terça-feira, 28 de julho de 2020

Estudo Sobre o Apocalipse Versículo Por Versículo

Apocalipse 1.1-8

V. 1. ‚...Revelação de Jesus Cristo‛. Esse versículo já trás o significado de Apocalipse. O vocábulo português ‚’revelar‛, derivado do latim ‚’revelare‛, logo, ‘Apocalipse’ significa ‘revelação’, ‘desvendamento’.

V.2. “...A Palavra de Deus”. A Palavra de Deus à qual João se refere no presente texto, é a palavra falada e escrita como no Monte Sinai: primeiro Deus fala (Êx 20), depois escreve (Êx 31.18). Em uma linguagem mais acessível esta palavra ‚é o Evangelho de Cristo‛ (cf. Ap 1.9; 6.9; 20.4). Enquanto que o ‚testemunho de Cristo‛ é o testemunho dado por Jesus Cristo em sua pureza e santidade. A revelação é a Palavra de Deus transmitida e testemunhada pelo próprio Cristo (Ap 22.16,20).

V.3. “...Bem-aventurado”. Existe uma tríplice promessa do Senhor: ‘Bem-aventurado aquele que lê (verbo no singular), e os que ouvem (plural) as palavras desta profecia, e guardam (plural novamente) as coisas que nela (singular) estão (plural) escritas; porque o tempo (do seu cumprimento) está próximo‛. Porque guardar o que está escrito? ‘Porque o tempo está próximo‛. Guardar não é só memorizar o que se leu, é muito mais: é obedecer, é praticar.

O AUTOR. Deus é o autor desta obra. Basta observar o versículo primeiro deste livro. Do ponto de vista humano, é atribuído a João, ‘o filho de Zebedeu‛ (Lc 5.10; Ap 1.1,4,9; 22.8).

DATA EM QUE FOI ESCRITO. Foi escrito no tempo de Domiciano, no ano 96 d.C. Domiciano decretou o “culto ao imperador”, fazendo disso uma prova de lealdade ao império. Os cristãos se recusaram a adorar o imperador como se fosse um “deus”‛. E as consequências foram desastrosas para os santos naqueles dias. Este imperador cruel deportara também a João para a ilha de Patmos “por causa da Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo” (1.1).

LOCAL: João estava exilado na ilha de Patmos (1.9), por causa da Palavra de Deus (1.1).

REMETENTE: Jesus Cristo. O verso um, diz: “Apocalipse de Jesus Cristo”. O qual revelou a João e o mesmo, escreveu.

DESTINATÁRIOS: As sete igrejas da Ásia Menor (1.4).
“João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém. Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1.4-8).

V.4. “...João, as sete igrejas”. Nos dias de João, essas sete igrejas estavam localizadas na Ásia Menor (atual Turquia). São elas: Éfeso (2.1-7); Esmirna (2.8-11); Pérgamo (2.12-17); Tiatira (2.18-29); Sardes (3.1-6); Filadélfia (3.7-13) e Laodiceia (3.14-22).

V.4. “...Graça e paz seja convosco”. Uma saudação muito comum entre o povo judeu. Significa Palavras de ânimo para todos os filhos de Deus. Principalmente, aqueles que estavam passando por perseguição por causa do Evangelho de Cristo.

V.4. “...da parte daquele que é, e que era, e que há de vir”. Refere-se ao Deus Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra.

V.4. “...e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono”. Falo do Espírito Santo em sua plenitude.

V. 5. “...E da parte de Jesus Cristo”. Aquele veio ao mundo, com o objetivo de morrer por nossos pecados.

V.5. “...a fiel testemunha”. Todos os outros falharam: Abraão (Gn 12.10; 20.1-18); Moisés (Nm 20.7-12); Davi (2 Sm 11.1-27); porém Jesus jamais errou (Jo 8.46; leia João 8.14,29; Apocalipse 19.11). Cristo é a fiel testemunha em contraste a todos falharam.

V.5. “... o primogênito dos mortos”. O primeiro que penetrou na ressurreição da vida (1 Co 15.20-23; Cl 1,18). O ressurgimento do filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17); da filha de Jairo (Lc 8.40- 42,49-56); de Lázaro (Jo 11.1-45); e outros apontados nos evangelhos, foram apenas uma demonstração da parte de Deus, como sinal, para trazer muitos à fé (Lc 16.31; Jo 12.9,11,17,18); houve neles uma ressurreição parcial, porque não foram poupados de morrerem outra vez (Jo 12.10), porque somente Cristo é a ressurreição e a vida (Jo 11.15,26).

V.5. “... o príncipe dos reis da terra”. Coube a Jesus a promessa feita por Deus a Davi: “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti a tua semente, que sair das tuas entranhas e estabelecerei o teu reino. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre” (2 Sm 7.12,16). [Esta bênção está confirmada nas seguintes referências: Is 55.4; Dn 2.44; 7.14,27; Ob 2.1; Mq 4.7; Lc 1.31,33; Ap 11.15].
V.5. "... Aquele que nos ama”. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15.13). O Pai nos demonstrou o seu grande amor, ao conceder seu bendito Filho para morrer por nós (Jo 3.16). Jesus provou a consagração do mesmo amor, pois voluntariamente deu a sua vida por nós (Jo 10.11,17,18; leia Is 53.7,8,12; Hb 2.9).

V.5. "... e em seu sangue nos lavou dos pecados”. Sem derramamento de sangue não há remissão de pecado (Hb 9.22). Cristo é o nosso “Cordeiro Pascoal”, o substituto legal dos homens, figurativamente imolado “desde a fundação do mundo”. Leia Êx 12.3; Is 53.7; At 8.32.

V.6. “...E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai”. O objetivo de Deus era fazer, de cada filho de Israel um ‚sacerdote‛ (cf. Êx 19.6), e evidentemente isso não pode ser cumprido, devido à desobediência e carnalidade deles. Logo, O crente ao aceitar Jesus como Salvador, torna participante de um “sacerdócio real”, isto é, “sacerdócio e realeza” (1 Pd 2.5-9). OBS.: O crente, na qualidade de sacerdote, oferece um sacrifício superior: Seu próprio corpo, como um santuário para Deus (Rm 12.1; Fl 2.17; 2 Tm 4.6).

V.6. “...a ele glória e poder para todo o sempre. Amém”. Deus é dono de toda glória e poder para todo o sempre. Amém.

V.7. “...Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá”. O presente versículo fala da segunda fase da segunda vinda de Cristo, com poder e grande glória, e isso se dará sete anos após o arrebatamento de sua Igreja da terra (primeira fase da segunda vinda) [1 Ts 4.13-17].

V.7. “...até os mesmos que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”.  Isso indica que no retorno de Cristo a terra com poder e grande glória, Jesus será visto fisicamente na Palestina, quando forças confederadas do Anticristo tiverem conquistado a Terra Santa, ameaçando aniquilar o povo judeu. A passagem de Zacarias 12.10 é a base da predição de que todos verão a quem transpassaram: “...e olharão para mim, a quem transpassaram; e o prantearão como quem prateia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo primogênito”. Na passagem de Mateus 26.64 fala desse acontecimento: “Disse-lhes Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado { direita do poder (vírgula), e vindo sobre as nuvens do céu”. Ser| esse o momento da intervenção divina, e aparecer| “no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão...”. Durante sua vida terrena, o Senhor Jesus era o próprio “sinal” para aquela geração (Lc 11.30). Na sua vinda em glória (o presente texto), os judeus olharão para os céus, e esses se abrirão; eles verão a Jesus “assentado” { direita do poder de Deus (Mc 14.62). Jesus, nesse exato momento, levantará suas mãos, e eles contemplarão “o sinal dos cravos em suas mãos” (cf. Zc 12.10; Jo 20.25; Ap 1.7): Os judeus, pois, rejeitaram “a voz do primeiro sinal (durante a vida terrena de Jesus), crerão { voz do derradeiro sinal (em seu retorno)”.

V.8. “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor”. O Alfa é a primeira letra do alfabeto grego, significa: “O primeiro” (Ap 22.13) ou “O princípio” (Ap 21.6). O Ômega é a última letra do alfabeto grego, e significa: “O derradeiro” (Ap 21.13), ou “O último” (Ap 1.17; 2.8; 21.6). Estes títulos são aplicados { pessoa de Cristo Jesus, e apresentam ao mesmo tempo a sua eternidade.

V.8. “que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso”. Reforça a ideia do versículo 7.