quinta-feira, 23 de junho de 2011

O SORRISO HESITANTE

E se saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Mateus 5:47, NVI

Em Buenos Aires, Argentina, viajamos frequentemente de trem – é a maneira mais rápida de chegar a algum lugar. Certa noite, eu queria chegar logo à casa da minha filha, para poder ver minha netinha. Eu estava sozinha. Uma, duas, três estações passaram. Pessoas desembarcavam e pessoas embarcavam. Comecei a prestar atenção aos passageiros. Alguns estavam muito bem-vestidos, enquanto outros se vestiam de maneira mais casual. Meus olhos se deleitaram em olhar para as diferentes cores e combinações de roupa, sapatos, bolsas e acessórios bem escolhidos.

De repente, meus olhos se detiveram num carrinho onde estava um bebê de uns 15 meses. Suas perninhas chutavam, as mãos incansáveis buscavam agarrar qualquer coisa que estivesse ao seu alcance. Levantei os olhos para o rosto do bebê, e no instante em que ia sorrir e acenar para ele à distância, vi um calombo estranho em sua testa. Alguma excrescência anormal havia “arruinado” sua beleza.
Fingi estar distraída, mas, com o canto do olho, pude observá-lo. O pequeno esperava, como se quisesse ver se eu “brincaria” com ele. Naquele momento o trem chegou à estação seguinte, e perdi de vista a mãe e a criança no meio da multidão na plataforma.

O trem continuou sua viagem, mas minha mente estava inquieta; uma sensação confusa me dominou. Por que eu reagira daquela maneira? Por que não sorri para o menininho com a protuberância na testa? Concluí que, diante de algo incomum, tentamos ficar indiferentes.

Você já se viu sorrindo para um gracioso bebê? Mas quantas vezes sorriu para uma idosa, vestida com roupas velhas, para um homem a quem falta um braço, um bebê com traços não atraentes, à mãe com uma grande cicatriz na face?

Não deixe de sorrir para os que são diferentes. Não seja covarde, evitando o olhar deles como se não existissem. Muitos se confinaram em apático isolamento. Derrube esse muro! Sorria para alguém que não tem uma aparência atraente e dê-lhe a dádiva de sua aceitação. Não hesite. Talvez seu sorriso seja o único presente que receberão depois de muito tempo. Sorrir é um ato de bondade do qual você nunca se envergonhará.

Susana Schulz

 http://www.cpb.com.br

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