segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Lição 6 – O Tribunal de Cristo e os Galardões

SUBSÍDIO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.

1º Trimestre/2016

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 3.11-15.

TEXTO ÁUREO: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” (2 Co 5.10)

INTRODUÇÃO

O tribunal de Cristo é o período de julgamento das obras dos santos arrebatados para a presença de Cristo. Ele acontecerá após o encontro entre Jesus e sua Igreja, nas nuvens (1 Ts 4.17), no “dia de Cristo” (Fp 1.10). Então os crentes arrebatados, já com seus corpos glorificados, comparecerão ante o Tribunal de Cristo (Rm 14.10; 2 Co 5.10; 1 Co 3.13-15), para que as suas obras, feitas no corpo como crentes, sejam provadas, a fim de que recebam ou não o galardão. Aqui não se trata do “Julgamento ante o Trono Branco”, este acontecerá logo após o Milênio (Ap 20.11-15) que será instaurado para o julgamento dos ímpios.

I. O TRIBUNAL DE CRISTO E OS CRENTES

1. O julgamento. O julgamento da Igreja ocorrerá logo após o Arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões celestiais. Neste Tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. Em Rm 14.10 e 2 Co 5.10 Paulo alude ao que acontecerá quando Cristo Jesus congregar os remidos em torno de si, diante de seu tribunal. Haverá ali uma avaliação do que fizemos e não fizemos; mas isso não indica que será um momento de temor, mas de confiança; mais ninguém estará ali presente, a não ser os salvos: ali todos amarão o Redentor e confiarão nele. O nosso serviço a Deus é provado como pelo fogo (1 Co 3.10-15; cf. Ap 22.12).

2. Quando se dará? Após o Arrebatamento da igreja, onde os crentes serão julgados e receberão o galardão da parte do Senhor (Ap 22.12). Naquele grande Dia, todos os salvos em Cristo que serviram ao Senhor com integridade, sinceridade, fidelidade e lealdade, receberão a devida recompensa. Paulo disse que “naquele dia” receberia sua coroa (2 Tm 4.8). Pedro escreveu que, quando aparecer o SUMO PASTOR, a coroa de glória lhe será dada (1 Pe 5.4).


3. Quem será o juiz? O Senhor Jesus Cristo, o nosso querido Salvador (2 Tm 4.8). Deus lhe entregou todo o juízo (Jo 5.22). Por isto este julgamento é chamado O Tribunal de Cristo (2 Co 5.10; Rm 14.10). Será assistido pelo Espírito Santo, que operará como um fogo, pelo qual o resultado aprovado há de aparecer (1 Co 3.13; At 2.4). Os que amam a vinda do Senhor são conservados irrepreensíveis para encontrar-se com Cristo (1 Ts 5.23).

4. Onde será o Tribunal de Cristo? É evidente, embora pouco provável que o Tribunal de Cristo terá lugar nos ares, especialmente na “porta formosa do Céu (Cf. Ct 2.4; 1 Ts 4.17). Não é preciso muito esforço para perceber que o Tribunal de Cristo ocorrerá na esfera das regiões celestes. 1 Tessalonicenses 4.17 diz que seremos "arrebatados [...] entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares". Visto que o Tribunal segue a translação, os "ares" devem ser o seu palco. Isso também é apoiado por 2 Coríntios 5.1-8, em que Paulo descreve os acontecimentos que ocorrem quando o crente "deixar o corpo e habitar com o Senhor". Desse modo, isso deve acontecer na presença do Senhor na esfera dos "lugares celestiais".

II. AS OBRAS DO CRENTE E O JULGAMENTO DE CRISTO

1. A precisão do julgamento. O julgamento será preciso, pois passará pelo crivo do justo Juiz; será comparado à passagem de materiais pelo fogo (1 Co 3.13-15). Este fogo é destrutivo e não purificador; destrói apenas obras e não obreiros; causa perda e não lucro; destrói apenas o que for falso e não verdadeiro; causa apenas reprovação da obra e não do obreiro. Nessa ocasião, serão julgadas as obras – aquelas realizadas em Cristo - e não o obreiro (1 Co 3.11-15). E somente duas palavras serão ali pronunciadas: aprovado ou reprovado, pois o fogo divino declarará a obra de cada um, revelará qual foi a verdadeira intenção do coração de cada crente que será julgado. O apóstolo Paulo diz que cada crente dará contas a Deus de todas as obras que houverem praticado aqui (Rm 14.11,12). O valor perante Deus está relacionado com a fidelidade, a obediência, o amor, a abnegação e a humildade com as obras foram feitas. Aqueles que aqui procuram sua própria glória, já receberam o seu galardão, e nada lhes sobra para aquele grande dia (Mt 6.2,5,16).

2. Ouro, prata e pedras preciosas. Estes elementos representam o trabalho feito com humildade e temor, para a glória do Senhor (1Co 10:31). As obras que forem comparadas a estes três materiais serão aprovadas, e os seus praticantes serão galardoados (1 Co 3.13,14). Veja análise de cada elemento:

a) Ouro. Na Bíblia, o ouro é simboliza as coisas de procedência divina (Jó 22.23-25; Ml 3.3; Ap 3.18; 22.18,22). São obras que são feitas para a glória de Deus, feitas em comunhão com Ele, "feitas em Deus" (João 3.21), de pleno acordo a Palavra de Deus (1 Co 4.6). O crente que glorifica a Deus com suas obras está praticando obras comparáveis a ouro (Mt 5.16). São "as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.10). Se tratamos os irmãos e os outros com o amor de Deus, isso é comparado a ouro. Quando usamos bem os talentos dados por Deus, realizamos obras "de ouro" (Mt 25.14,20). São obras que glorificam a Deus: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5.16).

b) Prata. Na tipologia bíblica, a prata é símbolo de redenção. No Antigo Testamento, o material usado no pagamento da redenção dos filhos de Israel era pago em prata (Ex 30.11-16; 26.25; Lv 5.15; 27.3) simbolizando a redenção de Cristo. No Novo Testamento, simboliza a redenção feita por Cristo: "sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais" (1 Pe 1.18; 1Co 6.20). São obras feitas em Cristo. O crente que ganha almas, que prega a Palavra, que dá bom testemunho da sua fé em Jesus, está realizando obras de prata. Os obreiros do Senhor que cuidam bem do rebanho realizam obras de prata. Visitar os enfermos, os carentes, evangelizar, podem ser obras de prata.

c) Pedras Preciosas. São símbolos do Espírito Santo, ou da glória de Cristo no crente (ver João 17.22), pois antigamente os noivos adornavam as noivas com joias (Ez 16.11-14; Gn 24.22, 45; Ct 1.10,11; 4.9). Os crentes que possuem os dons espirituais (1 Co 12) têm o adorno do Espírito Santo. São obras feitas pelo poder do Espírito Santo (Rm 15.19; Fp 3.3; Cl 1.29; Tt 3.5). São obras na unção do Espírito Santo. Evangelizar, pregar, cantar na unção, podem ser pedras preciosas. É o testemunho eloquente do servo ou da serva de Deus, andando de acordo com a sã doutrina (Tt 2.10).

OBS.: Neste julgamento a Trindade está presente, simbolizada por ouro, prata e pedras preciosas; operando ativamente nas obras que, desta maneira, terão valor perante Deus.


3. As obras que perecerão. Estes tipos de materiais não resistem ao fogo. As obras que forem comparadas a estes três tipos de materiais não ensejarão galardões - "Se a obra de alguém se queimar, sofrera detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo" (1Co 3.15). Veja, a seguir, uma análise destes três elementos:

a) de Madeira. Na Bíblia, madeira é símbolo das coisas humanas. É uma figura da árvore, que cresce por si mesma. Existem obras que qualquer pecador pode fazer (Lc 6.32-34). Há crentes que fazem muitas coisas, mas buscando a glória humana. No fogo do julgamento, elas vão desaparecer. Há quem trabalha muito nas igrejas, mas não o fazem para a glória de Deus. Logo, não terão o reconhecimento por parte do Senhor. Sansão sem o poder de Deus, não podia apresentar nada de valor sobrenatural (Jz 16.17,19,21). Só lhe restava operar segundo os homens (1 Co 3.3).

b) de Feno. Feno é capim, é erva seca. Simboliza tudo que carece de renovação. São obras aparentes, mas sem consistência, como erva seca (Is 15.6). É coisa perecível (Is 51.12). Representam obras de crentes que fazem muita coisa para aparecer. A preocupação deles é com a quantidade e não com a qualidade. Um monte de feno pode ser muito grande, mas, no fogo, desaparece em segundos. Não haverá galardão para esse tipo de obra. Pregar para aparecer; pregar por dinheiro; cantar para aparecer, para ter a glória dos homens, buscando o aplauso das multidões, sem dúvida alguma, são obras de feno; aparecem muito, mas não têm consistência, e já receberam seu galardão, em termos de dinheiro; nada terão lá no Céu, pois "já receberam o seu galardão" aqui mesmo (cf. Mt 6.2,5,16).

c) de Palha. Significa a instabilidade, pois a palha é muito fraca (Ef 4.14). Não resiste à força do fogo. O vento leva com facilidade (Sl 1.4; Jó 21.18; Os 13.3). É instável. Não pode se misturar com o trigo (Jr 23.28). Palha fala também de escravidão: foi palha que os israelitas tiveram de colher no Egito (Êx 5.7). Palha representa obras sem firmeza. Há crentes que não sabem o que querem na vida cristã. Vivem mudando o tempo todo. Mudam de cargo, mudam de igreja com facilidade. São levados por "todo vento de doutrina" (Ef 4.14).

"Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo" (1 Co 3.15).
Este texto mostra que haverá crentes cujas obras não serão aprovadas no julgamento de Deus, no Tribunal de Cristo. São obras mortas, obras que não têm valor diante de Deus. São obras que alguns crentes praticam, para sua própria glória, mas não glorificam a Deus. São obras feitas por muitos de modo relaxado, sem o zelo necessário a quem serve a Deus. As obras não serão recompensadas, mas "o tal será salvo, todavia como pelo fogo"; isto quer dizer que, como não se trata de julgamento de pecados, quem pratica tais obras poderá ser salvo, mas sem recompensas ou galardões. Não haverá inveja ou tristeza, pois tais sentimentos são carnais e não entrarão no Céu. Só o fato de chegar lá já será motivo de grande alegria. Mas é melhor fazer o melhor para Deus, servindo-o na liberdade do Espírito, e não numa escravidão imposta por nós mesmos ou por outros.

III – A PRESTAÇÃO DE CONTAS DO CRENTE E OS GALARDÕES

1. Os pastores darão conta dos seus rebanhos.  “... porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas...” (Hb 13.17) no Tribunal de Cristo, os pastores “hão de dar conta” do rebanho que lhe foi confiado. As ovelhas do Senhor devem ser bem cuidadas, adequadamente alimentadas e diligentemente protegidas. Elas foram compradas com o próprio sangue de Cristo. Desta feita, elas são de imensurável valor, e não podem ficar expostas a nenhum capricho ou descuidos de quem quer que seja. O próprio Jesus mencionou em sua oração que “nenhum dos discípulos se perdeu” (Jo 17.12). O apóstolo Paulo adverte a todos os pastores que lideram o rebanho do Senhor: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (Atos 20.28).
No período do Antigo Testamento, todos os que tinham responsabilidades de liderança, como os profetas, os sacerdotes e os reis, eram considerados pastores do povo de Israel. Quanto ao rei, a sua missão era aconselhar e guiar o povo de Deus (1 Sm 9.16; ler Dt 17.14-20); quanto ao sacerdote, sua missão era santificar o povo, oferecer sacrifícios pelo povo e interceder pelos transgressores (Hb 5.:1-3; ler Lv 10.8-11; 16; 21.1-24); quanto ao profeta, sua missão era preservar o conhecimento e manifestar a vontade do único e verdadeiro Deus (Ez 2.1-10; ler Dt 18.20-22).
Todavia, a maioria dos líderes de Israel foi infiel à missão que Deus lhes entregou. Maltrataram, em vez de cuidarem das ovelhas do Senhor. Deus repudiava esses pastores relapsos e pedia-lhes severas contas pelo sofrimento que infligiam às ovelhas que lhes confiou.
Veja o que Deus diz através do profeta Ezequiel contra os pastores infiéis de Israel em Ez 34.2-6:
“2. Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? 3. Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.  4. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. 5. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam.  6. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque.”
"Ai dos pastores de Israel". Nota-se que as palavras do Senhor dirigidas aos líderes de Israel são de condenação absoluta. Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Não entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções executadas por eles, realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves consequências dos juízos de Deus, caso não se arrependesse. Estas palavras, realmente duras da parte do Senhor, são motivadas pelo fato de que os pastores não são "donos" do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer maneira e de forma abusiva. Pastores, como diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor Jesus, o Supremo Pastor (ver 1 Pedro 5.4).
Deus também acusa os pastores de estarem cuidando de si mesmos em vez de estarem cuidando das ovelhas: "Ai dos pastores que se apascentam a si mesmos!". Como se não fosse terrível o bastante ignorarem as necessidades das ovelhas por estarem por demais ocupados consigo mesmos, esses pastores ainda tratavam as ovelhas com extrema brutalidade, pois o profeta diz: “Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas" e "dominais sobre elas com rigor e dureza". O interesse daqueles pastores estava muito mais nos benefícios materiais que poderiam receber das ovelhas: carne, gordura, lã, do que nos benefícios espirituais que poderiam e deveriam repartir no cuidado do rebanho. Para Ezequiel, o interesse daqueles pastores não estava centrado no chamado de Deus e no pastoreio e sim no poder e no controle que exerciam sobre as ovelhas.
O resultado direto deste descaso e ignorância não demora a ser sentido. Ovelhas sem cuidados pastorais e maltratadas tendem a se espalhar, por não haver pastor, e acabam por tornar-se pasto para todas as feras do campo. Este é o triste fim de todas as situações de abuso espiritual que encontramos, mesmo nos dias de hoje: ovelhas dispersas, abandonadas e sendo devoradas por todos os tipos de "feras". O profeta constata esta triste realidade ao dizer: “As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro”. Ovelhas abusadas só conseguem resistir até certo ponto. Algumas chegam mesmo a morrer dentro do próprio redil - a comunidade local que chamamos de igreja. Outras, não aguentando mais os abusos, preferem abandonar o redil. E os pastores demonstram algum tipo de preocupação? As palavras de Ezequiel estão repletas de desconsolo neste quesito: "as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque".
Todavia, Deus tratará com firmeza aqueles que não viverem à altura dos compromissos assumidos como pastores e servos a serviço do povo de Deus. Ele diz: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor” (Jr 23.1). Porque somos ovelhas do pasto do Senhor, e Ele se mostra aborrecido quando somos maltratados por aqueles que deveriam realmente cuidar de nós.

2. Crentes darão conta de seus talentos. Deus tem dado talentos a todos os crentes, uns recebem mais e outros recebem menos, pois estes são distribuídos de acordo com a capacidade de cada um, mas todos recebem (Mt 25.14,20; Lc 12.16). No Tribunal de Cristo, o Senhor fará contas com todos nós, para saber “o que cada um ganhou negociando”. Ao lermos Mt 25.19 observarmos a prestação de contas. Onde Jesus nos ensina que teremos de prestar contas quando o Senhor voltar. Sua volta é certa. Demorará, conforme se depreende da parábola, mas acontecerá de forma inevitável. Quando o Senhor chegar, deveremos nos apresentar com os talentos que nos foram confiados, pois, na eternidade apenas as nossas obras nos seguirão (Ap 14.13). Estas obras serão manifestadas a todos e, no Tribunal de Cristo, passarão pelo teste do fogo, pela prova divina e, então, o trabalho que cada um fez por meio do corpo se revelará de forma inapelável diante daquele em que tudo está nu e patente (Hb 4.13).

3. Tipos de recompensas. O Novo Testamento usa uma linguagem especial dos tempos do primeiro século da era cristã relativa ao tipo de galardão que os vencedores das olimpíadas gregas e romanas recebiam como prêmio. Havia coroas de vários materiais representando o tipo de vitória conquistada por aqueles vencedores (1 Co 9.24,25).

a) A coroa da vitória (1 Co 9.25). É o prêmio para todo o salvo, que vencer as lutas e tentações da vida terrena. A vida cristã se constitui numa batalha espiritual contra três inimigos terríveis: a carne, o mundo e o Diabo. Esta coroa é denominada, também, como coroa incorruptível, porque se refere à conquista do domínio do crente sobre o velho homem.

b) A coroa de gozo (1 Ts 2.19; Fp 4.1). É o galardão do ganhador de almas, daquele que, além de ser fiel, vence as tentações e as barreiras da vida, esforçando-se para ganhar almas para o Reino de Deus (Pv 11.30; Dn 12.3). A palavra gozo significa prazer, alegria, satisfação. Uma das atividades cristãs que mais satisfazem o coração do crente é o ganhar almas. Isto é, praticar o evangelismo pessoal e ganhar pessoas para o reino de Deus. Na busca do gozo nesta vida, nada é comparável ao de salvar almas para Cristo, livrando-as da perdição eterna. Por isso, quem ganha almas, sábio é (Pv 11.30; Dn 12.3).

c) A coroa da justiça (2 Tm 4.7,8). É o prêmio dos fiéis, dos batalhadores da fé, dos combatentes do Senhor, os quais vencendo tudo, esperam a Sua vinda. Jesus disse: “E sereis odiados por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mc 13.13). É o coroamento da vida do crente, “pelas veredas da justiça” (Sl 23.3b).

d) A coroa da vida (Ap 2.10; Tg 1.12). É o galardão previsto para todos os salvos, que permanecem fiéis até à morte ou à vinda de Jesus. Não se trata da simples vida que temos aqui. Essa coroa é um prêmio especial porque implica conquista de um tipo de vida superior à vida terrena, ou à simples vida espiritual, como a tem os anjos. É a modalidade de vida conquistada mediante a obra expiatória de Cristo Jesus — a vida eterna. E o galardão da fidelidade do crente.

e) A coroa de glória (1 Pe 5.2-4). É a recompensa especial para os obreiros do Senhor, que promoveram o reino de Deus na Terra, sem esperar recompensa material, com fidelidade, humildade, desprendimento e amor.

f) Galardões de servos (Mt 10.41,42). São recompensas que Jesus dará a todos os que servem a seus servos, na condição de profeta, justo, pequeninos ou discípulos.

CONCLUSÃO

Jesus em breve vem! Procuremos, portanto, viver e servir de maneira que “aquele dia” possa nos trazer alegria e glória, segundo a graça infinita do Senhor Jesus.  “Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim” (Mt 24.46). Que possamos estar sempre prontos trabalhando na obra do Senhor, e aproveitando todo o tempo dispensado a nós, usando todos os nossos talentos na obra de Cristo, para que naquele Dia, no Tribunal de Cristo, não sejamos envergonhados na presença do justo Juiz, mas que possamos ouvir a célebre palavra dEle proferida a nós: “foste fiel no pouco sobre o muito te colocarei entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25.21).


REFERÊNCIAS:

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