quarta-feira, 10 de abril de 2013

Excesso de trabalho provoca síndrome de "burnout"


”Burnout” é um termo inglês que, traduzido literalmente, significa esgotamento ocasionado pelo consumo excessivo de energia
Ganhou espaço na literatura médica a partir de 1974, em estudos feitos nos EUA com profissionais de saúde, e designa uma resposta emocional e física ao estresse ocupacional crônico.

O estado de "burnout" é causado por uma conjugação de fatores internos e externos, explica a psicóloga Ana Maria Benevides-Pereira, 54, autora do livro "Burnout: Quando o Trabalho Ameaça o Bem-Estar do Trabalhador" e de uma série de artigos sobre o tema.

Além dos problemas característicos do estresse em si (dores de cabeça, insônia, gastrite, diarreia  alterações menstruais), o "burnout" se caracteriza sobretudo pelas ausências no trabalho e pela adoção de uma postura cínica e rude em relação ao outro, sejam colegas, clientes ou pacientes, o que os estudiosos chamam de despersonalização, diz Benevides-Pereira, que integra o Gepeb (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Estresse e Burnout), da Universidade Estadual de Maringá (PR).

Profissionais mais idealistas, exigentes consigo mesmos, assim como aqueles que estão sujeitos a desorganização, baixos salários, poucas perspectivas de promoção, assédio moral e competição excessiva no ambiente de trabalho estão mais propensos à contrair a doença, exatamente o que ocorre na categoria do Correio.

A legislação brasileira permite o afastamento do trabalho em razão de "burnout", com direito à retirada do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e estabilidade no emprego, no entanto, o diagnóstico não é simples, em função dos obstáculos colocados pelos médicos contratados nas perícias e a resistência das empresas em reconhecer as doenças causadas por eles mesmos.

Segundo a Associação Brasileira de Qualidade de Vida ", as empresas estão começando a tomar consciência de que têm de fazer mais que oferecer plano de saúde e ginástica laboral porque, se os funcionários faltam ou não realizam suas tarefas de forma adequada por causa de "burnout", o prejuízo é grande.

É evidente que o sistema totalmente arbitrário e de super-exploração dos trabalhadores nos locais de trabalho é responsável pelo aumento sistemático de doenças. No Correio o excesso de trabalho é imenso, com número crescente de trabalhadores com problemas crônicos na coluna, varizes, problemas nos ombros etc.

O serviço extremamente repetitivo e pesado compromete a saúde física de forma permanente, uma vez que os trabalhadores doentes, dificilmente recuperam integralmente sua capacidade física. Combina-se ao excesso de peso e de horas de trabalho, o sadismo psicológico através do arbitrário sistema de escolha de gerentes e supervisores, os quais, na esmagadora maioria dos casos, não são concursados, ganhando o cargo através de indicações políticas ou como pagamento pela traição explícita dos colegas de trabalho.

No Correio, os coordenadores e gerentes dão ordens apesar de não terem o respeito dos funcionários, pelo contrário, na esmagadora maioria dos casos, lideram pela ameaça implícita de que podem punir e humilhar os trabalhadores.

O sistema de trabalho montado em cima da exploração dos trabalhadores e da arbitrariedade mais extrema das chefias para impor a exploração através da humilhação e da brutalidade dos funcionários é a causa da perda de saúde dos ecetistas e do aparecimento sistemático de novas doenças entre os assalariados.

FONTE: http://www.pco.org.br/movimento-operario/excesso-de-trabalho-provoca-sindrome-de-burnout/zej,y.html


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