Data: 27 de Maio de 2012
TEXTO ÁUREO
“Mas
buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos
serão acrescentadas” (Mt
6.33).
VERDADE PRÁTICA
A igreja que não busca os interesses do
Reino de Deus está fadada ao fracasso, ao esquecimento e à indigência
espiritual.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
APOCALIPSE 3.14-22.
14 - E ao anjo da igreja que está em
Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio
da criação de Deus.
15 - Eu sei as tuas obras, que nem és
frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente!
16 - Assim, porque és morno e não és frio
nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
17 - Como dizes: Rico sou, e estou
enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e
miserável, e pobre, e cego, e nu),
18 - aconselho-te que de mim compres ouro
provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas,
e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para
que vejas.
19 - Eu repreendo e castigo a todos
quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te.
20 - Eis que estou à porta e bato; se
alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele
cearei, e ele, comigo.
21 - Ao que vencer, lhe concederei que se
assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no
seu trono.
22 - Quem tem ouvidos ouça o que o
Espírito diz às igrejas.
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Morno: Desprovido de calor, de
efervescência, de vida; monótono, aborrecido.
Laodicéia possui a triste distinção de ser a única Igreja
com relação à qual o Cristo ressuscitado não pode dizer nada bom.
No mundo antigo havia seis cidades que se chamavam
Laodicéia, e a que se menciona no Apocalipse era, para distingui-la das outras,
Laodicéia sobre o Licus. Tinha sido fundada cerca do 250 a.C. por Antíoco da
Síria, e o nome da cidade era o de seu esposa, Laodicéia. A importância de Laodicéia
radicava exclusivamente em sua localização. O caminho que unia Éfeso com Síria
era o mais importante de todos os que percorriam a Ásia Menor. Este caminho
bordejava a costa, saindo de Éfeso, mas logo se via obrigado a subir até a
meseta central, que tinha quase 2.500 m de altura. Fazia-o indo pelo vale do
rio Meandro, até chegar ao que conhecemos como As Portas da Frígia. Mais além
dessas "portas" encontrava o vale largo onde coincidiam as fronteiras
da Frígia, Lídia e Caria. O caminho que subia até esse vale desde o Meandro era
de montanha, rochoso e com precipícios de um lado e do outro. As margens do
Meandro, desde esse vale, eram intransitáveis, pois as águas se precipitavam por uma garganta rochosa, muito profunda,
esculpida pela erosão nas montanhas.
COMENTÁRIO
I. “...Ao anjo da Igreja”. (v.14). O leitor deve observar que em todas as igrejas, a mensagem
inicia-se com a expressão: “...ao anjo da igreja”, e concomitantemente, já
estamos familiarizados com esses seres denominados de “anjos” (mensageiros),
que no contexto divino são chamados de “estrelas” (cf. 1.20; 2.1, 8, 12, 18;
3.1, 7, 14). Podemos deduzir daquilo que é depreendido, de (Cl 4.12, 13), onde
lemos: “Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servos de Cristo, combatendo
sempre por vós em oração, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados
em toda a vontade de Deus. Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo
por vós, e pelos que estão em Laodicéia...”. Que Epafras, tenha sido pastor
nesta igreja, é bem evidente, mas, não podemos afirmar que trinta anos depois,
o mesmo ainda se encontrava ali.
1. LAODICÉIA. O nome significa “Laodice” (em alusão a Laodice
esposa de Antíoco II). Outros, porém, vêm nessa palavra grega o significado de
“poko”, “juízo”, ou “costume”. Situação Geográfica: Laodicéia era uma
cidade da província romana da Ásia Menor. A cidade recebeu este nome em alusão
à esposa de Antíoco II (Theos), que tinha o nome de Laodice. “Já que Laodice
era nome feminino, nos tempos do Novo Testamento, seis cidades receberam tal
nome, no período helenista. Por essa razão, a Laodicéia do presente texto, era
chamada de “Laodicéia do Lico”, isto é, conforme asseverava Estrabão; 578”, in
loc. O trecho de Colossenses 4.13-16 mostra-nos que, nos tempos de Paulo
(talvez em 64 d. C.), Laodicéia já contava com uma igreja organizada e próspera.
2. Isto diz o Amém. Como já ficou demonstrado em comentário
anterior a este, o Senhor Jesus, quando se apresenta a cada igreja, primeira
faz uma pequena introdução, depois prossegue. A palavra “Amém” veio sem
tradução do hebraico para o grego e do grego para o português. Seu significa
original traz a idéia de cuidar ou de edificar. O sentido derivado, que chegou
até nós, traz a idéia de alguma coisa que é afirmada, ou confirmada
positivamente; este é o seu sentido original. O termo é aplicado aqui à pessoa
de Cristo, por ser Ele o sim de Deus em todas as promessas (cf. 2 Co 1.19-20).
Neste livro do Apocalipse, o termo “Amém” envolve quatro usos distintos:
(a) O “amém” inicial, em que as palavras de quem fala são
tomadas como palavras daquele que profere o “amém” (cf. Ap 5.14; 7.12; 19.4 e
22.20). Nas páginas do Antigo Testamento há instâncias desse uso em 1Rs 1.26;
Jr 11.5 e 28.6, e ss.
(b) O “Amém” isolado, em que qualquer sentença suplementar
fora eliminado. Talvez isso é o que se tem em Ap 5.14, ver ainda tal uso,
igualmente, em Dt 27.15, 26 e Ne 5.13, e ss.
(c) O “Amém” final, proferido pelo próprio orador (ver Ap
1.6, 7) isso também se acha no Antigo Testamento, somente nas quatro divisões
dos salmos, nos subtítulos, em Sl 41.14; 72.19; 78.52 e 106.48, e ss.
(d) O “Amém”
personificado, isto é, Cristo (Ap 3.14), que talvez siga o mesmo, segundo se
diz, fraseado de (Is 65.16), “o Deus do Amém” ou “o Deus da Verdade”, conforme
algumas traduções traduzem aquela passagem de Isaías.
I. “...nem és frio nem quente”. (V.15). “Somos informados que Laodicéia não tinha suprimento de água
própria, mas que tinha de ser servida por um aqueduto. Nesse caso, a água
chegava morna. Os laodicenses se assemelhavam à sua água. O simbolismo fala
sobre a indiferença “religiosa”, sobre a superficialidade, sobre a falta de
resolução” (cf. Hb 8.5 e 9.23).
1. Três coisas marcantes devem ser analisadas na carta a
igreja de Laodicéia:
(a) O “tu és”
da mornidão; (b) O “dizes” da autocomplacência (a igreja não tinha paixão nem
emoção) e (c) O “és” da condenação infalível e terrível do Senhor. O Apóstolo
Paulo, escrevendo aos colossenses cerca de 32 anos atrás, disse: “quero se
saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia...”
Cl 2.1a. Ele observou que o quente ali estava ficando “morno”. Cerca de trinta
e dois anos mais tarde, isso se concretizou. A mensagem à igreja de Laodicéia é
a última às sete igrejas da Ásia Menor. Das sete cartas, é a mais triste, sendo
o contrário da carta a Filadélfia. Enquanto Filadélfia não tem coisa alguma de
censura, esta não tem qualquer coisa de aprovação. Laodicéia era totalmente
desagradável ao Senhor, e isso não por causa de seus pecados (tais como os
repreendidos em Pérgamo e Tiatira), mas por causa da sua apatia, seu
indiferentismo. Deus quer que seus filhos sejam “fervorosos no espírito” (cf.
Rm 12.11).
I. “...és morno”. (V.16). Em toda a extensão da
Bíblia, a palavra “morno” é usada somente aqui. Três temperaturas são
mencionadas neste versículo: “Frio”, “Quente” e “Morno”. Mas intermediária foi
considerado por Jesus Cristo a pior de todas elas, pois expressa apatia
espiritual”. Jesus predisse a primeira em (Mt 24.12); Paulo falou da terceira
em (Rm 12.11), ver ainda (Sl 41.1 e At 18.25).
1.
Vomitar-te-ei da minha boca. O estado de mornidão na criatura que aceita a
Cristo e não o segue com sinceridade, é muito triste sob vários aspectos: (a)
Fica “coxeando entre dois pensamentos...” (1Rs 18.21), à semelhança da “onda do
mar”. Ver Tg 1.6; (b) “O seu coração está dividido...”. Ver Os 10.2a; (c) Ele
serve ao Senhor: “...porém não com o coração inteiro”. Ver 2 Cr 25.2b; (d) “É
um bolo que não foi virado”. Ver Os 7.8b. São eles, em nossos dias, os que
querem servir a Deus e as riquezas (Mt 6.24), e por cuja razão ficam pendurados
“entre o céu e a terra” como Absalão, o jovem ambicioso (cf. 2Sm 18.9). O
resultado é ouvir do Senhor: “Vomitar-te-ei da minha boca”. O termo “vomitar”
no grego é “emeo”, significa também “cuspir”. Desse termo é que deriva o
vocábulo moderno: “emético”, um agente que causa vômito”. O organismo humano,
não suporta substância morna; o Filho de Deus também não suportará crentes
rotulados; só os que forem fiéis (cf. Hb 6.4-8). Laodicéia em suma representa a
igreja “morna” que Jesus “vomitará” no dia do arrebatamento. (Como contexto
demonstrativo: Mt 25.10-12).
I. “...Rico sou”. (V.17). O poder absoluto corrompe! Isto pode ser
analisado tanto no campo secular como espiritual. Há criaturas que não se
deixam mais admoestar; e vão a perdição (cf. Ec 4.13). A experiência do servo
de Deus deve está aquém da direção divina, pois sem ela jamais atingiremos o
alvo (ver. Jr 9.1-14). O pastor de Laodicéia dizia consigo mesmo (à semelhança
do fariseu): “Rico sou” (Cf. Lc 18.11 e Ap 3.17).
1. Estou
enriquecido. O orgulho cegou-lhe os olhos da alma. Isso serve de advertência
para todos: o orgulho é pecado (Pv 21.4); mas dificilmente existe algo mais
importante para o indivíduo carnal. Consideremos os pontos seguintes: (a) O
orgulho é odioso para Cristo. Pv 8.13; (b) Origina-se na justiça própria. Lc
18.11; (c) Deriva da inexperiência espiritual. 1Tm 3.6; (d) Contamina o homem.
Mt 7.20, 22; (e) Endurece a mente. Dn 5.20; (f) Impede a inquirição espiritual.
Sl 10.4; (g) É uma das grandes características do diabo. 1 Tm 3.6, e também dos
ímpios. Rm 1.30; (h) Impede o aprimoramento espiritual. Pv 26.12; (i) Os
orgulhosos eventualmente serão humilhados por Deus. Is 2.12; (j) O orgulho
espiritual, segundo Paulo tornar-se-á muito comum nos últimos dias (2Tm 3.2). O
anjo dessa igreja, tinha todas essas características em grua supremo.
I. “...unjas os
teus olhos”. (V.18). Transcrevemos aqui a
oração feita por um justo para que Deus guardasse seus olhos da cegueira
espiritual: “Põe colírio nos meus olhos, Senhor (Ap 3.18). Eles são maus; e
porque são maus, expõem-me o corpo a trevas mui perigosas (Mt 6.23). Ajuda-me,
ó Deus puro e santo, a erguê-los para Cristo Jesus, autor e consumador da fé
(Hb 12.2); a pô-los na brancura virginal dos lírios (Mt 6.28); a elevá-los para
os montes e depois olhar para o alto donde vem socorro (Sl 121.1). Não quero
apenas ouvir-te a voz, Senhor, mas verte-te (Jó 42.5). E como te verei com
estes olhos? Aponta-me o Siloé (Jo 9.7), em cujas águas possa remover o lodo
restaurador dos meus olhos enfermos. Porque hei de prender, apavorado, meus
olhos às forças desta vida, se, fitando o Senhor, possa caminhar sobre ondas
revoltas sem perigo de naufragar (Mt 14.29). Que consolo há em saber que os
teus olhos repousam sobre os justos (1 Pd 3.12)”. Se o pastor de Laodicéia
tivesse feito essa oração, há muito que se teria arrependido. É sabido, segundo
alguns historiadores que, em Laodicéia havia uma Escola de Medicina que
fabricava um pó oftálmico. Mas a “terra Frigia” (cinza da Frigia?) não curava a
cegueira espiritual da Igreja.
I. “...arrepende-te”. (V.19). Deus exorta
através de Jesus “a todos os homens, e em todo o lugar que se arrependam;
Porquanto tem determinado um dia que com justiça há de julgar o mundo...” (At
17.30a). Sobre o “arrependimento”, o Novo Testamento usa o termo grego “metanoia”
por sessenta vezes. Essa palavra tem diversos significados e diversas
aplicações, sendo, porém, seu sentido primário: “uma mudança de parecer ou
pensamento” para com o pecado e para com a vontade de Deus. O “arrependimento”
é o primeiro aspecto da experiência inicial da salvação experimentada pelo
crente, experiência essa que é chamada de conversão. A conversão autêntica é
uma parte essencial e a prova da regeneração. A regeneração é a obra de Deus no
íntimo e a conversão é a exteriorização, da salvação, por parte do homem,
através do arrependimento e da fé. Pedleton dar a idéia de que a palavra:
“arrependimento” e a tradução que tem, no Novo Testamento, abrange também o
sentido primário de “reflexão posterior”, e, com sentido secundário, “mudança de
pensamento”. No presente versículo a exortação de Cristo, não é dirigida
àqueles que estão sem salvação, mas aos que professam segui-lo, e são tidos
como pertencentes a Ele. Jesus não lhes diz “arrepende-te e sê zeloso. E sim
“sê”, pois, zeloso e arrepende-te”. Isto porque até diante de si próprios
passavam por se terem arrependidos.
1. Eu repreendo
e castigo. (Contexto reflexivo). “A aplicação da disciplina pode ser em forma
de advertência pessoal (Mt 18.15); visitação acompanhada (1Co 4.19-21);
advertência pública (1Tm 5.20); comunicação escrita (2Co 7.8-10); exortação
pessoal (Gl 6.1); suspensão (2Ts 3.14, 15; Tt 3.10); exclusão do rol de
membros. Mt 12.17b”.
I. “...Eis que estou a porta, e bato”. (V.20). A porta à qual Cristo bate é a porta da vida do indivíduo, da
igreja, ou da comunidade.
1. “A famosa
pintura de HOLMAN HUNT, em que Cristo aparece diante da porta, a bate, não
mostra a maçaneta do lado de fora. Quando Sir Noel Paton pintou o famoso quadro
representando o Rei coroado de espinho batendo à porta, foi censurado por que
se esquecera de incluir a maçaneta na porta. Mas o célebre pintou de propósito
omitira a maçaneta. É que só pode ser aberta pelo lado de dentro. Um homem
conhecido na cidade, levou, certa feita, seu filho pequeno, para ver esse
quadro. O menino ficou ali pensando, por alguns momentos, e então perguntou:
“Porque não abrem a porta?”. O pai respondeu que não podiam ouvi-lo batendo. O
menino considerou a resposta por uns momentos mas não ficou satisfeito com a
mesma. “Não”, disse o garoto? “é que estão ocupados no quartinho dos fundos,
fazendo outras coisas, e nem sabem que Jesus está batendo à porta”. Nesta
resposta há grande discernimento! Os crentes de Laodicéia viviam atarefados com
seu comércio, com seus banquetes sociais, com suas riquezas introspectivas, e
nem se quer ouviram Jesus bater e falar. O bater de Cristo, na vida, se
verifica de muitas maneiras: no testemunho tranqüilo da oração, no sermão do
pregador, na lição da escola dominical, na leitura da Palavra de Deus, mediante
alguns tragédia, enfermidade, mediante abalo, mediante a razão, mediante a
vitória, mediante a perda, mediante a alegria, mediante a felicidade, mediante
a dor, mediante a morte – a última e contundente maneira de Deus falar! (cf. Hb
1.1).
I. “...no meu
trono”.
(V.21). Até escritores pagãos e helenistas
focalizaram essa idéia em seus escritos. O livro de I Enoque conta com certo
número de referências similares a esta em foco. O Eleito, o Messias,
assentar-se-á em seu trono de Glória no porvir. Isso também pode ser comparado
aos trechos de (Cl 3.1; Hb 1.8; ver: Fl 2.9-11: Cristo está entronizado). E nas
passagens de (Mt 19.28; 25.31 e Lc 22.29) vê-se que Cristo será entronizado por
sua “Parousia” ou segunda vinda. As Escrituras nos dão entender que,
presentemente, Jesus não se encontra assentado no seu trono. Passagens como (Ap
3.21 e 12.5), reafirmam essa tese: “...seu filho (Jesus) foi arrebatado para
Deus e para o seu trono”. Por isso, essa promessa de Jesus, é escatológica: “Ao
que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono (de Jesus); assim
como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono (de Deus)”. O trono de
Cristo é o trono de seu Pai, Davi, durante o Milênio, em Jerusalém, Ele ocupará
este trono. (2 Sm 7.12, 13; Lc 1.32; At 15.14-18). Cristo não está atualmente
nesse trono, mas à destra, segundo se diz, do Pai,no trono no céu, como o
Grande Sumo Sacerdote de nossa confissão (cf. Mc 16.19; Hb 4.14).
I. “Quem tem ouvidos, ouça”. (V.22). (O final). Pela última vez, no Apocalipse, temos, juntas,
estas onze palavras: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
“O ouvir dos meus ouvidos...é ouvir meditação a voz de Deus. (Cf. Jó 42.5 e Sl
85.8)”. Por cuja razão, nosso Senhor diz: “Vede pois como ouvis...” (Lc 8.18a).
1. “Às igrejas.
A palavra “igreja” (gr. Ekklesia) nasceu pela primeira vez dos lábios de nosso
Senhor Jesus Cristo (Mt 16.18 e 18.17, duas vezes). Nesse sentido ocorre por
119 vezes no Novo Testamento (só três vezes nos Evangelhos: Mt 16.18 e 18.17).
Nessas 119 vezes em que o termo aparece, 109 vezes, surge no texto bíblico como
igreja local, e encontramos cerca de 10 vezes no Novo Testamento a palavra
Igreja com o sentido Universal. “Nestes primeiros capítulos (isto é, 1, 2 e 3)
do Apocalipse encontramos a palavra “igreja” (singular) ou “igrejas” (plural)
19 vezes (cf. 1.11, 20; 2.1, 7, 8, 11, 12, 17, 18, 23, 29; 3.1, 6, 7, 13, 14,
22, etc), mas agora, no presente versículo, ela desaparece, e só reaparecerá,
no capítulo 22.16. Durante o tempo da Grande Tribulação, a Igreja não estará na
terra e, sim, com Cristo na recâmara celestial (cf. Ct 2.17; Ap 3.10).
CONCLUSÃO
A última carta é à Laodicéia,
que não recebe nenhum elogio. As condições desfavoráveis desta igreja eram de
mornidão: os membros não eram nem frios nem quentes (v. 15). A pessoa morna não
se perturba muito quando ouve ensinamentos heréticos, e não é vigorosa na
defesa da verdade. Este espírito de indiferença é a coisa mais trágica que pode
acontecer a urna igreja. O final desta carta é diferente da conclusão das
outras seis pelo fato de fazer uma aplicação individual: se alguém ouvir a
muna voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, etc. (v. 20).
Conheço as tuas obras, que
nem és frio nem quente. Água fervente ou fria tem utilidade.
Contudo, a quem fortaleceria ou refrescaria água morna? Nessa passagem, ela
está sendo oferecida a Cristo, pois ele a degusta em sua boca (v. 16). Ela o
repugna. Ele é hóspede em Laodicéia e, com a maior tranquilidade, os anfitriões
servem-lhe água morna. Servem-no com seu serviço lerdo, com seus cultos
sonolentos, com orações de ladainhas e com seu cuidado pastoral negligente. Conheço,
diz o Senhor diante dessa atividade. Obviamente ele o sabe, pois ele tem de
experimentá-lo. Toda a mornidão na comunidade, toda atitude lerda e desligada,
também diante das pessoas, fere a ele. O que é feito a um de seus mais
humildes irmãos, é praticado contra ele.
Não somente Cristo, também
Satanás conhece a maré espiritual baixa da comunidade (cf. o comentário a Ap
3.1). Por isso ele os deixa integralmente em paz. Por isso não se informa nada
sobre tentação e perseguição, negação, apostasia ou abalos. Tudo está intacto e
tudo se realiza. O quadro de membros não dá razão para preocupações. Sim, os
membros mornos consideram o Senhor Jesus Cristo tão inócuo, que nem sequer se
desligam.
Quem dera fosses frio ou
quente! Essa exclamação denota uma avaliação definida. O grau mais
alto é ―quente, p. ex., nos termos de Rm 12.11: ―sede fervorosos de espírito.
Depois segue-se na escala de valores a rejeição clara e fria. No nível mais
baixo, porém, está a mornidão. É nele que se abafa de modo suave, mas
determinado, o ardor e rugir do Espírito, evitando-se de toda forma ser um
adversário. Normalmente, esse caminho intermediário entre os extremos é
considerado o ―equilíbrio áureo. Contudo, o cristão ―nem a favor nem contra na verdade não se
encontra no meio, mas sim em queda livre, no ponto mais baixo da escala de
valores.
Entre a acusação e a
palavra de ameaça normalmente encontra-se o chamado ao arrependimento. Na
presente missiva, porém, precipita-se uma ira tão incandescida sobre a situação
da comunidade que a ameaça é acrescentada no mesmo fôlego. Isso não significa
que não seja mais possível o arrependimento, pois mais adiante segue-se o
convite para ele. Antes significa que diante da igreja amornada não se
apresenta nenhum Senhor morno. Seu ardor é esperança para todos os mornos.
REFERÊNCIAS:
BARCLAY, William, THE REVELATION OF JOHN.
MOODY, COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY.
POHL, Adolf, COMENTÁRIO ESPERANÇA, APOCALIPSE DE JOÃO.
SILVA, Severino Pedro da, APOCALIPSE VERSÍCULO POR VERSÍCULO.
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