Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
2º
Trimestre de 2012
Título: As Sete Cartas do Apocalipse — A
mensagem final de Cristo à Igreja
Comentarista: Claudionor de Andrade
Data: 6 de Maio de 2012
TEXTO
ÁUREO
“Não
vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a
justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que
concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” (2
Co 6.14,15).
VERDADE
PRÁTICA
O verdadeiro amor tudo suporta, mas não pode
tolerar o pecado, porque o amoroso Deus exige santidade e justiça de seus
filhos.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse 2.18-25.
18 - E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho
de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao latão
reluzente:
19 - Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço,
e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as
primeiras.
20 - Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que
se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e
comam dos sacrifícios da idolatria.
21 - E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua
prostituição; e não se arrependeu.
22 - Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com
ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras.
23 - E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas
saberão que eu sou aquele que sonda as mentes e os corações. E darei a cada um
de vós segundo as vossas obras.
24 - Mas eu vos digo a vós e aos restantes que estão em
Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina e não conheceram, como dizem, as
profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei.
25 - Mas o que tendes, retende-o até que eu venha.
introdução
Palavra
Chave
Tolerância: Ato ou efeito de tolerar; indulgência; condescendência.
A mais longa das sete
cartas é a que se dirige à menos importante das sete cidades. Plínio sustenta
que Tiatira era uma cidade sem importância. Entretanto, como veremos, o
problema que Tiatira enfrentava e o perigo que corriam os cristãos nela era
idênticos com os que a Igreja devia enfrentar em todas as cidades da Ásia.
Tiatira estava localizada
no longo vale que conecta entre si os vales dos rios Hermus e Caico. Na atualidade
é sulcada por uma linha ferroviária. A importância de Tiatira era sua posição
geográfica.
Em Tiatira, a menor destas sete cidades, a igreja
permitira que uma falsa profetiza a instruísse, levando seus membros à prática
da imoralidade e idolatria. Por este motivo o Cristo que se lhe dirigia está
descrito como Aquele que executa juízo. Aos vencedores desta cidade Cristo
promete privilégios semelhantes aos que Ele mesmo possuía (veja 12.5; 19.15; 22.16).
COMENTÁRIO
I. “...Ao anjo da igreja”.(v.18) Não temos notícia acurada sobre quem foi este “anjo”
(pastor), a não ser aquilo que se depreende do presente texto. Lídia, vendedora
de púrpura, e convertida por Paulo, era dessa cidade (At 16.14). Da conversão
de Lídia, que se deu provavelmente no ano 53 d. C. à carta dedicada ao anjo da
“igreja de Tiatira”: em 96 d. C., corre um lapso de tempo de 33 anos. Podemos
deduzir, ainda que improvável terem sido Lídia e seu esposo, os grandes
instrumentos usados por Deus, par o início de formação daquela igreja: talvez
um de seus filhos seja o “anjo” (pastor) do texto em foco (cf. At 16.15).
1. TIATIRA. O nome significa “Sacrifício de trabalho”. Situação
Geográfica: A cidade de Tiatira se encrava no pequeno Continente da
Ásia Menor. “No fértil vale do rio Lico, acerca de 59 quilômetros a sudeste de
Pérgamo, na estrada que ia para Sardes, ficava a pequena mas crescente e rica
Tiatira, colônia macedônica, fundada por Alexandre Magno, depois da destruição
do Império Persa. Na literatura secular, são encontradas muitas alusões ao
comércio de tecidos de púrpura manufaturados em Tiatira, dos quais Lídia era
vendedora. Esta carta, à então próspera igreja, foi mais longa em conteúdo de
todas as cartas do Apocalipse. Maior, porém, é a mensagem nela contida e também
das mais severas”.
I. “...As tuas obras”.(v.19) Quando à conduta das igrejas, Cristo primeiro menciona
Aquilo que pode elogiar. “Sei quais são as tuas obras” – diz Ele. Tais obras
são mencionadas onze vezes neste livro. O leitor deve observar o contraste
entre as “obras” da igreja de Éfeso (2.5), e as “obras” da igreja de Tiatira:
enquanto naquela as “últimas obras eram menores que as primeiras”, nesta pelo
contrário; as “últimas obras são mais do que as primeiras”. O substantivo
grego, que nossas versões do Novo Testamento traduzem por “obras”, com maior
precisão que a palavra portuguesa comporta duas acepções: o resultado de uma
atividade (sentido habitual do termo em português); e também: a atividade em si
mesma (significado que, aliás, sob a influência do latim teológico, passou para
o português), limitando-se às atividades morais. No presente texto: são obras
de caridade feitas em favor de Cristo, durante essa dispensação da graça (Ap
22.12).
1. A tua caridade. (Amor). O Senhor Jesus também louvou esta
igreja (usamos aqui uma metonímia: figura que consiste em tomar a parte pelo
todo e vice-versa; o geral pelo particular e o particular pelo geral) pelo seu
amor. A palavra “amor” encontra-se em toda a extensão da Bíblia, que descreve o
seu caráter multiforme:
(a) “Há o amor de Deus, isto é, o amor de Deus tem dispensado
pelos homens. Essa é a fonte de todo amor, o que é comentado em (Jo 3.16 e ss),
como poemas ilustrativos, relacionando-se como um supremo sacrifício.
(b) Há o amor de Cristo cuja natureza é igual a do amor de Deus,
e que comentado em (2Co 5.14). Trata-se de uma força que nos constrange, que
também nos leva a amar e a servir ao próximo, em honra ao Senhor. Esse foi o
amor que motivou a expiação e a missão terrena, em geral, de Cristo.
(c) Há o amor do homem a Deus e a Jesus Cristo. Essa
modalidade pode ser expressa diretamente, mediante a subida mística da alma, em
fazer tanto o bem a Deus como ao próximo.
(d) Há o amor próprio (cf. Mt 22.39 e Ef 5.29). Trata-se de
uma condição patológica em que um indivíduo tudo faz ou realiza só em torno de
si mesmo, visando ao seu próprio conforto. Ele torna-se por natureza um “amante
de si mesmo” (2Tm 3.2 e ss).
(e) Há também o amor de um ser humano por outro, ou pela
humanidade. É a transferência dos cuidados que temos por nós mesmos para nossos
semelhantes”.
I. “...Jezabel”.(v.20) a palavra “Jezabel”
significa: “Montão de lixo”. Na opinião de alguns eruditos: “Casta”. Aparece
pela primeira vez nas Escrituras como pessoal de uma princesa. Ela tinha
crescido em Tiro, na cidade portuária fenícia. Seu pai, rei Etbaal, era também
sacerdote de Astarote e sacrificava a Baal (1 RS 16.31) e, por conseguinte,
tornou-se esposa de Acabe, rei de Israel. Esta ferina rainha tombou morta no
vale de Armagedom (2 Rs 9.15, 16, 30, 37).
1. Mulher que se diz profetisa. Há muitas opiniões a respeito
da “audaciosa mulher” da igreja de Tiatira; alguns até já defenderam tratar-se
de uma “doutrina”, ou mesmo de uma “religião” e não de uma pessoa. A Jezabel do
Antigo Testamento, é citada como o protótipo de pecado. A Jezabel do presente
texto, trata-se de uma pessoa e não apenas uma figura ou personificação do mal.
A passagem fala claramente de uma pessoa, pelo uso do pronome (“ela”). V.22.
“No inglês, o pronome é her” usado somente para pessoa. Deve-se ter isto em
mente para compreensão do significado do pensamento, pois em português, “ela” é
usado tanto para pessoas, animais ou coisas”. Em alguns manuscritos antigos é
acrescentado a palavra grega “SOU” (isto é tua), antes da palavra “mulher”
ficando assim o texto na sua íntegra: “Mas tenho contra ti (pastor) que toleras
Jezabel, (tua mulher?) que se diz profetisa”. O Dr. Carroll, op. Cit., vol.
Sobre o Apocalipse, aceita esta posição: “Tratava-se da mulher do pastor, por
parecer no original a palavra “y u v n”, que pode significar esposa; isto se dá
muitas vezes em o Novo Testamento”. Não sabemos se isso é o verdadeiro sentido
do presente texto, mas pode ser (cf. 1 Rs 21.25): As Escrituras são proféticas
e se combinam entre si em cada detalhe.
I. “...da sua prostituição”.(v.21) Tratava-se tanto de prática imorais pessoais, como parte do
culto da seita gnóstica. Era algo tanto espiritual como físico. No campo
histórico da Igreja da Idade Média teve grande semelhança com a igreja de
Tiatira. “Foi nesta época que uma cópia do paganismo de Tiatira foi introduzido
na igreja e sobre tudo, no campo comercial, sob a forma de imagens, em
profusão, surgido por uma forte representação feminina pela introdução do culto
de Maria, a mariolatria e com o desvirtuamento do merecido respeito e admiração
à pessoa da virtuosa mãe de Jesus. Maria passou a ser co-redentora. Cristo
deixou, também, de ser único Mediador entre Deus e os homens”, no pensamento
deles. Outrossim, aquela gente “resolveu” na sua vontade que não se
arrependeria. O grego subentende o exercício deliberado da vontade “Cintra” o
arrependimento, e não a seu favor.
I. “Eis que a porei numa cama”.(v.22) O comentador Charles declara que as expressões: “cama e
tribulação” nesta passagem expressam a mesma ideia. Além disso, supõe que porei
numa cama equivale no grego hodierno a “infligir uma enfermidade” (cf. Êx
21.18), e que aquela primeira expressão é o hebraico especificado por trás do
grego. Jezabel teve como paga de seu engano e prostituição “um leito de
pestilência”. O resultado de tudo isso foi a morte (Rm 6.23). A ameaça de Deus
é terrível, porém corresponde à enormidade do pecado de Jezabel e seus adeptos.
Alguns teólogos acham que, a expressão “...ferirei de morte” a seus filhos
vista no versículo 23, quer dizer: “ferirei da segunda morte: o lago de fogo”.
Não eram filhos de Deus mas da semente iníqua, gerada do engano e como tais,
estavam candidatos tanto a primeira como a segunda. Seja como for, o pecado tem
consigo a pena aqui e na eternidade!.
I. “...os rins e os corações.(v.23) O Salmista Davi cerca de 1.000 a.C. orava da seguinte forma:
“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração...” (cf. sl 139.23a), e o Apóstolo
Paulo declara: “...aquele que examina os corações sabe...” (Rm 8.27).
1. Analisemos dois pontos focais no presente versículo: (a)
Os rins (b) Os corações:
(aa) Os rins. A palavra grega “nephros”, é traduzido por
“rins” em nossas versões. Os hebreus e até escritores sagrados pensavam que os
“rins” seriam a sede das emoções e dos afetos (Jr 12.2). No presente texto,
denota também, uma sondagem cuidadosa, da ideia de seguir os passos, com a ação
resultante, causada por aquilo que foi descoberto. Mui provavelmente, nela
envolve a memória do que diz Jeremias 11.20 onde Deus é visto como aquilo que
testa (determina a natureza verdadeira), o coração e a mente do seu povo. Numa
figura de retórica, isso demonstra, que os juízos que se seguirão, pois, serão
justos e completos, em nada falhos, porquanto repousam sobre total
discernimento e informação.
(bb) Os corações. Quanto a isso, analisemos aqui, dois pontos
de suma importância:
(aaa) Tanto as Escrituras, como a própria ciência, dizem que
o coração é o centro de uma coisa. O vocábulo ocorre por 820 vezes na Bíblia.
Vem de uma raiz hebraica: “l~ebh ou l~ebhabh”, sendo bem possível, que a raiz
do termo hebraico, que é obscuro, signifique “centro”. O termo denota vários
significado e aplicações: Às vezes é apenas um órgão físico do corpo humano. As
referências ao órgão físico assim chamado são poucas e de modo algum
especificadas. Dentre as mais claras é a de (1 Sm 25.37). “Pesa em média apenas
250 gramas e não é maior que o punho fechado de seu possuidor. Bate cem mil
vezes por dia e, no espaço de uma vida, é capaz de bombear sangue suficiente
para encher 13 milhões de barris. O homem ainda não criou uma máquina mais
perfeita que o coração...
(bbb) No contexto teólogo, pode também significar a mente (Êx
35.35 e Dt 29.4). O Dr. Wheeler Robinson oferece a seguinte e ótima
classificação dos vários sentidos em que podem ser usadas as palavras hebraicas
“l~ebh e l~ebhãbn”. Ad. A: físico ou figurado (“meio”, 29 vezes). Dependendo do
contexto que se depreende das Escrituras: Ad. B: Personalidade, vida íntima, ou
caráter geral (257 vezes; exemplos: Êx 9.14 e 1Sm 16.7; comparado a Gn 20.5):
Ad. c. Estados emotivos de consciência, encontrados em grande GAMA de variedade
(166 vezes); intoxicação (1Sm 25.36); alegria ou tristeza (cf. Gn 42.28); amor
(2Sm 14.1, etc): Ad. d: Atividades intelectual (204 vezes); atenção (Êx 7.23);
entendimento (1Rs 3.9); habilidade técnica-sábio de coração (Êx 28.3): Ad. e:
Volição ou propósito (195 vezes; 1Sm 2.35), sendo esses um dos empregos mais
característicos do termo no Antigo Testamento. “Mente” é, talvez, o mais
próximo tempo moderno daquilo que no uso bíblico é denominado “coração”. No
presente texto do Apocalipse, o termo é usado para significar: “a natureza
suprema do homem” (sinônimo de espírito ou da alma).
I. “...As profundezas de Satanás”.(v.24) Os mestres gnósticos atribuíram à sua doutrina o caráter de
“profundidade”, e a “mulher Jezabel” invocava para sua doutrina o mesmo
sentido. De acordo com a expressão “profetisa” encontrada no versículo vigésimo
deste capítulo, esta senhora, Jezabel, era portadora de uma “teomania aguda”:
espécie de loucura, em que o doente se julga Deus ou por ele inspirado.
1. Na igreja de Tiatira existia dois grupos distintos: (a) Os
cristãos verdadeiros; (b) Os que se gloriavam de conhecer “as profundezas de
Satanás”. Paulo encontrou quatro grupos na igreja de Corinto. Porém é evidente
que aqueles eram crentes em Jesus; o grupo de Jezabel não (cf. 1Co 1.12). Ad.
a: Os legalistas: o herói deles era Pedro: Ad. b: Os intelectuais e filósofos:
o herói deles era Apolo. Ad. c: Os liberais: o herói deles era Paulo. Ad. d: Os
cristãos: o herói deles era Cristo (1Co 1.12; 3.4 e ss). Os diversos grupos
mencionados neste versículo, podem ser também visto assim: Ad. aa: O partido
judaizante (os seguidores de Pedro). Ad. bb: O partido dos intelectuais: (os
seguidores de Apolo). Ad. cc: O partido da liberdade (os seguidores de Paulo).
Ad. dd: O partido dos exclusivistas (aqueles que diziam: “sou de Cristo”).
I. “...O que tendes retende-o”.(v.25) esta expressão “retende-o” vem do verbo “reter”, e tem no
original, o sentido de “guardar”, “conservar”, etc. Deve ser aplicado no
sentido de “guardar” aquilo que é precioso como: A palavra de Deus. Sl 119.11;
Os mandamentos da lei divina. Mt. 19.17; A fé. 2 Tm 4.8, etc. Note muito bem,
este versículo, voltemos a ele. É o que diz a senhora M. S. Novah: Deste
versículo, aparentemente sem comentário podemos dizer que nos prova a
veracidade de que as cartas não foram escritas somente para os crentes do tempo
de João, o Apóstolo; pois aqueles fiéis, há muito, que já morreram e o
versículo 25 diz: “O que tendes retende-o ATÉ que eu venha”. É o divino
convite. É o apelo de Cristo. As últimas cartas do Apocalipse (dentre um total
de sete), todas possuem características da Igreja cristã dos “últimos tempos”;
portanto, todas elas, de alguma maneira, lançam olhos para o fim de nossa era,
ou seja, para a vinda de Jesus (1 Ts 4.13-17).
I. “...poder sobre as nações”.(v.26) O texto em foco, lembra-nos o Salmo segundo onde lemos:
“Pede-me, e eu darei as nações por herança, e os fins da terra por tua
possessão” (v. 8). Essa é uma promessa relativa ao Milênio, estando associada a
Ap 2.4, 6. O reino que foi rejeitado pelos judeus, ainda será realizado e será
inaugurado quando da segunda vinda (parousia) de Cristo. A promessa é que o
crente, terá posição de poder naquele reino: os mansos herdarão a terra. As
“obras” mencionadas neste versículo são obras de Cristo e não as nossas, porquanto,
o crente, as cumpre em seu nome, mediante o impulso dado por Ele. As “obras” de
Cristo fazem contraste com as “obras” de Jezabel, aludidas no versículo 22
deste capítulo. As dela, são repugnantes; as de Cristo, são desejadas!.
I. “...e serão quebradas como vasos...”.(v27) O presente versículo fala do governo milenial de Cristo
sobre a terra (Ap 20.1 e ss), quando as nações serão “regidas com vara de
ferro”. Isso não quer dizer um reino ou governo de extrema “dureza”, mas, sim,
um método inquebrantável (Sl 2.8,9; Ap 12.5). Naturalmente, o texto não limita
esse governo aos mártires, embora, em outros contextos, estejam eles
especialmente em mira, por terem sido mortos pelo Anticristo, cuja vitória será
total e completamente revertida. O fato de os mártires retornarem para governar
a terra onde foram tratados com o opróbrio, é a reversão dos crimes do
Anticristo, o homem do pecado (2Ts 2.3; Ap 20.4). A interpretação geral, neste
versículo, é que segundo as promessas de Cristo, que este poder “sobre as nações”
será extensivo aos mártires e aos santos de todos os tempos: a garantia é para
“o que vencer” (cf. 2.7, 11, 17, 26; 3.5, 12, 21).
I. ‘...a estrela da manhã”.(v.28) Para os ímpios: Jesus é a “luz do mundo” (Jo 1.9; 8.12);
para Israel: Ele é “O Sol da Justiça” (Ml 4.2); para sua Igreja: Ele é “a
resplandecente Estrela da Manhã” (Ap 22.16). Seja como for, Cristo é “tudo em
todos”. Este será um títulos que trará o Filho de Deus no dia de sua vinda para
o arrebatamento. Em Ap 22.16, o próprio Cristo é identificado como “A
resplandecente estrela da manhã”. Não pode haver dúvida razoável, pois, que Ele
também é aquela figura central. Para os antigos povos, a estrela da tarde (ou
vespertina) simbolizava a morte, mas a estrela da manhã simbolizava a vida que
é o próprio Cristo. Ao vencedor, Jesus promete dar-lhe a estrela da manhã. Isto
é, Ele mesmo! Nos Evangelhos ele deu-se por todos os pecadores. Agora Ele
promete dar-se novamente, porém apenas ao vencedor!. Essas palavras de Cristo,
têm seu fundo histórico nas palavras de Dn 12.3, onde diz que os próprios
justos ...refulgirão como as estrelas...”. O sentido é que os crentes entrarão
na glória celeste e serão glorificados com o resplendor do mundo vindouro de
Deus (1 Jo 3.2, etc).
“...o que o
Espírito diz...”.(v.29) O leitor deve observar que essa é uma
expressão que figura em todas as cartas do Apocalipse, chamando a atenção dos
leitores para a solene necessidade de darem atenção às palavras inseridas neste
livro. “A mulher Jezabel e seus filhos prosseguirão tal como são, mas o
“resto”, o remanescente, ouvirá” (newll). Cristo, e que seja ela uma influência
poderosa o nosso coração e sobre a nossa vida”. Possuímos discernimento
“espiritual” e a sensibilidade necessária para “dar ouvidos” ao que foi dito?
“...se ouvirdes hoje a sua voz (como diz o Espírito Santo), não endureçais os
vossos corações” (Hb 3.7-8). Esses são os “ouvidos” de que precisamos. Se os
temos, então, que os usemos!!!.
CONCLUSÃO
Após a
indicação dos destinatários e a ordem para escrever a auto apresentação do Senhor volta a retomar
um elemento do cap. 1: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos
como chama de fogo e os pés semelhantes (―são iguais) ao bronze polido (―brasas de bronze). Somente aqui o Apocalipse apresenta Cristo
como ―Filho de Deus‖. Porém em Ap
1.6 havia um paralelo indireto. Aqui o título parece estar relacionado com o Sl 2.7,
uma vez que no final (v. 26,27) esse salmo é extensamente usado. O Filho de Deus é aqui o
Juiz dos súditos amotinados. As partes seguintes de Ap 1.14,15, os olhos
flamejantes de fogo e os pés ardentes, ressaltam a soberana inquisição judicial
e execução da sentença.
A presente
missiva pode ser entendida como intensificação da mensagem à comunidade em
Pérgamo, que também já tinha a ver com idolatria e imoralidade (aqui no v. 20).
Contudo, conforme os v. 12,16, estava em questão a sentença judicial.
Pérgamo temia tomar posição. Faltava-lhe a força para verbalizar o que era
necessário. Agora não somente falta a força, mas também já o conhecimento
inequívoco. Parece existir já uma certa concordância com a heresia (v. 20,
diferenciando-se do v. 14).
Nesse
local podemos antecipar outra questão. Tiatira se encontrava sob a influência de
Jezabel (v. 20), o personagem da desgraça do tempo do reinado, assim como
Pérgamo agia semelhantemente a Balaão. Também nisso se constata uma piora.
Ambos representavam a sedução, porém Balaão era estrangeiro, e Jezabel se
tornara membro da própria casa real. Isso tornava a situação mais precária e a
rejeição mais difícil.
Conheço as
tuas obras (Ap 2.19) volta a encetar o inquérito judicial. O
elogio é desenvolvido com mais força que em outras missivas: teu amor e tua
fidelidade e teu serviço e tua perseverança. Aqui aplica-se duas vezes o
esquema dentro – fora: amor em direção a Cristo (cf. Ap 2.5), fidelidade no
testemunho diante do mundo (cf. Ap 2.13); amor ativo aos irmãos na igreja,
perseverança disposta a sofrer até a vinda de Jesus para fora (cf. Ap 2.2). A
situação desses cristãos parecia ser inversa à dos de Éfeso, entre os quais o
amor e as primeiras obras definhavam. Aqui até aumentavam: as tuas últimas
obras, mais numerosas (―maiores) do que as primeiras (cf. sobre isso
Ap 2.5).
Entretanto, de modo tão surpreendente como na mensagem à
primeira comunidade intervém agora a acusação: Tenho, porém, contra ti o
tolerares (―deixar agir) que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se
declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a
praticarem a prostituição e a comerem coisas (―carne) sacrificadas aos
ídolos. (Ap 2.20).
Os fatos são os mesmos como os de Balaão, talvez com
maior provocação e despudor, uma vez que a imoralidade desde já passa a ocupar
o primeiro lugar (quanto aos detalhes cf. Ap 2.14). Tampouco falta a propaganda
aberta: em Tiatira, parece que se deixou o ensino da comunidade nas mãos da
herege pregadora, enquanto os discípulos elogiados por Cristo se recolheram ao
campo do discipulado prático (cf. v. 19).
REFERÊNCIAS:
BARCLAY, William, THE
REVELATION OF JOHN.
MOODY,
COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY.
POHL, Adolf, COMENTÁRIO ESPERANÇA, APOCALIPSE DE JOÃO.
SILVA, Severino
Pedro da, APOCALIPSE VERSÍCULO POR
VERSÍCULO.
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