segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Lição 5 – O Arrebatamento da Igreja

SUBSÍDIO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.

1º Trimestre/2016

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Tessalonicenses 4.13-18.

TEXTO ÁUREO: “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens [...].” (1 Ts 4.17)

INTRODUÇÃO

A mensagem do arrebatamento da Igreja tem sumido de muitos púlpitos. Quando a Bíblia fala da vinda do Senhor Jesus, o assunto aparece como um só evento. Significa que o mesmo Jesus, aquele que se manifestou primeiro em cumprimento às profecias, e que nasceu da virgem, que viveu em perfeição, morreu pelos pecados do mundo, ressuscitou e ascendeu ao Céu, há de voltar segunda vez, também em cumprimento às profecias, para ressuscitar e levar todos quantos morreram salvos, bem como aqueles que ainda vivos, estiverem preparados, como ensina a Palavra de Deus. Mas no seu contexto doutrinário, ela tem duas fases distintas. A primeira, invisível para o mundo, é o arrebatamento da Igreja; a segunda, visível, fala da vinda de Jesus em glória, especialmente para Israel (Ap 1.8; Zc 14.4).

1. TODOS OS SALVOS SERÃO ARREBATADOS

1. A reunião dos salvos no encontro com Cristo. A palavra “arrebatamento”, no contexto da escatologia cristã, é procedente do verbo grego harpazō, e significa retirar algo com rapidez e de forma inesperada. Quando o Novo Testamento foi traduzido para o latim, optou-se pelo vocábulo raptus que, originando-se do verbo raptare, comporta os seguintes significados: tirar, arrancar, levar, afastar, impelir, suprimir, elidir tirar por força, tomar das mãos alguma coisa de forma violenta. O arrebatamento, por conseguinte, é a retirada brusca, inesperada e sobrenatural da Igreja deste mundo, a fim de que seja transportada às regiões celestes, onde unir-se-á, eterna e plenamente, com o Senhor Jesus. A essa doutrina, dedica o Novo Testamento, além de outras passagens, dois capítulos especiais: 1 Co 15 e 1 Ts 4. Nesta passagem, descreve Paulo a transladação sobrenatural dos santos; naquela, mostra como nossos corpos serão transformados, instantaneamente, pelo poder do Espírito Santo. O evento constituir-se-á num dos maiores milagres de todos os tempos, por abranger, de maneira simultânea, diversos fatos que ultrapassam todos os precedentes históricos, científicos e lógicos do conhecimento humano. Em 1 Ts 4.17 a palavra “arrebatamento” tem o mesmo sentido no grego que “nosso encontro”, em Atos 28.15 onde lemos: “...ouvindo os irmãos novas de nós, nos saíram ao encontro à Praça de Ápio e às Três Vendas, e Paulo, vendo-os, deu graças a Deus e tomou ânimo”. A palavra “encontro”, nesse sentido, significa literalmente “sair” a fim de voltar com “alguém”. Somente duas passagens focalizam essas palavras com tal sentido, a saber: no trecho de Gênesis 24.63-67 e Mateus 25.1,6. Na passagem de Gênesis descreve-se o encontro de Rebeca com Isaque e na passagem de Mateus ilustra o encontro da Igreja com Cristo.

2. Quem será arrebatado? Os salvos ressuscitados e vivos transformados (1 Ts 4.16,17). No arrebatamento, todos os crentes fiéis serão ressuscitados, os que estiverem vivos serão transformados e trasladados juntamente com os que tiverem sido ressuscitados. Só chegarão ao Céu aqueles que forem vencedores. Só estarão inscritos os vencedores. Jesus disse a João, na Ilha de Patmos: “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome” (Ap 3.12). Por tudo isso, que é tão glorioso e além do que a mente humana possa avaliar, é que João diz: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 Jo 3.2,3).

II. O ARREBATAMENTO E A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS

1. A ignorância acerca dos mortos (1 Ts 4.13). Havia muitos crentes que não acreditava na ressurreição dos mortos. Paulo disse aos irmãos de Corinto: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou” (1 Co 15.12,13). Paulo sintetiza o evangelho em três fatos essenciais: 1º Cristo morreu pelos nossos pecados; 2º Ele foi sepultado e 3º Ele ressuscitou dentre os mortos como diz as Escrituras (1 Co 15.3,4). Sem falar que Paulo destaca três aspectos fundamentais da doutrina da ressurreição: 1º A ressurreição no passado,como um fato histórico (1 Co 15.1-11); 2º a ressurreição no presente, como um artigo de fé (1 Co 15.12-19) e 3º a ressurreição no futuro, como uma esperança bendita (1 Co 15.20-57). A falta de fé na doutrina da ressurreição dos mortos é tão grave que resulta em questionamentos que podem desacreditar a mensagem do evangelho, o papel dos pregadores e a certeza da salvação. A ressurreição de Cristo é nossa garantia no presente: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1 Co 15.14). Mas, Ele ressuscitou e: “se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas” (At 1.3). A ressurreição de Cristo é a nossa garantia no futuro: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (1 Co 15.19,20). A ressurreição dos que dormem em Cristo, marcará o início da vida eterna de glória da Igreja com o Senhor no Céu. 

2. A primeira e a segunda ressurreição. Paulo diz que Cristo “ressuscitou, segundo as escrituras” (1 Co 15.4b). Abordaremos sobre a “primeira ressurreição” (Ap 20.5). Ou seja, A RESSURREIÇÃO (“dentre”) OS MORTOS. Esta compreende “...cada um por sua ordem...” (1Co 15.23). Esta ordem de ressurreição, cronologicamente é mais ou menos assim: (a) Cristo as primícias (1 Co 15.20, 23); (b) Os que ressuscitaram por ocasião da ressurreição do Senhor (Mt 27.52-53); (c) Os que são de Cristo na sua vinda (1 Co 15.23,24 1 Ts 4.16); (d) As duas testemunhas escatológicas (Ap 11.11,12); (e) Os mártires da Grande Tribulação (Ap 20.4). A ressurreição dos mortos será um dos maiores milagres do Universo.

3. A transformação dos crentes que estiverem vivos quando Cristo voltar. Imediatamente após a ressurreição dos que morreram em Cristo, os cristãos que estiverem vivos serão transformados e transladados juntamente com os que tiverem sido ressuscitados. Aos tessalonicenses, Paulo declarou: “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.17); e aos coríntios, também, disse: “nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados” (1 Co 15.51). Quase que simultaneamente à ressurreição dos mortos em Cristo naquele momento, os vivos em Cristo também ouvirão a voz do arcanjo, e num tempo incontável, serão transformados e arrebatados ao encontro do Senhor nos ares. Tudo isso num átimo de tempo, “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1 Co 15.52). Os corpos mortais serão revestidos de imortalidade, porque nada terreno ou mortal poderá entrar na presença de Deus. Será o poder do espírito sobre a matéria, do incorruptível sobre o corruptível (1 Co 15.53,54). Todos seremos arrebatados. No momento em que a transformação ocorrer, teremos vencido a matéria. Agora será o espírito que vai reinar sobre o nosso corpo.

III – ANTES DO ARREBATAMENTO E DEPOIS DELE

1. Antes, é preciso vigilância. Tudo acontecerá num momento! Tanto a ressurreição dos mortos, como o arrebatamento; será num abrir e fechar de olhos, pelo poder de Deus (Fp 3.21). Poder de Deus significa “extrair à força”, “arrancar repentinamente”, “num momento rápido, tirar para si”. Diante dessa realidade espiritual tão profunda, devemos estar preparados a cada dia, a cada instante. Ao deitar, ao levantar, devemos estar com nossas “bagagem” espiritual pronta, pois, a qualquer momento “a trombeta de Deus” irá tocar, anunciando a volta de Jesus Cristo, e faremos nossa grande e última viagem.

2. Depois, viveremos felizes para sempre. São conhecidíssimas as consoladoras palavras de Jesus aos seus discípulos: “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo 14.3). Aos tessalonicenses, Paulo disse: “[..] e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.17). Vale a pena ser crente, mas se for para ir para o Céu. O Apóstolo João, em sua primeira Carta, exorta os crentes a se manterem fiéis e puros, aguardando a volta do Senhor: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 Jo 3.2,3). Afinal, sem santificação, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Em breve, haverá as “Bodas do Cordeiro”, quando ocorrerá a união da Noiva, a Igreja, com seu Noivo, Jesus Cristo, elevada à condição de esposa eterna; “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7). A Igreja, glorificada e coroada no céu, será definitivamente desposada pelo glorioso esposo, Jesus, o Cordeiro. Oh glória!

CONCLUSÃO

Estudar e meditar sobre o arrebatamento da Igreja promove nos remidos a fé e a esperança na vinda do Senhor. A qualquer momento, virá o Senhor Jesus arrebatar a sua Igreja. Esta é a nossa bendita esperança (Tt 2.13). “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1 Ts 4.18). Senhor Jesus, em breve a trombeta soará, proclamando o arrebatamento da tua Igreja. Dá que não estejamos despercebidos, nem embriagados com as coisas deste mundo. Jesus, ajuda-nos a ser mais vigilantes e sóbrios! Amém! Devemos estar preparados para encontrar com o Senhor.

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