segunda-feira, 7 de abril de 2014

LIÇÃO 02 – O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS

SUBSÍDIO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
2º TRIMESTRE DE 2014/CPAD

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 12. 8-11; 13. 1,2

TEXTO ÁUREO:Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para edificação da igreja.” (1 Co 14.12).

INTRODUÇÃO:

Observaremos nesta lição quais os propósitos dos dons espirituais para a Igreja. Segundo o dicionário BARSA da língua portuguesa, propósito significa “intenção, intento, resolução, deliberação, decisão, bom senso, juízo, prudência”.  Os dons espirituais visam à edificação, consolação e exortação do povo de Deus e também o enriquecimento da vida espiritual do crente.

I – OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE

1.   A igreja coríntia.
As quatro cidades mais importantes do império Romano foram: Roma, Corinto, Éfeso e Antioquia. A cidade de Corinto foi a maior, a mais opulenta e a mais importante cidade da Grécia. Situada no istmo desde país, orgulhava-se dos seus dois portos, pelos quais passava o comércio do mundo. Foi terra de grande luxo e licenciosidade, o lugar do culto à deusa Vênus, acompanhado de ritos vergonhosos. Paulo passou dezoito meses evangelizando em Corinto, no fim da sua segunda viagem missionária, At 18.1-18. Provavelmente o costume da cidade influenciou os irmãos da igreja coríntia, a ponto de Paulo ser informado em Éfeso dos problemas vividos pela igreja. Então, Paulo, escreveu está carta, como que trazendo respostas e soluções de Deus para os problemas que a igreja estava vivenciando.

2.   Uma igreja de muitos dons, mas carnal.
Os crentes de Corinto não eram espirituais, mas carnais. Eles não eram maduros, mas infantis. Eles tinham carisma, mas não caráter. Eles tinham dons, mas não caridade. Era uma igreja que vivia em êxtase, mas não tinha um testemunho consistente. Tinha uma liturgia extremamente viva, mas a igreja não tinha a prática do evangelho. Faltava amor entre os crentes e santidade aos olhos de Deus. Era uma igreja de excessos, onde faltavam ordem e decência.

3.   Dom não é sinal de superioridade espiritual.
A igreja de Corinto tinha todos os dons, quanto a isso não há duvidas (“De maneira que nenhum dom vos falta” [1 Coríntios 1.7]). Porém, a igreja de Corinto tinha, também, problemas em relação ao uso dos dons espirituais. Muitos crentes usavam os dons como um instrumento de autopromoção. Essa altivez espiritual é um sintoma de imaturidade. É importante ressaltar que os dons espirituais não são aferidores de espiritualidade. Você não mede a espiritualidade de uma igreja pela presença dos dons espirituais nela. O culto tem três aspectos: Deus é adorado, o povo de Deus é edificado e os incrédulos são convencidos de seus pecados. Se formos à igreja para adorar com o propósito de demonstrarmos a nossa espiritualidade, estaremos laborando em erro. O culto é para a edificação e não para exibição. Lembremo-nos do que disse Jesus: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt 7.21-23).

II – EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS

1.   Edificando a si mesmo.
Paulo salienta claramente a diferença entre “falar em línguas” e “falar profético”. “O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo...” (1 Co 14.4). O termo “edificação” não se trata de sentimentos, sobre os quais um falar ininteligível em línguas até pudesse causar uma forte impressão. Trata-se de fomentar, fortalecer e purificar a vida real da igreja. Seu propósito não é a edificação da igreja, mas a auto edificação.

2.   Edificando os outros.
Paulo não quer impedir nem amenizar, na igreja de Corinto, a “busca zelosa de poderes espirituais”. É bom que os coríntios sejam “zelosos por espíritos”. Paulo deseja de coração que eles “tenham em plenitude”. Paulo não é um defensor da precariedade na vida da igreja. Contudo a partir do amor é preciso que nessa riqueza de bens um só ponto de vista domine tudo “para a edificação da igreja” (1 co 14.12). O dom que me foi concedido não deve servir à minha satisfação, à minha grandeza, à minha fama, mas aos outros, aos irmãos, à igreja e à sua construção.

3.   Edificando até o não crente. 
Os crentes não poderiam falar em outras línguas ao mesmo tempo, pois isso daria uma confusão no culto e essa prática poderia levar o indouto, incrédulo, ou não crente que entrasse no templo a pensar que os crentes estavam loucos. Essa prática não contribuiria para o entendimento dos incrédulos nem para a edificação dos crentes. Paulo preferia que os corintos profetizassem, pois, ao fazê-lo, edificariam uns aos outros, enquanto que se falassem em línguas sem interpretação seus ouvintes não entenderiam e, portanto, não seriam beneficiados. Ele prefere a edificação à exibição. Se alguém fala em outra língua, deve orar para que a possa interpretar, ou para que alguém a possa interpretar (cf 1Co 14.13).

III. EDIFICANDO TODO O CORPO DE CRISTO

1.   Os dons na igreja.
Não é de se admirar que na primeira Carta aos Coríntios, Paulo dedica dois capítulos (12 e 14) para falar a respeito do uso dos dons na igreja. Porém, ao posicionar o capítulo 13 no centro de todas as ponderações, Paulo fez do amor o critério último, cunhado a partir daí a regra básica “tudo para edificação da igreja”. O amor é superior a todos os dons extraordinários. Assim o amor é “o caminho muito além disso,”, até mesmo além da mais admirável dadiva do Espírito. Que grande condenação representa essa palavra!

2.   Os sábios arquitetos do Corpo de Cristo.
Não temos o poder de “fazer crescer” nada. Não obstante, ele também não crescerá sem nós. Deus é grande “trabalhador” (1 Co 3.9). A igreja é um templo de Deus e seu alvo a qualidade. Paulo usa a metáfora do edifício para descrever a igreja. A igreja é o tempo de Deus porque é a sociedade na qual o Espírito Santo habita. Cada pessoa salva é um templo da habitação de Deus (1 Co 6.19,20). A igreja local, de igual forma é templo de Deus (1 Co 6.16,17). A igreja universal também é comparada ao templo de Deus (Ef 2.19-22). Dessa maneira podemos afirmar que Deus habita em cada crente de uma igreja local e Deus habita na igreja como o somatório de todos os convertidos de todos os lugares do mundo.

3.   Despenseiros dos dons.
“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (1 Pedro 4.10). O contexto do texto citado demostra que ser hospedeiro, falar a palavra de Deus e exercer diaconia são serviços dos dons da graça. O NT, portanto, não restringe o termo “dom da graça” aos dons particularmente notórios, por ex., curar de enfermos (1Co 12.9) ou línguas (1Co 12.10; 14.13). Quem pratica de modo alegre e consciente a hospitalidade provavelmente obteve um carisma para isso. Dessa forma, os despenseiros de Deus - ministros ou membros da igreja -, precisam ter muito cuidado no uso dos dons concedidos pelo Senhor para provisão, alimentação espiritual e edificação.

CONCLUSÃO:

A Igreja de Jesus Cristo é a representante dos céus na terra. Ela tem uma missão que transcende a esfera humana, pois recebeu a incumbência de fazer com que a “ ... multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). Sua Missão, na Terra, é a proclamação do Evangelho, num mundo hostil às verdades de Cristo; um mundo que rejeita a Palavra de Deus. Diante dessa realidade, a Igreja precisa de poder sobrenatural. Os Dons Espirituais são um arsenal à disposição da Igreja para o cumprimento eficaz de sua Missão na Terra.


REFERÊNCIAS:

BARSA, Dicionário da Língua Portuguesa / Barsa Planeta Internacional; [lexicógrafa responsável Thereza Christina Pazzoli]. Barsa Planeta, São Paulo, 2008.

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Versão Almeida Corrigida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. São Paulo, 1997.

BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. São Paulo: Editora Vida, 1998.

KALISHER, Meno. O livro dos dons: dons do Espírito Santo, curas, sinais e milagres. Tradução de Jamil Abdalla Filho. Porto Alegre: Actual Edições, 2009.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios: Como resolver conflitos na Igreja. São Paulo: Hagnos, 2008.

LOURENÇO, Luciano de Paula. O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS. Disponível em: <http://luloure.blogspot.com.br>. Acesso em: 07 de abril de 2014.

RENOVATO, Elinaldo. DONS ESPÍRITUAIS & MINISTERIAIS: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

3 comentários:

  1. Muito bom que pena deseja ver a sua pessoa explorando em sala de aula. Abraço

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    1. Muito obrigado amigo...
      Estou frequentando a Escola Bíblica da Rua do Sol, pois, aos domingos está sendo muito difícil pra mim (pelo menos, por enquanto), mas, logo estarei indo aos domingos.
      Abraço.
      Saudade!

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