Subsídios para a Escola Bíblica Dominical (EBD) — IPAD (Igreja Pentecostal Assembleia de Deus)
LEITURA TEMÁTICA: MATEUS 27:37
“E por cima da sua cabeça puseram escrita a sua
acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.”
LEITURA EM CLASSE: JOÃO 19:19–22
“E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em
cima da cruz; e nele estava escrito: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS. E muitos
dos judeus leram este título, porque o lugar onde Jesus foi crucificado era
próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, em grego e em latim. Disseram,
pois, os principais dos sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas: O Rei
dos Judeus; mas que ele disse: Sou Rei dos Judeus. Respondeu Pilatos: O que
escrevi, escrevi.”
SÍNTESE TEXTUAL
A inscrição “INRI” (Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum)
colocada sobre a cruz de Cristo não era apenas uma ironia romana, mas uma proclamação
divina. O que os homens escreveram como zombaria, Deus usou como testemunho
eterno da realeza messiânica de Jesus. Ele é o Rei prometido, descendente
de Davi, o Messias esperado, e o Senhor exaltado sobre todos os reis da terra.
INTRODUÇÃO
A cruz, símbolo de vergonha e morte, tornou-se o trono
do verdadeiro Rei. Pilatos, sem compreender plenamente, proclamou uma
verdade teológica profunda: Jesus é o Rei dos judeus e Senhor de toda a
criação.
- Isaías
9:6-7
“Porque um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu;
e o principado está sobre os seus ombros... Do aumento do seu governo e da paz
não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino.”
- Salmos
2:6
“Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte
Sião.”
- Apocalipse
19:16
“E no manto e na sua coxa tem escrito este nome:
REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.”
Comentário teológico:
A realeza de Cristo é espiritual e eterna,
distinta das monarquias humanas. Ele reina não com espada, mas com amor e
justiça (João 18:36). O título “Rei dos judeus” indica o cumprimento das
profecias messiânicas que apontavam para o Filho de Davi, cujo trono não
teria fim.
PONTO 1 — O REI
Subponto 1.1 — O Rei prometido
nas Escrituras
- Jeremias
23:5
“Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei
a Davi um Renovo justo; e, sendo Rei, reinará e prosperará, e executará juízo e
justiça na terra.”
- Zacarias
9:9
“Alegra-te muito, ó filha de Sião; eis que o teu
Rei virá a ti, justo e salvador, pobre, e montado sobre um jumento.”
- Isaías
32:1
“Eis que reinará um rei com justiça, e dominarão os
príncipes segundo o juízo.”
Comentário teológico:
Essas profecias se cumprem plenamente em Jesus. Sua
realeza não é política, mas teocrática e redentora. O “Renovo” de Davi
representa a restauração da esperança de Israel e a vitória do governo de Deus
sobre as trevas.
Subponto 1.2 — O Rei que governa
com justiça e graça
- Salmos
45:6-7
“O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro
do teu reino é um cetro de equidade.”
- Mateus
28:18
“É-me dado todo o poder no céu e na terra.”
- Colossenses
1:13-14
“O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos
transportou para o reino do Filho do seu amor.”
Comentário teológico:
Cristo é o Rei do Reino espiritual, onde
prevalece a justiça e a graça. Seu governo é perfeito porque emana da santidade
de Deus. A realeza de Jesus se manifesta no domínio sobre o pecado e a morte,
conduzindo os redimidos a uma nova realidade espiritual.
Subponto 1.3 — O Rei coroado com
espinhos
- Mateus
27:29
“E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na
cabeça e uma cana na mão direita; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam,
dizendo: Salve, Rei dos judeus!”
- Filipenses
2:8-9
“Sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Pelo
que Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome.”
- Hebreus
2:9
“Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele
Jesus, que fora feito um pouco menor que os anjos, por causa da paixão da
morte.”
Comentário teológico:
A coroa de espinhos, símbolo da dor e da maldição
(Gênesis 3:18), tornou-se símbolo da vitória redentora. A humilhação do
Rei é a exaltação do Salvador. A teologia da cruz mostra que o caminho da
glória passa pela obediência e pelo sofrimento.
SUBSÍDIO 1 — O REI
“A realeza de Jesus não se limita à
esfera política, como imaginaram os judeus, nem se restringe a um trono
terreno. Ele é Rei porque em sua pessoa se manifesta o governo soberano de Deus
sobre todas as coisas. O Reino de Cristo é espiritual, eterno e justo,
estabelecido não por armas, mas pela cruz. É o domínio do amor divino que
liberta o homem do pecado e o conduz à reconciliação com o Pai. Por isso, Jesus
pôde dizer a Pilatos: ‘O meu Reino não é deste mundo’ (João 18.36), revelando
que sua autoridade provém do alto e não dos homens.” (HORTON, Stanley M. Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
1996, p. 250).
PONTO 2 — JESUS VEM DA
DESCENDÊNCIA DE DAVI
Subponto 2.1 — A promessa
davídica
- 2
Samuel 7:12-13
“Levantarei depois de ti a tua descendência, que
procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu
nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre.”
- Salmos
89:3-4
“Fiz uma aliança com o meu escolhido, jurei ao meu
servo Davi: para sempre estabelecerei a tua descendência.”
- Lucas
1:32-33
“Este será grande, e será chamado Filho do
Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai.”
Comentário teológico:
Jesus cumpre a aliança davídica, sendo o
herdeiro legítimo do trono eterno. Sua genealogia, conforme Mateus 1, comprova
a fidelidade de Deus em manter sua promessa. O trono de Davi encontra sua
plenitude no governo espiritual de Cristo.
Subponto 2.2 — O Messias esperado
- Miqueias
5:2
“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre
milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, cujas saídas são
desde os tempos antigos.”
- Mateus
2:1-2
“Onde está aquele que é nascido Rei dos judeus?
porque vimos a sua estrela no oriente.”
- João
7:42
“Não diz a Escritura que o Cristo vem da
descendência de Davi, e de Belém, aldeia de onde era Davi?”
Comentário teológico:
Cristo é o cumprimento escatológico da
esperança messiânica. Os magos do Oriente reconheceram a realeza do Menino-Rei.
Sua origem humilde contrasta com a majestade de seu propósito: reinar
eternamente.
Subponto 2.3 — O Reino de Davi
restaurado em Cristo
- Atos
15:16
“Depois disto voltarei, e reedificarei o
tabernáculo de Davi, que está caído.”
- Romanos
1:3-4
“Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de
Davi segundo a carne, e foi declarado Filho de Deus com poder.”
- Apocalipse
5:5
“Eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi,
que venceu.”
Comentário teológico:
Em Cristo, o trono de Davi é universalizado:
não limitado a Israel, mas aberto a todas as nações. A teologia cristológica
mostra que Jesus é a raiz e o fruto de Davi — origem e cumprimento das
promessas.
SUBSÍDIO 2 — JESUS VEM DA DESCENDÊNCIA DE
DAVI
“O título ‘Filho de Davi’ dado a Jesus
demonstra o cumprimento das promessas messiânicas feitas ao rei Davi. Em 2
Samuel 7.12-13, Deus promete um descendente cujo trono seria estabelecido para
sempre. Mateus 1.1 confirma: ‘Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de
Davi, filho de Abraão’. Assim, a encarnação de Cristo liga o antigo pacto
davídico ao novo, cumprindo a expectativa messiânica de Israel. A realeza de
Jesus, portanto, é legítima, pois Ele é o herdeiro do trono prometido e o
Messias esperado que uniria o povo de Deus sob o seu governo eterno.” (PFEIFFER,
Charles F.; HARRISON, Everett F. Comentário Bíblico Moody.
São Paulo: Editora Batista Regular, 2002, p. 1123).
PONTO 3 — INRI: JESUS NAZARENO, O
REI DOS JUDEUS
Subponto 3.1 — O título da cruz
- João
19:19
“E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em
cima da cruz; e nele estava escrito: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS.”
- Isaías
52:13-14
“Eis que o meu servo procederá com prudência; será
exaltado, e elevado, e mui sublime.”
- Salmos
22:7-8
“Todos os que me veem zombam de mim, estendem os
lábios e meneiam a cabeça.”
Comentário teológico:
Pilatos, ainda que por ironia, proclamou uma
verdade eterna. O madeiro da vergonha se tornou o trono da redenção. O
título “INRI” é uma confissão involuntária de fé: Jesus é o Rei verdadeiro,
reconhecido até por seus inimigos.
Subponto 3.2 — Escrito em
hebraico, grego e latim
- João
19:20
“Estava escrito em hebraico, em grego e em latim.”
- Filipenses
2:10-11
“Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho,
dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra.”
- Salmos
86:9
“Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão
perante a tua face, Senhor.”
Comentário teológico:
Essas três línguas simbolizam o reino universal
de Cristo:
- Hebraico
→ fé e revelação;
- Grego
→ sabedoria e cultura;
- Latim
→ poder e império.
A cruz, escrita nessas línguas,
declara que Jesus é Rei de todos os povos e raças, não apenas dos
judeus.
Subponto 3.3 — O Rei exaltado e
glorificado
- Filipenses
2:9-11
“Pelo que Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um
nome que é sobre todo o nome.”
- Apocalipse
11:15
“O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do
seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.”
- Daniel
7:13-14
“Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para
que todos os povos o servissem.”
Comentário teológico:
O título na cruz antecipa a exaltação gloriosa
de Cristo. Aquele que foi coroado com espinhos é agora coroado de glória. O
“INRI” é o selo de sua soberania eterna. Ele reina sobre os corações dos
remidos e reinará visivelmente na consumação dos tempos.
SUBSÍDIO 3 — INRI: JESUS NAZARENO, O REI DOS
JUDEUS
“A inscrição colocada por Pilatos
sobre a cruz — ‘Jesus Nazareno, Rei dos Judeus’ (João 19.19) —, embora tivesse
a intenção de ridicularizar, proclamou uma verdade teológica profunda: mesmo em
sua humilhação, Jesus era reconhecido como Rei. A cruz não anulou sua realeza,
antes a revelou em plenitude, pois ali Ele reinou pela entrega e pela obediência.
O título INRI é o testemunho de que o Cristo crucificado é o verdadeiro Rei de
Israel e o Salvador do mundo. Assim, o símbolo da vergonha tornou-se o
estandarte da vitória eterna.” (STOTT, John. A Cruz de Cristo. São
Paulo: Editora Vida, 2003, p. 72).
CONCLUSÃO
O “INRI” inscrito na cruz é mais que uma acusação:
é uma profecia cumprida.
Jesus é o Rei prometido, o Filho de Davi, o Senhor exaltado.
Deus transformou o instrumento de morte em um símbolo de realeza e redenção.
- Apocalipse
1:5-6
“A Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o
primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra.”
- Salmos
24:7-10
“Levantai, ó portas, as vossas cabeças... Entrará o
Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei
da Glória.”
- 1
Timóteo 6:15-16
“O bem-aventurado e único poderoso Senhor, Rei dos
reis e Senhor dos senhores.”
Comentário teológico final:
O “Rei dos judeus” é, de fato, o Rei dos reis.
O trono da cruz é o centro da história da redenção. Ali se revelam a justiça, o
amor e o poder soberano de Deus. A mensagem do “INRI” ecoa pelos séculos,
convidando todos a se renderem ao verdadeiro Rei — Jesus Cristo, o Senhor da
Glória.
REFERÊNCIAS:
BERGSTEN,
Eurico. Teologia Sistemática. 13.
impr. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio
de Janeiro: CPAD, 2004.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Rio
de Janeiro: Editora Central Gospel, 2016.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Hebraico-Grego. Rio
de Janeiro: CPAD, 2011.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio
de Janeiro: CPAD, 2005.
BÍBLIA. Português. Nova Versão Internacional - NVI. São
Paulo: VIDA, 2000.
BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática (vol. 2).
Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
GILBERTO,
Antonio. Bíblia com Comentário de
Antonio Gilberto. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
PEDRO,
Severino. A Doutrina do Pecado. 1.
ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
RENOVATO,
Elinaldo in Teologia Sistemática Pentecostal.
1. ed. (16a imp.) Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
RIBAS,
Degmar (Trad.). Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, vol. 2.
SILVA,
Severino Pedro da. O Homem. Corpo, Alma
e Espírito. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1988.







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