Subsídios para a Escola Bíblica Dominical (EBD) —
IPAD (Igreja Pentecostal Assembleia de Deus)
LEITURA TEMÁTICA:
“E era já quase a hora sexta, e houve trevas em
toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol” (Lucas 23:44)
LEITURA EM CLASSE: MATEUS
27.50-52
“50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz,
rendeu o espírito.
51 E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de
alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras;
52 E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de
santos que dormiam foram ressuscitados.”
VERDADE PRÁTICA
A morte de Cristo revela o amor que
nos redimiu; sua ressurreição manifesta o poder que nos vivifica. Na cruz, o
pecado foi vencido; no túmulo vazio, a vida triunfou. Seguir o Cristo
ressuscitado é viver diariamente a certeza de que nenhuma condenação há para os
que estão em Jesus (Romanos 8:1) e que, assim como Ele vive, também nós
viveremos (João 14:19).
SÍNTESE TEXTUAL
A morte e a ressurreição de Cristo são
os eventos centrais da fé cristã. Na cruz, o Rei morre para redimir; na
ressurreição, Ele triunfa para justificar. A natureza divina e humana de Cristo
se unem na obra perfeita da redenção, revelando o poder e a fidelidade de Deus.
INTRODUÇÃO
A cruz e a ressurreição são os pilares
da fé cristã. O Calvário revela a profundidade do amor de Deus (João 3:16) e a
ressurreição demonstra seu poder sobre a morte (Romanos 6:9). Paulo afirma: “E,
se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé” (1 Coríntios 15:17). Cristo morreu
pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação (Romanos 4:25). A
cruz foi o trono do Rei sofredor; o túmulo vazio, o selo do seu reinado eterno.
I. O MESTRE AMADO ESTAVA MORRENDO NA
CRUZ
1.1 — O sofrimento do
Justo pelo injusto
“Mas ele foi ferido pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas iniquidades” (Isaías 53:5).
“Cristo
padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos” (1 Pedro 3:18).
“Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34)
Comentário
teológico:
Na
cruz, a justiça de Deus e o amor se encontram. Jesus, o Cordeiro sem mácula,
sofreu a penalidade devida ao homem. Sua entrega voluntária revela o conceito
teológico da substituição penal: Ele morreu em nosso
lugar (2 Coríntios 5:21). A cruz não foi derrota, mas cumprimento da expiação
vicária profetizada desde o Éden (Gênesis 3:15).
1.2 — A solidão do
Servo sofredor
“Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?” (Mateus 27:46)
“E
todos o deixaram e fugiram.” (Marcos 14:50)
“Era
desprezado e o mais rejeitado entre os homens.” (Isaías 53:3)
Comentário
teológico:
Cristo
experimentou o abandono humano e a sensação do afastamento divino, assumindo a
condição do pecador. No conceito da kenosis (Filipenses 2:7),
Ele se esvazia da glória para identificar-se conosco. O silêncio do Pai na cruz
reforça a gravidade do pecado e o custo da redenção (Romanos 6:23).
1.3 — O clamor da
vitória
“Está consumado.” (João 19:30)
“Pai,
nas tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lucas 23:46)
“Ele
verá o fruto do trabalho de sua alma, e ficará satisfeito.” (Isaías 53:11)
Comentário
teológico:
O
brado de Jesus não foi derrota, mas proclamação de vitória. A palavra grega tetelestai
(está consumado) indica missão cumprida, dívida paga. Teologicamente, a cruz é
o ponto máximo da reconciliação: Deus e o homem se encontram novamente.
1.4 — A morte de
Cristo e a expiação
“Sem derramamento de sangue não há
remissão.” (Hebreus 9:22)
“E
o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado.” (1 João 1:7)
Comentário
teológico:
A
morte de Cristo cumpre as exigências da lei. Seu sangue sela a nova aliança (Lucas
22:20). A expiação é plena, suficiente e eterna. Ele morreu uma vez por todas,
garantindo acesso ao Pai (Hebreus 10:10-14).
SUBSÍDIO
BIBLIOGRÁFICO I — A CRUZ E O MISTÉRIO DA REDENÇÃO
“A cruz é o centro da história e o
eixo da teologia cristã. Nela o amor e a justiça se encontram em harmonia
perfeita.” (BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. Rio
de Janeiro: CPAD, 2020, p.156-157).
A obra da cruz é o ponto culminante da
revelação divina. Em Cristo, Deus se revelou como o Deus que sofre e ama até o
fim. A morte de Jesus não foi acidente nem mera tragédia religiosa, mas um ato
voluntário de reconciliação cósmica. O apóstolo Paulo descreve a cruz como a
vitória sobre os poderes espirituais da maldade (Colossenses 2:14-15), e João a
chama de expressão suprema do amor divino (João 3:16; 1 João 4:9-10).
A cruz é o “tribunal da graça”, onde a
justiça de Deus foi satisfeita e o pecador foi declarado justo (Romanos
3:24-26). No madeiro, Cristo levou sobre si não apenas os pecados individuais,
mas toda a corrupção do cosmos, inaugurando uma nova criação (2 Coríntios
5:17). Cada gota de sangue derramado é um selo da fidelidade de Deus às Suas
promessas (Gênesis 22:8; Hebreus 9:12). Assim, a cruz é o ponto de convergência
de todas as alianças e o fundamento da salvação eterna. Nela, o Cordeiro de
Deus triunfou sobre o pecado, a morte e o inferno, transformando o instrumento
de vergonha em símbolo de glória.
II. OS SINAIS DA SUA MORTE
2.1 — Trevas
sobrenaturais
“E houve trevas em toda a terra até à
hora nona.” (Lucas 23:44)
“O
sol escureceu-se.” (Lucas 23:45)
“O
juízo de Deus estava sendo revelado.” (Romanos 1:18)
Comentário
teológico:
As
trevas representam a ira divina e o horror do pecado. O Criador escondeu o
rosto quando o Filho levou sobre si a maldição. É o eclipse espiritual da
história: a luz da vida sendo apagada para iluminar os pecadores.
2.2 — O véu rasgado
“E eis que o véu do templo se rasgou
em dois, de alto a baixo.” (Mateus 27:51)
“Temos, pois, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus.” (Hebreus
10:19)
Comentário
teológico:
O
véu separava o Santo dos Santos; seu rasgar de cima a baixo mostra que o acesso
foi aberto por Deus, não pelo homem. A redenção rompeu a barreira entre o
divino e o humano (Efésios 2:14-18).
2.3 — O terremoto e
as pedras fendidas
“E tremeu a terra, e fenderam-se as
pedras.” (Mateus 27:51)
“Os montes tremeram diante do Senhor.” (Juízes 5:5)
Comentário
teológico:
A
criação reagiu à morte do Criador. O terremoto foi um testemunho cósmico do
poder de Deus, simbolizando o abalo das estruturas espirituais. O Calvário foi
o epicentro da redenção universal.
2.4 — Abertura dos
sepulcros
“E abriram-se os sepulcros, e muitos
corpos de santos que dormiam foram ressuscitados.” (Mateus 27:52)
Comentário
teológico:
Mesmo
antes da ressurreição de Jesus, a morte já começava a ceder. Esses
ressuscitados foram prenúncio da vitória sobre a morte (1 Coríntios 15:54). É o
prelúdio da nova criação.
SUBSÍDIO
BIBLIOGRÁFICO II — OS SINAIS DA SUA MORTE
“Os fenômenos que acompanharam a
morte de Cristo indicam que algo cósmico e eterno estava ocorrendo. A criação
respondeu ao seu Criador.” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do
Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.234).
Os sinais que cercaram a morte de
Cristo — trevas, terremoto, véu rasgado e sepulcros abertos — revelam que o ato
da cruz transcende a história humana e alcança o universo inteiro. O evangelho
mostra que até os elementos da natureza responderam ao sofrimento do Criador. O
véu rasgado simboliza o fim da separação entre Deus e o homem (Hebreus
10:19-22). As trevas proclamam o juízo sobre o pecado (Amós 8:9), e o terremoto
anuncia o abalo das estruturas espirituais e políticas do mundo.
Esses sinais também revelam que a
redenção é uma restauração cósmica. Como ensina Paulo, “a criação aguarda a
revelação dos filhos de Deus” (Romanos 8:19-22). A cruz foi o ponto inicial
dessa libertação universal. Os fenômenos da morte de Cristo são sacramentos
cósmicos: expressam, na ordem natural, o que aconteceu no mundo espiritual. A
natureza geme diante da queda, mas também se alegra com o nascimento da nova
criação. A cruz, portanto, é o divisor de águas entre o velho e o novo mundo —
entre o domínio da morte e o Reino da Vida.
III. ELE RESSUSCITOU
3.1 — O túmulo vazio
“Por que buscais entre os mortos
aquele que vive?” (Lucas 24:5)
“Não
está aqui, mas ressuscitou.” (Lucas 24:6)
Comentário
teológico:
O
túmulo vazio é o selo de Deus sobre a obra do Calvário. A morte foi vencida, e
o Cristo vivo inaugura a nova era do Reino.
3.2 — As aparições do
Ressurreto
“E apareceu primeiro a Maria
Madalena.” (Marcos 16:9)
“Depois
apareceu aos onze.” (Lucas 24:36)
Comentário
teológico:
O
Cristo ressuscitado aparece não apenas para provar, mas para consolar e
comissionar. Suas aparições confirmam a continuidade entre o Jesus histórico e
o Senhor glorificado.
3.3 — A ressurreição
e a justificação
“O qual foi entregue por nossos
pecados e ressuscitou para nossa justificação.” (Romanos 4:25)
Comentário
teológico:
A
ressurreição é a aprovação divina do sacrifício. Deus declara justo todo aquele
que crê. O túmulo vazio é o carimbo da absolvição eterna.
3.4 — A ressurreição
como penhor da nossa ressurreição
“Porque se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com
ele.” (1 Tessalonicenses 4:14)
“Mas
de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que
dormem.” (1 Coríntios 15:20)
“Assim
também em Cristo todos serão vivificados.” (1 Coríntios 15:22)
“E,
quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então vós também vos
manifestareis com ele em glória.” (Colossenses 3:4)
Comentário
teológico:
A
ressurreição de Cristo é o penhor e a garantia da nossa própria ressurreição.
Como as primícias da nova criação, Ele inaugura o processo redentivo que
alcançará todo o corpo dos santos. O mesmo Espírito que ressuscitou Jesus
dentre os mortos habita em nós (Romanos 8:11).
Essa
verdade fundamenta nossa esperança escatológica e ética: vivemos em santidade,
perseverança e missão, porque sabemos que a morte foi vencida e o futuro está
garantido. O Cristo glorificado é o protótipo do novo homem, e em sua vitória,
a humanidade é restaurada à comunhão eterna com Deus.
SUBSÍDIO BIBLIOGRÁFICO III — ELE RESSUSCITOU
“A
ressurreição de Cristo é o coração do Evangelho. Sem ela, a cruz seria apenas
uma tragédia; com ela, torna-se triunfo e fundamento da fé.” (STOTT, John. A
Cruz de Cristo. São Paulo: Vida Nova, 2019, p.354).
A ressurreição de Cristo é o maior evento
da história da redenção e a pedra angular da fé cristã. Ela prova a divindade
de Cristo (Romanos 1:4), autentica sua obra expiatória (Romanos 4:25) e
inaugura a nova criação (2 Coríntios 5:17). Teologicamente, ela é o penhor da
nossa própria ressurreição futura (1 Coríntios 15:20-23). Por meio dela, o
poder do pecado e da morte foi definitivamente quebrado (Hebreus 2:14).
Além de seu valor histórico, a
ressurreição tem profundo significado escatológico: é o prelúdio da restauração
de todas as coisas (Atos 3:21). O Cristo ressuscitado é o “segundo Adão” (1
Coríntios 15:45), Cabeça de uma nova humanidade redimida. A ressurreição revela
que a redenção não é apenas espiritual, mas corporal e cósmica. O mesmo poder
que tirou Jesus do túmulo habita na Igreja e age no crente hoje (Efésios
1:19-20; Romanos 8:11).
Assim, a fé cristã não repousa em
mitos, mas em um fato histórico validado pelo testemunho apostólico e
confirmado pela experiência transformadora da Igreja. O túmulo vazio é a prova
incontestável de que o Reino de Deus já irrompeu na história e aguarda sua
consumação final na glória.
CONCLUSÃO
A cruz e a ressurreição são
inseparáveis. O Calvário revela o preço da redenção; o túmulo vazio revela o
poder do Redentor. Jesus morreu como Cordeiro, mas ressuscitou como Rei e
Senhor. Como crentes, não seguimos um Cristo morto, mas o Senhor
vivo, que reina e voltará em glória (Apocalipse 1:17-18).
“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.” (Jó 19:25)
REFERÊNCIAS:
BERGSTEN,
Eurico. Teologia Sistemática. 13.
impr. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio
de Janeiro: CPAD, 2004.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Rio
de Janeiro: Editora Central Gospel, 2016.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Hebraico-Grego. Rio
de Janeiro: CPAD, 2011.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio
de Janeiro: CPAD, 2005.
BÍBLIA. Português. Nova Versão Internacional - NVI. São
Paulo: VIDA, 2000.
BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática (vol. 2).
Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
GILBERTO,
Antonio. Bíblia com Comentário de
Antonio Gilberto. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
PEDRO,
Severino. A Doutrina do Pecado. 1.
ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
RENOVATO,
Elinaldo in Teologia Sistemática
Pentecostal. 1. ed. (16a imp.) Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
RIBAS,
Degmar (Trad.). Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, vol. 2.
SILVA,
Severino Pedro da. O Homem. Corpo, Alma
e Espírito. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1988.
VINE, W.
E., UNGER, Menil E & WHITEJR., Willian. Dicionário Vine. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.






