Subsídios para a Escola Bíblica Dominical (EBD) — IPAD (Igreja Pentecostal Assembleia de Deus)
LEITURA TEMÁTICA
“Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu
parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura
mais do que a dos outros filhos dos homens.” (Isaías 52:14)
LEITURA EM CLASSE
Isaías
53:2-5:
²
Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não
tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência
nele, para que o desejássemos.
³ Era
desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado
nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era
desprezado, e não fizemos dele caso algum.
⁴
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores
levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
⁵ Mas
ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas
pisaduras fomos sarados.
INTRODUÇÃO
O
profeta Isaías, cerca de 700 anos antes de Cristo, profetizou com exatidão
impressionante sobre o sofrimento do Servo do Senhor — o Messias prometido.
Isaías 52:13–53:12 é o “coração do Evangelho no Antigo Testamento”. Ali, Cristo
é revelado como o Servo sofredor, rejeitado, mas vitorioso.
O
texto descreve o sofrimento vicário de Jesus — aquele que sofreu em nosso lugar
(1Pe 2:24: “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro”)
e que foi ferido por
causa de nossas transgressões (Is 53:5).
A
profecia aponta para o plano eterno de Deus, revelando que a redenção da humanidade custaria o
sofrimento do Justo pelos injustos (1Pe 3:18). O Servo do Senhor
— Jesus Cristo — foi humilhado, desfigurado e crucificado, mas, por meio de sua
dor, trouxe cura, salvação e paz aos que creem.
“Todavia,
ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por
expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer
do Senhor prosperará na sua mão.” (Isaías
53:10)
I
– EIS AQUI MEU SERVO
1.
O Servo escolhido por Deus
“Eis
aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu eleito, em quem se compraz a minha
alma; pus o meu Espírito sobre ele.” (Isaías 42:1)
Jesus
é o Servo perfeito, o Ungido do Pai, enviado para cumprir toda a justiça (Mt
3:15-17). Sua missão não foi humana, mas divina; Ele veio não para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mc 10:45).
A
palavra “servo” (hebraico ‘ebed’)
indica submissão, obediência e missão. Cristo é o modelo supremo de obediência
ao Pai (Fp 2:6-8), mesmo diante da dor.
2.
O Servo humilde e obediente
“Aprendeu
a obediência, por aquilo que padeceu.” (Hebreus 5:8)
A
humildade de Jesus não era fraqueza, mas força sob controle. Ele “aniquilou-se
a si mesmo” (Fp 2:7), tornando-se homem e servo, revelando que a verdadeira
grandeza está em servir.
Enquanto
os líderes religiosos buscavam reconhecimento, o Servo do Senhor desceu à condição
de servo sofredor, cumprindo Isaías 50:6:
“As
minhas costas dei aos que me feriam, e as minhas faces aos que me arrancavam os
cabelos; não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam.”
3.
O Servo sustentado pelo Espírito
“O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para evangelizar os pobres.”
(Lucas 4:18)
Desde
o seu batismo no Jordão (Lc 3:22), Jesus realizou sua missão no poder do
Espírito Santo. O Servo não age por força humana, mas pela capacitação divina
(Zc 4:6).
A
unção do Espírito o guiou em todo o seu ministério — curando, libertando e
pregando o Reino de Deus (At 10:38).
SÍNTESE TEOLÓGICA I:
O
Servo é o eleito de Deus, cheio do Espírito, obediente até a morte, e por meio
de sua entrega cumpriu o propósito redentor do Pai.
II
– POR QUE O REJEITARAM?
1.
Por não corresponder às expectativas humanas
“Veio
para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 1:11)
O
povo esperava um Messias político, libertador de Roma, mas Jesus veio libertar
o homem do pecado (Jo 18:36).
Seu
semblante simples e desprovido de glória terrena contrastava com o ideal
messiânico dos judeus. Isaías 53:2 diz que “não havia beleza nem formosura”,
mostrando que a verdadeira glória estava em sua santidade, não em aparência
externa.
2.
Por causa da cegueira espiritual
“O
deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos.” (2Co 4:4)
Os
líderes religiosos não discerniram o tempo da visitação divina (Lc 19:44).
Cegos
por tradições, rejeitaram o Messias prometido (Mc 7:8-9).
O
orgulho e o apego ao poder impediram que vissem a glória de Deus revelada em um
Servo sofredor (Is 29:13-14).
3.
Porque o mundo odeia a luz
“A
luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” (Jo 1:5)
Jesus
revelou o pecado, e os homens amaram mais as trevas do que a luz (Jo 3:19-20).
A
cruz se tornou o ponto de maior rejeição, pois nela o mundo desprezou aquele
que veio salvar. Contudo, foi na cruz que o amor divino alcançou sua máxima
expressão (Rm 5:8).
SÍNTESE TEOLÓGICA II:
A
rejeição de Cristo não anulou o plano de Deus, mas o confirmou. O Servo
desprezado se tornou a Pedra Angular da redenção (Sl 118:22; 1Pe 2:7).
III
– O SOFRIMENTO DO SERVO
1.
Sofreu vicariamente (em nosso lugar)
“Mas
ele foi ferido por causa das nossas transgressões.” (Isaías 53:5)
Cristo
não sofreu por si, mas por
nós — o Justo pelos injustos (1Pe 3:18).
Sua dor foi substitutiva: Ele tomou o nosso lugar e recebeu o castigo que nos
traz a paz (Rm 5:6-9).
“Aquele
que não conheceu pecado, o fez pecado por nós.” (2Co 5:21)
2.
Sofreu fisicamente e espiritualmente
“Meu
Deus, meu Deus, por que me desamparaste?” (Mt 27:46)
Na
cruz, Jesus experimentou não apenas a dor física da crucificação, mas o peso
espiritual do pecado da humanidade (Is 53:4).
O
Pai o fez “moído” (Is 53:10), permitindo que o Filho carregasse toda a culpa,
dor e enfermidade da humanidade. Ele suportou o silêncio de Deus para que nós
ouvíssemos a Sua voz de perdão.
3.
Sofreu para glorificar o Pai e salvar o homem
“Convém
que o Filho do Homem padeça muitas coisas.” (Lc 9:22)
O
sofrimento de Cristo não foi derrota, mas triunfo espiritual (Cl 2:15).
A
cruz foi o caminho da exaltação (Fp 2:9-11). Ele suportou a vergonha, mas
alcançou a glória (Hb 12:2).
“O
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados.” (Is 53:5)
SÍNTESE TEOLÓGICA III:
O
sofrimento do Servo foi o meio pelo qual Deus manifestou sua justiça e seu
amor. A cruz é o ponto onde a santidade e a graça de Deus se encontram em
perfeita harmonia.
CONCLUSÃO
O
Servo sofredor de Isaías é o Cristo glorificado do Evangelho. Ele foi
rejeitado, mas exaltado; ferido, mas curador; morto, mas ressuscitado.
Seu sofrimento foi necessário para a nossa salvação, pois “importava que o
Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória” (Lc 24:26).
A
cruz é o centro da história da redenção. Por meio dela, fomos reconciliados com
Deus (Cl 1:20), curados em nossa alma e libertos do poder do pecado.
Hoje, somos chamados a seguir os passos do Servo, suportando as aflições com
fé, sabendo que “os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a
glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18).
“Ele
verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito.” (Isaías
53:11)
APLICAÇÃO FINAL:
O sofrimento do Servo nos chama à santificação, à gratidão e à perseverança. Cada lágrima de Cristo tem um propósito eterno — e cada dor suportada por amor produziu vida para todo aquele que crê.
REFERÊNCIAS:
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impr. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
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de Janeiro: CPAD, 2004.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Rio
de Janeiro: Editora Central Gospel, 2016.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Hebraico-Grego. Rio
de Janeiro: CPAD, 2011.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio
de Janeiro: CPAD, 2005.
BÍBLIA. Português. Nova Versão Internacional - NVI. São
Paulo: VIDA, 2000.
BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
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Antonio. Bíblia com Comentário de
Antonio Gilberto. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
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Severino. A Doutrina do Pecado. 1.
ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
RENOVATO,
Elinaldo in Teologia Sistemática
Pentecostal. 1. ed. (16a imp.) Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
RIBAS,
Degmar (Trad.). Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, vol. 2.
SILVA,
Severino Pedro da. O Homem. Corpo, Alma
e Espírito. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1988.







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