de Deus ensina sobre a
verdadeira adoração a Deus. Jesus em seu Sermão Profético, predisse o que
aconteceria no fim dos tempos: “Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e
trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos
falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o
amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.
E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas
as gentes, e então virá o fim” (Mateus 24.10-14).
Que o Espírito Santo nos ajude a entender a revelação do futuro.
1.
O ESTUDO DA ESCATOLOGIA
1.
Definição. Escatologia é um termo constituído de duas
palavras gregas: escathos e logos, que se traduzem por “últimas
coisas” e “tratado” ou “estudo”. É o estudo acerca de coisas e eventos futuros
profetizados na Bíblia. Nas primeiras palavras do texto de Ap 1.1 podemos
entender o sentido da escatologia para a Igreja: “Revelação de Jesus Cristo, a
qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem
acontecer”. Em resumo, significa para os cristãos “o estudo ou a doutrina das
últimas coisas”.
2.
A escatologia e a volta de Jesus. A volta de Jesus
pode acontecer a qualquer momento: "Portanto, estai vós também
apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais" (Lc
12.40). Além de estarmos preparados, escatologia deve nos motivar a ajudar os
outros a se prepararem também. Enquanto a obsessão pelas últimas coisas é
perigosa, a omissão é ainda mais. A preocupação com o mundo presente está
sufocando o interesse no mundo por vir, e acredito muitos crentes já não oram
Maranata! Temos construído nosso céu aqui. O estudo da Escatologia mantém estas
verdades vitais e finais à nossa frente e nos encoraja a olhar além deste
mundo: para o céu na vida eterna com Cristo e o Seu povo. Ainda que pareça
tardar, a volta de Jesus é Literal - Pessoal e Corporal (At 1.11; 1 Ts
4.14-17); será visível (Ap 1.7,9-11; Mt 24.26,27,30; Lc 21.27; Tt 2.13; 1 Jo
3.2,3; Is 52.8; Os 5.15). Sua vinda é súbita (Ap 22.7,12,20; Mt 24.27),
iminente, do ponto de vista profético (Tt 2.13; Hb 9.28; 1Ts 1.9,10; Rm 13.11),
próxima, do ponto de vista histórico (Lc 21.28; Mt 16.3;24.33;24.3). Se dará em
duas Fases (Sf 2.3):
a) O arrebatamento da
igreja, nos ares (1Ts 4.16,17; Jo 14.3);
b) A revelação ao mundo,
na terra (2Ts 1.7-9; 2.7,8; Cl 3.4; Ap 1.7; Jl 3.11; 1Ts 3.11; Zc 14.4,5; Jd
14).
3.
A Abrangência da Escatologia. A escatologia pode ser
devida em dois tópicos: Escatologia Geral
e Escatologia Individual.
1)
A Escatologia Geral:
a) O Fim dos Tempos;
b) O Arrebatamento da Igreja;
c) A Grande Tribulação;
d) A Vinda de Cristo;
e) O Milênio;
f) O Juízo Final;
g) O Perfeito Estado Eterno.
2)
A Escatologia Individual:
a) O Estado intermediário dos mortos;
b) A ressurreição dos mortos;
c) O destino final.
Os crentes nutrem um
desejo profundo para conhecer os eventos futuros. Contudo, quando em contato
com as profecias bíblicas encontram dificuldade para interpretá-las. Muitos por
desconhecerem os princípios de interpretação têm feito uso de métodos
inadequados chegando a formular teorias incorretas, trazendo, assim, prejuízo à
sua vida cristã e à Igreja. O estudo de escatologia, conduzirá, sem dúvida, os irmãos
a uma compreensão clara das profecias bíblicas.
II.
A PREOCUPAÇÃO COM O FIM DOS TEMPOS
1.
Os Discípulos de Jesus. Ao ouvirem o anúncio da destruição do
Templo, os discípulos pediram:
1º
“Dize-nos quando sucederão estas coisas...” (Mt 24.3).
Eles perguntaram sobre a destruição do Templo e de Jerusalém. Como judeus
legítimos, obedientes à Bíblia, eles também criam no estabelecimento do Reino
messiânico, e o próprio Senhor Jesus havia falado de Sua volta (Mt 23.39). Suas
próximas perguntas foram:
2º
“...que sinal haverá da tua vinda...?”
3º
“...e da consumação do século?”
As duas últimas perguntas
poderiam ser consideradas como uma única. Observe que ideia do “fim do mundo”
já era bem questionada pelos primeiros cristãos.
2.
As Previsões Falsas sobre o Futuro. A História da Igreja
testemunhou, ao longo dos séculos, a preocupação de líderes de movimentos
religiosos quanto ao fim do mundo.
1)
Certo pastor evangélico, no Nordeste, fazia cálculos errôneos
sobre a Grande Tribulação e a Volta de Jesus. Ele marcou o arrebatamento da
Igreja para 1993, e o início da Grande Tribulação (sete anos) considerando que
o ano 2.000 seria o fim do 6º milênio; nada aconteceu. Jesus, em seu Sermão
Escatológico, ensinou: “Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está
aqui, ou ali, não lhe deis crédito; Porque, assim como o relâmpago sai do
oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem”
(Mt 24.23,27).
2)
As “profecias” de Nostradamus. Miguel de Nostradamus nasceu
em St. Remy, perto de Avinhão, na Provença (França), em 1481, morreu em 1566.
Descendente de judeus, pai, avô e bisavô eram ligados a magos e mestres da
cabala árabe. Nostradamus foi um falso profeta por excelência. Previsões dele:
Em 1986 haveria a devastação
da Itália (A terra de Da Vince continua no mesmo lugar, apenas invadida por
imigrantes africanos);
Em 1987 haveria fome e
miséria na Europa, com o início da 3º Guerra Mundial (Até agora ninguém morreu
de fome);
Em 1988 haveria um grande
terremoto, com um eclipse de três dias sobre a terra;
Em 1989 haveria uma
revolução na Itália, terminando com uma ditadura e proibição do cristianismo.
Todas suas previsões foram
fruto da ação do Diabo, para que as pessoas deixem de crer na Palavra de Deus.
3.
Falsos profetas. Basta ler o que Jesus deixou
escrito no sermão profético de Mateus 24.36: “Mas daquele dia e hora ninguém
sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” Entre as muitas outras
profecias falsas sobre a vinda de Jesus está a declaração de Joseph Smith,
fundador do Mormonismo, feita em 1835. Profetizou ele que Cristo voltaria
dentro de 56 anos, e que muitos dos que então viviam “não provariam a morte até
que Cristo voltasse”. Nem seria preciso dizer que ele morreu e Jesus ainda não voltou.
Charles Taze Russell declarou que a segunda vinda de Cristo tinha ocorrido
invisivelmente em outubro de 1874, e que o Senhor estava verdadeiramente
presente, e, que, em 1914, os fiéis (os 144.000) seriam trasladados para o céu
e os ímpios destruídos. Profetizou que a Batalha do Armagedom, que começara em
1874, terminaria em 1914 com a derrubada geral dos governantes da Terra e o fim
do mundo. No começo da década de 20, as Testemunhas de Jeová distribuíram nas
ruas e de porta em porta na América do Norte, um livro intitulado Milhões Hoje
Vivos Jamais Morrerão, que anunciava: “O ano de 1925 é uma data definitiva e
claramente marcada nas Escrituras, ainda mais clara que a de 1914… podemos
esperar confiantemente que o ano de 1925 marcará o retorno de Abraão, Isaque e
Jacó e dos fiéis profetas antigos… na condição de perfeição humana.” As
Testemunhas de Jeová chegaram a construir uma casa na cidade de San Diego,
Califórnia, na qual os patriarcas deveriam morar, e tentaram passar a escritura
em nome do Rei Davi. Esta casa foi discretamente vendida em 1954. “Quando o
profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder
assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele
profeta; não tenhas temor dele.” (Dt 18.22).
4.
O aparecimento de falsos Cristos. Álvaro Inri Cristo Thais,
mais conhecido como Inri Cristo (Indaial, 22 de março de 1948) é um escritor e
líder religioso brasileiro que alega ser a reencarnação de Jesus Cristo. Em
1979, afirmou ter tido a revelação de sua verdadeira identidade após ter feito
jejum durante alguns dias em Santiago, no Chile. Até então, era conhecido como
Iuri de Nostradamus, nome que adotou como vidente e conselheiro. A adoção do
nome "Inri" aconteceu depois que um jornal mexicano o publicou. Isto
seria considerado o segundo sinal após o primeiro sinal em Santiago de que ele
seria o Cristo "reencarnado". INRI, acrônimo de "Jesus de Nazaré
Rei dos Judeus" seria, segundo a revelação, o novo nome do Cristo
retornado. Enquanto o Álvaro (Inri Cristo) fala bobagens, Jesus já havia
previsto esse fenômeno satânico: “Porque surgirão falsos cristos e falsos
profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora,
enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24).
III
– INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
1.
Futurista. Existem
diferentes interpretações escatológicas a respeito do arrebatamento da Igreja. Obsevaremos
sobre quatro:
a)
Pré-tribulacionista. Podemos
começar entendendo essa escola de interpretação com as palavras de Paulo aos
tessalonicenses, quando escreveu: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas
para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”, 1 Ts 5.9. Ensina
que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes que se inicie o período da Grande
Tribulação. O Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do período de
sete anos conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (tanto
os vivos quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o encontro com Jesus
Cristo e depois serão levados ao céu (1 Ts 4.13-18).
b)
Pré-milenista. É
a visão de que a segunda vinda de Cristo ocorrerá antes do Seu Reino Milenar e
que esse reino será um período literal de 1000 anos. Para que possamos
compreender e interpretar as passagens nas Escrituras que lidam com os eventos
do fim dos tempos, há duas coisas que precisamos claramente entender: um método
apropriado de interpretar as Escrituras e a distinção entre Israel (os judeus)
e a Igreja (o corpo de todos os crentes em Jesus Cristo).
c)
Midi-tribulacionistas. Ensina
que a Igreja entrará no período da Grande Tribulação até a sua metade. Seus
intérpretes se baseiam numa interpretação isolada de Dn 9.27, cujo texto fala
que depois do opressor firmar um concerto com Israel por uma semana, “na metade
da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”.
d)
Pós-tribulacionistas. Essa
escola interpreta que a Igreja remida por Cristo passará pela Grande
Tribulação. Os que pensam assim estão equivocados, pois a Igreja não estará
mais na Terra quando começar a Grande Tribulação. “Como guardaste a palavra da
minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre
todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10).
2.
Histórica. Os historicistas interpretam o Apocalipse como
um estudo progressivo dos destinos da igreja desde seu início até a sua
consumação. Numa linguagem simples, essa corrente entende que, no Apocalipse,
tudo é passado (pretérito). Todavia, as profecias bíblicas sobre o fim dos
tempos indicam que diversos eventos escatológicos ainda não se cumpriram, como
o Arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.17), a Grande Tribulação (Ap 3.10), a vinda
de Cristo em glória (Mt 16.27) e o Milênio (Ap 20.2-5).
3.
Preterista. Esta interpretação considera que João teria
escrito Apocalipse antes da destruição do Templo em 70 d.C. e que estas
profecias seriam fatos que aconteceram na mesma época de quando o livro foi
escrito. Esta posição é praticamente insustentável, porque basta retrocedermos
na história, tentando encaixar os eventos de Apocalipse que veremos que as
profecias ainda não aconteceram. Nem mesmo os imperadores romanos, conhecidos
por sua maldade, se encaixariam no perfil descrito para o anticristo. Também
vemos que a profecia da profanação do Templo descrita em 2 Tessalonicenses
2.3-4 ainda não aconteceu.
4.
Simbolista. É também chamada de interpretação idealista
ou espiritualista. Dentre os símbolos há os pós-milenistas,
que veem o Milênio como uma extensão do período atual da Igreja. Ensinam que o
poder do evangelho ganhará todo o mundo para Cristo, e a Igreja assumirá o
controle dos reinos seculares. Após isso haverá a ressurreição e o julgamento
geral tanto do justo como do ímpio, seguido pelo reinado eterno no novo céu e
na nova terra. Porém, Paulo teve uma revelação realista quanto à volta de
Cristo, a ressurreição e o arrebatamento da dos salvos. “Não quero, porém,
irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos
entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que
Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os
tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos
para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor
descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com
eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o
Senhor.” (1 Ts 4.13-17 – grifo nosso)
CONCLUSÃO
A partir de agora,
portanto, dedique-se à Escatologia Bíblica, não para satisfazer a sua
curiosidade acerca do porvir; mas a fim de preparar-se melhor para a chegada do
Rei. Você está preparado? Já nasceu de novo? Não perca esta oportunidade.
“...Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Senhor
Jesus, ajuda-nos a estudar, com santa reverência, os fatos concernentes à tua
vinda. Ó Cristo Amado, não tardes em vir buscar a tua Igreja. Maranata! Ora
vem, Senhor Jesus!
REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, Abraão de. Manual
da Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Vem
o fim, o fim vem — A doutrina das últimas coisas. Lições Bíblicas, Rio de
Janeiro, 4º trimestre, 2004.
BERGSTÉN, Eurico. A Doutrina
das últimas coisas. Rio de Janeiro: CPAD, 1982.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD,
2004.
Bíblia de Estudo Palavra Chave. Rio de Janeiro: CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
BOYER, Orlando. PEQUENA
ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. Estados Unidos da América: Editora Vida, 1998.
CABRAL, Elienai. Escatologia
– O estudo das últimas coisas. Lições Bíblicas, Rio de Janeiro, 3º
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INRI CRISTO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida:
Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Inri_Cristo&oldid=44089654>.
Acesso em: 22 dez. 2015.
LIETH, Norbert. O
sermão profético de Jesus: uma interpretação de Mateus 24 e 25. Porto
Alegre: Actual Edições, 2005.
RENOVATO, Elinaldo. O Final
de Todas as Coisas: Esperança e glória para os salvos. Rio de Janeiro:
CPAD, 2015.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo
por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
SILVA, Severino Pedro da. Escatologia,
doutrina das últimas coisas. Rio de Janeiro: CPAD, 1988.
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