SUBSÍDIOS PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL (EBD) DA CPAD
TEXTO
ÁUREO
“Eu te louvarei, porque de
um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras,
e a minha alma o sabe muito bem.” (Sl 139.14).
VERDADE
PRÁTICA
A ciência busca desvendar os
mistérios do corpo humano, mas o crente descansa em saber que é obra da
poderosa e perfeita mão de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Salmos 139.1-4,13-18.
1 — Senhor, tu me sondaste e
me conheces.
2 — Tu conheces o meu
assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
3 — Cercas o meu andar e o
meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.
4 — Sem que haja uma palavra
na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.
13 — Pois possuíste o meu
interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe.
14 — Eu te louvarei, porque
de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas
obras, e a minha alma o sabe muito bem.
15 — Os meus ossos não te
foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas
profundezas da terra.
16 — Os teus olhos viram o
meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as
quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia.
17 — E quão preciosos são
para mim, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!
18 — Se os contasse, seriam
em maior número do que a areia; quando acordo, ainda estou contigo.
INTRODUÇÃO
Desde os tempos antigos, o
ser humano busca compreender a si mesmo. Filósofos, cientistas e teólogos têm
se debruçado sobre a origem, função e propósito do corpo humano. No entanto,
apesar dos avanços da ciência, muitos mistérios permanecem. A Bíblia revela que
o corpo é mais do que uma máquina biológica — ele é uma criação maravilhosa de
Deus, feita com propósito e cuidado (Sl 139.13-14; Gn 1.26-27). Nesta lição,
aprenderemos sobre o corpo como obra-prima da criação, seu papel na
glorificação a Deus e sua importância na coletividade e adoração.
I. A MARAVILHOSA OBRA DE DEUS
1. Do pó da terra
Deus formou o homem do pó da terra (Gn 2.7), o que
indica que o corpo é constituído da matéria criada, porém insuflada pela vida
divina, o ruach (sopro, espírito). A Bíblia reforça a fragilidade da
carne em contraste com a eternidade do espírito (Ec 12.7; Tg 2.26).
Outras referências:
- Jó
33.4: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida.”
- Sl
103.14: “Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.”
- 1Co
15.45: “O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão,
espírito vivificante.”
A criação do corpo a partir do pó ressalta a
humildade do homem em sua essência física, porém sua dignidade é restaurada
pelo sopro de Deus, que lhe confere vida e valor inestimável. Este princípio
teológico fundamenta a ideia de que o corpo é sagrado, não por si só, mas
porque Deus o formou para habitar o espírito.
2. Deus, o Autor da vida
Deus não apenas molda o corpo, mas determina o
momento e o modo da vida humana (Jr 1.5; Jó 14.5). Ele é o Criador e
sustentador de todas as gerações (At 17.25).
Outras referências:
- Salmos
139.13-16, destacando a minuciosa formação da vida no ventre materno.
- Isaías
44.2: “Eu te formei; eu te fiz; não temas.”
- Efésios
2.10: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras.”
A soberania de Deus na formação da vida humana
reafirma que cada pessoa tem propósito e valor desde a concepção. Isso tem
profundas implicações éticas e teológicas contra o aborto e em favor da
dignidade da vida.
3. A individualizada formação integral
Deus cria o ser humano como um todo: corpo, alma e
espírito (1Ts 5.23; Heb 4.12). A pessoa é mais do que uma soma de partes; é uma
unidade criada para refletir a imagem de Deus (Gn 1.26-27).
Outras referências:
- Lucas
1.41-44: A vida humana é reconhecida no ventre (João Batista pula no
ventre de Isabel).
- Gálatas
1.15: Paulo é separado desde o ventre para um propósito divino.
- Zacarias
12.1: Deus forma o espírito dentro do homem.
Esta formação tripartida demonstra a dignidade
integral do ser humano. A Bíblia considera o corpo não apenas como envoltório,
mas como parte essencial da identidade, que deve ser cuidada, honrada e
protegida.
II. O CORPO E A GLÓRIA DE DEUS
1. O divino tecelão
Deus é o artífice que “tece” o homem em seu ventre
com perfeição (Sl 139.13-15). O termo hebraico qashar indica um trabalho
delicado e intencional, como o de um tecelão.
Outras referências:
- Isaías
64.8: “Mas agora, Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu, o
oleiro.”
- Efésios
2.10: Somos criação divina para boas obras.
- João
10.10: Vida em abundância, que inclui o cuidado com o corpo.
O corpo é uma obra prima divina, demonstrando a
glória e a sabedoria de Deus. Essa visão contrasta com a visão secular que o
reduz a matéria sem propósito.
2. Entendimento e louvor
A contemplação da obra divina gera louvor e
reconhecimento da grandeza de Deus (Sl 139.14).
Outras referências:
- Salmos
8.3-4: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos...”
- Romanos
1.20: A criação revela atributos invisíveis de Deus.
- Filipenses
4.6-7: O entendimento espiritual gera paz interior.
O louvor nasce do conhecimento do Criador e da obra
feita por Ele. Reconhecer que somos formados “de modo terrível e maravilhoso”
fortalece a fé e traz tranquilidade frente às dúvidas existenciais.
3. O perigo dos extremos
A Bíblia adverte contra duas distorções sobre o
corpo: o desprezo (dualismo) e a idolatria (narcisismo).
Outras referências:
- Colossenses
2.8, 20-23: Advertência contra filosofias vazias.
- Romanos
12.1: Entregar o corpo como sacrifício santo.
- 1
Coríntios 10.23: Nem tudo que é permitido é benéfico.
Equilíbrio é essencial: o corpo é importante, mas
não absoluto. Os cristãos são chamados a viver em santidade, evitando extremos
que levam à desordem espiritual e física.
4. Princípios ou regras?
A vida cristã é baseada em princípios bíblicos que
norteiam o uso do corpo para a glória de Deus.
Outras referências:
- Mateus
23.23: Jesus critica o legalismo vazio.
- Gálatas
5.1: Liberdade em Cristo, não escravidão à lei.
- Romanos
14.13-23: Respeito às limitações e consciência do próximo.
A aplicação de princípios promove maturidade espiritual,
evitando o legalismo e o libertinismo. Tudo deve ser feito para a glória de
Deus, o que inclui o autocuidado e a moderação.
III. O CORPO E A COLETIVIDADE
1. A prática relacional
O corpo é veículo das relações humanas, essenciais
para a vida e a fé.
Outras referências:
- Gênesis
2.18: “Não é bom que o homem esteja só.”
- Hebreus
10.24-25: Incentivo à comunhão e estímulo mútuo.
- 1
João 4.7-12: Amor prático, demonstrado em ações.
Deus nos criou para relacionar-nos, e o corpo
expressa este relacionamento em abraços, toques e proximidade física. A fé
genuína se manifesta em amor prático.
2. A prática congregacional
A participação ativa no corpo local é essencial
para a vida cristã saudável.
Outras referências:
- Efésios
4.11-16: Edificação do corpo de Cristo.
- Atos
2.42-47: Comunhão e adoração em comunidade.
- 1 Coríntios 12.12-31:
Unidade e diversidade no corpo.
A igreja local é a manifestação visível do corpo de
Cristo na terra. A ausência da comunhão real enfraquece a vida espiritual e
fragiliza o testemunho.
3. Tecnologia e culto
A tecnologia deve servir, não substituir, a
adoração corporal e comunitária.
Outras referências:
- Salmos
150: Encorajamento à adoração com todo o corpo.
- Atos
2.1-4: Expressão física do Espírito Santo no culto.
- 1
Coríntios 14.26: Cada um contribui no culto com ações corporais.
A presença física, o canto, a dança, o levantar das
mãos são formas bíblicas de adorar. A tecnologia é útil, mas nunca deve apagar
a dimensão corporal e comunitária da adoração.
CONCLUSÃO
A entrega do corpo a Deus é parte da adoração
verdadeira (Rm 12.1), pois somos templo do Espírito (1Co 6.19). Reconhecer a
obra do Criador no corpo leva à reverência e ao cuidado (Sl 139.14; Jó 10.8-12).
Que nossa vida física e espiritual seja uma oferta constante a Deus, refletindo
a glória d’Ele no mundo.
REFERÊNCIAS:
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BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Rio
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BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Hebraico-Grego. Rio
de Janeiro: CPAD, 2011.
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Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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Elinaldo in Teologia Sistemática
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RIBAS,
Degmar (Trad.). Comentário do Novo
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Severino Pedro da. O Homem. Corpo, Alma
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WALTON,
John H. et al. Comentário
Histórico-Cultural da Bíblia. Antigo Testamento. 1. ed. São Paulo: Vida
Nova, 2018.
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