SUBSÍDIOS PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL (EBD) DA CPAD
4º
Trimestre/2025
TEXTO
ÁUREO
“Ou não sabeis que o nosso corpo é o
templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não
sois de vós mesmos?” (1Co
6.19).
VERDADE PRÁTICA
Reconhecer que o corpo do
crente é morada do Espírito Santo transforma a maneira como vivemos,
conduzindo-nos à santidade e à adoração verdadeira.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
1
Coríntios 3.16,17; 6.15-20.
1 Coríntios 3
16 — Não sabeis vós que sois o
templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
17 — Se alguém destruir o templo
de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.
1 Coríntios 6
15 — Não sabeis vós que os
vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e
fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.
16 — Ou não sabeis que o que se
ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa
só carne.
17 — Mas o que se ajunta com o
Senhor é um mesmo espírito.
18 — Fugi da prostituição. Todo
pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o
seu próprio corpo.
19 — Ou não sabeis que o nosso
corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e
que não sois de vós mesmos?
20 — Porque fostes comprados por
bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os
quais pertencem a Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Desde
o Éden, Deus sempre desejou habitar entre os homens (Êxodo 25.8; Levítico 26.11–12).
No Antigo Testamento, Sua presença se manifestava no Tabernáculo
e depois no Templo de Jerusalém.
Mas, com a obra redentora de
Cristo, a habitação divina passou a ser o coração regenerado
do crente, o novo templo de Sua glória (João 14.16–17; Efésios
2.21–22).
O
Espírito Santo não apenas visita, mas habita o crente como
selo e penhor da salvação (Ef 1.13–14). Portanto, o corpo físico do cristão é
sagrado, devendo ser mantido puro, saudável e consagrado a Deus (Romanos 12.1;
1 Tessalonicenses 4.3–4).
“E
o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, alma e
corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo.” (1Ts 5.23)
I – CORPO: PROPRIEDADE E HABITAÇÃO DIVINA
1. Comprado
e selado pelo Espírito
O corpo do crente pertence a Deus,
pois foi comprado
por bom preço (1Co 6.20) — o sangue de Cristo (1Pe 1.18–19).
A
redenção não alcança apenas a alma, mas o ser humano por completo: corpo, alma
e espírito (Rm 8.23; 1Ts 5.23).
“Em quem também vós estais, depois que
ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele
também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” (Ef 1.13)
Esse “selo” significa propriedade
e proteção divina. Assim como o Templo de Jerusalém era
separado para o Senhor, nosso corpo é consagrado exclusivamente para Ele (2Tm 2.21).
Quem
é templo do Espírito não pertence mais a si mesmo (Gl 2.20), e deve viver de
modo santo e separado do pecado (1Pe 1.15–16).
2. “Não
sabeis vós?” – O chamado à consciência espiritual
Paulo faz essa pergunta quatro vezes
aos coríntios (1Co 3.16; 6.15,16,19). Era um alerta à imaturidade espiritual da
igreja, que ainda vivia carnalmente (1Co 3.1–3).
O
apóstolo lembra que a presença do Espírito exige pureza moral e
reverência.
“Segui a paz com todos e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hb 12.14)
Nosso corpo não é objeto de prazer
egoísta, mas instrumento de adoração.
A sensualidade, a nudez indecente e os pecados sexuais desonram o templo de
Deus (1Tm 2.9–10; Gn 3.21).
O
Espírito Santo habita em corpos vestidos de pureza, não de provocação. O
cristão maduro sabe que até sua aparência exterior deve refletir a santidade
interior (1Pe 3.3–4).
3. Propriedade
e domínio divinos
Se Deus é o dono do templo, Ele deve
também governá-lo.
“Porque o pecado não terá domínio
sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Rm 6.14)
Ser templo do Espírito implica viver
sob Seu domínio (Gl 5.16–17,25).
O corpo não deve ser usado para impureza (Ef 5.3–5), mas para a glória de Deus.
Quando
o crente peca com o corpo, ofende a santidade de Deus
(1Co 3.17), mas há restauração mediante o arrependimento (Sl 32.1–5; 51.10–12;
Tg 5.16).
“Confessei-te o meu pecado, e a minha
maldade não encobri. Dizia eu: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e
tu perdoaste a maldade do meu pecado.” (Sl 32.5)
SÍNTESE I:
O corpo do crente pertence a Deus e
deve refletir Sua santidade. Somos templos vivos, selados pelo Espírito e
redimidos para glorificar ao Senhor em tudo (Rm 12.1).
II – O CORPO COMO TABERNÁCULO
1. Portador
da Presença
Paulo e Pedro comparam o corpo humano
a um “tabernáculo” (2Co 5:1–4; 2Pe 1.13–14).
Assim
como o Tabernáculo de Moisés era morada de Deus no deserto (Êx 25.8), hoje o
Espírito habita em nós (Rm 8.11).
“E farei neles morada e andarei entre
eles; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (2Co 6.16)
O corpo, apesar de frágil, tornou-se
um vaso que carrega um tesouro glorioso (2Co 4.7). Isso demonstra que Deus
não busca perfeição exterior, mas pureza interior.
A
presença do Espírito é a marca que transforma o crente em santuário vivo (Jo 14.23;
Ap 3.20).
2. Tabernáculo
e tricotomia humana
O tabernáculo era dividido em três
partes: Pátio,
Lugar
Santo e Lugar Santíssimo (Êx
26.33).
Essa
estrutura reflete a natureza tricotômica do homem: corpo, alma e
espírito (Hb 4.12).
Quando
a glória de Deus encheu o tabernáculo (Êx 40.34–35), todas as áreas foram
inundadas por Sua presença — assim também o Espírito deseja encher todo o nosso
ser (Ef 3.19; 5.18).
“O Espírito mesmo testifica com o
nosso espírito que somos filhos de Deus.” (Rm 8.16)
No crente cheio do Espírito, não há
áreas vazias. Ele domina o corpo, santifica a alma e ilumina o espírito.
3. Um
tabernáculo guiado pela presença
No deserto, a nuvem do Senhor
guiava o povo (Êx 40.36–38; Nm 9.21–23).
Quando
a nuvem se movia, Israel caminhava; quando parava, o povo descansava.
Assim
também, o cristão deve viver guiado pelo Espírito Santo
(Rm 8.14; Gl 5.18).
“Se a tua presença não for conosco,
não nos faças subir daqui.” (Êx 33.15)
Ser templo do Espírito é viver
sensível à Sua direção.
Decisões,
relacionamentos e ministérios devem seguir o movimento da “nuvem divina”, e não
os impulsos carnais.
SÍNTESE II:
O corpo é um tabernáculo que abriga a
presença de Deus. Como no deserto, devemos ser cheios e guiados pelo Espírito,
mantendo corpo, alma e espírito consagrados à Sua glória.
III – CUIDANDO DO TEMPLO DO ESPÍRITO
1. Fugi
da prostituição
“Fugi da prostituição. Todo pecado que
o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu
próprio corpo.” (1Co 6.18)
O termo grego porneia
abrange toda forma de impureza sexual — adultério, fornicação,
homossexualidade, pornografia e lascívia (Gl 5.19).
A
ordem é clara: “Fugi!”, não raciocinei, nem negociem.
“Não porei coisa má diante dos meus
olhos.” (Sl 101.3)
“Fiz
aliança com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa donzela?” (Jó 31.1)
O
pecado sexual profana o templo do Espírito e destrói o corpo e a alma. A santidade
começa pelos olhos e se manifesta no comportamento.
2. Disciplinas
espirituais
A santificação exige disciplina (1Co 9.27).
Jejum,
oração e meditação na Palavra são sacrifícios espirituais
que purificam o templo interior.
“Apresentai os vossos corpos em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.” (Rm 12.1)
Por meio dessas práticas, o Espírito
Santo produz Seu fruto em nós (Gl 5.22–23) e renova o homem interior (2Co 4.16).
A
negligência espiritual torna o crente vulnerável à carne; a comunhão com Deus
fortalece o templo e conserva o fogo aceso no altar (Lv 6.13; 1Ts 5.19).
3. Disciplinas
corporais
O templo de Deus deve ser também fisicamente
cuidado.
“Amado, desejo que te vá bem em todas
as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma.” (3 João 2)
Cuidar da saúde é ato de mordomia
cristã. O crente deve ser temperante (1Co 9.25), alimentar-se com moderação,
repousar adequadamente (Sl 127.2) e manter equilíbrio físico e emocional.
A
negligência com o corpo também desonra o templo do Espírito, pois reduz a
capacidade de servir ao Senhor com vigor.
“O corpo é para o Senhor, e o Senhor
para o corpo.” (1Co 6.13)
SÍNTESE III:
Cuidar do corpo é cuidar do templo de
Deus. A santidade não é apenas espiritual, mas integral: envolve pureza moral,
vida disciplinada e equilíbrio físico.
CONCLUSÃO
O Espírito Santo transformou o corpo
do crente em Sua habitação permanente (Jo 14.23).
Por
isso, devemos glorificar a Deus em tudo — nas atitudes, nas vestes, nos
pensamentos e nos cuidados físicos.
“Glorificai, pois, a Deus no vosso
corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” (1Co 6.20)
Ser templo do Espírito é um
privilégio, mas também uma grande responsabilidade.
Deus
não habita em templos feitos por mãos humanas (At 17.24), mas em corações
redimidos e santificados pelo sangue do Cordeiro.
Que
o Senhor encontre em nós um templo puro, cheio de Sua presença
e guiado pelo Seu Espírito até o dia da redenção final.
“E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e já não haverá morte, nem pranto, nem dor.” (Ap 21.4)
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