terça-feira, 27 de março de 2012

LIÇÃO 1: APOCALIPSE, A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO


LIÇÕES BÍBLICAS CPAD, JOVENS E ADULTOS

2º TRIMESTRE DE 2012

 Título: As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja

Comentarista: Claudionor de Andrade

Lição 1: Apocalipse, a revelação de Jesus Cristo

Data: 1° de Abril de 2012

TEXTO ÁUREO


Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo(Ap 1.3).

VERDADE PRÁTICA


O crente que lê e estuda o Apocalipse não se espanta com o programa de Deus para estes últimos dias.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


APOCALIPSE 1.1-8.

1 - Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo,
2 - o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto.
3 - Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.
4 - João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete Espíritos que estão diante do seu trono;
5 - e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,
6 - e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!
7 - Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!
8 - Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.

INTRODUÇÃO

Palavra Chave

Revelação: Ato ou efeito de revelar um segredo.

O Apocalipse é um dos livros mais belos e fascinantes da Bíblia. Através de seus símbolos e figuras, mostra-nos Jesus como serão os últimos dias da humanidade. Se no Gênesis tudo é começo, no Apocalipse tudo é consumação. Uma consumação, porém, que recomeça quando a Nova Jerusalém desce dos céus “ataviada como noiva adornada para o seu esposo”. 

Seu conteúdo se compõe de: 22 capítulos, 404 versículos, 12000 palavras e 9 perguntas: (5.2; 6.10,17; 7.13; 13.4 (duas vezes); 15.4; 17.7; 18.18). “A Bíblia divide a raça humana em três partes: quer dizer, os judeus, os gentios, e a Igreja (1 Co 10.32), e contém, uma mensagem para cada uma das três. O Antigo Testamento trata das duas primeiras divisões. Por exemplo, o livro de Daniel trata dos judeus e dos domínios gentílicos, sem mencionar a Igreja graficamente. O Novo, dá a mensagem para a Igreja, e Paulo, especialmente, em todas as suas epístolas trata dela, enquanto que temos a palavra final de Deus para judeus, gentios e, a Igreja, no Apocalipse. Encontramos a Igreja no princípio do livro; Israel no meio; e as nações gentílicas no fim.

I. O LIVRO DO APOCALIPSE

É neste livro que alguns dos maiores temas da revelação divina são concluídos dramaticamente. Aqui as profecias referentes à Cristo, o Rei dos reis, são desdobradas em sua plenitude, e se cumprem. Aqui, palavras tais como tabernáculo, templo, paraíso, Babilônia, etc., assumem sua conotação espiritual suprema. Aqui todas as promessas de uma vida em glória concentram-se no quadro maravilhoso da Cidade Santa. Temos aqui o destino final de Satanás, do Anticristo, os falsos profetas e todos os inimigos de Deus. Aqui os reis rebeldes do Salmo 2 encontram-se finalmente sob os pés do Cordeiro de Deus.

O livro possui uma moldura e, dentro dela, duas partes principais. Fazem parte da moldura os primeiros oito e os últimos dezesseis versículos. Na realidade trata-se de um moldura dupla: à abertura do livro em Ap 1.1-3 soma-se ainda um proêmio, semelhante ao de uma carta, em Ap 1.4-8. De forma análoga acontece no final do livro, em Ap 22.6-20, seguido por um voto de bênção (Ap 22.21), da forma como frequentemente são concluídas as cartas no NT. 

Após a introdução, João informa sobre sua incumbência (Ap 1.9-20). Ela desemboca na indicação das duas partes principais: primeiro, o que é, e segundo, o que tem de acontecer depois disso.
Os capítulos 2 e 3 abordam o que é, ou seja, o diagnóstico da realidade atual das igrejas daquele tempo. A subdivisão desses capítulos é feita pelas sete missivas às igrejas. As dificuldades referem-se à segunda parte principal, que é a propriamente escatológica, de Ap 4.1–22.5. Como ela está estruturada?

II. AUTORIA, DATA E LOCAL

O Apocalipse foi escrito João, filho de Zebedeu.

Começa o livro dizendo que Deus enviou a seu servo João as visões que ele vai relatar (1.1). E quando se inicia a parte central do livro diz que é João quem dirige as cartas a sete Igrejas de Ásia (1.4). Refere-se a si mesmo como João, o irmão e companheiro de tribulações de seus destinatários e leitores (1.9). "Eu, João", diz, "vi e ouvi estas coisas." (22.8).

Escrito entre 90 e 96 d.C. Nessa época, imperava o cruel e desapiedado Domiciano. Em nada diferia ele de Nero e de Calígula, os dois mais odiados, perversos e sanguinários governantes de Roma.

Local: João escreveu o Apocalipse em Patmos (Ap 1.9). Trata-se de uma pequena ilha da Grécia. Distando 55 quilômetros da costa sudoeste da Turquia, faz parte do arquipélago conhecido como Dodecaneso. Sua área total é de 34,6 km² e sua população, hoje, gira em torno de três mil habitantes.

III. APOCALIPSE, O LIVRO PROFÉTICO DO NT

Título do Livro. A palavra Revelação deriva do latim revelatio (de revelare, "revelar ou tirar o véu daquilo que estivera previamente escondido"). Este era o título conferido ao livro na Vulgata Latina. O título grego é Apocalipse, extraído diretamente da primeira palavra do texto grego, apocalypsis. Nesta forma substantiva a palavra não se encontra em nenhuma outra obra da literatura grega, mas como verbo foi continuamente usada nos Evangelhos e nas Epístolas, de maneiras variadas, especialmente com referência a algumas formas da revelação divina ao homem (como o Filho do Homem, em Lc 17.30). Foi usada por Paulo referindo-se ao mesmo evento futuro (Rm 8.18; 1 Co 1.7; 2 Ts 1.7), e frequentemente em I Pedro (1.7, 13; 4.13; 5.1). No texto grego de Daniel esta palavra encontra-se muitas vezes com referência à revelação de segredos, ou interpretação de sonhos, ou revelação de Deus (veja Dn 2.19, 22, 28, 29, 30, 47; 10.1; 11.35).

O Tema. O Apocalipse é um livro profético. Na sua revelação do futuro, enfatiza particularmente as repetidas e crescentes tentativas violentas e mundiais de personalidades e pessoas terrenas, ativadas e dirigidas por poderes demoníacos e lideradas por Satanás, de se oporem e evitarem a execução da declarada intenção de Cristo de estabelecer o Seu reino sobre a terra. Está claro que este conflito certamente acabará com a derrocada dessas forças do mal e o estabelecimento do reino eterno de Cristo. Este conflito secular, envolvendo na guerra até os céus, compõe-se de uma série de ardis da parte dos inimigos de Cristo para derrotar o Rei dos reis. Cada tentativa resulta em fracasso, seguido por terrível juízo divino. E o longo conflito terminará no juízo diante do Grande Trono Branco, com o aparecimento da Nova Jerusalém, e o começo da eternidade.

IV. A LEITURA DO APOCALIPSE

“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia*, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo* está próximo”. (APOCALIPSE 1.3).

“...Bem-aventurado”. Esta é a primeira “Bem-aventurança” das sete que este livro encerra (1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14). A escritora M. S. Novah, observa que nesta primeira “Bem-aventurança” existe uma tríplice promessa do Senhor: “Bem-aventurado aquele que lê (verbo no singular), e os que ouvem (plural) as palavras desta profecia, e guardam (plural novamente) as coisas que nela (singular) estão (plural) escritas; porque o tempo (do seu cumprimento) está próximo”. Porque guardar o que está escrito? “Porque o tempo está próximo”. Guardar não é só memorizar que se leu, é muito mais: é obedecer, é praticar. Provavelmente, esta “Bem-aventurança”, se reserva aqueles (a Igreja toda) que durante a Grande Tribulação, serão guardados por Deus do sofrimento sem precedente na história humana. (Cf. Ap 3.10), diz o que segue: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre o mundo, para tentar os que habitam na terra”.

“Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”. (APOCALIPSE 1.7).

 “...vem com as nuvens”. O presente versículo fala da “Parousia” (ou segunda vinda) de Cristo, com poder e grande glória, e isso se dará sete anos após o arrebatamento de sua Igreja da terra (1 Ts 4.13-17).

1. Eis que vem. O Dr. Herbert Lockyer, Sr. declara que a exclamação bíblica “Eis”, que significa “olhe atentamente e considere”, aparece mais de 400 vezes na Bíblia e é usada nos tempos passados, presentes e futuros. Eis também ocorre como um arauto de esperança ou de horror. Esta palavra aparece cerca de 28 vezes no Apocalipse (ver. 1.18; 2.10,22; 3.8,9,11,20; 4.1,2; 5.6,11; 6.2,5,8,12; 7.9; 8.13; 9.12; 11.14; 12.3; 13.1,11; 14.14; 16.15; 19.11; 21.5).

2. E todo o olho o verá. O leitor deve observar bem a frase inserida no contexto: “até os mesmos que o transpassaram”, e verificar que estas palavras apontam diretamente para o povo de Israel, na presente era, pois, os que crucificaram a Jesus no sentido literal, estão mortos a quase dois mil anos (Mt 26.64). Predições contemporâneas feitas pelos Apóstolos e pelo próprio Cristo (Mt 24.30), indicam que no retorno de Cristo a terra com poder e grande glória, Jesus será visto fisicamente na Palestina, quando forças confederadas do Anticristo tiverem conquistado a Terra Santa, ameaçando aniquilar o povo judeu. A passagem de Zacarias 12.10 é a base da predição de que todos verão a quem transpassaram: “...e olharão para mim, a quem transpassaram; e o prantearão como quem prateia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo primogênito”. Na passagem de Mateus 26.64 fala desse acontecimento: “Disse-lhes Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do poder (vírgula), e vindo sobre as nuvens do céu”. Será esse o momento da intervenção divina, e aparecerá “no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão...”. Durante sua vida terrena, o Senhor Jesus era o próprio “sinal” para aquela geração (Lc 11.30). Na sua vinda em glória (o presente texto), os judeus olharão para os céus, e esses se abrirão; eles verão a Jesus “assentado” à direita do poder de Deus (Mc 14.62). Jesus, nesse exato momento, levantará suas mãos, e eles contemplarão “o sinal dos cravos em suas mãos” (cf. Zc 12.10; Jo 20.25; Ap 1.7): Os judeus, pois, rejeitaram “a voz do primeiro sinal (durante a vida terrena de Jesus), crerão à voz do derradeiro sinal (em seu retorno)”. Êx 4.8. Para alguns comentaristas, Deus fará intervenção, tal como fez no mar Vermelho. O sinal da cruz aparecerá no firmamento, e o Senhor Jesus será literalmente contemplado pelo povo. Isso será reconhecido como uma intervenção divina, por parte de Israel, o qual, oficialmente, se declarará “cristão”.


CONCLUSÃO

Que ninguém venha a menosprezar o Apocalipse, Bem-aventurado aquele que lê (...), alegando tratar-se de um livro difícil e enigmático. Se o lermos com discernimento e paciência, viremos a constatar: a chave para a sua interpretação acha-se em suas próprias páginas. O Noivo jamais enviaria uma carta indecifrável à sua Amada.

Você já leu o Apocalipse? Abra a sua Bíblia, e ponha-se a ler, agora mesmo, este maravilhoso e fascinante livro de Deus.


REFERÊNCIAS:

BARCLAY, William, THE REVELATION OF JOHN.

MOODY, COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY.

POHL, Adolf, COMENTÁRIO ESPERANÇA, APOCALIPSE DE JOÃO.

SILVA, Severino Pedro da, APOCALIPSE VERSÍCULO POR VERSÍCULO.




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