terça-feira, 6 de outubro de 2015

Lição 2 – A Criação dos Céus e da Terra

SUBSÍDIO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.

4º Trimestre/2015

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Salmos 104.1-14

TEXTO ÁUREO: "Pela fé entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente." (Hb 11.3)


INTRODUÇÃO

Estudaremos sobre a criação dos Céus e da Terra, um fato histórico que aconteceu exatamente como está escrito no Livro de Gênesis. Por que Deus criou tudo isto? Simplesmente porque Ele é livre para criar, e seu propósito baseia-se no fato da eterna bondade que Ele manifesta para sua criação. Ao criar o universo, não significa que Deus precisasse de alguma coisa para si, já que Ele possui tudo (Salmos 24.1). Ele criou todas as coisas para manifestação da sua glória (Salmos 19.1-5; Is 6.3; 43.7). A criação da Terra foi aplaudida pelos anjos, os quais foram criados antes da criação do mundo material, conforme Deus revelou a Jó: “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra?... Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38. 4,7).

I. O CRIACIONISMO BÍBLICO

1. Definição. O criacionismo Bíblico é a doutrina de que a humanidade, a vida, a Terra e o universo são a criação de Deus.


2. Fundamentos. O Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada. Em Gênesis 1 a 11, Moisés descreve, com objetividade, a atuação do Criador do universo e do homem: o Deus Todo-Poderoso. Segundo o conceito criacionista, a origem do mundo conecta-se à verdade bíblica de que, no princípio, Deus criou os céus e a Terra (Gn 1.1; Ex 20.11; Sl 90). Logo, a Palavra de Deus refuta a ideia de um surgimento acidental e apresenta o Senhor como autor da criação de todas as coisas (Ec 3:11). O Deus trino e eterno criou o universo e o sustenta por intermédio do Seu poder soberano (João 1.1-3; Cl 1.16,17; Hb 11.3).

Três verbos hebraicos são usados para traduzir a ação criativa de Deus no Antigo Testamento:barah, asah e yatzar.

·Barah – indica a ação criadora de Deus. Em relação às coisas, transmite a ideia de criar do nada. Em relação ao homem, criar a partir de material preexistente (Gn 1.1,27; 5.1a).

·Asah – relaciona-se à criação a partir de material preexistente (Gn 1.11,12,31; 5.1b).

·Yatzar – significa modelar, dar forma, finalizar (Gn 2.7,22).

O Altíssimo tudo criou a partir da sua Palavra. Ele, simplesmente, disse: “Haja”, e os elementos vieram à existência (Gn 1.3; Sl 33.6). Por sua ordem, o sistema solar e os reinos, vegetal e animal, ganharam vida. Veja, em resumo, o quadro demonstrativo da criação:

1º dia
Luz (dia e noite).
Gn 1.3-5
O AMBIENTE PROPÍCIO PARA A VIDA
2º dia
Céu, atmosfera e mares.
Gn 1.6-8
3º dia
Terra e vida vegetal.
Gn 1.9-13
VIDA VEGETAL
4º dia
Os corpos celestes que iluminam a Terra.
Gn 1.14-19
5º dia
Os animais do mar e as aves
Gn 1.20-23
VIDA ANIMAL
6º dia
Os mamíferos, os répteis e o homem.
Gn 1.24,25

3. Objetivos. Deus criou os Céus e a Terra: 

a) para manifestação da sua glória, majestade e poder. Davi diz: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado – desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza – ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador.

b) para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza – por exemplo, o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves – rendem louvores ao Deus que os criou (Sl 98.7-9; 148.1-10).

c) para prover um lugar onde o seu propósito e alvo para a humanidade fossem cumpridos:

- Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão.

- Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer aos seus mandamentos, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das consequências do pecado (cf. Gn 3.15). Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3; Ef 1.11,12; 1Pe 2.9).

- A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: “... com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3).

II. A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ

1. O tempo. Gênesis 1.1 convida todos nós à história. A criação foi um ato temporal de Deus. Não consta de forma verbal na Bíblia, mas pode-se afirmar que a primeira coisa que Deus criou foi o tempo. Isto porque a obra divina somente poderia ser concretizada no âmbito temporal.

A declaração de que a criação foi um ato temporal não significa restringir ou confinar Deus ao tempo, porque Ele está fora de qualquer confinamento, restrição física ou mesmo espiritual. Na verdade, a lição que aprendemos na Bíblia é que o mundo teve começo (cf. Mt 19.4,5; Mc 10.6; João 1.1,2; Hb 1.10).

A pergunta que costumeiramente é feita, quando se estuda sobre o tempo da criação, é: “em quanto tempo Deus criou o mundo?”.  Há cinco teorias principais sobre a interpretação dos seis dias da criação:

- A teoria do dia pictórico. Esta teoria afirma que os seus dias mencionados no livro de Gênesis sãos os seis dias durante os quais Deus revelou a Moisés os eventos da criação. Mas a Bíblia relata a criação de maneira clara, simples e histórica como relata quaisquer outros eventos. Interpretar o texto desta forma exige o abandono de todos os princípios exegéticos.

- A teoria do hiato. Esta teoria afirma que Gênesis 1.1 descreve uma criação original que foi seguida pela queda de Satanás e pelo grande juízo. Supõe-se que Gênesis 1.2, então, seja uma descrição da recriação ou restauração que ocorreu. Êxodo 20.11 ensina que todo o universo, incluindo os céus e a terra (Gn 1.1), foi criado no período de seis dias, mencionado no primeiro capítulo de Gênesis.

- A teoria do dia intermitente. Esta teoria afirma que os dias mencionados são dias literais, mas que são separados por longos períodos (até mesmo milhões de anos). Contudo, a menos que toda a atividade criativa seja limitada aos dias literais, esta interpretação é uma contradição direta ao texto de Êxodo 20.11.

- A teoria do dia-era. Esta teoria afirma que a palavra yôm, que é o termo hebraico para “dia”, é usada para se referir a períodos de extensão indefinida, e não dias literais. Embora seja um significado viável para o vocábulo (Lv 14.2,9,10), não é o mais comum. Logo, o sentido vernacular não é fundamento suficiente para sustentar essa teoria.

- A teoria do dia literal. Esta teoria afirma que este é o significado claro do texto: o universo foi criado em seis dias literais. Os vários esforços para unir o relato bíblico da criação e a evolução não são respaldados nem mesmo pelas várias teorias de hiato, porque a ordem da criação está em oposição direta às interpretações da ciência moderna (por exemplo, a criação das árvores antes da luz). A expressão “dia e noite” indica dias literais (cf. Dn 8.14, onde a mesma expressão em hebraico é traduzida como “tardes e manhãs”).

Conquanto a teoria dos dias literais seja a mais aceita pelos cristãos e judeus, a Bíblia, porém, não especifica a duração desses períodos de tempo. A questão real não é quanto tempo levou, mas como Deus criou. Ele criou a Terra de forma sistemática (não criou as plantas antes da luz), e criou homem e mulher como seres únicos, capazes de comunicar-se com Ele. Nenhuma outra parte da criação possui este privilégio. Portanto, não importa em quanto tempo Deus fez o mundo, se em alguns dias ou alguns milhões de anos; o importante é que Ele o criou exatamente como desejava.

Muitas Bíblias destacam notas sobre a cronologia da Terra, mas isto não faz parte originalmente da Bíblia. Muitos dizem que a criação ocorreu em 4004 a.C. Um arcebispo chamado Usher chegou a esta conclusão a partir do cálculo dos anos que atravessam as genealogias patriarcais (Gn 5; Gn 11). Uma comparação destas genealogias com as contidas nos Evangelhos revelará que as genealogias não são completas por desígnio, nem nos foram fornecidas para que calculássemos o intervalo de tempo entre vários eventos na história antiga do homem. Elas apresentam alguns nomes significativos, e omitem outros. Portanto, não podem ser usadas para estabelecer a data da criação. A época mais antiga a partir da qual podemos calcular anos civis com uma precisão aproximada é a época de Abraão.

2. O espaço. Deus criou o espaço a fim de conter a sua obra, que, embora vastíssima, é finita. Logo, o espaço também é finito. O Criador não se acha limitado quer pelo tempo, quer pelo espaço; a criação, sim. Até mesmo os anjos, criaturas de Deus, acham-se condicionados ao aspecto temporal e espacial, pois não podem estar em dois lugares ao mesmo tempo.

3. Os Céus e os anjos. Os Céus, a morada de Deus, também foram criados num contexto espaço-temporal, por uma razão bastante simples: embora não pertençam à nossa dimensão, são um lugar bem real. É para lá que as almas dos justos são encaminhadas.
Após a criação dos Céus, Deus chamou à existência os seus anjos através do sopro de sua boca (Sl 33.6). E assim, o Senhor neles infundiu, também, a sua imagem e semelhança.


4. A Terra ainda informe. “E a terra era sem forma e vazia...”(Gn 1:2). No original hebraico, esta expressão dá a ideia de um lugar ermo. Esta frase significa algo desordenado, como estava desordenada a terra de Israel por causa do pecado (Jr 4.23-27). Segundo estudiosos, isto se refere à       Terra como um lugar vazio, isto é, um lugar improdutivo e inacabado. O estado da Terra reflete uma situação na qual não estava produzindo vida. A preocupação da narrativa é com a vida: aves, animais e vegetação.

Alguns teólogos entendem este texto como uma referência ao ato da recriação, mas sem base suficiente na Bíblia para garantir esta ideia. Os que defendem estra teoria, ensinam que entre Gênesis 1.1 e 1.2, houve um cataclismo geológico, provocado pela queda e Satanás perante o Criador. Mas, parece-nos que a narrativa da criação nada tem a ver com isso, pois trata-se de um relato dos atos criativos de Deus, que eliminou o caos que envolvia a Terra, ‘sem forma e vazia.

Em Gn 1.2, é o resultado de juízo, razão pela qual interpreta o verbo hãyãh como “tornou-se”. Contudo, a estrutura hebraica de Gn 1.2 é disjuntiva, descrevendo o resultado da criação descrita em Gn 1.1. A expressão “sem forma e vazia” é frequentemente mal interpretada em função das possibilidades de sua tradução. Estas palavras não descrevem o caos, mas o vazio. Uma tradução melhor seria “sem forma e desocupada”. 

III. A ORDENAÇÃO DA TERRA

1. O Espírito Santo na criação. “... o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn 1.2); “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1.26). A imagem do Espírito Santo de Deus movendo-se sobre a face da terra é semelhante a um pássaro-mãe cuidando dos seus filhotes e protegendo-os (ver Dt 32.11,12; Is 31.5). O Espírito de Deus, portanto, estava envolvido ativamente na criação do mundo (ver Jó 33.4; Sl 104.30). O cuidado e a proteção de Deus ainda são uma realidade.

2. Tarefas ordenadas. A afirmação de que a “a terra era sem forma e vazia” provê o cenário para a narrativa da criação que se segue. Durante o segundo e o terceiro dia, Deus deu forma ao universo; nos três dias seguintes, Ele encheu a Terra com seres viventes. As trevas foram dispersas no primeiro dia, quando Deus criou a luz.

IV. A CRIAÇÃO DA LUZ

1. E houve luz. A Bíblia declara ousadamente que “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Todavia, a Terra não estava pronta para o homem (coroa da criação), ainda estava sem forma e vazia, a despeito da atividade Onipotente do Espírito Santo, que se movia continuamente sobre a face das águas (Gn 1.2). E o primeiro ato de Deus, no primeiro dia, foi a criação da luz.

“E disse Deus: Haja luz. E houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro”.

2. A luz inicial. Deus fez aparecer a luz cósmica, pelo poder da sua Palavra, quando disse: “haja luz, e houve luz”. O mundo estava debaixo da escuridão total, mas o Criador fez surgir a luz, mesmo antes de aparecer o Sol. Em Gênesis 1.4, lemos: “e fez Deus separação entre a luz e as trevas”. Havia, de fato, uma densa acumulação de neblina e vapor, os quais envolvia a Terra, e, por isso, existia uma total escuridão. Quando surgiu a luz, as trevas foram vencidas pelo poder da claridade que se espalhou sobre a expansão das águas. No versículo 5, a luz foi chamada “dia” e as trevas, “noite”.

V. A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS

1. Separando as águas. “E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão. E assim foi. E chamou Deus à expansão Céus; e foi a tarde e a manhã: o dia segundo”. (Gn 1.6-8)

2. A criação da atmosfera. Parece que, antes do segundo dia, a terra estava completamente imersa numa camada espessa de água, talvez em forma de vapor carregado. Esta vasta cortina líquida e nebulosa cobria a Terra e impedia que a luz solar a vencesse. Ela impedia o planeta a um juízo de trevas impenetráveis. No segundo dia, Deus dividiu essa camada em duas partes: uma parte cobriu a terra, e a outra formou as nuvens, e entre elas surgiu o firmamento ou “expansão”. “E chamou Deus à expansão [firmamento] céus”, isto é, o espaço imediatamente acima da superfície do planeta (não o espaço estelar, nem o terceiro Céu, onde Deus habita). Gênesis 1:20 deixa claro que o céu se refere ao espaço onde voam as aves – “...e voem as aves sobre a face da expansão dos céus”.

VI. A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL

1. O reino vegetal. “E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus que era bom. E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie e árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã: o dia terceiro”. (Gn 1.9-13).

O terceiro ato de Deus diz respeito à formação de um futuro ambiente ou habitat para o homem, que seria formado no sexto dia. Primeiramente, Deus ajuntou as águas que cobriam o planeta e fez aparecer a porção seca, criando assim a Terra e os Mares. Alguns arqueólogos acreditam que, originalmente, “a porção seca” fosse um só continente; isto realmente combina com o texto sagrado: “... e apareça a porção seca...” (Gn 1.9). Não diz: as porções secas.

2. As possibilidades do reino vegetal. Após isso, Deus fez surgir todos os tipos de plantas e árvores na Terra. A parte seca, hoje, disposta no planeta em cinco continentes, foi capacitada para produzir toda a vegetação em forma de ervas variadas que dão sementes e árvores frutíferas. Estes elementos vitais da vegetação seriam os produtores de alimentos para a sobrevivência dos seres vivos.

- “... conforme a sua espécie...”. Não há espécie de vida à parte do desígnio e ato criativo de Deus. Ele queria que a vegetação servisse como alimento para formas de vidas mais elevadas (cf Gn 1.29,30).

- A fotossíntese. Cabe aqui uma indagação: “como a vegetação poderia vingar sem o processo de fotossíntese, já que o sol só viria a ser criado no quarto dia?”. O sol não é a única fonte de luz no universo. Além disso, é possível que ele já existisse desde o primeiro dia, tendo somente aparecido ou se feito visível (com a dissipação da neblina) no quarto dia. Vemos luz num dia nublado, mesmo quando não nos é possível ver o sol. Portanto, não há contradição alguma entre a Bíblia Sagrada e a verdadeira ciência. Afinal, aquele que criou as plantas haveria de esquecer-se de algo tão básico como a fotossíntese?

VII. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR

“E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para alumiar a terra, e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã: o dia quarto”. (Gn 1.14-19)

1. A criação do sol, da lua e das estrelas. Somente no quarto dia Deus criou os luzeiros no firmamento dos céus (o sol, a lua e as estrelas) para iluminarem a Terra e servirem no estabelecimento do calendário.

Não há contradição entre o relato do primeiro e o quarto dia, quando ambos os textos relativos falam do aparecimento da luz. A diferença é que, no primeiro dia (Gn 1.3-5), Deus ordena o surgimento da luz; e no quarto dia (Gn 1.14-19), organiza o sistema solar. Neste dia, surgem o Sol e a Lua, e os astros celestes. Enquanto nos mitos do antigo Oriente Próximo o sol e a lua são as principais divindades, aqui são objetos sem nome designados por um Deus Criador para servirem à humanidade.

2. A perfeição do sistema solar. Tudo está pronto para a sobrevivência animal. Há água portável, comida e o ciclo das estações. No versículo 14, começa, de fato, a contagem do tempo, pois os luminares surgidos no firmamento celeste, Sol e Lua, fazem a diferença entre o dia e a noite.
Deus criou o sistema solar para funcionar perfeitamente, conforme Deus declarou através do profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à luz e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 31.35).

VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL

1. Quinto dia (Gn 1.20-23). No quinto dia, Deus povoou as águas com peixes; e a Terra, com aves e insetos. A palavra traduzida por “aves” significa “seres que voam”, incluindo morcegos e provavelmente insetos alados. A ordem divina no versículo 20 é: “Produzam as águas abundantemente...”. A água não tem o poder de geração espontânea. Ela produz vida somente por meio da palavra eficaz de Deus.

2. Sexto dia (Gn 1.24-26). Nos versículos 24 a 25, Deus criou os animais e répteis. A lei biológica da reprodução aparece repetidamente com as palavras “conforme a sua espécie”. Tanto no mundo animal como vegetal, foram feitos de acordo com o seu gênero e espécie e com a capacidade de reproduzir-se por gerações sem fim. Deste modo, podemos testemunhar que as diferentes famílias de animais e plantas conservam-se, desde sua criação até o dia de hoje.

O versículo 26 diz que Deus criou o homem. Ele é a obra-prima da criação; a coroa da criação. Quando Deus disse: “Façamos o homem”, Ele desejava criar um ser distinto de todas as demais criaturas terrestres; alguém que tivesse personalidade, vontade, sentimento, e fosse capaz de representá-lo sobre a Terra. Por esta razão, Ele criou o homem “à sua imagem e semelhança”. De certa forma, o homem partilha características semelhantes com o Senhor: Deus é uma Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), e o homem é um ser tripartite (corpo, alma e espírito). Como Deus, o homem possui intelecto, juízo moral, poder de se comunicar com os outros e uma natureza emocional que transcende seus instintos. Não há indicação de semelhança física no texto. Ao contrário dos animais, o homem é um ser criador e adorador, e se comunica com clareza.

Deus ordenou aos animais e aos seres humanos: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra...” (1.22,28). A Bíblia apresenta a origem dos sexos como um ato criativo de Deus (a teoria da evolução até agora não conseguiu explicar como surgiu os sexos).

Quanto à criação, Deus disse ao homem: sujeitai-a; dominai; porém não mandou que fosse destruída. A crise atual que afeta o meio ambiente se deve à ganância, ao egoísmo e à negligência do ser humano.

CONCLUSÃO

Por sua livre e espontânea vontade, e por seu poder absoluto, Deus chamou o universo à existência, criando-o a partir do nada (Êx 20.11; Sl 33.6,9; 102:25; Is 45.12; Jr 10.12; João 1.3; At 14.15; 17.24; Rm 4.17; Cl 1.15-17; Hb 1.10; 11.3; Ap 4.11). Quando se reconhece o poder absoluto de Deus, é necessário aceitar o seu poder de criar e destruir, como declaram as Escrituras. O crente deve aceitar essas coisas pela fé (Hb 11:3).


REFERÊNCIAS:
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
Bíblia de Estudo Palavra Chave. Rio de Janeiro: CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
BOYER, Orlando. PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA. Estados Unidos da América: Editora Vida, 1998.
Hamilton, Victor P. Manuel do Pentateuco.  Rio de Janeiro: CPAD.
http://luloure.blogspot.com.br/
Merrill, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
Waltke, Bruce K. Gênesis. Editora Cultura Cristã.



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