domingo, 27 de abril de 2014

LIÇÃO 05 – DONS DE ELOCUÇÃO

SUBSÍDIO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.

2º TRIMESTRE DE 2014/CPAD

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 12.7,10-12; 14.26-32

TEXTO ÁUREO:Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.” (1 Pe 4.11).

INTRODUÇÃO:
Deus sempre quis comunicar-se com o homem. O relato bíblico sobre a criação do ser humano demonstra, de modo bem evidente, que Deus comunicava-se com o ser criado. Estudaremos a respeito dos três Dons de Elocução, a saber, Dom de Profecia, Dom de Variedade de Línguas e o Dom de Interpretação das Línguas. Os principais propósitos destes Dons são: edificação, exortação e consolação da Igreja (1 Co 14.3). A igreja precisa ter muito cuidado com a manifestação destes Dons, pois atualmente, há muita confusão e falta de sabedoria no uso dos mesmos, principalmente  o de profecia. Por isso é bastante oportuno o estudo sobre este tema, a fim de que não sejamos enganados pelos falsos profetas que têm ardilosamente se infiltrados no meio do povo de Deus.

I – O DOM DE PROFECIA (1 Co 12.10)

1.   O que é o dom de profecia?
Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo (Ver. 1 Co 14.24,25,29-31). O dom de profecia, no Novo Testamento, possui algumas diferenças em relação ao ministério profético do Antigo Testamento. Na Antiga Aliança, os profetas, ou mensageiros de Deus, tinham mensagens dirigidas a todo o povo, à nação de Israel e, em determinadas ocasiões, a pessoas individualmente, a reis, a profetas e a quem Deus quisesse enviar sua palavra. Em o Novo Testamento, a mensagem profética é proclamar, no seio de uma igreja local. Dificilmente, há uma mensagem para toda a nação. Embora essa hipótese não seja descartada, afinal, Deus fala e age como quer.

2.   A relevância do dom de profecia.
Se o dom de profecia não fosse importante para a Igreja, certamente Paulo não diria: "Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar." (1 Co 14.1). Para que não haja desordem no culto, ou seja, quando houver num mesmo culto vários irmãos que profetizam e todos eles desejam trazer uma mensagem da parte de DEUS à igreja, Paulo orienta então que haja no máximo, durante um mesmo culto, dois ou três irmãos que profetizem, sendo que um deve esperar pelo outro, assim um profetiza, depois outro e depois outro (1 Co 14.29-31). Essas profecias deveriam ser julgadas de acordo com a Palavra de DEUS, de acordo com a santidade e honestidade daqueles que as transmitiam e pela sua veracidade comprovada pelos que as receberam (1 Co 14.29).

3.   Propósitos da profecia.
O dom de profecia tem três propósitos básicos, em proveito da igreja: “Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.” (1 Coríntios 14.3). Edificação: Deus usa um profeta para transmitir uma mensagem da parte de Deus, visando corrigir ou colocar “no prumo”, ou “no nível”, alguma área da edificação espiritual. Exortação: Uma mensagem profética ajuda a entender como aplicar a profecia Maior, que é a Bíblia Sagrada, para os dias presentes, quando surgem problemas, situações e circunstâncias, que não existiam, quando a mensagem bíblica foi escrita. Sem o ensino da Palavra de Deus e da mensagem profética o povo se corrompe: “Não havendo profecia, o povo corrompe...” (Pv 29.18a). Consolação: Paulo diz que todos os crentes podem profetizar (se Deus conceder tal dom), visando a consolação da igreja: “Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados.” (1 Coríntios 14.31 – grifo nosso). O Espírito Santo é chamado de “O outro Consolador” (cf. Jo 14.16). Ele é o parakleto prometido por Cristo. Por isso, também usa o dom de profecia, para transmitir mensagem de consolação aos servos de Deus.

II – VARIEDADE DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)

1.   O que é o dom de variedade de línguas?
É uma comunicação direta com Deus, mediante o Espírito Santo, sem quaisquer impedimentos (1 Co 14.2). “Línguas” (gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito. Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, por exemplo, “línguas... dos anjos” (1 Co 13.1). A língua falada através desse dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por quem fala (1 Co 14.14), como pelos ouvintes (1 Co 14.16).

2.   Qual é a finalidade do dom de variedade de línguas?
Edificação da igreja: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1 Co 14.26). Desse modo, uma finalidade fundamental do dom de variedades de línguas é transmitir à igreja uma mensagem em línguas, e, por isso, precisa de interpretação para que essa seja edificada. Edificação pessoal: “O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.” (1 Co 14.4). No caso do crente falar em línguas, para edificação pessoal, não há necessidade de interpretação. “Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.” (1 Co 14.28). É um dom valioso para edificação pessoal. Glorificação a Deus: “[...] todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.” (At 2.11). Na descida do Espírito Santo, no Dia de Pentecostes, as pessoas de diversas nações, ali presentes, ouviram os apóstolos, após o batismo com o Espírito Santo, “falar das grandezas de Deus” (At 2.11). Jesus disse certa vez que enviaria o Espírito Santo com a missão de anunciar a Cristo, e glorificar ao Senhor: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.” (Jo 16.14).
  
3.   Atualidade do dom.
Jesus disse que os discípulos seriam batizados com o Espírito Santo: “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” (At 1.4,5). E acrescentou, respondendo a uma pergunta dos discípulos sobre a restauração de Israel: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” (At 1.8).

III. INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)

1.   Definição do dom.
Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem interpretada para a Igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser uma profecia. É evidente que esse dom opera juntamente com o dom de línguas (1 Co 14. 5,13,27,28).

2.   Há diferença entre dom de interpretação e o de profecia?
Sim. A diferença maior é que no dom de profecia a mensagem sobrenatural do Espírito Santo é dada na língua do ouvinte, enquanto que no dom de interpretação de línguas é dada a mensagem do Espírito Santo em línguas desconhecidas para o que fala e para o que houve, havendo necessidade de um interprete para que a mensagem seja válida para a pessoa a quem foi direcionada a ouça e entenda. Estevam Ângelo de Souza definiu bem essa questão quando disse que “não haverá interpretação se não houver quem fale em línguas estranhas para serem interpretadas, ao passo que a profecia não depende de outro dom”.


CONCLUSÃO:
Os dons de elocução são os mais destacados na Igreja. Vemos que a adoração a Deus, em glórias, aleluias e em línguas estranhas, é muito mais eloquente para a adoração individual e coletiva. E, quando o dom de variedade de línguas é praticado, com interpretação, é de grande valor para a igreja. Os dons de expressão verbal têm grande efeito na transmissão da mensagem da parte de Deus para os crentes nas igrejas locais. Oremos para que o avivamento não se apague, no meio das igrejas cristãs, até a volta de Jesus.



REFERÊNCIAS:

BARSA, Dicionário da Língua Portuguesa / Barsa Planeta Internacional; [lexicógrafa responsável Thereza Christina Pazzoli]. Barsa Planeta, São Paulo, 2008.

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Versão Almeida Corrigida. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. São Paulo, 1997.

BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. São Paulo: Editora Vida, 1998.

GILBERTO, Antonio. 1 Coríntios: Os problemas da Igreja e suas soluções. In Lições Bíblicas para a Escola Dominical. 2º Trimestre de 2009. Rio de Janeiro: CPAD. 

KALISHER, Meno. O livro dos dons: dons do Espírito Santo, curas, sinais e milagres. Tradução de Jamil Abdalla Filho. Porto Alegre: Actual Edições, 2009.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios: Como resolver conflitos na Igreja. São Paulo: Hagnos, 2008.

RENOVATO, Elinaldo. DONS ESPÍRITUAIS & MINISTERIAIS: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

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