sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Relacionamentos solidários

TEXTO DO DIA
“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1.27).

SÍNTESE
A misericordiosa solidariedade de Deus em Cristo motiva os homens a se compadecer e socorrer o próximo em suas necessidades.


TEXTO BÍBLICO
Tiago 2.5-17.


INTRODUÇÃO

O termo solidariedade é de origem francesa <solidarité>. É um substantivo feminino que indica a qualidade de solidário e um sentimento de identificação em relação ao sofrimento dos outros, remete para uma responsabilidade recíproca - “Quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos e irmãs, foi a mim que fizeram” (Mt 25.40). A solidariedade cristã não se mede pela quantidade de ajuda financeira que damos aos mais necessitados; mas pelas motivações reais que nos levaram a ajudar. Há caridosos materiais que não são sensíveis nem solidários às necessidades espirituais humanas. A solidariedade é descrita em muitas passagens da Bíblia, há dons espirituais especificamente ligados à prática de atos sociais generosos (Rm 12.8b). Nestes dias corridos, esse é um tema esquecido, os homens são egoístas. Somos ensinados a ignorar as pessoas e se preocupar somente com a nossa vida. Isso dificulta o exercício do amor cristão, pois a Palavra nos diz para amar os outros como amamos a nós mesmos (Mt 22.39). A solidariedade é exatamente deixar de olhar para nós mesmos e contemplar o outro. o mundo não consegue observar o que nós cremos a menos que consigamos evidenciá-lo com as nossas obras. Vamos pensar maduramente a fé cristã?


I. O QUE É SER SOLIDÁRIO (Mt 25.34-36)

1. Solidariedade é um ato de amor (Mt 25.40). Jesus falando do Grande Mandamento em Mt 25.40, rebate o código de moralidade dos fariseus que consistia de inúmeras regras e regulamentos momentâneos. Jesus resumia todas as obrigações morais na palavra amor, expressas na dualidade de Deus e próximo. A Bíblia fala da solidariedade, em primeiro lugar, corno um ato divino. O Senhor Jesus, nosso Deus, foi solidário com as necessidades da humanidade, a ponto de tomar a forma humana. Deus tornou-se como um de nós, para nos dar salvação (Jo 1.14;3.16). Sua identificação com os homens foi tão profunda que, sendo rico, tornou-se pobre e, mesmo santo, foi crucificado como um maldito. Tudo isso, a fim de nos livrar da condenação por causa de nossos pecados. Lembre-se de que o ato solidário de Jesus foi motivado pelo amor e pela sua compaixão e misericórdia (Mt 14.14; 15.32; 20.34), muito diferente dos que fazem alguma coisa esperando receber outra maior em troca - Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade (1Jo 3.17-18).

2. Três dons solidários. Solidariedade é interessarmo-nos pelas necessidades de nossos semelhantes e fazermos alguma coisa para diminuir sua dor; Há dons espirituais especificamente ligados à prática de atos sociais generosos (Romanos 12.8b). “(...) quem exerce misericórdia, com alegria”. (Rm 12.8) - Entre as três listas de dons espirituais feitas por Paulo – Rm 12.3 a 8; 1Co 12.2 a 10 e Ef 4.11 e 12 – nós vamos encontrar o “dom da misericórdia”. Misericórdia, conforme a “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” é a atitude de compaixão e de beneficência ativa e graciosa por parte da Igreja de Deus. O ato solidário de Jesus foi motivado pelo amor e pela sua misericórdia (Mt 14.14; 15.32; 20.34).

3. Jesus, exemplo maior de solidariedade (2Co 8.9; Fp 2.5-8). Entendamos que Misericórdia é não receber aquilo que merecemos - punição impedida, contida; Todos nós pecamos (Ec 7.20, Rm 3.23, 1Jo 1.8) e como resultado do pecado, todos nós merecemos a morte (Rm 6.23) e julgamento eterno do lago de fogo (Ap 20.12-15). Assim, cada dia que vivemos é um ato de misericórdia de Deus. Se Deus nos desse tudo o que merecemos, todos estaríamos, agora, condenados por toda a eternidade. No Salmo 51.1-2, Davi clama: "Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado." Um apelo a Deus por misericórdia é pedir a Ele que suspenda o julgamento que merecemos e, ao invés, conceda-nos o perdão que não merecemos. O próprio Cristo pagou o preço desse dom quando não tendo por usurpação ser igual a Deus, aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo...e chegou à morte da cruz (Fp 2.6-8). Paulo discorre sobre isso aos Efésios: “... e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.3-5 - JFA).

Pense!
“Solidariedade é enxergar no próximo as lágrimas nunca choradas e as angústias nunca verbalizadas” (Augusto Cury).

Ponto Importante
Jesus foi solidário e diferente daqueles que ajudavam os pobres acompanhados de uma comitiva de músicos para divulgar suas demonstrações de caridade (Mt 6.1-4).

II. A BÍBLIA E A SOLIDARIEDADE

1. Solidariedade no Antigo Testamento. Em Deuteronômio 15.4 ficamos sabendo que Deus não queria que existisse pobre em Israel, para isso, Ele proveu Leis para que, seguindo-as, o povo exercitasse a misericórdia (Êx 23.11; Lv 19.9-10; 25.3-7). Quando Deus distribuiu as terras entre as 10 Tribos, todas as famílias israelitas, sem exceção, receberam uma porção de terra para que pudessem fazer parte da vida comercial de Israel e tivessem condições de viver por conta própria. A palavra portuguesa misericórdia vem do latim mercês, mercedis, «pagamento», «recompensa», que veio a ser associada às recompensas divinas, ou seja, aos atos de compaixão celeste. No Antigo Testamento temos três palavras que devem ser consideradas:
1. Hesed, que aponta para a idéia da sede física da compaixão, e que leva o indivíduo a sentir e exprimir compaixão. Ver Sl 23:5; Js 2:12-14; Jr 3:13, para exemplificar. Essa sede da compaixão eram as entranhas (modernamente atribuímos isso ao «cora­ção») ou o ventre (ver Gn 43:30; I Rs 3:26). É daí que se originam o amor e a misericórdia naturais, que se podem achar nos membros de uma mesma família, uns pelos outros, e que o homem espiritual é capaz de ampliar, envolvendo seus parentes distantes e outras pessoas. Deus estende a sua misericórdia a todas as criaturas vivas, sendo esse o alvo mesmo da espiritualidade, no tocante a esse aspecto. Uma mãe sente compaixão por seu bebê (ver Is 49:15); um pai por seu filho (ver Jr 31:20); um amante por seu objeto amado (ver Os 2:19); um irmão por seu irmão (ver Am 1:11).
2. Rhm, uma raiz hebraica que descreve as atitudes de Deus em relação à miséria e desgraça de seu povo, ou seja, a compaixão que isso provoca nele. O vinculo que une Deus às suas criaturas, leva-o a expressar compaixão para com todos os seres vivos. Até mesmo aqueles que nada merecem da parte dele recebem misericórdia (ver Is 13:18; Jr 6:23; 21:7; 42:12; I Rs 8:50). — Um aumentativo plural dessa raiz, rachamim, fala sobre a piedade, a compaixão, o amor e as emoções associadas (ver Sl 103:4). Na verdade, hesed e rachamim são sinônimos virtuais.
3. A raiz hebraica chnn é usada para indicar a exibição de favor e misericórdia, de alguém mostrar-se gracioso para com outrem. Ver Dt 7:2; Sl 57:1; 123:2,3. A forma substantivada dessa raiz é chen, «favor», «sucesso», «aceitação», «fortuna». Essa palavra também aponta para a idéia de sentir compaixão, de poupar à pessoa favorecida, de não aplicar nenhum castigo a ela. O trecho de Dt 7:2 diz que Israel não deveria poupar seus adversários; não obstante, Deus poupa a todos nós, pois os resultados da aplicação de sua justiça seriam desastrosos para com todos nós. Ver Lm 3:22.

2. Solidariedade em o Novo Testamento. No Novo Testamento também precisamos conside­rar três vocábulos, a saber:
1. Éleos, «misericórdia», «compaixão». Essa palavra grega ocorre por vinte e sete vezes: Mt 9:13 (citando Os 6:6); 12:7; 28:23; Lc 1:50,54,58,72,78; 10:37; Rm 9:23; 11:31; 15:9; Gl 6:16; Ef 2:4; I Tm 1:2; II Tm 1:2,16,18; Tt 3:5; Hb 4:16; Tg 2:13; 3:17; I Pe 1:3; II Jo 3: Jd 2,21. A forma eleemosúne aparece por treze vezes: Mt 6:2-4; Lc 11:41; 12:33; At 3:2,3,10; 9:36; 10:2,4,31; 24:17. O verbo, eleéo, figura por vinte e nove vezes: Mt 5:7; 9:27; 15:22; 17:15; 18:33; 20:30,31; Mc 5:19; 10:47,48; Lc 16:24; 17:13; 18:38,39; Rm 9:15 (citando Ex 33:19); 9:16,18; 11:30-32; 12:8; I Co 7:25; II Co 4:1; Fp 2:27; I Tm 1:13,16; I Pe 2:10; Jd 22,23. O adjetivo eleémon ocorre por duas vezes: Mt 5:7 e Hb 2:17. A idéia de misericórdia está sempre relacionada à idéia de «graça» (no grego, eháris).
2. Oiktirmós, «simpatia», «compaixão». Essa palavra grega, que se refere às simpatias e interesses coletivos de Deus pelos homens, aparece por cinco vezes: Rm 12:1; II Co 1:3; Fp 2:1; Cl 3:12; Hb 10:28. Sua forma adjetivada, oiktirmon, foi usada por duas vezes: Lc 6:36 e Tg 5:11. O verbo, oikteíro, aparece só por duas vezes: Rm 9:15 (citando Êx 33:19).
3. Splágchna, «entranhas», está metaforicamente envolvida à idéia de misericórdia. Essa palavra grega aparece por onze vezes: Lc 1:78; At 1:18; II Co 6:12; 7:15; Fp 1:8; 2:1; Cl 3:12; Fm 7,12,20; I Jo 3:17. O verbo, splagchnízomai, aparece por doze vezes: Mt 9:36; 14:14; 15:32; 18:27; 20:34; Mc 1:41; 6:34; 8:2; 9:22; Lc 7:13; 10:33; 15:20.]. “Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais!” (Jo 13,15). Os discípulos eram desafiados a contemplar o agir do Mestre e nele se inspirar. Muito diferente dos fariseus hipócritas, contra os quais foram alertados. “Fazei e observai tudo quanto vos disserem. Mas não imiteis suas ações, pois dizem, mas não fazem” (Mt 23,3-4). Um aprendizado feito como antítese das lições dos mestres. Este exemplo encontrado em Jesus reflete a o próprio Deus: “Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). O farisaísmo praticava os atos de piedade sem qualquer profundidade, por se preocupar com o reconhecimento alheio. A religiosidade exterior escondia o interior cheio de malícia. Jesus denunciou com vigor profética tal esquizofrenia religiosa. “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes a sepulcros caiados, que por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão. Assim também vós: por fora pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt 23,27). O princípio de solidariedade se formula claramente no evangelho de Mateus 7.12. Ali Jesus resume o Antigo Testamento com uma frase: “Tudo o que você quiser que os outros façam a você, faça a eles, por que isso é o que a Lei e os profetas querem dizer”. Jesus convida os seus ouvintes a serem solidários, colocando-se no lugar dos outros, como se fora eles mesmos. A solidariedade é, portanto, uma das manifestações do amor que leva o cristão a identificar-se com o próximo. Jesus é o exemplo pleno de solidariedade e amor. Ele indica, segundo João 15:12, que o amor ao outro é para ser demonstrado na medida com que ele amou, ou seja, ele entregou-se por meio do dom mais preciso: a vida. Jesus não oferece outro referencial de amor a não ser o de dar a própria vida.

3. Solidariedade descritas na Bíblia (Is 58.6-11; Hb 13.1-8). Como podemos definir amor fraterno? "Disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?" (Gn 4.9) – Responsabilidade de uns para com os outros. Nós somos responsáveis pela maneira como tratamos os nossos irmãos e irmãs. Para aproximar-se de Deus, é necessário amar o próximo - "O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade." (Sl 15.3). A Epístola de 1º Pedro desafia todo cristão a ser santo como servo e imitador de Jesus Cristo, encontramos uma ênfase especial no amor fraternal. Destaca vários atributos importantes do amor entre irmãos:
a. É de coração (1.22). Este amor não é apenas “da boca para fora”. É uma genuína preocupação com os irmãos.
b. É ardente (1.22) e intenso (4.8). O verdadeiro servo do Senhor ama com fervor.
c. Trata os irmãos como amigos (3.8-11). Este amor se manifesta na compaixão, misericórdia e humildade. Jamais procura a vingança, e não usa a língua para falar mal. O amor fraternal busca a paz.
d. Cobre os pecados dos outros (4.8). A mesma expressão em Tiago 5.19-20 explica o sentido desta linguagem. O amor não minimiza os pecados, nem passa a mão na cabeça do pecador. O verdadeiro amor corrige o pecador para ajudá-lo a se arrepender e voltar para o Senhor. Os pecados perdoados são cobertos e não voltarão para condenar o pecador resgatado.
e. Demonstra a hospitalidade e se dedica no serviço aos outros (4.9-10). O próprio Jesus veio para servir, não para ser servido (Mt 20.28). Devemos imitar a mesma atitude de serviço humilde.
f. Saúda os irmãos com amor (5.14). O cumprimento entre irmãos reflete o amor mútuo que existe na família de Deus.
Todos os que buscam a santificação como discípulos de Jesus devem demonstrar “o amor fraternal não fingido”, amando “uns aos outros ardentemente” (1.22).

Pense!
“A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana” (Franz Kafka).

Ponto Importante
“Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras” (Tg 2.18).

III. TRABALHOS VOLUNTÁRIOS (Lc 14.12-14)

1. O que é ser um voluntário? Segundo a Lei nº 9608/98, serviço voluntariado é a atividade não remunerada prestada à pessoa jurídica que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos ou de assistência social, inclusive mutualidade.  Os voluntários sempre existiram, mas somente agora a lei regulamentou sua existência. Para que haja voluntário, é preciso que a instituição se identifique com o que diz a Lei 9.608/98. “Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário” (Sl 51.12). É estimulante e desafiador olhar para pessoas como Moisés, Paulo e tantos outros grandes nomes das Escrituras que muito fizeram em favor do Reino de Deus. Ficamos impressionados por ver a magnitude da obra que realizaram no cumprimento da Sua vontade, uma vez que, por tudo o que fizeram, tornaram-se referenciais para tantas outras. Talvez pensemos que nós mesmos não temos importância nesse projeto divino, precisamos buscar em personagens bíblicos pouco conhecidos para enxergarmos a importância do trabalho voluntário. Você já ouviu falar em Sifrá e Puá? É bem provável que muitos nunca tenham ouvido falar desses nomes. Fora parteiras hebréias no Egito nos tempos de Moisés (Êx 1.15-22). O fato é que por uma atitude voluntária e, comprometidas pelo temor de Deus, aquelas mulheres não mataram os recém nascidos das mulheres hebréias de sua época a mando de Faraó. O maravilhoso resultado dessa ação foi que Moisés, até então, um pequeno e frágil recém nascido, teve sua vida preservada. Certamente, aquelas mulheres não imaginavam que, agindo daquela maneira, estariam contribuindo com a futura libertação do povo de Deus dos grilhões do Egito pela condução do sobrevivente Moisés. Que estímulo para nós!

2. Quem deve realizar trabalhos voluntários. Gl 2.10: procurar com diligência: spoudazo– STRONG 4704: Esforçar-se, fazer todos os esforços, dar diligência, fazer com urgência, ser zeloso, esforçar cada nervo, e incrementar a causa com assiduidade. Spoudazo mescla pensar e agir, planejar e produzir. Vê uma necessidade e imediatamente faz algo a respeito. A palavra engloba começo, ação e prosseguimento. “Ser voluntário” é algo que não atrai tanta gente. Vivemos numa geração que, aos poucos, tem perdido o interesse pelo voluntariado, sob os mais diversos argumentos. No entanto, há um povo que está sendo formado e que precisa encontrar referenciais que lhes sirvam de inspiração ao voluntariado. O voluntariado é fundamental na vida da igreja. Embora todos tenham seus compromissos pessoais e necessitem de recursos financeiros para sobreviver, nem todo serviço eclesiástico poderá ser custeado pela instituição religiosa. Quando há uma conscientização acerca dessa realidade e a convicção de que o que se faz é para Deus, mesmo que homens estejam se beneficiando, alguns gestos que não custam quase nada, como poucas horas do dia, um tempo gasto no cuidado de alguém ou um pequeno investimento na vida de um necessitado, não se mostrarão pesados demais.

3. Trabalhos sociais. Uma atitude voluntária em favor de uma pessoa que hoje se encontra numa situação menos privilegiada, ou algo aparentemente inexpressivo que fazemos, pode, no futuro, produzir resultados surpreendentes. Existem várias maneiras de exercermos o voluntariado. Quer seja nas obras assistenciais mantidas pela igreja, ou na execução de um trabalho que surge pela necessidade do momento, precisamos estar atentos e sempre prontos a nos oferecer voluntariamente, sem nos importar se vamos “sair na foto”, ou, quanto vamos receber em troca. Deus se alegra quando encontra um coração voluntário. Ele mesmo demonstrou possuir esse espírito entregando Seu único filho em nosso favor. Por esse motivo, é certo que Ele saberá recompensar aquele, que de alguma maneira, exercer o voluntariado e conseguir permanecer tomado por esse mesmo espírito. Portanto, não podemos ficar alheios a essa ideia. Quando buscamos em Deus essa visão, somos tomados por um desejo de nos apresentarmos a Ele, dispostos e disponíveis, para lhe oferecer o que for necessário, a fim de que outras pessoas possam ser abençoadas por Ele através de nós. Nossa inspiração deve vir daqueles que um dia já agiram assim, dentre os quais destacamos o Senhor Jesus, que por uma atitude voluntária, deu Sua própria vida para o resgate de tantas outras, baseado na consciência que tinha de que maior sempre será aquele que serve, sem ficar esperando nada em troca.

Pense!
“A felicidade de grandes Homens consiste em levar amor e solidariedade a quem necessita” (Walyson Garrett).

Ponto Importante
“Houve mestres que ordenaram às pessoas, venderam o que tinham, e muitos tornaram-se fanáticos. Nós, todavia, deixamos o Espírito guiar os crentes e dizer-lhes o que ofertar. Quando alguém fica cheio do Espírito, a sua carteira converte-se e Deus o torna mordomo. Se Deus lhe ordenar: ‘Venda!’, ele vende” (W. Seymour).

CONCLUSÃO

Nosso trabalho voluntário, assim como nossa oferta, deve ter Deus como fonte. Quando doamos ou servimos, fazemos isso por Jesus. Aqueles que são alcançados por nosso serviço voluntário se tornam como Jesus para nós. A pessoa que visitamos na prisão ou no leito de hospital torna-se como Jesus para nós. Devemos fazer esse trabalho por Ele e para Ele. “Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.” (Sl 51.12). Jesus disse aos fariseus: “Ide e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos”, citando Oséias 6.6 (veja Mt 9.13). Em Mateus 23.23 temos outra afirmação semelhante: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciando os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas sem omitir aquelas”. (Mt 23.23). E, seguindo o ensino de Jesus, o apóstolo Tiago ensina: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”. (Tg  1.27). Portanto, o grande segredo do exercício da misericórdia é colocar-se no lugar do outro, e nisso ninguém se igualou a Jesus. Sigamos seus passos (1Pd 2.21-25).


REFERÊNCIAS:

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
Bíblia de Estudo Palavra Chave. Rio de Janeiro: CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. Estados Unidos da América: Editora Vida, 1998.
http:// http://www.auxilioaomestre.com/
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.


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