SUBSÍDIO
PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
4º
Trimestre/2015
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE: Gênesis 21.1-8
TEXTO
ÁUREO: “E disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá
comigo” (Gn 21.6).
INTRODUÇÃO
Ao ouvir a promessa de que
Sara daria à luz um filho, Abraão riu-se; e o riso de Abraão seria secundado
pelo riso de Sara (Gn 18:12). O riso de Abraão pôs em dúvida a capacidade
geradora de si mesmo e de sua esposa.
“Então, caiu Abraão sobre
o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de
nascer um filho? E conceberá Sara na idade de noventa anos? E disse Abraão a
Deus: Tomara que viva Ismael diante de teu rosto! E disse Deus: Na
verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque...”
(Gn 17.17-19).
Parecia inacreditável que
Abraão e Sara, em idade avançada (99 e 89 anos, respectivamente – Gn 17.1) -
ainda mais: Sara era estéril (Gn 11.30) -, pudessem ter um filho. Mas, Deus
disse a Abraão: “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?" (Gn 18.14). Deus
queria que eles soubessem que o cumprimento da promessa não seria o resultado
de esforços humanos, mas da pura graça, um milagre.
I.
ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO
1.
O nascimento do “riso” (Gn 21.3,6). Quando
finalmente nasceu o filho prometido, após os vinte e cinco anos de sua
peregrinação em Canaã, Abraão e Sara lhe deram o nome de Isaque (“riso”),
conforme ordenou o Senhor (Gn 17.19,21). Esse nome expressava o contentamento
do casal idoso e de todos aqueles que ouviriam essa notícia. O nome Isaque,
dado ao recém-nascido, que parecia uma censura ao riso incrédulo do velho
casal, agora tem novo significado: era o riso de alegria por ter um filho.
Quando Isaque nasceu, o riso incrédulo de Sara converteu-se em riso de gozo:
"Deus me tem feito riso" (Gn 21:6). “Disse mais: Quem diria a Abraão
que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice?” (Gn
21.7). O Senhor teve muita paciência com o velho casal, pois eles lutavam
contra fortes dúvidas pela longa demora do advento do filho. Ao passar dez anos
em Canaã sem ter filhos, Sara procurou ajudar a Deus a fim de que se cumprisse
a promessa. Segundo a lei mesopotâmica daquela época, uma esposa estéril podia
dar a seu marido uma serva como mulher e reconhecer como seus os filhos
nascidos dessa união. Abraão, em um momento de incredulidade, cedeu ao plano
de Sara, porém as consequências foram tristes, dentre elas, conflitos no lar.
Como Abraão e Sara se parecem com muitos crentes que desejam substituir o plano
de Deus por seus planos e pelas obras da carne!
2.
Isaque e Ismael (Gn 21.9-21). Isaque provavelmente
tinha entre dois e cinco anos de idade quando foi desmamado. A essa altura,
Ismael tinha entre treze e dezesseis anos de idade. Durante o jantar em
comemoração ao fato de Isaque ter sido desmamado, Sara viu que Ismael caçoava
de Isaque e, por causa disso, ordenou a Abraão que expulsasse Agar e seu filho.
Sara percebeu que a natureza do rapaz não concordava com o espírito de fé
prevalecente na família. As duas linhagens tinham de estar marcadamente
separadas. Era penoso para Abraão expulsar Ismael, mas Deus o consolava
dizendo-lhe que por meio de Isaque viria sua descendência. Além do mais, por
amor a Abraão Deus cuidaria do jovem Ismael e sua descendência formaria uma
grande nação.
Hagar e Ismael aprenderam
que embora expulsos das tendas e sem a proteção de Abraão, não estavam alijados
da solicitude de Deus. Ele estava com Ismael e cuidou dele em sua juventude,
possibilitando assim o cumprimento da promessa que ele mesmo fizera de que por
meio de Ismael faria uma grande nação. Não obstante, ao casar-se com uma
egípcia e habitar em Parã (Gn 21.21), Ismael afastou-se da família de Abraão.
O apóstolo Paulo
interpreta esse acontecimento como uma evidência da inimizade entre o que corresponde ao esforço e ao que vem da graça ou da promessa. Hagar representa
o sistema pelo qual os homens procuram salvar-se, pelas obras da lei, e Sara
representa a graça de Deus. São incompatíveis entre si. Assim como era
necessário que a escrava e seu filho fossem expulsos para dar lugar ao filho da
mulher livre, é necessário abandonar o sistema das obras para herdar a graça
(Gl 4.21-31).
II.
ISAQUE, O BEM MAIS PRECIOSO DE ABRAÃO
A prova que Abraão passou,
quando Deus pede a ele o seu único filho em sacrifício, é uma demonstração
convincente de amor por Deus. Este episódio retrata uma das experiências mais
tremendas registradas em Gênesis. Deus provou Abraão não para fazê-lo tropeçar
e assistir a sua queda, mas para aprofundar sua capacidade de obedecer a Deus e
verdadeiramente desenvolver seu caráter. Assim como o fogo refina o minério
para extrair metais preciosos, Deus nos refina através de circunstâncias
difíceis.
1.
A provação das provações (Gn 22.1-19). Certa feita,
provavelmente à noite, o Senhor ordenou a Abraão: “Toma agora o teu filho,
o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o
ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22.2). “Então,
se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou
consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu lenha para o
holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera” (Gn 22.3).
O pedido que o Senhor fez
a Abraão foi a prova suprema da fé do patriarca. Deus prometera ao patriarca
uma descendência incontável por meio de Isaque. A esse ponto, Isaque era muito
jovem e ainda não possuía esposa. Ora, como a promessa poderia se cumprir se
Abraão o matasse? De acordo com Hebreus 11.19, Abraão acreditava que Deus
ressuscitaria Isaque. Isso representa uma notável demonstração de fé, pois até
aquele momento não havia nenhum registro de ressurreição na história do mundo.
Observe também a fé de
Abraão em Gênesis 22.5: “E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o
jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, voltaremos para
junto de vós”. Abraão foi justificado em primeiro lugar pela fé (Gn 15.6) e
depois pelas obras (Tg 2.21). A salvação do patriarca ocorreu por meio de sua
fé, ao passo que suas obras eram prova da fé que possuía.
Quando Isaque perguntou: “onde
está o cordeiro para o holocausto?”, Abraão respondeu: “Deus proverá para si
[...] o cordeiro”. Essa promessa se cumpriu em definitivo com a vinda do
Cordeiro de Deus (João 1.29) e não apenas por meio do carneiro mencionado em Gn
22.13.
O propósito da prova era
aumentar a fé que Abraão tinha, dar-lhe a oportunidade de alcançar uma vitória
maior e receber uma revelação mais profunda ainda de Deus e de seu plano. Deus
prova o homem para dar-lhe a oportunidade de demonstrar sua obediência e
crescer espiritualmente.
"Não estendas a tua
mão sobre o moço, porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu
filho, o teu único" (Gn 22.12). Tudo o que Deus queria era a rendição
de Abraão, um sacrifício em espírito. Queria que Abraão mostrasse que amava
mais a Deus que a seu próprio filho e as promessas feitas. Abraão teve sua fé
grandemente recompensada. Recebeu o seu filho simbolicamente dentre os mortos
e dali em diante esse filho lhe foi mais precioso que nunca. Da mesma forma, o
que entregamos a Deus ele devolve a nós muito mais enriquecido e elevado que
antes.
Abraão teve também uma
revelação mais ampla de Deus e de seu plano. Chamou àquele lugar de “o Senhor
Proverá” (Jeová-Jireh - Gn 22.14). O novo título de Deus chegaria à sua
expressão plena quando outro Filho, também prometido, sofreria a morte nas
proximidades do monte Moriá. Talvez Jesus se referisse a esta revelação ao
dizer: "Abraão... exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se"
(João 8.56).
Abraão enfrentou a ameaça
devastadora da morte e venceu seu poder pela confiança plena na integridade de
Deus. Por outro lado, Deus demonstrou claramente que o sacrifício que Ele
deseja é inteireza de coração, rendição às suas ordens.
2.
O encontro de Isaque com Deus. No caminho para
Moriá(3), Isaque pergunta: Meu pai, eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o
cordeiro para o holocausto? Abraão responde-lhe: “Deus proverá”. Chegaram ao
local determinado e prepararam o altar, então Abraão contou a Isaque todas as
coisas e o amarrou para ser sacrificado e ao levantar o cutelo para imolá-lo,
Deus impediu Abraão de sacrificar Isaque e providenciou um cordeiro para isso.
Isaque, o filho da promessa, agiu em obediência ao seu pai em se tornar o
sacrifício (v.9); Jesus orou: “Pai meu, se este cálice não pode passar de mim
sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.37) - Isaque é “padrão”,
“ilustração”, “exemplo” ou “tipo”. de Cristo - o padrão do sacrifício de Isaque
por Abraão prefigura muitos eventos que espelham a morte e a ressurreição de
Jesus.
3.
Jesus, o bem mais precioso do Pai. Esse episódio é uma
antecipação da expressão mais profunda do amor de Deus por nós: a entrega de
seu Filho Unigênito para morrer em nosso lugar. Como nenhum outro episódio,
este aponta para o amor do Pai e o sacrifício de Jesus na cruz.
A entrega de Isaque é um
farol a apontar o amor eterno e sacrificial do Pai que deu seu Filho para
morrer por nós, pecadores. Deus poupou Isaque, mas não poupou seu próprio
Filho. A Bíblia diz que Deus não poupou seu próprio Filho, antes o entregou por
todos nós (Rm 8.32). Diz ainda que Deus prova seu amor para conosco pelo fato
de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8).
Algumas semelhanças entre
esse gesto de Abraão e o amor do Pai podem ser aqui identificadas:
- Em primeiro lugar, assim
como Abraão, Deus não poupou seu próprio Filho (Hb 11.17; Rm 8.32). Abraão
entregou seu filho a Deus, e Deus entregou seu Filho para morrer pelos
pecadores.
- Em segundo lugar, Isaque
foi o filho do coração como Jesus foi o Filho amado (Gn 22.2; João 3.16). Assim
como Isaque, o filho amado de Abraão, era o filho da promessa, Jesus é o Filho
amado, em quem Deus tem todo o prazer.
- Em terceiro lugar,
Isaque foi a Moriá sem reclamar; Jesus, como ovelha muda, foi obediente até à
morre, e morte de cruz. A atitude de Isaque, caminhando três dias para o monte
Moriá, lança luz sobre a atitude de Jesus caminhando para o Calvário, sem abrir
a boca e sem lançar maldição sobre seus exatores.
- Em quarto lugar, Isaque
foi filho de promessas; Jesus é o Filho de profecias. Isaque foi prometido por
Deus, seu nascimento foi profetizado, seu nascimento veio por uma intervenção
miraculosa de Deus, no tempo oportuno de Deus. Assim, também, Jesus veio ao
mundo para cumprir um propósito do Pai; sua vinda foi prometida, preparada. Ele
nasceu para cumprir um plano perfeito do Pai.
- Em quinto lugar, Isaque
teve seu sacrifício preparado (Gn 22.2,3); o sacrifício de Jesus foi planejado
na eternidade (Ap 13.8). Assim como Deus estabeleceu os detalhes do sacrifício
de Isaque, também planejou desde a eternidade a entrega, o sacrifício e a morte
vicária de seu Filho na cruz.
- Em sexto lugar, Abraão
e Isaque caminham sós para o Moriá. Jesus também bebeu o cálice sozinho, mas
conversando com o Pai. Os servos de Abraão ficaram no sopé do monte Moriá. Os
homens abandonaram Cristo, inclusive seus discípulos. Jesus, quando suou sangue
no Getsêmani, estava só. Ele, só ele e o Pai travaram aquela batalha de
sangrento suor. Jesus marchou para a cruz sob as vaias da multidão e tendo como
único refúgio a intimidade com o Pai.
- Em sétimo lugar, Isaque
carregou a madeira para o sacrifício. Jesus carregou a cruz. Assim como Isaque
levou a lenha para o sacrifício no monte Moriá, Cristo carregou a cruz para o
Gólgota, onde morreu por nossos pecados.
- Em oitavo lugar, Abraão
e Isaque caminham sempre juntos. O Pai e o Filho fizeram na eternidade um pacto
de sangue para salvar o homem e andaram sempre juntos. Sempre houve comunhão
perfeita entre o Pai e o Filho. Sempre andaram juntos nesse glorioso propósito
de remir-nos. Quando caminhamos pela fé, mostramos ao mundo não só nossa
fidelidade a Deus, mas revelamos ao mundo o próprio coração de Deus.
Deus poupou Abraão e
Isaque, mas não poupou seu Filho. Ele não providenciou um cordeiro substituto
para Jesus. Ele viu seu clamor e não o amparou. No topo do calvário, há uma
bandeira que tremula e proclama: "Deus proverá". Ele providenciou
para nós perdão e salvação. Olhe para o Cordeiro de Deus. Olhe para Jesus, com
fé, e seja um filho de Abraão, seja um filho de Deus.
III.
O CASAMENTO DE ISAQUE
Chegou a hora de Isaque se
casar. Segundo os costumes daquele tempo, cabia a Abraão fazer os arranjos para
o casamento de seu filho. Como herdeiro da promessa, era muito importante que
Isaque se casasse com uma crente, uma mulher que valorizasse o pacto de Deus.
1.
Uma esposa para Isaque (Gn 24.1-9). “O SENHOR, Deus dos
céus, que me tomou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me
falou, e que me jurou, dizendo: À tua semente darei esta terra, ele enviará o
seu Anjo adiante da tua face, para que tomes mulher de lá para meu filho” (Gn
24.5).
Abraão queria que a futura
esposa de Isaque fosse de sua parentela e não uma das cananeias pagãs. Abraão
não enviou Isaque à Mesopotâmia provavelmente porque não quis que seu filho
fosse tentado a ficar ali e abandonar a terra prometida. Portanto, enviou para
lá seu servo mais antigo e fiel, que provavelmente era Eliézer (Gn 15.2). Nas
palavras que Abraão diz a seu servo, nota-se a confiança implícita do patriarca
em Deus:
"Ele enviará o seu
anjo adiante da tua face, para que tomes mulher de lá para meu filho" (Gn
24.7).
“E disse Abraão ao seu
servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe
agora a tua mão debaixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo SENHOR,
Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas
dos cananeus, no meio dos quais eu habito, mas que irás à minha terra e à minha
parentela e daí tomarás mulher para meu filho Isaque” (Gn 24.2-4).
“Põe agora a tua mão
debaixo da minha coxa...”. Esta é uma expressão idiomática peculiar para se
referir às crianças como frutos da “coxa” ou “lombo” de seu pai (cf. Gn 46.26,
ARC). Segundo estudiosos da Bíblia, colocar a mão por baixo da coxa implicaria
que, caso o juramento fosse quebrado, a criança que havia nascido ou viria a
nascer daquela “coxa” se encarregaria de vingar a traição cometida. A isto
chamavam de “jurar pela posteridade” e tem uma aplicação muito especial aqui,
pois a missão do servo é garantir a posteridade de Abraão por meio de Isaque.
2.
O casamento de Isaque (Gn 24.62-67). Quando Rebeca avistou
o que seria seu futuro lar, Isaque encontrava-se no campo meditando (talvez
orando para que Deus desse êxito a seu servo na missão encomendada). Ela
aproximou-se de Isaque com humildade e respeito (Gn 24.65). Isaque recebeu-a
com igual cortesia e respeito dando-lhe o lugar de honra na tenda de sua mãe.
Casaram-se e Isaque amou-a no instante em que a viu e, ao contrário de outros
patriarcas, nunca teve outras esposas. Foi um casamento planejado no Céu.
O texto sagrado não
mencionava Isaque desde o episódio no monte Moriá. Agora ele reaparece saindo
ao encontro de Rebeca. De modo semelhante, veremos pela primeira vez nosso
Salvador quando Cristo retornar para buscar sua noiva (1 Ts 4.13-18).
Isaque se casou com Rebeca
quando tinha quarenta anos (Gn 25.20), e foi pai aos sessenta anos (Gn 25.26).
Rebeca era estéril. Isaque orou por vinte anos, até a sua oração ser
respondida. Deus lhe deu dois filhos: Esaú e Jacó.
3.
Os filhos que não vinham. O casamento de Isaque e Rebeca
continuava sendo dirigido por Deus. Diante da esterilidade de Rebeca, que era
um obstáculo ao desenvolvimento da família da aliança, Isaque se colocou diante
de Deus em oração por sua esposa. Essa atitude não apenas demonstra sua fé em
Deus, como também seu amor por sua esposa (Gn 25.21). O resultado disto foi que
Deus os abençoou, ouvindo e atendendo essa oração. Rebeca, então, concebeu. Era
preciso exercitar a fé na promessa e a ferramenta utilizada por Deus para isso
foi mais uma vez a esterilidade! Rebeca foi estéril por cerca de vinte anos.
Isso deu a Isaque a oportunidade de mostrar a sua fé na promessa de Deus a
Abraão, de abençoar todas as famílias da terra por meio de um descendente seu
que ainda não havia nascido (Gn 12.3).
4. O mordomo pede direção a Deus - “Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, dá-me, hoje, bom encontro e faze beneficência ao meu senhor Abraão! Eis que eu estou em pé junto à fonte de água, e as filhas dos varões desta cidade saem para tirar água; seja, pois, que a donzela a quem eu disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos, esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque; e que eu conheça nisso que fizeste beneficência a meu senhor” (Gn 24.12-14).
A oração do mordomo pedindo direção é muito instrutiva. Propôs um sinal que em si mesmo demonstraria que a jovem era uma pessoa digna. Era um sinal calculado para demonstrar o caráter e a disposição de uma mulher digna do filho de seu senhor Abraão. O plano do servo era pedir “um gole” de água para si mesmo. Porém, aquela que o Senhor escolhera para ser mãe de um grande povo e ancestral de Jesus Cristo deveria revelar sua natureza generosa e disposição para servir os outros, oferecendo não apenas “um gole”, mas água em abundância. Além disso, a moça também deveria se oferecer para dar de beber aos animais.
Foi a adorável Rebeca quem satisfez as condições da oração e, consequentemente, quem recebeu os presentes do servo Eliézer (cf. Gn 24.15-52). Enquanto Rebeca o levava para a casa de seu pai, o servo de Abraão soube que sua procura havia terminado. Depois que a moça explicou a situação para seu irmão Labão, este o recebeu de bom grado e ouviu a solicitação do servo para que Rebeca fosse oferecida como esposa de Isaque. A convergência espantosa de acontecimentos em resposta à oração do servo convenceu Labão e Betuel (pai de Rebeca) de que o Senhor planejara toda aquela situação. A oração deve ocupar um lugar importante ao combinar um matrimônio.
Rebeca era, em realidade, melhor do que o servo havia pedido. Não era somente hospitaleira e bondosa, mas extraordinariamente bela e pura. Além disso, era uma mulher de caráter, que não vacilou quanto a fazer a vontade de Deus (Gn 24.58). Creu e de boa vontade se ofereceu a ir para um país distante a fim de casar-se com um homem ao qual nunca tinha visto.
5.
Paralelo entre a missão do servo de conseguir esposa para Isaque e a obra do
Espírito em preparar uma noiva para Jesus Cristo. O
servo Eliézer é um representante (símbolo) do Espírito Santo enviado pelo Pai a
fim de conquistar uma esposa para o “Isaque celestial”, isto é o Senhor Jesus
Cristo. À semelhança do servo que não falou por si mesmo, o Espírito não fala
por sua própria conta, mas fala acerca do Filho da promessa (João 16.13-15); da
mesma forma que o servo presenteou a Rebeca com coisas preciosas como uma
antecipação das riquezas de Isaque, o Espírito concede dons e penhor do
Espírito à Igreja (2 Co 1.22); como Rebeca creu em Isaque e o amou sem havê-lo
visto, o crente crê em Cristo sem vê-lo, ama-o e se alegra com alegria inefável
e gloriosa (1Pedro 1:8). Finalmente, vê-se na longa viagem que Rebeca tinha de
fazer, a imagem da jornada do cristão para seu lar celestial.
IV.
ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR
“Que nos não faças mal,
como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir
em paz. Agora, tu és o bendito do SENHOR” (Gn 26.29).
O capítulo 26 de Gênesis
registra três provações que Isaque teve de enfrentar: abandonar a terra
prometida em um período de fome, simular que Rebeca não era sua esposa em um
momento de perigo, e reagir violentamente à provocação dos filisteus. Falhou
em uma das provas (a segunda), porém saiu vitorioso nas outras duas. Por que
Deus permitiu que ele fosse provado da mesma maneira em que o fora Abraão? Quis
dar-lhe a oportunidade de demonstrar se dependia da fé que seu pai possuía ou
estava disposto a confiar ele mesmo, implicitamente, em Deus. Tinha de aprender
as lições de fé e consagração. Cada nova geração tem de aprender por
experiência própria o que Deus pode fazer por ela.
1.
Príncipe de Deus. As Bênçãos de Deus são tão evidentes
sobre Isaque, o sucessor escolhido para as promessas de Deus, como fora sobre
seu pai Abraão (Gn 21.22), assim, tornou-se muito rico (poderoso): “Isaque
semeou naquela terra, e no mesmo ano colheu o cêntuplo; e o Senhor o abençoou.
E engrandeceu-se o homem; e foi-se enriquecendo até que se tornou mui poderoso;
e tinha possessões de rebanhos e de gado, e muita gente de serviço; de modo que
os filisteus o invejavam” (Gn 26.12-14). Ao fixar-se naquela terra e por ser um
homem abençoado por Deus, agraciado com muitos animais e com muita gente de
serviço, Isaque despertou grande inveja nos filisteus, que se voltariam contra
ele em forma de retaliação. Seus inimigos começaram a entulhar os poços de
água, anteriormente construídos pelo seu pai Abraão. Diante daquela situação
conflituosa, o Rei dos filisteus, Abimeleque, pediu que Isaque saísse do meio
deles, pois achava que o centro da contenda fosse Isaque e sua gente. Que lição
maravilhosa para nós. Não o fato de ter enriquecido, mas o fato de ser, Isaque,
um pacificador! Mateus 5.9: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão
chamados filhos de Deus”. Estamos diante de uma qualidade imprescindível para
aquele que quer fazer parte do reino. O integrante do reino deve ser um
"pacificador". Esta palavra vem do grego "eirhnopoiov" – eirenopoios (esta
palavra é uma derivação de "eirhnh" (eirene) – "paz") e tem
como significado "promotor da paz". Não significa somente fugir de
discórdias e contendas, mas também detectar o foco delas e jogar água,
pacificando irmãos em disputas, criando um clima de amizade e união no meio do
povo de Deus. É verdade que há situações onde a pacificação não depende somente
de nós. Podemos ser "agraciados" com um inimigo gratuito, que nos
odeia sem causa! Porém, o apóstolo Paulo é claro: "... se depender de vós,
tende paz..." (Rm 12.18). Observe que Paulo não fala somente da paz entre
os irmãos, mas também da paz com "todos os homens", ou seja, estão
envolvidos também aqui, aqueles que não são convertidos, no meio dos quais
precisamos ser promotores da paz. O escritor aos Hebreus assevera que a paz
deve ser "perseguida" a qualquer custo (Hb 12.14). O verbo
"seguir" é o termo grego "diwkw" – dioko, que quer dizer
"correr rapidamente para pegar uma pessoa ou coisa", "buscar
avidamente". Devemos buscar a paz a qualquer custo! Procurar avidamente
por ela! Note que a palavra paz é colocada junto com a palavra santificação,
onde o autor nos diz que "... sem a santificação ninguém verá o
Senhor". Não é isso sugestivo a nós? Sejamos pacificadores, promotores de
paz não somente na igreja, mas também no meio em que vivemos!
2.
Profeta de Deus. A primogenitura era ritual e estatuto
em Israel, o filho mais velho recebia herança em dobro dos bens de seu pai,
além de ser o herdeiro do título do pai e, o mais importante, o sucessor do pai
no sacerdócio familiar. Isto incluiu a herança da terra, assim como a
autoridade para seguir com as bênçãos Divinas. O primogênito dos rebanhos e de
famílias humanas era considerado como pertencendo ao Senhor, e esperado que lhe
fosse dedicado. Esaú perdeu seu direito de primogenitura para seu irmão Jacó
por causa de uma refeição de lentilhas, isso aponta para o caráter dele, note
que somente em dois lugares nas Escrituras um homem é chamado um caçador,
(Tzayid): o primeiro homem intitulado como caçador, para identificar o seu
caráter foi Nimrode; o outro é Esaú; quando a Bíblia o usa a palavra Tzayid é
sempre em sentido negativo. Note, ainda, o seguinte: A palavra Hebraica para a
benção (brachah – lê-se brarrá) carrega a mesma raiz Hebraica da palavra
que significa primogenitura e primogênito (bekorah), assim, de fato, Jacó não
roubou a bênção que cabia ao seu irmão mais velho. Deus usou seus servos,
geralmente profetas, no passado, para transmitir sua mensagem de bênção ou
maldição; o Senhor separou a tribo de Levi para abençoar em Seu nome (Dt 10.8)
e deu-lhes as palavras exatas, que consistem em desejar que o Senhor lhes seja
propício (Nm 6.23-27). A bênção de Isaque, neste caso, só teria valor se
procedesse de Deus. Mesmo no caso de seu pai Abraão, Deus prometeu:
"abençoarei os que te abençoarem (te desejarem o bem) e amaldiçoarei os
que te amaldiçoarem (te desejarem o mal) ..." (Gn 12.3): nunca
"abençoarei os que abençoares". O Pr Ciro Sanches Zibordi escreve em sua obra Erros que os Pregadores devem Evitar –
CPAD: “Você já percebeu como a expressão "Deus te abençoe" está
caindo em desuso? É comum ouvir crentes dizendo: "Eu te abençôo, meu
irmão". Antigamente, os pais respondiam aos filhos: "Deus te abençoe,
meu filho". Hoje, orientados por alguns "mestres", dizem:
"Eu te abençôo". E muitos sequer acrescentam o complemento "em
nome de Jesus". O que é bênção? A luz da Bíblia Sagrada, é algo que
somente Deus pode dar! Não há nenhum ser humano capaz de conferir bênçãos
diretamente às pessoas! E o Senhor nunca teve interesse em transferir isso aos
pregadores, pois eles certamente se ensoberbeceriam. Sem conseguir abençoar
alguém, de fato, os homens já se vangloriam (Mt 7.22)! Já pensou se houvesse
algum "apóstolo" ou "missionário" dessa última hora capaz
de entregar bênçãos diretamente ao povo? O pior é que alguns pensam que fazem
isso. Todas as bênçãos vêm dEle (Tg 1.17). É o Senhor quem nos abençoa com as
bênçãos espirituais, nos lugares celestiais (Ef 1.3). Contudo,
muitos pregadores parecem se considerar deuses. Determinam e profetizam vitória
na hora que querem e não se constrangem em "abençoar" as pessoas!”
3.
Confiando em Deus em tempo de crise (Gn 26.1). “E havia
fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso,
foi-se Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar”.
A fome assola a terra onde
está Isaque. É tempo de escassez, de desemprego, de contenção drástica de
despesas, de recessão; por pouco não afligiu a Isaque e o tentou a seguir o
exemplo de seu pai. Isaque quis fugir da crise (Gn 26.1). É uma tendência
natural do ser humano no momento de crise. Mas o Senhor apareceu a Isaque e
advertiu-o de que não se mudasse para o Egito. As promessas que lhe fez eram,
mormente, uma repetição das já feitas a Abraão (26.2-5). Rejeitaria Isaque a
perspectiva de beneficiar-se da abundância do Egito para alcançar as bênçãos
invisíveis do futuro distante? Estaria disposto a perder as riquezas que seu
pai havia acumulado?
Isaque demonstrou que
tinha a mesma índole de fé que Abraão, morando como estrangeiro na Terra
Prometida (Hb 11.9,10). Sem dúvida alguma, perdeu muitas riquezas, mas Deus
empregou estas perdas para ensinar-lhe lições espirituais. Depois da prova, o
Senhor o enriqueceu com uma colheita extraordinária e o abençoou (Gn 26.12,13).
Como Salomão, Isaque podia dizer: "A bênção do Senhor é que enriquece"
(Pv 10.22).
Muitas vezes procuramos
socorro no mundo e nas pessoas. Por que isto? Não porque não cremos em Deus,
mas porque não o conhecemos. Saber e crer que Deus existe não é vantagem
nenhuma, até os demônios creem e tremem: "Tu crês que há um só Deus; fazes
bem. Também os demônios o creem, e estremecem" (Tg 2.19).
Não adianta dizermos que
confiamos em Deus, se nossas atitudes têm sido de incredulidade. Se
verdadeiramente cremos nEle, nossas atitudes vão ser de fé; e entre elas, a
confiança em Deus. Do contrário, nossa fé não passa de meras palavras, de uma
fé morta. A religião é feita de muita teoria, mas a vida cristã de conhecimento
e prática - "Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si
mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé
sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras" (Tg
2.17-18). O texto sagrado recomenda: “Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás
na terra e, verdadeiramente, serás alimentado” (Sl 37.3).
4.
Perdendo para ganhar, no Senhor (Gn 26.16-29). Deus
manteve sua promessa de abençoar Isaque. Os vizinhos filisteus de Gerar ficaram
enciumados porque tudo que Isaque fazia parecia dar certo, e assim tentaram
livrar-se dele. A inveja é uma força divisória, potente o suficiente para
despedaçar a pessoa a separar-se do que almejava a princípio.
O relato no qual se
manifesta a inveja dos filisteus lança luz sobre o caráter de Isaque. Os
filisteus consideravam-no um estranho e intruso. Reclamaram para si o
território. Entupir os poços era um ato de grande provocação, já que a água era
de vital importância por ser elemento escasso naquela parte da Palestina.
Isaque poderia ter-se defendido porque era "muito mais poderoso" do
que os filisteus (Gn 26.16), mas preferiu ceder a brigar, considerando
que mais vale a paz com os homens e a bênção divina do que a água. Não
obstante, chamou aos poços "contenção" e "inimizade" como
uma suave repreensão. Por fim os filisteus se cansaram de persegui-lo.
A paciência de Isaque foi
grandemente recompensada por Deus. Teve a paz que desejava. Deus apareceu-lhe,
confirmando-lhe o pacto. Isaque enriqueceu sua vida espiritual edificando um
altar e invocando o nome do Senhor. Seus velhos inimigos procedentes de Gerar
viram que o Senhor o estava abençoando. Chegaram procurando fazer aliança com
ele e deram um extraordinário testemunho deste pacificador (Gn 26.28). O
relato nos mostra, pois, que Deus permite que seus filhos sofram perdas para
dar-lhes algo melhor e para que se destaque seu caráter no caráter deles.
5.
Lições práticas que podemos tirar do exemplo de vida de Isaque.
a) Na crise não
podemos buscar atalhos sedutores (Gn 26.2) – “Apareceu-lhe o SENHOR e disse: Não
desças ao Egito. Fica na terra que eu te disser”.
Isaque foi tentado a
descer ao Egito, lugar de fartura e riquezas fáceis. Queremos soluções rápidas,
fáceis e sem dor. Mas Deus diz a ele: "Não desças ao Egito". Cuidado
para não transigir com os valores de Deus na hora da crise. Cuidado para não
tapar os ouvidos à voz de Deus na hora da crise. Desista das vantagens
imediatas por bênçãos mais invisíveis (Gn 26.3) e remotas (Gn 26.4). Desista
dos seus planos e siga o projeto de Deus, ainda que isso pareça estranho.
b) Na crise precisamos
tirar os olhos das circunstâncias e pô-los nas promessas de Deus (Gn 26.3-5). Deus
diz a Isaque: Não fuja, fique! Floresça onde você está plantado. Não corra dos
problemas; enfrente-os. Vença-os. Eu tomo conta de sua descendência. Seu futuro
está nas minhas mãos, e não será destruído pelo terremoto das circunstâncias.
Farei de você e da sua descendência uma bênção para o mundo todo.
Seu futuro está nas mãos
de Deus. Não deixe a ansiedade estrangular você: “Onde morar? Onde trabalhar?
Onde meus filhos estudarão? Como eu pagarei meu plano de saúde? E se eu ficar
doente?”. Saiba que Deus cuida de você. Você vale mais do que as aves do céu e
as flores do campo. Certa feita, Jesus exortou os seus discípulos sobre isso
(cf. Mt 6.25-34).
A causa de nossa vitória
não é ausência de problemas, mas a presença de Deus nos garantindo a vitória.
Moisés não se dispôs a atravessar o deserto sem a presença de Deus. Paulo
perguntou: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8.31). Você
e Deus são maioria absoluta. Com Deus a seu lado, você é mais do que vencedor.
c) Na crise precisamos
obedecer sem racionalizações (Gn 26.6) – “Isaque, pois, ficou em Gerar”.
Deus determina duas ordens
para Isaque: não desças ao Egito (Gn 26.2) e fica na terra de Gerar (Gn 26.2,6).
Isaque não discute, não questiona, não racionaliza, não duvida. Isaque obedece
de imediato, pacientemente. Ele aprendeu com seu pai, Abraão. Deus diz a
Abraão: "Sai-te da tua terra [...] para a terra que eu te mostrarei",
e Abraão saiu. Deus diz a Abraão: "Toma agora teu filho, o teu único
filho; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto", e Abraão foi
e ofereceu seu filho. Deus diz a Abraão: "Não estendas a mão sobre o
mancebo", e ele obedeceu. O caminho da obediência é o caminho da bênção.
Na crise, não fuja de Deus; obedeça a Ele!
CONCLUSÃO
A vida de Isaque
inspira-nos a ter uma fé mais ativa nas providências divinas. Quando, pois,
formos assaltados por dificuldades e provações, não caiamos no desespero, nem
questionemos as intervenções do amoroso Deus. Humildes e humilhados, caiamos
aos seus pés, pois ele nos provê o necessário para termos uma vida abundante e
bem-aventurada em seus caminhos. Que o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó seja
eternamente louvado!
REFERÊNCIAS:
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD,
2004.
Bíblia de Estudo Palavra Chave. Rio de Janeiro: CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. Estados
Unidos da América: Editora Vida, 1998.
HAMILTON, Victor P. Manuel do Pentateuco. Rio
de Janeiro: CPAD.
http://luloure.blogspot.com.br/
MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma
análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012.
WALTKE, Bruce K. Gênesis. Editora Cultura Cristã.
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