domingo, 14 de novembro de 2010

A mídia e seus incentivos ao consumismo

Roberto de Queiroz // Professor e escritor
robertodequeiroz@folha.com.br

O psiquiatra Jorge Arruda (Diário de Pernambuco, Opinião, 14/06/2010), afirma que o século 21 é a "época em que o pragmatismo, a operacionalidade e a objetividade encontram-se em alta". E, por causa disso, muitas pessoas desse século não dispõem de espaço nem de tempo para a reflexão e a introspecção. Essas pessoas são estimuladas e impulsionadas pela cadeia midiática de consumo o tempo todo. E, desse modo (incitadas e impelidas pela mídia), a maioria delas é impossibilitada de exercer sua inclinação natural, como, por exemplo, a criatividade e o exercício das aspirações humanas mais profundas (que contemplam as dimensões da ciência, da arte e do espírito).

Mauro Sá Rego Costa, no artigo Alice no país subliminar (Folha de S. Paulo, 09/10/1984), afirma: "Todas as mídias são meios subliminares. Marshall Mcluhan falava a mesma coisa... O metrô é subliminar. Os shoppings centers são subliminares. As lanchonetes modernas são todas paginadas, do hambúrguer à roupa do cozinheiro, são subliminares no seu efeito, no seu apelo, na sua sedução. Por que você volta sempre ao McDolnald's [come aquele sanduíche e bebe Coca-Cola], mesmo depois de perceber que pesa, que é difícil de digerir?" (apud Ana Márcia Lima, Revista da Famasul, ano 2, n. 2, ago. 2001, p. 90).

Mas o que hodiernamente se entende por mídia? Conforme os dicionários Aurélio e Houaiss, o vocábulo mídia (do inglês mass [= media]) significa meios de comunicação de massa. Inclui todo suporte de difusão da informação que constitui um meio intermediário de expressão capaz de transmitir mensagens não diretamente interpessoais. Abrangem esses meios o rádio, o cinema, a televisão, livros, revistas, boletins, jornais, anúncio em site da internet, os satélites de comunicações e, de um modo geral, os meios eletrônicos e telemáticos de comunicação em que se incluem também as diversas telefonias, entre outros.

Em suma, a mídia se desenvolveu de modo intenso. E, na maioria dos casos, é o único meiode acesso à informação a que as pessoas têm acesso. Assim, ela exerce uma influência significativa na reprodução de padrões e juízos de valor. Ou seja, a maioria das pessoas acaba reproduzindo as ideologias propagadas pela mídia por meio de um processo inconsciente. "Para tanto, a mídia [...] se utiliza de diversos representantes, dentre os quais se destacam modelos, atores e atrizes" (Silvio Profirio, Diario de Pernambuco, Opinião, 10/09/2010). Eles geralmente exibem seus corpos esculturais, a fim de influenciar as pessoas, tanto no que se refere a padrões estéticos quanto a padrões de consumo. Isso inclui aspectos corporais, vestuários, produtos de beleza, cortes de cabelo, e assim por diante.

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