sábado, 8 de novembro de 2025

LIÇÃO 10: SINAIS DA MORTE DO REI E SUA RESSURREIÇÃO

 

Subsídios para a Escola Bíblica Dominical (EBD) — IPAD (Igreja Pentecostal Assembleia de Deus)

 

 

LEITURA TEMÁTICA:

“E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol” (Lucas 23:44)

 

LEITURA EM CLASSE: MATEUS 27.50-52

“50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito.

51 E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras;

52 E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados.”

 

VERDADE PRÁTICA

A morte de Cristo revela o amor que nos redimiu; sua ressurreição manifesta o poder que nos vivifica. Na cruz, o pecado foi vencido; no túmulo vazio, a vida triunfou. Seguir o Cristo ressuscitado é viver diariamente a certeza de que nenhuma condenação há para os que estão em Jesus (Romanos 8:1) e que, assim como Ele vive, também nós viveremos (João 14:19).

 

 

SÍNTESE TEXTUAL

A morte e a ressurreição de Cristo são os eventos centrais da fé cristã. Na cruz, o Rei morre para redimir; na ressurreição, Ele triunfa para justificar. A natureza divina e humana de Cristo se unem na obra perfeita da redenção, revelando o poder e a fidelidade de Deus.

 

INTRODUÇÃO

A cruz e a ressurreição são os pilares da fé cristã. O Calvário revela a profundidade do amor de Deus (João 3:16) e a ressurreição demonstra seu poder sobre a morte (Romanos 6:9). Paulo afirma: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé” (1 Coríntios 15:17). Cristo morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação (Romanos 4:25). A cruz foi o trono do Rei sofredor; o túmulo vazio, o selo do seu reinado eterno.

 

I. O MESTRE AMADO ESTAVA MORRENDO NA CRUZ

1.1 — O sofrimento do Justo pelo injusto

“Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades” (Isaías 53:5).

“Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos” (1 Pedro 3:18).

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34)


Comentário teológico:

Na cruz, a justiça de Deus e o amor se encontram. Jesus, o Cordeiro sem mácula, sofreu a penalidade devida ao homem. Sua entrega voluntária revela o conceito teológico da substituição penal: Ele morreu em nosso lugar (2 Coríntios 5:21). A cruz não foi derrota, mas cumprimento da expiação vicária profetizada desde o Éden (Gênesis 3:15).

 

1.2 — A solidão do Servo sofredor

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46)

“E todos o deixaram e fugiram.” (Marcos 14:50)

“Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens.” (Isaías 53:3)


Comentário teológico:

Cristo experimentou o abandono humano e a sensação do afastamento divino, assumindo a condição do pecador. No conceito da kenosis (Filipenses 2:7), Ele se esvazia da glória para identificar-se conosco. O silêncio do Pai na cruz reforça a gravidade do pecado e o custo da redenção (Romanos 6:23).

 

1.3 — O clamor da vitória

“Está consumado.” (João 19:30)

“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lucas 23:46)

“Ele verá o fruto do trabalho de sua alma, e ficará satisfeito.” (Isaías 53:11)


Comentário teológico:

O brado de Jesus não foi derrota, mas proclamação de vitória. A palavra grega tetelestai (está consumado) indica missão cumprida, dívida paga. Teologicamente, a cruz é o ponto máximo da reconciliação: Deus e o homem se encontram novamente.

 

1.4 — A morte de Cristo e a expiação

“Sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hebreus 9:22)

“E o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado.” (1 João 1:7)


Comentário teológico:

A morte de Cristo cumpre as exigências da lei. Seu sangue sela a nova aliança (Lucas 22:20). A expiação é plena, suficiente e eterna. Ele morreu uma vez por todas, garantindo acesso ao Pai (Hebreus 10:10-14).

 

SUBSÍDIO BIBLIOGRÁFICO I — A CRUZ E O MISTÉRIO DA REDENÇÃO

“A cruz é o centro da história e o eixo da teologia cristã. Nela o amor e a justiça se encontram em harmonia perfeita.” (BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, p.156-157).

A obra da cruz é o ponto culminante da revelação divina. Em Cristo, Deus se revelou como o Deus que sofre e ama até o fim. A morte de Jesus não foi acidente nem mera tragédia religiosa, mas um ato voluntário de reconciliação cósmica. O apóstolo Paulo descreve a cruz como a vitória sobre os poderes espirituais da maldade (Colossenses 2:14-15), e João a chama de expressão suprema do amor divino (João 3:16; 1 João 4:9-10).

A cruz é o “tribunal da graça”, onde a justiça de Deus foi satisfeita e o pecador foi declarado justo (Romanos 3:24-26). No madeiro, Cristo levou sobre si não apenas os pecados individuais, mas toda a corrupção do cosmos, inaugurando uma nova criação (2 Coríntios 5:17). Cada gota de sangue derramado é um selo da fidelidade de Deus às Suas promessas (Gênesis 22:8; Hebreus 9:12). Assim, a cruz é o ponto de convergência de todas as alianças e o fundamento da salvação eterna. Nela, o Cordeiro de Deus triunfou sobre o pecado, a morte e o inferno, transformando o instrumento de vergonha em símbolo de glória.

 

II. OS SINAIS DA SUA MORTE

2.1 — Trevas sobrenaturais

“E houve trevas em toda a terra até à hora nona.” (Lucas 23:44)

“O sol escureceu-se.” (Lucas 23:45)

“O juízo de Deus estava sendo revelado.” (Romanos 1:18)


Comentário teológico:

As trevas representam a ira divina e o horror do pecado. O Criador escondeu o rosto quando o Filho levou sobre si a maldição. É o eclipse espiritual da história: a luz da vida sendo apagada para iluminar os pecadores.

 

2.2 — O véu rasgado

“E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo.” (Mateus 27:51)
“Temos, pois, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus.” (Hebreus 10:19)


Comentário teológico:

O véu separava o Santo dos Santos; seu rasgar de cima a baixo mostra que o acesso foi aberto por Deus, não pelo homem. A redenção rompeu a barreira entre o divino e o humano (Efésios 2:14-18).

 

2.3 — O terremoto e as pedras fendidas

“E tremeu a terra, e fenderam-se as pedras.” (Mateus 27:51)
“Os montes tremeram diante do Senhor.” (Juízes 5:5)


Comentário teológico:

A criação reagiu à morte do Criador. O terremoto foi um testemunho cósmico do poder de Deus, simbolizando o abalo das estruturas espirituais. O Calvário foi o epicentro da redenção universal.

 

2.4 — Abertura dos sepulcros

“E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados.” (Mateus 27:52)


Comentário teológico:

Mesmo antes da ressurreição de Jesus, a morte já começava a ceder. Esses ressuscitados foram prenúncio da vitória sobre a morte (1 Coríntios 15:54). É o prelúdio da nova criação.

 

SUBSÍDIO BIBLIOGRÁFICO II — OS SINAIS DA SUA MORTE

“Os fenômenos que acompanharam a morte de Cristo indicam que algo cósmico e eterno estava ocorrendo. A criação respondeu ao seu Criador.” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.234).

Os sinais que cercaram a morte de Cristo — trevas, terremoto, véu rasgado e sepulcros abertos — revelam que o ato da cruz transcende a história humana e alcança o universo inteiro. O evangelho mostra que até os elementos da natureza responderam ao sofrimento do Criador. O véu rasgado simboliza o fim da separação entre Deus e o homem (Hebreus 10:19-22). As trevas proclamam o juízo sobre o pecado (Amós 8:9), e o terremoto anuncia o abalo das estruturas espirituais e políticas do mundo.

Esses sinais também revelam que a redenção é uma restauração cósmica. Como ensina Paulo, “a criação aguarda a revelação dos filhos de Deus” (Romanos 8:19-22). A cruz foi o ponto inicial dessa libertação universal. Os fenômenos da morte de Cristo são sacramentos cósmicos: expressam, na ordem natural, o que aconteceu no mundo espiritual. A natureza geme diante da queda, mas também se alegra com o nascimento da nova criação. A cruz, portanto, é o divisor de águas entre o velho e o novo mundo — entre o domínio da morte e o Reino da Vida.

 

III. ELE RESSUSCITOU

3.1 — O túmulo vazio

“Por que buscais entre os mortos aquele que vive?” (Lucas 24:5)

“Não está aqui, mas ressuscitou.” (Lucas 24:6)


Comentário teológico:

O túmulo vazio é o selo de Deus sobre a obra do Calvário. A morte foi vencida, e o Cristo vivo inaugura a nova era do Reino.

 

3.2 — As aparições do Ressurreto

“E apareceu primeiro a Maria Madalena.” (Marcos 16:9)

“Depois apareceu aos onze.” (Lucas 24:36)


Comentário teológico:

O Cristo ressuscitado aparece não apenas para provar, mas para consolar e comissionar. Suas aparições confirmam a continuidade entre o Jesus histórico e o Senhor glorificado.

 

3.3 — A ressurreição e a justificação

“O qual foi entregue por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação.” (Romanos 4:25)


Comentário teológico:

A ressurreição é a aprovação divina do sacrifício. Deus declara justo todo aquele que crê. O túmulo vazio é o carimbo da absolvição eterna.

 

3.4 — A ressurreição como penhor da nossa ressurreição

“Porque se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele.” (1 Tessalonicenses 4:14)

“Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” (1 Coríntios 15:20)

“Assim também em Cristo todos serão vivificados.” (1 Coríntios 15:22)

“E, quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então vós também vos manifestareis com ele em glória.” (Colossenses 3:4)


Comentário teológico:

A ressurreição de Cristo é o penhor e a garantia da nossa própria ressurreição. Como as primícias da nova criação, Ele inaugura o processo redentivo que alcançará todo o corpo dos santos. O mesmo Espírito que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em nós (Romanos 8:11).

Essa verdade fundamenta nossa esperança escatológica e ética: vivemos em santidade, perseverança e missão, porque sabemos que a morte foi vencida e o futuro está garantido. O Cristo glorificado é o protótipo do novo homem, e em sua vitória, a humanidade é restaurada à comunhão eterna com Deus.

 

SUBSÍDIO BIBLIOGRÁFICO III — ELE RESSUSCITOU

“A ressurreição de Cristo é o coração do Evangelho. Sem ela, a cruz seria apenas uma tragédia; com ela, torna-se triunfo e fundamento da fé.” (STOTT, John. A Cruz de Cristo. São Paulo: Vida Nova, 2019, p.354).

A ressurreição de Cristo é o maior evento da história da redenção e a pedra angular da fé cristã. Ela prova a divindade de Cristo (Romanos 1:4), autentica sua obra expiatória (Romanos 4:25) e inaugura a nova criação (2 Coríntios 5:17). Teologicamente, ela é o penhor da nossa própria ressurreição futura (1 Coríntios 15:20-23). Por meio dela, o poder do pecado e da morte foi definitivamente quebrado (Hebreus 2:14).

Além de seu valor histórico, a ressurreição tem profundo significado escatológico: é o prelúdio da restauração de todas as coisas (Atos 3:21). O Cristo ressuscitado é o “segundo Adão” (1 Coríntios 15:45), Cabeça de uma nova humanidade redimida. A ressurreição revela que a redenção não é apenas espiritual, mas corporal e cósmica. O mesmo poder que tirou Jesus do túmulo habita na Igreja e age no crente hoje (Efésios 1:19-20; Romanos 8:11).

Assim, a fé cristã não repousa em mitos, mas em um fato histórico validado pelo testemunho apostólico e confirmado pela experiência transformadora da Igreja. O túmulo vazio é a prova incontestável de que o Reino de Deus já irrompeu na história e aguarda sua consumação final na glória.

 

CONCLUSÃO

A cruz e a ressurreição são inseparáveis. O Calvário revela o preço da redenção; o túmulo vazio revela o poder do Redentor. Jesus morreu como Cordeiro, mas ressuscitou como Rei e Senhor. Como crentes, não seguimos um Cristo morto, mas o Senhor vivo, que reina e voltará em glória (Apocalipse 1:17-18).

“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.” (Jó 19:25) 

 

 

 

REFERÊNCIAS:

 

BERGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática. 13. impr. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2016.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Hebraico-Grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

BÍBLIA. Português. Nova Versão Internacional - NVI. São Paulo: VIDA, 2000.

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (vol. 2). Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

GILBERTO, Antonio. Bíblia com Comentário de Antonio Gilberto. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

RENOVATO, Elinaldo in Teologia Sistemática Pentecostal. 1. ed. (16a imp.) Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

RIBAS, Degmar (Trad.). Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, vol. 2.

SILVA, Severino Pedro da. O Homem. Corpo, Alma e Espírito. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1988.

VINE, W. E., UNGER, Menil E & WHITEJR., Willian. Dicionário Vine. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

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