sexta-feira, 31 de outubro de 2025

LIÇÃO 9: INRI — JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS

 Subsídios para a Escola Bíblica Dominical (EBD) — IPAD (Igreja Pentecostal Assembleia de Deus)

 

 

LEITURA TEMÁTICA: MATEUS 27:37

“E por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.”

 

LEITURA EM CLASSE: JOÃO 19:19–22

“E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS. E muitos dos judeus leram este título, porque o lugar onde Jesus foi crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, em grego e em latim. Disseram, pois, os principais dos sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas: O Rei dos Judeus; mas que ele disse: Sou Rei dos Judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi.”

 

SÍNTESE TEXTUAL

A inscrição “INRI” (Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum) colocada sobre a cruz de Cristo não era apenas uma ironia romana, mas uma proclamação divina. O que os homens escreveram como zombaria, Deus usou como testemunho eterno da realeza messiânica de Jesus. Ele é o Rei prometido, descendente de Davi, o Messias esperado, e o Senhor exaltado sobre todos os reis da terra.

 

INTRODUÇÃO

A cruz, símbolo de vergonha e morte, tornou-se o trono do verdadeiro Rei. Pilatos, sem compreender plenamente, proclamou uma verdade teológica profunda: Jesus é o Rei dos judeus e Senhor de toda a criação.

  • Isaías 9:6-7

“Porque um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros... Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino.”

  • Salmos 2:6

“Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte Sião.”

  • Apocalipse 19:16

“E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.”

Comentário teológico:

A realeza de Cristo é espiritual e eterna, distinta das monarquias humanas. Ele reina não com espada, mas com amor e justiça (João 18:36). O título “Rei dos judeus” indica o cumprimento das profecias messiânicas que apontavam para o Filho de Davi, cujo trono não teria fim.

 

PONTO 1 — O REI

Subponto 1.1 — O Rei prometido nas Escrituras

  • Jeremias 23:5

“Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo Rei, reinará e prosperará, e executará juízo e justiça na terra.”

  • Zacarias 9:9

“Alegra-te muito, ó filha de Sião; eis que o teu Rei virá a ti, justo e salvador, pobre, e montado sobre um jumento.”

  • Isaías 32:1

“Eis que reinará um rei com justiça, e dominarão os príncipes segundo o juízo.”

Comentário teológico:

Essas profecias se cumprem plenamente em Jesus. Sua realeza não é política, mas teocrática e redentora. O “Renovo” de Davi representa a restauração da esperança de Israel e a vitória do governo de Deus sobre as trevas.

 

Subponto 1.2 — O Rei que governa com justiça e graça

  • Salmos 45:6-7

“O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de equidade.”

  • Mateus 28:18

“É-me dado todo o poder no céu e na terra.”

  • Colossenses 1:13-14

“O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.”

Comentário teológico:

Cristo é o Rei do Reino espiritual, onde prevalece a justiça e a graça. Seu governo é perfeito porque emana da santidade de Deus. A realeza de Jesus se manifesta no domínio sobre o pecado e a morte, conduzindo os redimidos a uma nova realidade espiritual.

 

Subponto 1.3 — O Rei coroado com espinhos

  • Mateus 27:29

“E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e uma cana na mão direita; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus!”

  • Filipenses 2:8-9

“Sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Pelo que Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome.”

  • Hebreus 2:9

“Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus, que fora feito um pouco menor que os anjos, por causa da paixão da morte.”

Comentário teológico:

A coroa de espinhos, símbolo da dor e da maldição (Gênesis 3:18), tornou-se símbolo da vitória redentora. A humilhação do Rei é a exaltação do Salvador. A teologia da cruz mostra que o caminho da glória passa pela obediência e pelo sofrimento.

 

SUBSÍDIO 1 — O REI

“A realeza de Jesus não se limita à esfera política, como imaginaram os judeus, nem se restringe a um trono terreno. Ele é Rei porque em sua pessoa se manifesta o governo soberano de Deus sobre todas as coisas. O Reino de Cristo é espiritual, eterno e justo, estabelecido não por armas, mas pela cruz. É o domínio do amor divino que liberta o homem do pecado e o conduz à reconciliação com o Pai. Por isso, Jesus pôde dizer a Pilatos: ‘O meu Reino não é deste mundo’ (João 18.36), revelando que sua autoridade provém do alto e não dos homens.” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 250).

  

PONTO 2 — JESUS VEM DA DESCENDÊNCIA DE DAVI

Subponto 2.1 — A promessa davídica

  • 2 Samuel 7:12-13

“Levantarei depois de ti a tua descendência, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre.”

  • Salmos 89:3-4

“Fiz uma aliança com o meu escolhido, jurei ao meu servo Davi: para sempre estabelecerei a tua descendência.”

  • Lucas 1:32-33

“Este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai.”

Comentário teológico:

Jesus cumpre a aliança davídica, sendo o herdeiro legítimo do trono eterno. Sua genealogia, conforme Mateus 1, comprova a fidelidade de Deus em manter sua promessa. O trono de Davi encontra sua plenitude no governo espiritual de Cristo.

 

Subponto 2.2 — O Messias esperado

  • Miqueias 5:2

“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, cujas saídas são desde os tempos antigos.”

  • Mateus 2:1-2

“Onde está aquele que é nascido Rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente.”

  • João 7:42

“Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, aldeia de onde era Davi?”

Comentário teológico:

Cristo é o cumprimento escatológico da esperança messiânica. Os magos do Oriente reconheceram a realeza do Menino-Rei. Sua origem humilde contrasta com a majestade de seu propósito: reinar eternamente.

 

Subponto 2.3 — O Reino de Davi restaurado em Cristo

  • Atos 15:16

“Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído.”

  • Romanos 1:3-4

“Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, e foi declarado Filho de Deus com poder.”

  • Apocalipse 5:5

“Eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu.”

Comentário teológico:

Em Cristo, o trono de Davi é universalizado: não limitado a Israel, mas aberto a todas as nações. A teologia cristológica mostra que Jesus é a raiz e o fruto de Davi — origem e cumprimento das promessas.

 

SUBSÍDIO 2 — JESUS VEM DA DESCENDÊNCIA DE DAVI

“O título ‘Filho de Davi’ dado a Jesus demonstra o cumprimento das promessas messiânicas feitas ao rei Davi. Em 2 Samuel 7.12-13, Deus promete um descendente cujo trono seria estabelecido para sempre. Mateus 1.1 confirma: ‘Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão’. Assim, a encarnação de Cristo liga o antigo pacto davídico ao novo, cumprindo a expectativa messiânica de Israel. A realeza de Jesus, portanto, é legítima, pois Ele é o herdeiro do trono prometido e o Messias esperado que uniria o povo de Deus sob o seu governo eterno.” (PFEIFFER, Charles F.; HARRISON, Everett F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Editora Batista Regular, 2002, p. 1123).

 

 

PONTO 3 — INRI: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS

Subponto 3.1 — O título da cruz

  • João 19:19

“E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS.”

  • Isaías 52:13-14

“Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime.”

  • Salmos 22:7-8

“Todos os que me veem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça.”

Comentário teológico:

Pilatos, ainda que por ironia, proclamou uma verdade eterna. O madeiro da vergonha se tornou o trono da redenção. O título “INRI” é uma confissão involuntária de fé: Jesus é o Rei verdadeiro, reconhecido até por seus inimigos.

 

Subponto 3.2 — Escrito em hebraico, grego e latim

  • João 19:20

“Estava escrito em hebraico, em grego e em latim.”

  • Filipenses 2:10-11

“Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho, dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra.”

  • Salmos 86:9

“Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão perante a tua face, Senhor.”

Comentário teológico:

Essas três línguas simbolizam o reino universal de Cristo:

  • Hebraico → fé e revelação;
  • Grego → sabedoria e cultura;
  • Latim → poder e império.

A cruz, escrita nessas línguas, declara que Jesus é Rei de todos os povos e raças, não apenas dos judeus.

 

Subponto 3.3 — O Rei exaltado e glorificado

  • Filipenses 2:9-11

“Pelo que Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome.”

  • Apocalipse 11:15

“O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.”

  • Daniel 7:13-14

“Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que todos os povos o servissem.”

Comentário teológico:

O título na cruz antecipa a exaltação gloriosa de Cristo. Aquele que foi coroado com espinhos é agora coroado de glória. O “INRI” é o selo de sua soberania eterna. Ele reina sobre os corações dos remidos e reinará visivelmente na consumação dos tempos.

 

SUBSÍDIO 3 — INRI: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS

“A inscrição colocada por Pilatos sobre a cruz — ‘Jesus Nazareno, Rei dos Judeus’ (João 19.19) —, embora tivesse a intenção de ridicularizar, proclamou uma verdade teológica profunda: mesmo em sua humilhação, Jesus era reconhecido como Rei. A cruz não anulou sua realeza, antes a revelou em plenitude, pois ali Ele reinou pela entrega e pela obediência. O título INRI é o testemunho de que o Cristo crucificado é o verdadeiro Rei de Israel e o Salvador do mundo. Assim, o símbolo da vergonha tornou-se o estandarte da vitória eterna.” (STOTT, John. A Cruz de Cristo. São Paulo: Editora Vida, 2003, p. 72).

 

 

CONCLUSÃO

O “INRI” inscrito na cruz é mais que uma acusação: é uma profecia cumprida.
Jesus é o Rei prometido, o Filho de Davi, o Senhor exaltado.

Deus transformou o instrumento de morte em um símbolo de realeza e redenção.

  • Apocalipse 1:5-6

“A Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra.”

  • Salmos 24:7-10

“Levantai, ó portas, as vossas cabeças... Entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória.”

  • 1 Timóteo 6:15-16

“O bem-aventurado e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores.”

Comentário teológico final:

O “Rei dos judeus” é, de fato, o Rei dos reis. O trono da cruz é o centro da história da redenção. Ali se revelam a justiça, o amor e o poder soberano de Deus. A mensagem do “INRI” ecoa pelos séculos, convidando todos a se renderem ao verdadeiro Rei — Jesus Cristo, o Senhor da Glória.

 

 

 

REFERÊNCIAS:

 

BERGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática. 13. impr. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2016.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Hebraico-Grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

BÍBLIA. Português. Nova Versão Internacional - NVI. São Paulo: VIDA, 2000.

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (vol. 2). Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

GILBERTO, Antonio. Bíblia com Comentário de Antonio Gilberto. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

RENOVATO, Elinaldo in Teologia Sistemática Pentecostal. 1. ed. (16a imp.) Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

RIBAS, Degmar (Trad.). Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, vol. 2.

SILVA, Severino Pedro da. O Homem. Corpo, Alma e Espírito. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1988.

VINE, W. E., UNGER, Menil E & WHITEJR., Willian. Dicionário Vine. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

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