sábado, 11 de outubro de 2025

LIÇÃO 6 - O REI E SUA MISSÃO

 SUBSÍDIOS PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL (EBD) DA IPAD (IGREJA PENTECOSTAL ASSEMBLEIA DE DEUS)

 

Leitura Temática: Lucas 19:10

"Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido."

 

Leitura em Classe: Lucas 5:29-32

"E tomou-se lugar à mesa com eles; e havia muitos publicanos e pecadores que se haviam chegado para o ouvir. Mas os fariseus e seus escribas murmuravam contra os discípulos, dizendo: Por que comestes e bebestes com publicanos e pecadores? E Jesus lhes respondeu: Os sãos não necessitam de médico, mas sim os doentes; eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento."

 

INTRODUÇÃO

A missão de Cristo é central na teologia do Novo Testamento. Ele não veio para ser servido, mas para servir e redimir (Marcos 10:45). Lucas 19:10 resume seu propósito: salvar os perdidos. Lucas 5:29-32 revela que sua missão rompe barreiras sociais, religiosas e culturais.

Textos adicionais:

  • João 15:13: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.”
  • Mateus 20:28: “Assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.”
  • 2 Pedro 3:9: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a tenham por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.”

Comentário:

No contexto do Judaísmo do século I, o povo esperava um Messias político que libertasse Israel do jugo romano. Jesus, porém, redefine a missão messiânica como redentora e espiritual, priorizando a reconciliação do homem com Deus e a restauração da humanidade caída. Sua missão é guiada pelo amor sacrificial (ágape), que antecede qualquer ação humana, e pelo princípio de que a graça divina alcança os marginalizados e perdidos, demonstrando o caráter inclusivo do Reino de Deus.

 

Desenvolvimento


PONTO 1: ELE VEIO BUSCAR E SALVAR

 

Subponto 1.1 – O Salvador vai ao encontro do perdido

  • Versículos: Lucas 19:1-10; João 10:14-15; Isaías 53:6; Salmos 23:1-3

Comentário:

A iniciativa de Cristo de buscar o perdido demonstra a proatividade da graça divina, que não espera merecimento ou esforço humano. Historicamente, os marginalizados (como Zaqueu) eram socialmente rejeitados, mas Jesus atravessa essas barreiras. Teologicamente, a encarnação mostra que Deus se aproxima do homem para restaurar a comunhão quebrada pelo pecado, revelando o cuidado pastoral divino: o Pastor dá sua vida pelas ovelhas (João 10:15), assumindo o custo da reconciliação.


Subponto 1.2 – A salvação é completa

  • Versículos: 1 Tessalonicenses 5:9-10; Efésios 1:7; João 10:28; Romanos 5:18; Hebreus 7:25

Comentário:

Salvação é holística, abrangendo perdão, reconciliação, transformação moral e esperança escatológica. O Novo Testamento apresenta a salvação não como simples ausência de condenação, mas como vida abundante (João 10:10). A obra de Cristo garante proteção, perseverança e intercessão contínua (Hebreus 7:25), evidenciando que a salvação é tanto presente quanto futura, envolvendo corpo, alma e espírito.


Subponto 1.3 – A busca é motivada pelo amor

  • Versículos: João 3:16; Romanos 5:8; 1 João 4:9-10; Efésios 2:4-5; João 15:13

Comentário:

O amor de Cristo é pré-veniente e sacrificial, movendo-o a oferecer a vida pelos pecadores antes mesmo de eles se arrependerem. Teologicamente, isso revela a natureza de Deus como ágape, ativo na reconciliação humana e demonstrando que a iniciativa da salvação parte do Criador, e não do homem. O amor divino fundamenta toda a missão messiânica, mostrando que a salvação é fruto da graça e da misericórdia divina.


Subponto 1.4 – A salvação não depende do mérito humano

  • Versículos: Efésios 2:8-9; Tito 3:5; Romanos 3:28; Gálatas 2:16; Filipenses 3:9

Comentário:

A teologia da justificação pela fé reforça que o homem não pode conquistar sua salvação. A graça é soberana e independente do esforço humano. Esse princípio destrói o legalismo e a autossuficiência, sublinhando que a salvação é um dom de Deus, e que a cooperação humana é responder à graça, não merecê-la. Historicamente, isso confrontava sistemas religiosos que valorizavam méritos e observâncias legais, mostrando que a fé em Cristo é suficiente para a reconciliação.

 

PONTO 2: NÃO VIM BUSCAR OS JUSTOS, MAS OS PECADORES


Subponto 2.1 – Cristo identifica os necessitados

  • Versículos: Lucas 5:31; Salmos 34:18; Mateus 9:12; Isaías 66:2; Jeremias 29:13; Tiago 4:8

Comentário:

A identificação de Cristo com os pecadores revela que Ele redefine o conceito de justiça. Historicamente, os fariseus viam a justiça como mérito religioso; Cristo, porém, valoriza humildade e consciência de necessidade espiritual. Teologicamente, isso aponta para o reconhecimento da total dependência do ser humano de Deus e a importância do coração arrependido sobre práticas externas.


Subponto 2.2 – O Reino é para todos, mas principalmente para os que se arrependem

  • Versículos: Atos 17:30; Marcos 2:17; Lucas 13:3; 1 Timóteo 2:4; 2 Coríntios 5:20

Comentário:

O Reino é inclusivo, mas requer resposta de arrependimento. O Novo Testamento enfatiza que o chamado é universal (1 Timóteo 2:4), mas a participação plena no Reino demanda conversão. A teologia bíblica apresenta o arrependimento como mudança radical de mente e comportamento, evidenciando que a graça é oferecida, mas exige abertura e resposta do ser humano.


Subponto 2.3 – Chamar pecadores ao arrependimento

  • Versículos: 2 Coríntios 7:10; Provérbios 28:13; Atos 3:19; Romanos 2:4; Joel 2:12

Comentário:

O arrependimento (μετάνοια) é um processo de transformação interior. Teologicamente, ele é guiado pelo Espírito Santo e conduz à santificação. É o ponto de partida da vida cristã autêntica, levando à reconciliação com Deus e ao abandono das obras da carne. Historicamente, isso desafiava religiões que valorizavam rituais externos, mostrando que Deus busca mudança de coração.


Subponto 2.4 – Missão da igreja

  • Versículos: Mateus 28:19-20; Atos 1:8; 1 Pedro 2:9; Romanos 10:14-15; João 20:21

Comentário:

A igreja é co-participante da missão de Cristo, continuando seu ministério redentor. A missão não é opcional, mas mandato divino (missio Dei), que envolve evangelismo, discipulado e transformação social. Historicamente, a igreja primitiva compreendeu que ser embaixador de Cristo exigia coragem, testemunho e fidelidade, aplicando o princípio de que o poder de Deus atua através de seus servos.

 

Ponto 3: ELE VEIO DESFAZER AS OBRAS DO MAL – O PECADO


Subponto 3.1 – O pecado separa do Pai

  • Versículos: Isaías 59:2; Romanos 6:23; Gênesis 3:6-7; Salmos 51:4; Efésios 2:1-3

Comentário:

O pecado cria uma ruptura ontológica com Deus, rompendo a comunhão original. A missão de Cristo é reconciliar o homem com o Criador, restaurando a imagem divina e quebrando o poder do pecado. Teologicamente, a salvação inclui restauração ética, espiritual e relacional.


Subponto 3.2 – O poder de Cristo destrói o mal

  • Versículos: 1 João 3:8; Colossenses 2:15; Hebreus 2:14; Apocalipse 1:18; Romanos 16:20

Comentário:

A vitória de Cristo sobre Satanás e o pecado é ontológica e cósmica. A cruz não apenas perdoa, mas derrota as forças malignas, estabelecendo a soberania de Deus sobre todo o universo espiritual. A teologia da vitória de Cristo (Cristo Victor) mostra que a libertação do pecado é real e abrangente, abrangendo corpo, alma e espírito.


Subponto 3.3 – Libertação espiritual e emocional

  • Versículos: Lucas 4:18; Salmos 147:3; João 8:36; 2 Coríntios 3:17; Isaías 61:1

Comentário:

A obra de Cristo inclui libertação integral: espiritual, emocional e social. Historicamente, Ele ministrava aos marginalizados, curando doenças físicas e espirituais. Teologicamente, a liberdade em Cristo é sinal do Reino presente, mostrando que a redenção não é apenas futura, mas ativa e transformadora.


Subponto 3.4 – Chamado à transformação de vida

  • Versículos: Romanos 12:2; Efésios 4:22-24; 2 Coríntios 5:17; Filipenses 1:6; Colossenses 3:10

Comentário:

A transformação é obra do Espírito Santo. Teologicamente, a santificação é progressiva, permitindo que os crentes reflitam a imagem de Cristo. O chamado à transformação demonstra que a missão de Cristo envolve participação humana, mas guiada pelo poder divino, renovando mente, coração e ação.

 

CONCLUSÃO

Jesus, o Rei, revela o coração de Deus: buscar, salvar e restaurar. Sua missão é inclusiva, transformadora e libertadora. Cada cristão é chamado a participar dessa missão, sendo luz, sal e instrumento de reconciliação.

Textos adicionais:

  • Romanos 5:10: “Pois, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando reconciliados, seremos salvos pela sua vida.”
  • 1 Timóteo 1:15: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.”
  • 2 Coríntios 5:18: “E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo e nos deu o ministério da reconciliação.”

Aplicação prática:

  • Alcançar os perdidos com amor e compaixão.
  • Promover transformação de vida e desfazer o mal em nós e na sociedade.
  • Refletir a graça de Cristo em ações concretas, seguindo o exemplo do Rei.

Texto de fechamento:

  • Lucas 19:10: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.”

 

 

REFERÊNCIAS:

 

BERGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática. 13. impr. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2016.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Hebraico-Grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

BÍBLIA. Português. Nova Versão Internacional - NVI. São Paulo: VIDA, 2000.

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (vol. 2). Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

GILBERTO, Antonio. Bíblia com Comentário de Antonio Gilberto. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

RENOVATO, Elinaldo in Teologia Sistemática Pentecostal. 1. ed. (16a imp.) Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

RIBAS, Degmar (Trad.). Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, vol. 2.

SILVA, Severino Pedro da. O Homem. Corpo, Alma e Espírito. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1988.

VINE, W. E., UNGER, Menil E & WHITEJR., Willian. Dicionário Vine. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

LIÇÃO 2: O CORPO — A MARAVILHOSA OBRA DA CRIAÇÃO DE DEUS

 SUBSÍDIOS PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL (EBD) DA CPAD


TEXTO ÁUREO

“Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.” (Sl 139.14).


VERDADE PRÁTICA

A ciência busca desvendar os mistérios do corpo humano, mas o crente descansa em saber que é obra da poderosa e perfeita mão de Deus.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Salmos 139.1-4,13-18.

1 — Senhor, tu me sondaste e me conheces.

2 — Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.

3 — Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.

4 — Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.

13 — Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe.

14 — Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.

15 — Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.

16 — Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia.

17 — E quão preciosos são para mim, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!

18 — Se os contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo, ainda estou contigo.


INTRODUÇÃO

Desde os tempos antigos, o ser humano busca compreender a si mesmo. Filósofos, cientistas e teólogos têm se debruçado sobre a origem, função e propósito do corpo humano. No entanto, apesar dos avanços da ciência, muitos mistérios permanecem. A Bíblia revela que o corpo é mais do que uma máquina biológica — ele é uma criação maravilhosa de Deus, feita com propósito e cuidado (Sl 139.13-14; Gn 1.26-27). Nesta lição, aprenderemos sobre o corpo como obra-prima da criação, seu papel na glorificação a Deus e sua importância na coletividade e adoração.

I. A MARAVILHOSA OBRA DE DEUS

1. Do pó da terra

Deus formou o homem do pó da terra (Gn 2.7), o que indica que o corpo é constituído da matéria criada, porém insuflada pela vida divina, o ruach (sopro, espírito). A Bíblia reforça a fragilidade da carne em contraste com a eternidade do espírito (Ec 12.7; Tg 2.26).

Outras referências:

  • Jó 33.4: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida.”
  • Sl 103.14: “Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.”
  • 1Co 15.45: “O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão, espírito vivificante.”

A criação do corpo a partir do pó ressalta a humildade do homem em sua essência física, porém sua dignidade é restaurada pelo sopro de Deus, que lhe confere vida e valor inestimável. Este princípio teológico fundamenta a ideia de que o corpo é sagrado, não por si só, mas porque Deus o formou para habitar o espírito.

2. Deus, o Autor da vida

Deus não apenas molda o corpo, mas determina o momento e o modo da vida humana (Jr 1.5; Jó 14.5). Ele é o Criador e sustentador de todas as gerações (At 17.25).

Outras referências:

  • Salmos 139.13-16, destacando a minuciosa formação da vida no ventre materno.
  • Isaías 44.2: “Eu te formei; eu te fiz; não temas.”
  • Efésios 2.10: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras.”

A soberania de Deus na formação da vida humana reafirma que cada pessoa tem propósito e valor desde a concepção. Isso tem profundas implicações éticas e teológicas contra o aborto e em favor da dignidade da vida.

3. A individualizada formação integral

Deus cria o ser humano como um todo: corpo, alma e espírito (1Ts 5.23; Heb 4.12). A pessoa é mais do que uma soma de partes; é uma unidade criada para refletir a imagem de Deus (Gn 1.26-27).

Outras referências:

  • Lucas 1.41-44: A vida humana é reconhecida no ventre (João Batista pula no ventre de Isabel).
  • Gálatas 1.15: Paulo é separado desde o ventre para um propósito divino.
  • Zacarias 12.1: Deus forma o espírito dentro do homem.

Esta formação tripartida demonstra a dignidade integral do ser humano. A Bíblia considera o corpo não apenas como envoltório, mas como parte essencial da identidade, que deve ser cuidada, honrada e protegida.

 

II. O CORPO E A GLÓRIA DE DEUS

1. O divino tecelão

Deus é o artífice que “tece” o homem em seu ventre com perfeição (Sl 139.13-15). O termo hebraico qashar indica um trabalho delicado e intencional, como o de um tecelão.

Outras referências:

  • Isaías 64.8: “Mas agora, Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu, o oleiro.”
  • Efésios 2.10: Somos criação divina para boas obras.
  • João 10.10: Vida em abundância, que inclui o cuidado com o corpo.

O corpo é uma obra prima divina, demonstrando a glória e a sabedoria de Deus. Essa visão contrasta com a visão secular que o reduz a matéria sem propósito.

2. Entendimento e louvor

A contemplação da obra divina gera louvor e reconhecimento da grandeza de Deus (Sl 139.14).

Outras referências:

  • Salmos 8.3-4: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos...”
  • Romanos 1.20: A criação revela atributos invisíveis de Deus.
  • Filipenses 4.6-7: O entendimento espiritual gera paz interior.

O louvor nasce do conhecimento do Criador e da obra feita por Ele. Reconhecer que somos formados “de modo terrível e maravilhoso” fortalece a fé e traz tranquilidade frente às dúvidas existenciais.

3. O perigo dos extremos

A Bíblia adverte contra duas distorções sobre o corpo: o desprezo (dualismo) e a idolatria (narcisismo).

Outras referências:

  • Colossenses 2.8, 20-23: Advertência contra filosofias vazias.
  • Romanos 12.1: Entregar o corpo como sacrifício santo.
  • 1 Coríntios 10.23: Nem tudo que é permitido é benéfico.

Equilíbrio é essencial: o corpo é importante, mas não absoluto. Os cristãos são chamados a viver em santidade, evitando extremos que levam à desordem espiritual e física.

4. Princípios ou regras?

A vida cristã é baseada em princípios bíblicos que norteiam o uso do corpo para a glória de Deus.

Outras referências:

  • Mateus 23.23: Jesus critica o legalismo vazio.
  • Gálatas 5.1: Liberdade em Cristo, não escravidão à lei.
  • Romanos 14.13-23: Respeito às limitações e consciência do próximo.

A aplicação de princípios promove maturidade espiritual, evitando o legalismo e o libertinismo. Tudo deve ser feito para a glória de Deus, o que inclui o autocuidado e a moderação.

 

III. O CORPO E A COLETIVIDADE

1. A prática relacional

O corpo é veículo das relações humanas, essenciais para a vida e a fé.

Outras referências:

  • Gênesis 2.18: “Não é bom que o homem esteja só.”
  • Hebreus 10.24-25: Incentivo à comunhão e estímulo mútuo.
  • 1 João 4.7-12: Amor prático, demonstrado em ações.

Deus nos criou para relacionar-nos, e o corpo expressa este relacionamento em abraços, toques e proximidade física. A fé genuína se manifesta em amor prático.

2. A prática congregacional

A participação ativa no corpo local é essencial para a vida cristã saudável.
Outras referências:

  • Efésios 4.11-16: Edificação do corpo de Cristo.
  • Atos 2.42-47: Comunhão e adoração em comunidade.
  • 1 Coríntios 12.12-31: Unidade e diversidade no corpo.

A igreja local é a manifestação visível do corpo de Cristo na terra. A ausência da comunhão real enfraquece a vida espiritual e fragiliza o testemunho.

3. Tecnologia e culto

A tecnologia deve servir, não substituir, a adoração corporal e comunitária.

Outras referências:

  • Salmos 150: Encorajamento à adoração com todo o corpo.
  • Atos 2.1-4: Expressão física do Espírito Santo no culto.
  • 1 Coríntios 14.26: Cada um contribui no culto com ações corporais.

A presença física, o canto, a dança, o levantar das mãos são formas bíblicas de adorar. A tecnologia é útil, mas nunca deve apagar a dimensão corporal e comunitária da adoração.

 

CONCLUSÃO

A entrega do corpo a Deus é parte da adoração verdadeira (Rm 12.1), pois somos templo do Espírito (1Co 6.19). Reconhecer a obra do Criador no corpo leva à reverência e ao cuidado (Sl 139.14; Jó 10.8-12). Que nossa vida física e espiritual seja uma oferta constante a Deus, refletindo a glória d’Ele no mundo.

 

 

 

REFERÊNCIAS:

 

BERGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática. 13. impr. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2016.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Hebraico-Grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

BÍBLIA. Português. Nova Versão Internacional - NVI. São Paulo: VIDA, 2000.

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (vol. 2). Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

GILBERTO, Antonio. Bíblia com Comentário de Antonio Gilberto. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito: A Restauração Integral do Ser Humano para Chegar à Estatura Completa de Cristo. In: LIÇÕES BÍBLICAS: Revista para a Escola Dominical - 4º trimestre de 2025 (Adultos). Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

RENOVATO, Elinaldo in Teologia Sistemática Pentecostal. 1. ed. (16a imp.) Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

RIBAS, Degmar (Trad.). Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, vol. 2.

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WALTON, John H. et al. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia. Antigo Testamento. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 2018.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. Novo Testamento 1. Santo André, SP: Geográfica Editora, 2006.